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Questões Sobre o Descritor D10 - Português - 5º ano

Descritor 10: Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.

Questão 11

Meu trono

    […]

    Essa é minha mãe. Como a gente sofre com mãe, né? Elas são, sem dúvida, tudo de bom na nossa vida, sem elas não estaríamos aqui, e coisa e tal, mas chega uma hora em que o inevitável é constatado; depois que a gente faz 15 anos, ir ao cinema com elas, comprar roupa com elas, estar em lugares públicos com elas, as coisas que a gente fazia até ontem na maior naturalidade viram o maior mico do mundo. E quando mãe pega a gente na escola? Uuui.

    Já lhe pedi 375 vezes para ficar na rua de trás, mas ela ignora e fica bem na porta do colégio, pisca-pisca ligado, buzina apertada, Roberto Carlos nas alturas. Eu faço o possível para virar uma formiga e passar despercebida até o carro. Mas pensa que consigo? Ontem mesmo aconteceu uma cena que prefiro esquecer. Quando eu ainda me despedia das minhas amigas na porta da escola, ela anuncia sua mais nova aquisição aos urros, aos berros:

    — Maria de Lourdes, u-uh! Achei aquele creme importado para espinha que você vivia me pedindo! Uma fortuna, mas acho que agora essas pipocas horrendas abandonam de vez a sua cara, filhota. Na força, na fé, upalelêê!

    Upalelê???? Fala sério!

    — Mãezinha, eu te amo, muito mesmo, mas a pior coisa do mundo é ver você me tratar em público exatamente como fazia 10 anos atrás. Já, já chega a tal da maturidade e aí voltaremos a ser amigas do tipo unha e cutícula, tá? Prometo.

Thalita Rebouças. Fala sério, mãe! Rio de Janeiro: Rocco, 2004. P. 100-101.

O trecho “Upalelê???? Fala sério!” é próprio de uma linguagem

  • A) formal.
  • B) técnica.
  • C) informal.
  • D) jornalística.
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A resposta correta é a letra C)

A expressão "Upalelê???? Fala sério!" presente no texto de Thalita Rebouças caracteriza-se como linguagem informal, conforme a alternativa C. Esta conclusão baseia-se em três aspectos fundamentais:

Primeiramente, analisando o léxico utilizado, observamos que "upalelê" é uma expressão coloquial e lúdica, sem registro formal na língua portuguesa padrão, enquanto "fala sério" constitui uma gíria amplamente utilizada na oralidade brasileira para expressar incredulidade ou reprovação.

Quanto ao contexto comunicativo, a passagem integra um diálogo entre mãe e filha adolescente, reproduzindo situações cotidianas e familiares. A autora emprega intencionalmente registros informais para construir a verossimilhança do discurso e estabelecer identificação com o público juvenil.

Por fim, examinando a estrutura sintática, notamos a ausência de elaboração formal - as frases são curtas, exclamativas e reproduzem padrões típicos da fala espontânea, incluindo a repetição de pontos de interrogação para reforçar o tom de espanto.

Estes elementos contrastam radicalmente com as características da linguagem formal (A), que seguiria normas cultas padrão; da técnica (B), que empregaria terminologia específica; e da jornalística (D), que manteria impessoalidade e objetividade mesmo em registros mais acessíveis.

Questão 12

Uma questão de ponto de vista

    E lá estava o menino segurando o rabo do gato e o gato fazendo a maior algazarra. Chega sua mãe e diz:

    — Pare de puxar o rabo desse gato, menino!

    E ele responde sem se abalar:

    — Eu não tô puxando, mãe, só estou segurando, quem tá puxando é ele…

Disponível em: http://sitededicas.ne10.uol.com.br/humor_ piadas2a.htm. Acesso: 26/11/2012.

No trecho “Eu não tô puxando, mãe, só estou segurando, quem tá puxando é ele…” as palavras sublinhadas são exemplos de linguagem

  • A) ensinada na escola.
  • B) estudada nas gramáticas.
  • C) encontrada nos livros técnicos.
  • D) utilizada com familiares e colegas.
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A resposta correta é a letra D)

Explicação da resposta:

No trecho "Eu não tô puxando, mãe, só estou segurando, quem tá puxando é ele...", as palavras "tô" e "tá" são contrações informais de "estou" e "está", respectivamente. Essas formas contraídas são características da linguagem coloquial, que é utilizada em situações informais do cotidiano, especialmente no ambiente familiar e entre pessoas com proximidade, como colegas e amigos.

A alternativa D está correta porque:

  • Reflete o uso da linguagem informal e coloquial
  • Indica o contexto de comunicação entre familiares (mãe e filho)
  • Mostra a adaptação da linguagem ao ambiente doméstico e relações próximas
  • Representa a variação linguística adequada à situação comunicativa

As outras alternativas estão incorretas porque:

  • A) A linguagem ensinada na escola segue padrões formais
  • B) As gramáticas normativas não registram essas contrações informais
  • C) Livros técnicos utilizam linguagem formal e padrão

Portanto, a linguagem utilizada pelo menino caracteriza-se como informal e típica de conversas entre familiares e pessoas próximas.

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