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Em 1982, o químico norte-americano Thomas Cech descobriu ribozimas que funcionam com RNA catalítico independente e, em 2002, o biólogo molecular Gerald Joyce produziu uma enzima RNA capaz de se copiar, permitindo crescimento exponencial e evolução autossustentável. Estas descobertas corroboravam uma proposta da década de 1960, dos cientistas britânicos Francis Crick e Leslie Orgel, de que todos os sistemas prebióticos e protobiontes poderiam ter sido baseados no RNA – a chamada hipótese Leslie Orgel do “Mundo do RNA”.

CHAMARY, JV. 50 ideias de biologia que você precisa conhecer.

São Paulo: Planeta do Brasil, 2019. P.20.

Segundo essa hipótese, o controle genético por RNA não foi capaz de se manter como uma unidade padrão dos seres vivos ao longo do tempo, dando espaço para o estabelecimento de um novo tipo de molécula informacional baseado no DNA.

Uma das prováveis justificativas para a ocorrência desta mudança de padrão ao longo da história da vida se baseia na

Resposta:

A alternativa correta é letra C) estabilidade química fornecida pela dupla cadeia presente no DNA, favorecendo uma maior preservação das informações genéticas se comparadas com as moléculas de cadeia simples de RNA.

Gabarito da banca: Letra "C"

Entendimento: Letra "C"


Acompanhe minha análise:

 

a)  incapacidade do RNA em armazenar informações genéticas já que apresenta, apenas, uma única cadeia polinucleotídica na sua estrutura molecular.

ERRADA. Armazena sim. É uma molécula tanto informacional quanto catalítica.


b)  presença da ribose, como molécula de carboidrato dos nucleotídeos de RNA, que impede um pareamento específico entre bases púricas e bases pirimídicas.

ERRADA. O examinador foi criativo aqui. O RNA é cadeia simples, e não dupla como no DNA. Anote aí:

 A ribose, como a glicose e outros carboidratos simples, pode ser formada a partir de formaldeído (HCHO), um composto químico simples facilmente produzido em experimentos laboratoriais que tentam simular as condições da Terra primitiva. O açúcar desoxirribose é mais difícil de produzir e, nas células atuais, é produzido a partir da ribose em uma reação catalisada por uma enzima proteica, sugerindo que a ribose precedeu a desoxirribose nas células. Possivelmente, o DNA apareceu no cenário mais tarde, porém provou ser mais adaptado do que o RNA como um repositório permanente da informação genética. Particularmente, a desoxirribose na sua cadeia principal de açúcar-fosfato produz cadeias de DNA quimicamente mais estáveis que as cadeias de RNA, de tal forma que os DNAs de comprimentos maiores podem ser mantidos sem quebras. (p. 366, grifo meu).

Referência: ALBERTS, B. et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.


c)  estabilidade química fornecida pela dupla cadeia presente no DNA, favorecendo uma maior preservação das informações genéticas se comparadas com as moléculas de cadeia simples de RNA.

CORRETA. Anote aí:

Já que o RNA pode ser tanto informacional (na sua sequência de nucleotídeos) quanto catalítico (em razão da sua capacidade de assumir formas tridimensionais características), foi sugerido que a vida primitiva consistia em um “mundo de RNA” – um mundo antes do DNA. Acredita-se que quando o RNA foi construído pela primeira vez, ele pode ter atuado como um catalisador de sua própria replicação, assim como para a síntese de proteínas. O DNA pode ter evoluído a partir do RNA [...]. Várias linhas de evidência corroboram esse cenário:

 

• nos organismos vivos atuais, a formação de ligações peptídicas [...] é catalisada pelas ribozimas;

 

• em certos vírus denominados retrovírus, existe uma enzima, a transcriptase reversa, que catalisa a síntese de DNA a partir de RNA;

 

• quando uma molécula de RNA pequena, que ocorre naturalmente, é adicionada a uma mistura de nucleotídeos, polímeros de RNA são formados a uma taxa 7 milhões de vezes superior à formação desses polímeros na ausência do RNA adicionado. Isso indica que o RNA adicionado é um catalisador, não apenas um molde;

 

• foi desenvolvida uma ribozima artificial que pode catalisar a montagem de pequenos RNAs em moléculas maiores que são uma exata cópia de si mesmas. Este pode ter sido o modo como a replicação de ácidos nucleicos evoluiu. (p. 76, grifo meu).

Referência: SADAVA, D. et al. Vida: a ciência da biologia. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020. v. 1. Constituintes químicos da vida, células e genética.


d)  inflexibilidade da estrutura do RNA às variações de temperatura do ambiente o que impede a ocorrência de alterações da forma tridimensional da molécula por desnaturação.

ERRADA. Não é "inflexibilidade", mas sim resistência à temperatura.


e)  capacidade do DNA em não sofrer mutações ao longo do tempo geológico, mantendo a inviolabilidade da informação genética desde os primórdios da vida na presença dos protobiontes.

ERRADA. Sofre sim as mutações.

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