Questões Sobre Artrópodes - Biologia - concurso

A cabeça dos insetos é uma estrutura complexa e altamente especializada, composta por diversos escleritos e apêndices que desempenham funções essenciais para sua sobrevivência. A disposição desses apêndices segue uma ordem específica no sentido anterior-posterior, o que permite identificar a alternativa correta entre as opções apresentadas.

Os apêndices cefálicos dos insetos, em sua sequência correta, são: antena, mandíbula, maxila e lábio. Essa organização reflete a anatomia funcional desses organismos, onde as antenas atuam como órgãos sensoriais, as mandíbulas e maxilas são responsáveis pela manipulação e ingestão de alimentos, e o lábio fecha a estrutura bucal.

Analisando as alternativas:

• A) Incorreta - inverte a posição da maxila e mandíbula.
• B) Correta - apresenta a sequência exata: antena, mandíbula, maxila, lábio.
• C) Incorreta - coloca o lábio antes da maxila e mandíbula.
• D) Incorreta - posiciona o lábio na frente da antena.
• E) Incorreta - inverte a ordem do lábio e também troca maxila e mandíbula.

Portanto, a alternativa B é a única que apresenta a sequência anatômica correta dos apêndices cefálicos dos insetos, conforme demonstrado pela morfologia comparada e estudos entomológicos.

As asas dos insetos possuem veias que recebem nomes específicos e que são fundamentais para a identificação de determinados grupos. Essa nomenclatura muitas vezes é específica em determinados grupos, embora o sistema de Comstock-Needham seja o padrão mais amplamente utilizado.

O sistema de Comstock-Needham estabelece uma sequência anterior-posterior para nomear as principais veias das asas dos insetos. Essa sequência é crucial para a classificação e o estudo da morfologia desses organismos. A alternativa correta que representa a ordem das veias de acordo com esse sistema é:

E) costa, subcosta, radius, média, cúbita e anal.

Essa sequência reflete a disposição anatômica das veias, começando pela costa, que é a veia mais anterior, seguida pela subcosta, radius, média, cúbita e, finalmente, a veia anal, que é a mais posterior. Portanto, a alternativa E está correta.

Cada segmento do tórax dos insetos é composto por escleritos que recebem denominações específicas, conforme a sua posição anatômica. A alternativa correta que identifica esses escleritos de maneira precisa é a letra E).

Essa alternativa descreve corretamente a organização dos escleritos no tórax dos insetos:

• Noto dorsal: localizado na região superior (dorsal) do segmento.
• Esterno ventral: situado na parte inferior (ventral) do segmento.
• Pleurons laterais: posicionados nas laterais do segmento, conectando as regiões dorsal e ventral.

Essa disposição é fundamental para a estruturação do exoesqueleto e para a movimentação dos insetos, já que os pleurons laterais frequentemente abrigam as articulações das pernas e asas, quando presentes.

As demais alternativas apresentam combinações incorretas desses escleritos, invertendo suas posições anatômicas ou atribuindo nomes errados às estruturas.

Os holometábolos representam um dos grupos mais bem-sucedidos e diversificados dentro dos Hexapoda, abrangendo mais de meio milhão de espécies descritas. Esse sucesso evolutivo está intimamente ligado à sua metamorfose completa, um processo que envolve estágios distintos: ovo, larva, pupa e adulto. Essa característica permite uma divisão clara de nichos ecológicos entre as fases imaturas e adultas, reduzindo a competição intraespecífica e favorecendo a especialização.

Dentre as alternativas apresentadas, a opção C) Mecoptera, Coleoptera, Trichoptera, Megaloptera é a única que reúne exclusivamente ordens holometábolas. Vamos analisar cada uma delas:

• Mecoptera: Inclui espécies como os "mosquitos-escorpião", todos com desenvolvimento holometábolo.
• Coleoptera: A ordem dos besouros, a mais diversa do reino animal, é inteiramente holometábola.
• Trichoptera: Conhecidos como "friganários", possuem ciclo de vida com metamorfose completa.
• Megaloptera: Inclui espécies como as "formigas-leão", todas holometábolas.

As demais alternativas contêm ordens que não são holometábolas, como Thysanoptera (alternativa A), Phthiraptera e Psocoptera (alternativas B, D e E), que apresentam desenvolvimento hemimetábolo ou ametábolo. Portanto, a resposta correta é, de fato, a alternativa C.

Essa distinção é crucial para compreender a evolução e a diversificação dos insetos, destacando a importância da metamorfose completa como um fator-chave para o sucesso ecológico dos holometábolos.

Os Pterygota, grupo que engloba a maioria dos insetos alados, são tradicionalmente divididos em dois clados principais com base na morfologia das asas: os Paleoptera (paleópteros) e os Neoptera (neópteros). Essa classificação reflete diferenças estruturais cruciais, principalmente relacionadas à capacidade de dobrar as asas sobre o abdômen em repouso.

Analisando as alternativas:

• A) Incorreta. A afirmação inverte a relação entre ortopteróides e hemipteróides com os clados. Ortopteróides (como gafanhotos e baratas) são Neoptera, enquanto hemipteróides (como percevejos) também pertencem aos Neoptera.
• B) Incorreta. Endopterygota (insetos com metamorfose completa) são todos Neoptera, sem exceção. Nenhuma ordem basal desse grupo apresenta morfologia paleóptera.
• C) Incorreta. Ephemeroptera (efêmeras) são classicamente paleópteros, incapazes de dobrar as asas verticalmente, enquanto Zoraptera (insetos pouco conhecidos) são Neoptera.
• D) Incorreta. Dictyoptera (grupo que inclui baratas, cupins e louva-a-deus) são todos Neoptera, contradizendo a afirmação.
• E) Correta. A ordem Ephemeroptera é composta por paleópteros (asas rígidas que não dobram sobre o corpo), enquanto Zoraptera são Neoptera (asas dobráveis, quando presentes). Essa é a única descrição precisa entre as opções.

Portanto, a alternativa E é a única que apresenta corretamente a divisão entre os clados, destacando características morfológicas fundamentais para a classificação dos Pterygota.

O Filo Arthropoda é um dos grupos mais diversificados e bem-sucedidos do reino animal, representando mais da metade das espécies descritas no planeta. No entanto, sua sistemática enfrenta desafios significativos que dificultam a reconstrução filogenética precisa. Entre os pontos que complicam esse processo, exceto:

• A) A ausência de um registro fóssil robusto, devido à baixa taxa de fossilização do exoesqueleto fragmentado, limita a compreensão da evolução do grupo.
• B) A grande diversificação dos artrópodes, resultado de radiações adaptativas e múltiplos eventos de especiação, dificulta a identificação de sinapomorfias claras entre as linhagens.
• C) O dimorfismo sexual acentuado em algumas espécies exige a utilização de marcadores moleculares ou testes de cruzamento para confirmar a coespecificidade.
• D) A antiguidade da radiação das principais linhagens, ocorrida há mais de 500 milhões de anos, favorece o surgimento de homoplasias, que podem obscurecer as verdadeiras relações evolutivas.
• E) Os debates acalorados em reuniões científicas, embora possam gerar controvérsias, não são um obstáculo intrínseco ao estabelecimento de hipóteses filogenéticas.

O gabarito correto é E), pois, diferentemente dos outros fatores listados, os debates acadêmicos não representam uma barreira metodológica ou biológica para a sistemática dos artrópodes. As demais alternativas destacam desafios reais, como lacunas no registro fóssil, complexidade evolutiva e dificuldades taxonômicas, que efetivamente complicam a reconstrução filogenética desse grupo tão diverso.

A internet é uma ferramenta essencial na era digital, especialmente para pesquisas acadêmicas. No entanto, a confiabilidade das informações disponíveis online pode ser questionável, exigindo critérios de avaliação rigorosos. No contexto de uma pesquisa sobre filos e classes de animais, um colega propôs um roteiro de busca com quatro orientações. Analisando cada uma delas, é possível identificar quais são realmente precisas.

A primeira afirmação sugere que a expressão corpo segmentado retornará apenas artrópodes. Embora os artrópodes de fato possuam essa característica, outros grupos, como os anelídeos, também apresentam segmentação corporal. Portanto, essa orientação não é totalmente correta.

A segunda indicação afirma que sistema ambulacral é suficiente para encontrar equinodermos. Essa informação está correta, pois o sistema ambulacral é uma característica exclusiva desse filo, sendo uma referência confiável para identificá-los.

A terceira orientação propõe que as palavras-chave enterocelomados e deuterostômios resultarão apenas em cordados. No entanto, esses termos também se aplicam a equinodermos, que compartilham essas características com os cordados. Logo, a afirmação está incorreta.

Por fim, a quarta sugestão recomenda a expressão anelídeos marinhos com parapódios para encontrar poliquetas. Essa informação é precisa, já que os poliquetas são anelídeos marinhos que possuem parapódios, estruturas especializadas para locomoção.

Conclui-se que apenas as afirmações II e IV estão corretas, correspondendo à alternativa D do gabarito.

A classificação dos seres vivos é uma ferramenta essencial para compreender a diversidade biológica e organizar o conhecimento sobre as diferentes espécies. No caso dos artrópodes, esse grupo é dividido em classes com base em características morfológicas e biológicas específicas. Analisando os exemplares apresentados pelos alunos—aranha, escorpião, borboleta e abelha—é possível identificar suas classificações corretas dentro do filo Arthropoda.

A aranha e o escorpião pertencem à classe dos aracnídeos, que se caracterizam por possuir quatro pares de patas, corpo dividido em cefalotórax e abdômen, e ausência de antenas. Já a borboleta e a abelha são insetos, classe que apresenta três pares de patas, corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen, além de um par de antenas e, em muitos casos, asas. Portanto, a sequência correta de classificação é: Aracnídeo (aranha), Aracnídeo (escorpião), Inseto (borboleta), Inseto (abelha).

As alternativas incorretas apresentam erros como incluir crustáceos ou lagartídeos, que não correspondem às características dos animais em questão, ou sugerir que todos são insetos, ignorando as particularidades dos aracnídeos. Dessa forma, a alternativa C é a única que reflete com precisão a classificação taxonômica adequada.

A entomologia forense urbana, conforme mencionado no texto, é descrita como um estudo específico sobre infestação de pragas causadas por artrópodes, aplicado a litígios envolvendo serviços de limpeza em ambientes como shopping centers. No entanto, essa definição está incorreta.

A entomologia forense urbana, na verdade, refere-se ao uso de insetos e outros artrópodes para investigar questões legais em ambientes urbanos, como determinar a causa ou o tempo de morte em casos criminais, identificar negligência em condições sanitárias ou até mesmo rastrear a origem de drogas ou produtos ilegais. Ela não se limita a disputas contratuais relacionadas a serviços de limpeza.

Portanto, a afirmação apresentada no item está errada, pois distorce o escopo real da entomologia forense urbana, que possui aplicações mais amplas e técnicas do que simples litígios envolvendo contratos de limpeza.

A entomologia forense é uma área interdisciplinar que utiliza o estudo de insetos e outros artrópodes para auxiliar investigações criminais. Um dos aspectos centrais dessa ciência é a análise do desenvolvimento dos insetos, especialmente dípteros (moscas e mosquitos), para estimar o intervalo pós-morte em cenas de crime.

O item em questão afirma que o desenvolvimento pós-embrionário dos dípteros ocorre por metamorfose incompleta, com as larvas passando por três ou mais mudas de pele até atingirem a fase adulta. Esta afirmação está incorreta, pois os dípteros apresentam metamorfose completa (holometabolismo), que inclui quatro estágios distintos: ovo, larva, pupa e adulto.

Na realidade, a metamorfose incompleta (hemimetabolismo) é característica de outros grupos de insetos, como baratas e gafanhotos, onde os jovens já se assemelham aos adultos e não passam pelo estágio de pupa. Portanto, o gabarito correto para a afirmação apresentada é E) ERRADO.

Esse conhecimento é fundamental para a entomologia forense, pois o correto entendimento do ciclo de vida dos insetos necrófagos permite estimativas mais precisas do tempo de morte, auxiliando significativamente nas investigações criminais.