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Questões Sobre o Descritor D7 - Português - 5º ano

Descritor 07: Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

Questão 1

Ratinho vai-se embora

    Marô, o cão, encontra o ratinho de trouxa nas costas.

    — Vai viajar, ratinho? — ele pergunta.

    — É — diz o rato —, minha vida ficou insuportável na fazenda. O dono me detesta. Mas eu sempre tentei ser seu amigo. Dividi seu pão, provei da sua farinha, roí os velhos papéis que se acumulavam. Várias vezes, subi à sua mesa durante a refeição para cumprimentá-lo. Mas, agora, fica todo vermelho, berra e me expulsa a vassouradas…

    — Pobre, ratinho! – suspira Marô.

    — E hoje, ele trouxe um gato do mercado! Então, está decidido: azar dele, estou saindo de casa.

Disponível em: www.saego.caedufjf.net/wp- content/uploads/2015/01/SAEGO -RP-LP-2EF-WEB.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2018.

Essa história termina com o ratinho

  • A) indo viajar.
  • B) saindo de casa.
  • C) subindo na mesa.
  • D) fugindo da fazenda.
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A resposta correta é a letra B)

O texto apresenta uma narrativa onde o ratinho decide deixar sua casa na fazenda devido às condições insuportáveis que enfrentava. A resposta correta deve ser fundamentada nas informações textuais fornecidas.

Análise do texto:

  • O ratinho declara explicitamente: "estou saindo de casa"
  • Esta decisão é motivada pela introdução de um gato na propriedade
  • O personagem já está com a trouxa nas costas, indicando ação iminente

Justificativa para a alternativa B:

A expressão "saindo de casa" corresponde literalmente às palavras finais do ratinho no diálogo: "estou saindo de casa". Esta é a ação concreta que encerra a narrativa, representando o desfecho imediato da história.

Eliminação das alternativas incorretas:

  • A) "indo viajar" - embora Marô pergunte sobre viagem, o ratinho não confirma este propósito específico
  • C) "subindo na mesa" - refere-se a ações passadas, não ao desfecho atual
  • D) "fugindo da fazenda" - o texto não emprega o termo "fugir", mas sim "sair de casa"

Portanto, a resposta correta é a letra B) "saindo de casa", por representar fielmente a ação final descrita no texto e corresponder às palavras exatas do personagem principal.

Questão 2

O taxista

    Uma turista pega um táxi no aeroporto para ir ao hotel. O motorista parece mudo, pois não diz uma palavra sequer. Então a mulher toca no ombro dele para pedir uma informação:

    — Por favor…

    Ele leva um grande susto, perde o controle do carro e quase provoca um acidente. A turista se desculpa:

    — Sinceramente, não sabia que o senhor ficaria tão assustado!

    — Desculpe, senhora. É minha primeira viagem como taxista.

    — E o que o senhor fazia antes?

    — Por mais de 20 anos fui motorista de carro funerário.

Disponível em: http://piadasdodia.com.br /piadasnovas.asp?piada= taxista# . Acesso em: 07 nov. 2016.

Onde esta história aconteceu?

  • A) Em um hotel.
  • B) No aeroporto.
  • C) Dentro do táxi.
  • D) Em uma funerária.
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A resposta correta é a letra C)

Esta questão de interpretação de texto exige que o leitor identifique o local principal onde a narrativa se desenrola. A análise do texto fornecido permite compreender que:

A história inicia-se no aeroporto, onde a turista pega o táxi, mas o desenvolvimento central dos eventos ocorre durante o trajeto. Os diálogos entre a passageira e o motorista, o susto do taxista, a quase colisão e a revelação sobre seu trabalho anterior - todos esses elementos narrativos acontecem dentro do veículo em movimento.

Embora o aeroporto seja o ponto de partida mencionado, a ação principal transcorre durante o percurso no táxi. O hotel é apenas o destino pretendido, nunca alcançado na narrativa, e a funerária refere-se apenas ao emprego anterior do motorista, não ao cenário atual da história.

Portanto, considerando que a interação entre os personagens e os acontecimentos relevantes se dão durante o transporte, o local onde a história realmente acontece é dentro do táxi.

Questão 3

A coruja e a águia

    Coruja e águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes.

    — Basta de guerra — disse a coruja. O mundo é tão grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra.

    — Perfeitamente — respondeu a águia. — Também eu não quero outra coisa.

    — Nesse caso combinemos isso: de agora em diante não comerás nunca mais os meus filhotes.

    — Muito bem. Mas como vou distinguir os teus filhotes?

    — Coisa fácil. Sempre que encontrares uns filhotinhos lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheio de uma graça especial que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.

    — Está feito! — concluiu a águia.

    Dois dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto.

    — Horríveis bichos! – disse ela. Vê-se logo que não são os filhos da coruja.

    E comeu-os.

    Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi ajustar as contas com a rainha das aves.

    — Quê? — disse esta, admirada. Eram teus filhos aqueles monstrinhos? Pois, olha, não se pareciam nada com a descrição que deles me fizeste…

MORAL: Quem o feio ama, bonito lhe parece.

Disponível em: https://pensador.uol.com.br/fabulas/ . Acesso em: 18 nov. 2016.

Qual trecho abaixo apresenta o fato que deu origem a esta história?

  • A) “Dois dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto.”
  • B) “ – Nesse caso combinemos isso: de agora em diante não comerás nunca mais os meus filhotes.”
  • C) “Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi ajustar as contas com a rainha das aves.”
  • D) “Pois, olha, não se pareciam nada com a descrição que deles me fizeste...”
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A resposta correta é a letra B)

A resposta correta é a letra B porque apresenta o acordo estabelecido entre a coruja e a águia, que constitui o evento central que desencadeia toda a trama da fábula. Este trecho contém a proposta formal da coruja e a aceitação da águia, criando a promessa que será posteriormente quebrada devido à descrição enganosa dos filhotes.

Analisando as alternativas:

Alternativa A: Descreve o encontro da águia com os filhotes, que é uma consequência do acordo, não sua origem.

Alternativa B: Mostra o momento crucial onde as aves estabelecem o pacto de não comerem os filhotes umas das outras, sendo este o fato gerador do conflito posterior.

Alternativa C: Apresenta a reação da coruja após a quebra do acordo, sendo um desfecho da história, não seu início.

Alternativa D: Refere-se à justificativa da águia para ter comido os filhotes, representando o clímax do mal-entendido, não sua origem.

Portanto, apenas a alternativa B contém o fato inicial que deu origem ao desenvolvimento narrativo da fábula, estabelecendo as bases para o desenrolar dos eventos subsequentes.

Questão 4

O Leão e o Rato

    Certo dia, estava um Leão a dormir quando um ratinho começou a correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe em cima a enorme pata, abriu a boca bem grande e preparou-se para engoli-lo.

    — Perdoa-me! — gritou o ratinho — Perdoa-me desta vez e eu nunca o esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim?

    O Leão achou tanta graça desta ideia do ratinho que levantou a pata e o deixou partir.

    Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores queriam oferecê-lo vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio para o transportarem.

    Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam.

    E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais.

Moral da história: Não devemos subestimar a capacidade dos outros.

Disponível em: http://pensador.uol.com.br/fabulas . Acesso em: 05 dez. 2015.

Qual trecho abaixo apresenta o desfecho da história?

  • A) “O Leão acordou, pôs-lhe em cima a enorme pata, abriu a boca bem grande...”
  • B) “O Leão achou tanta graça desta ideia do ratinho que levantou a pata e o deixou partir.”
  • C) “Como os caçadores queriam oferecê-lo vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore...”
  • D) “Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam.”
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A resposta correta é a letra D)

O trecho que apresenta o desfecho da história "O Leão e o Rato" é a alternativa D: "Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam."

Justificativa:

O desfecho de uma narrativa corresponde ao momento de resolução do conflito principal, onde se concretiza o clímax da história. Nesta fábula, o desenlace ocorre quando o rato, retribuindo o favor que recebeu anteriormente, liberta o leão ao roer as cordas que o mantinham preso. Este momento representa a materialização da moral da história - que não se deve subestimar a capacidade dos outros - e constitui a solução definitiva para o problema enfrentado pelo leão.

As demais alternativas representam outros momentos da narrativa:

  • A) Corresponde ao conflito inicial
  • B) Representa um momento de virada na trama
  • C) Configura a complicação do enredo

Portanto, apenas o trecho da alternativa D apresenta efetivamente o desfecho, onde se consuma a ação salvadora do rato e se concretiza o ensinamento moral da fábula.

Questão 5

O macaco perdeu a banana

    O macaco estava comendo uma banana

    num galho de pau quando a fruta lhe escorregou da mão e caiu num oco de árvore. O macaco desceu e pediu que o pau lhe desse a banana.

    — Pau me dá minha banana!

    O pé de pau nem-como-cousa. O macaco foi ter com o ferreiro e pediu que viesse com o machado cortar o pau.

    — Ferreiro, traga o machado para cortar o pau que ficou com a banana!

    O ferreiro nem se importou. O macaco procurou o soldado a quem pediu que prendesse o ferreiro. O soldado não quis. O macaco foi ao rei para mandar o soldado prender o ferreiro para este ir com o machado cortar o pau que tinha a banana.

    O rei não prestou atenção. O macaco apelou para a rainha. A rainha não o ouviu.

    O macaco foi ao rato para roer a roupa da rainha. O rato recusou. O macaco recorreu ao gato para comer o rato. O gato nem ligou. O macaco foi ao cachorro para morder o gato. O cachorro recusou. O macaco procurou a onça para comer o cachorro. A onça não esteve pelos autos. O macaco foi ao caçador para matar a onça. O caçador se negou. O macaco foi até a morte.

    A morte ficou com pena do macaco e ameaçou o caçador, este procurou a onça, que perseguiu o cachorro, que seguiu o gato, que correu o rato, que quis roer a roupa da rainha, que mandou o rei, que ordenou ao soldado que quis prender o ferreiro, que cortou com o machado o pau, de onde o macaco tirou a banana e comeu.

Contos Tradicionais do Brasil para crianças/Luís Cãmara Cascudo; O Macaco Perdeu a Banana, Coleção Literatura em Minha Casa. 4ª série. v. 5. Tradição Popular; São Paulo: Global, 2003.

O que deu origem aos fatos narrados nesse texto foi

  • A) o ferreiro se recusar a ajudar o macaco.
  • B) a banana escorregar e cair num oco de pau.
  • C) o macaco comer banana num galho de pau.
  • D) o macaco pedir ao pau que lhe desse a banana.
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A resposta correta é a letra B)

A resposta correta para a questão é a letra B, conforme indicado no texto fornecido. A explicação detalhada é apresentada a seguir:

O texto narrativo "O Macaco Perdeu a Banana", de Luís da Câmara Cascudo, descreve uma sequência de eventos que se inicia com um incidente específico. Analisando as alternativas:

Alternativa A: O ferreiro se recusar a ajudar o macaco - Este é um evento posterior na cadeia de acontecimentos, não a origem.

Alternativa B: A banana escorregar e cair num oco de pau - Corresponde exatamente ao fato inicial descrito no texto: "a fruta lhe escorregou da mão e caiu num oco de árvore". Este é o evento desencadeador de toda a sequência narrativa.

Alternativa C: O macaco comer banana num galho de pau - Embora seja a situação inicial, não constitui o fato gerador do problema, mas sim o contexto onde ocorreu o incidente.

Alternativa D: O macaco pedir ao pau que lhe desse a banana - Representa a primeira tentativa de resolução do problema, não sua causa original.

A estrutura narrativa segue um padrão cumulativo típico dos contos tradicionais, onde cada evento decorre do anterior. O momento crucial que deu origem a toda a cadeia de eventos foi precisamente o acidente da banana escorregar das mãos do macaco e cair no oco da árvore, tornando a alternativa B a correta.

Questão 6

A girafa sem sono

    Naquela noite, enquanto todos os animais da floresta já estavam dormindo há muito tempo, a girafa andava pra lá e pra cá e não conseguia pegar no sono.

    — É falta de um bom travesseiro! — falou uma árvore que estava lá perto. — Mas eu tenho um sob medida para você. É só encostar sua cabeça no meio destes dois galhos e você dormirá sossegada até o dia amanhecer.

    — É verdade! Como é que eu não tinha pensado nisso! — disse a girafa, e encostou a cabeça no meio dos dois galhos da árvore.

    Mas logo em seguida pensou: “Eta travesseiro duro que eu arranjei! Nunca vou conseguir pegar no sono com um travesseiro tão duro como este”.

    — Que tal, então, você encostar a cabeça em alguma coisa mais fofa e macia, para dormir e ter os mais lindos sonhos da sua vida? — falou uma nuvem que estava de passagem.

    — É verdade! Como é que eu não tinha pensado nisso! — disse a girafa e encostou a cabeça na nuvem.

    Mas logo em seguida pensou: ”E se essa coisa fofa e macia derreter e virar chuva, onde vai parar minha cabeça? Nunca vou conseguir pegar no sono com um travesseiro tão mole como este”.

LACOCCA, Liliana. A girafa sem sono. São Paulo, Ática, Coleção Labirinto.

O que deu origem à história narrada foi o fato de

  • A) a girafa estar sem sono.
  • B) a nuvem conversar com a girafa.
  • C) a árvore atrapalhar o sono da girafa.
  • D) a girafa estar sem um bom travesseiro.
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A resposta correta é a letra D)

O texto "A Girafa Sem Sono" apresenta uma narrativa onde o conflito central gira em torno da dificuldade da personagem principal em encontrar uma posição confortável para dormir. A análise da questão deve considerar o elemento que desencadeia toda a sequência de eventos da história.

A alternativa A) "a girafa estar sem sono" representa a situação inicial, mas não constitui a causa primária da trama. O insônia é a consequência, não a origem do problema narrativo.

A alternativa B) "a nuvem conversar com a girafa" ocorre tardiamente no desenvolvimento da história, sendo um dos desdobramentos da situação inicial, não sua origem.

A alternativa C) "a árvore atrapalhar o sono da girafa" apresenta uma interpretação equivocada, pois a árvore tenta ajudar oferecendo uma solução, não atrapalhar o sono da personagem.

A alternativa D) "a girafa estar sem um bom travesseiro" identifica corretamente o núcleo do conflito. A falta de um travesseiro adequado para seu pescoço longo é o problema central que motiva todas as interações subsequentes com a árvore e a nuvem, constituindo assim o elemento gerador da narrativa.

Portanto, a resposta correta é a letra D, pois capta a essência do problema que dá origem à sequência de eventos da história: a busca por uma solução para a falta de um travesseiro adequado às características físicas da girafa.

Questão 7

O LOBO DESATENTO

    Certa noite, um lobo andava pela floresta em busca de comida. E já estava empenhado nessa tarefa havia um bom tempo, sem qualquer resultado prático, quando sentiu no ar o cheiro de carneiros. “Até que enfim!”, foi o pensamento que lhe veio à cabeça de imediato, e então, imaginando o que de bom poderia encontrar mais adiante para aplacar a fome que sentia, ele caminhou rapidamente na direção que o seu faro indicava.

    Logo à frente, as árvores davam lugar a uma grande área coberta de relva, e era nesse pedaço de chão que os carneiros descansavam protegidos por um cão. O lobo não se preocupou com isso. O que fez foi sair andando passo a passo, o mais devagar que podia, procurando se aproximar do ponto que ficava mais distante do vigia, onde algumas das possíveis presas dormiam sossegadas.

    E já estava quase lá, quando uma de suas patas traseiras descuidou-se um momento e pisou em um pedaço de tábua já meio apodrecido. Esta rangeu sob o peso do animal, e o barulho que fez soou tão alto em meio ao silêncio da noite que acordou o cão de guarda, fazendo-o sair na mesma hora em perseguição ao lobo desastrado. Que por sua vez, coitado, não teve outra coisa a fazer senão fugir em desabalada carreira, esfomeado e sem alimento.

Moral da história: Quem não presta atenção no que faz, algum dia vai acabar se metendo em apuros.

Disponível em: http://www.fernandodannemann.recantodasletras. com.br>. Acesso em: 5 abr. 2010.

Nesse texto, o que deu origem aos fatos narrados foi o

  • A) cão perseguir o lobo quando ele pisou na tábua.
  • B) cão vigiar os carneiros que dormiam sossegados.
  • C) lobo andar desatento à noite pela floresta.
  • D) lobo sentir cheiro de carneiros na floresta.
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A resposta correta é a letra D)

Esta questão de interpretação textual requer a identificação do evento que desencadeou toda a sequência narrativa apresentada na fábula "O Lobo Desatento".

A análise deve considerar que:

  • A opção A descreve uma consequência dos eventos, não sua origem
  • A opção B apresenta uma circunstância preexistente na narrativa
  • A opção C caracteriza uma condição do personagem, mas não o fato gerador
  • A opção D identifica o momento catalisador da trama

A resposta correta é a letra D porque o fato de o lobo sentir o cheiro dos carneiros foi o evento inicial que motivou toda a sequência de ações subsequentes: sua decisão de seguir o odor, sua aproximação furtiva, o acidente com a tábua e consequentemente a perseguição pelo cão. Sem este evento desencadeador, os demais fatos narrativos não teriam ocorrido.

O texto estabelece claramente uma relação causal onde a percepção olfativa do lobo funciona como elemento propulsor da narrativa, tornando-se assim a verdadeira origem dos fatos subsequentes.

Questão 8

OS SONHOS DE JOSAFÁ

    Josafá gostava muito de dormir. Dormia a toda hora e em todos os lugares. Debaixo da lua, debaixo do sol, tanto fazia. E, quanto mais dormia, mais sonhava.

    Um dia, Josafá resolveu, depois de cada despertar, contar seus sonhos à primeira pessoa que encontrasse. […]

    Então, contou o primeiro sonho…

    Antoninho passava pela estradinha de terra que ia dar no Córrego de Areia, quando ouviu um grito. Era Josafá, acabando de acordar:

    — Êi! Êi! Eu sonhei com um peixe. Você conhece o peixe que morava debaixo da ponte do rio Jaguaribe? Não?

    Ele tem um telefone celular, sabia? (Isso não estava no sonho, mas Josafá achou por bem inventar) Ele me disse que um velho danado queria fazer dele seu almoço.

    E sabe o que o peixe fez? Nadou, nadou e nadou para bem longe…

    O garotinho, que não era bobo, olhou de um jeito engraçado para Josafá e respondeu:

    — Nadou para bem longe, foi? Pois seu sonho não salvou o peixinho…

    — Por quê? — espantou-se Josafá.

    — Ora, porque meu nome é Antoninho Velho. Se ele nadou, não sei. Sei que acabei de almoçar um peixinho…. — e saiu correndo, deixando o sonhador vendo bolhas de sonho explodindo no ar.

Pieiro, Jorge. Os sonhos de Josafá, Fortaleza: Secretaria de Educação Básica, 2007.

O que fez com que essa história acontecesse?

  • A) A informação inventada sobre o peixe.
  • B) A resposta inesperada do Antoninho.
  • C) O encontro de Josafá com Antoninho.
  • D) O relato do sonho com o peixe.
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A resposta correta é a letra D)

A resposta correta é a letra D) O relato do sonho com o peixe.

O elemento central que desencadeia toda a sequência narrativa é justamente o momento em que Josafá decide compartilhar seu sonho com Antoninho. Sem este relato inicial, não haveria base para o desenvolvimento da história. A informação inventada sobre o celular (alternativa A) constitui apenas um detalhe secundário acrescentado por Josafá. O encontro entre os personagens (alternativa C) estabelece o cenário, mas não é o fator determinante. Já a resposta inesperada de Antoninho (alternativa B) representa a consequência do relato, não sua causa. A essência da narrativa reside no ato de contar o sonho, que funciona como o motor propulsor dos eventos subsequentes e do desfecho surpreendente.

Questão 9

O Leão e o Inseto

    Um Inseto se aproximou de um Leão e disse sussurrando em seu ouvido: “Não tenho nenhum medo de você, nem acho você mais forte que eu. Se você duvida disso, eu o desafio para uma luta, e, assim, veremos quem será o vencedor.”

    E voando rapidamente sobre o Leão, deu-lhe uma ferroada no nariz. O Leão, tentando pegá-lo com as garras, apenas atingia a si mesmo, ficando, assim, bastante ferido.

    Desse modo, o Inseto venceu o Leão, e entoando o mais alto que podia uma canção que simbolizava sua vitória sobre o Rei dos animais, foi embora relatar seu feito para o mundo.

    Mas, na ânsia de voar para longe e rapidamente espalhar a notícia, acabou preso numa teia de aranha.

    Então se lamentou dizendo: “Ai de mim, eu que sou capaz de vencer a maior das feras, fui vencido por uma simples Aranha.”

Moral da História: O menor dos nossos inimigos é frequentemente o mais perigoso.

ESOPO. Disponível em: http://sitededicas.uol.com.br. Acesso em: 24 mar. 2010.

No final dessa história, o inseto

  • A) comemorou a vitória com os animais.
  • B) desafiou o leão para uma luta.
  • C) foi derrotado por uma aranha.
  • D) fugiu da luta voando rapidamente.
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A resposta correta é a letra C)

O texto apresenta a fábula "O Leão e o Inseto", onde um pequeno inseto desafia e vence um leão através de sua agilidade, mas acaba sendo capturado por uma aranha ao tentar espalhar a notícia de sua vitória.

A questão pede para identificar o que aconteceu com o inseto no final da história. Analisando o desfecho:

O inseto conseguiu vencer o leão através de sua esperteza e agilidade, mas ao voar rapidamente para espalhar a notícia de sua vitória, acabou preso em uma teia de aranha. O próprio inseto lamenta sua situação, dizendo: "Ai de mim, eu que sou capaz de vencer a maior das feras, fui vencido por uma simples Aranha."

Portanto, a alternativa correta é a letra C) "foi derrotado por uma aranha", pois descreve precisamente o que ocorreu com o inseto no desfecho da narrativa.

As outras alternativas estão incorretas porque:

- A) O inseto não comemorou com outros animais, mas tentou voar para espalhar a notícia

- B) O desafio ao leão ocorreu no início da história, não no final

- D) A fuga voando rapidamente aconteceu após a vitória, mas não foi o evento final da história

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Questão 10

Vegetais debaixo d’água

    A turma ficou encantada com tudo. De manhã, conheceram tanta coisa, se divertiram e caminharam tanto… já estavam ficando “azuis” de fome.

    De repente, o senhor Samuel disse:

    — Pessoal, o almoço está na mesa!

    Quando todos estavam assentados, começaram a comer as saladas. Uma era mais gostosa que a outra, todas muito fresquinhas. […] Luísa descobriu que eram verduras hidropônicas e comentou:

    — Queria tanto ver como isso funciona.

    Toda a turma havia planejado ver os cavalos no pasto, mas seguiu o senhor Samuel até um lugar parecido com uma tenda, onde havia diversas caixas suspensas.

    — O que é isso?

    — São caixas para hidroponia – explicou o senhor Samuel, mostrando que essa é uma técnica de cultivo que não usa terra. […] É que a hidroponia oferece as mesmas condições que o cultivo comum de verduras. Essas caixas que vocês estão vendo são cobertas por isopor. É ele que sustenta a planta, separando a raiz das folhas. Por baixo, corre água com nutrientes em períodos alternados para que a raiz também possa respirar.

    — Mas qual é a vantagem? Parece que dá mais trabalho, perguntou o Cazuza.

    — Ao contrário. Dá menos trabalho. Com a hidroponia, a planta tem capacidade de crescer mais rápido.

    — Que legal! Verduras fazem muito bem à saúde… — Comentou Quico, lembrando-se do delicioso almoço que a […] cozinheira tinha preparado.

Nosso Amiguinho. n. 9, ano 57, mar. 2010, p. 31-32. Fragmento.

O que deu origem aos fatos narrados nesse texto foi

  • A) a curiosidade de Luísa.
  • B) a separação das raízes.
  • C) o desejo de ver os cavalos.
  • D) o chamado para o almoço.
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A resposta correta é a letra A)

O texto apresenta uma sequência narrativa onde os eventos se desenrolam a partir do interesse específico de um personagem. Após o almoço, Luísa expressa sua curiosidade sobre as verduras hidropônicas com a frase: "Queria tanto ver como isso funciona". Esse comentário direto desvia o plano original da turma (visitar os cavalos) e motiva a visita ao sistema de cultivo hidropônico, tornando-se o elemento catalisador para os fatos subsequentes.

As demais alternativas não se sustentam como origem dos eventos:

  • A separação das raízes (B) é uma característica técnica do sistema, não um motivador narrativo
  • O desejo de ver cavalos (C) representa o plano original que foi abandonado
  • O chamado para o almoço (D) antecede temporalmente, mas não desencadeia a exploração da hidroponia

Portanto, é a manifestação de curiosidade de Luísa que redireciona a ação e dá início à sequência explicativa sobre hidroponia, configurando-se como o verdadeiro elemento gerador dos fatos narrados.

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