As florestas tropicais estão entre os maiores, mais diversos e complexos biomas do planeta. Novos estudos sugerem que elas sejam potentes reguladores do clima, ao provocarem um fluxo de umidade para o interior dos continentes, fazendo com que essas áreas de floresta não sofram variações extremas de temperatura e tenham umidade suficiente para promover a vida. Um fluxo puramente físico de umidade do oceano para o continente, em locais onde não há florestas, alcança poucas centenas de quilômetros. Verifica-se, porém, que as chuvas sobre florestas nativas não dependem da proximidade do oceano. Esta evidência aponta para a existência de uma poderosa “bomba biótica de umidade” em lugares como, por exemplo, a bacia amazônica. Devido à grande e densa área de folhas, as quais são evaporadores otimizados, essa “bomba” consegue devolver rapidamente a água para o ar, mantendo ciclos de evaporação e condensação que fazem a umidade chegar a milhares de quilômetros no interior do continente. A. D. Nobre. Almanaque Brasil Socioambiental. Instituto Socioambiental, 2008, p. 368-9 (com adaptações). As florestas crescem onde chove, ou chove onde crescem as florestas? De acordo com o texto,
As florestas tropicais estão entre os maiores, mais diversos e complexos biomas do planeta. Novos estudos sugerem que elas sejam potentes reguladores do clima, ao provocarem um fluxo de umidade para o interior dos continentes, fazendo com que essas áreas de floresta não sofram variações extremas de temperatura e tenham umidade suficiente para promover a vida. Um fluxo puramente físico de umidade do oceano para o continente, em locais onde não há florestas, alcança poucas centenas de quilômetros. Verifica-se, porém, que as chuvas sobre florestas nativas não dependem da proximidade do oceano. Esta evidência aponta para a existência de uma poderosa “bomba biótica de umidade” em lugares como, por exemplo, a bacia amazônica. Devido à grande e densa área de folhas, as quais são evaporadores otimizados, essa “bomba” consegue devolver rapidamente a água para o ar, mantendo ciclos de evaporação e condensação que fazem a umidade chegar a milhares de quilômetros no interior do continente.
A. D. Nobre. Almanaque Brasil Socioambiental. Instituto Socioambiental, 2008, p. 368-9 (com adaptações).
As florestas crescem onde chove, ou chove onde crescem as florestas? De acordo com o texto,
- A)onde chove, há floresta.
- B)onde a floresta cresce, chove.
- C)onde há oceano, há floresta.
- D)apesar da chuva, a floresta cresce.
- E)no interior do continente, só chove onde há floresta.
Resposta:
A alternativa correta é B)
As florestas tropicais desempenham um papel fundamental na regulação do clima global, atuando como verdadeiras "bombas bióticas de umidade". O texto apresentado destaca a capacidade única desses ecossistemas de promover um fluxo contínuo de umidade para o interior dos continentes, fenômeno que vai além do processo físico de evaporação oceânica. Enquanto a umidade proveniente dos oceanos penetra apenas algumas centenas de quilômetros em áreas desprovidas de vegetação, as florestas tropicais, como a Amazônia, conseguem transportar essa umidade por milhares de quilômetros, criando seu próprio regime de chuvas.
O mecanismo descrito no texto revela uma relação simbiótica entre a floresta e o clima: a densa cobertura vegetal, com suas folhas atuando como evaporadores otimizados, recicla a água através de sucessivos ciclos de evaporação e condensação. Esse processo não apenas mantém a umidade necessária para a própria floresta, como também regula as temperaturas e permite a existência de ecossistemas em regiões continentais distantes dos oceanos. A evidência de que as chuvas sobre florestas nativas não dependem da proximidade oceânica reforça a tese de que são as florestas que geram as condições para a precipitação, e não o contrário.
Diante dessa análise, fica claro que a alternativa correta é a B) "onde a floresta cresce, chove", pois o texto demonstra que a presença da floresta é o fator determinante para a ocorrência de chuvas, especialmente no interior dos continentes. As outras alternativas não capturam a essência do processo descrito: a A) inverte a relação de causalidade; a C) ignora o papel das florestas continentais; a D) sugere uma relação adversa inexistente no texto; e a E) é muito restritiva, já que o texto não afirma que só chove onde há floresta, mas sim que a floresta amplia significativamente a ocorrência de chuvas.
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