Questões Sobre Ciclos biogeoquímicos - Biologia - concurso

No ciclo natural do carbono, a dinâmica entre os processos de fotossíntese e respiração mantém um equilíbrio essencial para a vida na Terra. Os vegetais terrestres absorvem aproximadamente 120 bilhões de toneladas de carbono da atmosfera por meio da fotossíntese, enquanto uma quantidade equivalente é devolvida à atmosfera pela respiração. Esse retorno do carbono ocorre principalmente por meio de dois grupos: os vegetais e animais macroscópicos (grupo 1) e os decompositores do solo, como bactérias e fungos (grupo 2).

A questão central é entender como esses dois grupos contribuem proporcionalmente para a liberação de carbono. Embora os decompositores sejam frequentemente associados à maior parte da decomposição da matéria orgânica, no contexto do ciclo natural do carbono, a contribuição dos vegetais e animais macroscópicos é significativa. Estudos indicam que ambos os grupos participam de forma equilibrada, com cada um sendo responsável por cerca de 50% da liberação total de carbono na atmosfera.

Portanto, a alternativa correta é a C) 50% e 50%, que reflete essa distribuição equilibrada entre os dois grupos no processo de respiração e decomposição dentro do ciclo do carbono.

O albedo médio da Terra desempenha um papel crucial na regulação da temperatura global, pois determina a quantidade de radiação solar refletida de volta ao espaço. Uma diminuição de apenas 1% no albedo pode elevar a temperatura média do ar em 0,75°C, evidenciando a sensibilidade do clima a esse fator. Diante disso, estratégias como o plantio de árvores em larga escala são frequentemente propostas para mitigar o efeito estufa. No entanto, essa prática apresenta efeitos complexos e, por vezes, contraditórios, conforme ilustrado pelas afirmações analisadas.

A primeira afirmação (I) está correta, pois as árvores atuam como sumidouros de carbono, absorvendo CO₂ da atmosfera durante a fotossíntese. Esse processo reduz a concentração de gases do efeito estufa, contribuindo para a diminuição das temperaturas globais. Portanto, o armazenamento de CO₂ é um benefício direto do reflorestamento.

A segunda afirmação (II) também está correta. Árvores geralmente possuem albedo menor do que terras agrícolas, especialmente quando comparadas a cultivos de cor clara ou solos expostos. Ao substituir áreas de alto albedo por vegetação mais escura, menos radiação solar é refletida, aumentando a absorção de calor pela superfície e, consequentemente, elevando as temperaturas locais.

Já a terceira afirmação (III) é incorreta, pois contradiz o efeito real das árvores sobre o albedo. A vegetação tende a reduzir, e não aumentar, a reflexão da radiação solar, conforme explicado anteriormente. Dessa forma, apenas as afirmações I e II estão corretas, tornando a alternativa C) a resposta adequada.

Essa análise demonstra que o plantio de árvores, embora benéfico para o sequestro de carbono, pode ter efeitos colaterais no balanço energético da Terra. Portanto, estratégias de mitigação climática devem considerar múltiplos fatores, incluindo as interações entre albedo, ciclo do carbono e dinâmica ecossistêmica, para evitar consequências não intencionais.

A constituição do solo de uma área com vegetação é profundamente influenciada pelos tipos de plantas que ali se desenvolvem. Um dos elementos mais importantes nesse processo é a serapilheira, camada formada por folhas, galhos e outros materiais orgânicos em decomposição. Essa matéria orgânica é transformada em húmus graças à ação de microrganismos e animais decompositores, enriquecendo o solo com nutrientes essenciais para o crescimento das plantas.

O húmus, como adubo natural, desempenha funções vitais para a fertilidade do solo. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a C), pois o húmus fornece aos vegetais nitrogênio e microminerais, elementos fundamentais para seu desenvolvimento. O nitrogênio, por exemplo, é um componente essencial para a síntese de proteínas e clorofila, enquanto os microminerais atuam em processos enzimáticos e metabólicos.

As outras alternativas não correspondem à principal função do húmus:

• A) O húmus não é uma fonte direta de carboidratos ou vitaminas para as plantas.
• B) Embora um solo saudável possa indiretamente fortalecer as plantas, o húmus não tem a função específica de proteger as raízes contra pragas.
• D) A correção do pH do solo, especialmente em regiões como o Cerrado, geralmente requer a aplicação de calcário ou outros corretivos, não sendo essa a principal função do húmus.

Portanto, a alternativa C) é a que melhor descreve o papel do húmus na nutrição vegetal, destacando sua importância para a ciclagem de nutrientes e a sustentabilidade dos ecossistemas.

O ar é um recurso essencial para a vida na Terra, passando por transformações significativas desde a formação do planeta. Originalmente, a atmosfera terrestre era composta por gases como metano, hidrogênio, amônia e vapor d'água, em um ambiente muito diferente do que conhecemos hoje. Com o passar de bilhões de anos, processos naturais e o surgimento da vida alteraram sua composição, resultando na atmosfera atual.

Atualmente, o ar que respiramos é majoritariamente formado por dois elementos:

• Nitrogênio (N₂): corresponde a aproximadamente 78% da composição atmosférica, sendo o gás mais abundante.
• Oxigênio (O₂): ocupa cerca de 21% do volume do ar, essencial para a respiração dos seres vivos.

Os demais componentes, como gás carbônico (CO₂), argônio e outros gases nobres, existem em proporções muito menores. Portanto, a alternativa correta que representa os principais constituintes do ar atmosférico atual é a C) Nitrogênio e Oxigênio.

Essa composição equilibrada é fundamental para manter as condições ideais de temperatura, proteção contra radiação solar e, claro, a sobrevivência de todas as espécies que dependem do oxigênio para respirar.

A substância conhecida como clorofluorcarbono (CFC) é amplamente utilizada em produtos como sprays aerossóis, sistemas de refrigeração e ar condicionado. No entanto, sua liberação no meio ambiente tem consequências devastadoras para a atmosfera, especialmente na região da Antártica, onde um fenômeno alarmante ocorre: o desaparecimento de uma camada atmosférica durante a primavera.

Esse fenômeno, conhecido como buraco na camada de ozônio, é causado pela reação dos CFCs com o ozônio estratosférico, que protege a Terra dos raios ultravioletas nocivos. Com a redução dessa camada, aumenta a exposição a radiações perigosas, elevando os riscos de doenças como o câncer de pele.

Entre as opções apresentadas, a alternativa correta que nomeia esse problema ambiental é a letra C) Buraco na camada de ozônio, conforme indicado no gabarito.

Um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais revela uma estratégia eficaz para diminuir significativamente os arrotos do rebanho bovino brasileiro, que conta com 211 milhões de cabeças. A pesquisa aponta que a melhoria na qualidade do pasto e a suplementação alimentar adequada permitem que o gado ganhe peso mais rapidamente, reduzindo o tempo em que os animais emitem arrotos.

Essa redução é importante não apenas para a eficiência da pecuária, mas também para o meio ambiente. Os arrotos do gado são uma das principais fontes de emissão de metano (CH₄), um gás de efeito estufa com potencial significativo para contribuir com o aquecimento global. Portanto, ao diminuir a frequência dessas emissões, é possível mitigar parte do impacto ambiental causado pela atividade pecuária.

Entre as opções apresentadas, a alternativa correta é a B) metano (CH₄), já que esse gás é o principal componente liberado durante o processo digestivo dos ruminantes. Outros gases listados, como dióxido de enxofre (SO₂), monóxido de carbono (CO), nitrito (NO₂) e ozônio (O₃), não estão diretamente relacionados aos arrotos do gado.

Fonte: Folha de S. Paulo, 29 de agosto de 2015.

A rotação de culturas é uma técnica agrícola essencial para manter a fertilidade do solo e garantir a sustentabilidade da produção. Nesse processo, alterna-se o cultivo de plantas não leguminosas, como o milho, que consomem nutrientes específicos do solo, com leguminosas, como o feijão, que possuem a capacidade de repor esses nutrientes.

O segredo das leguminosas está em sua relação simbiótica com bactérias do gênero Rhizobium, que se alojam em suas raízes formando nódulos. Essas bactérias realizam a fixação biológica de nitrogênio, convertendo o N₂ atmosférico em formas assimiláveis pelas plantas, como amônio (NH₄⁺).

Portanto, o elemento mineral que as leguminosas devolvem ao solo através dessa associação faz parte do:

• B) do nitrogênio - Resposta correta, pois as bactérias fixadoras convertem o nitrogênio atmosférico em compostos nitrogenados utilizáveis.
• A) do carbono - Incorreto, pois o ciclo do carbono não envolve esse tipo de fixação biológica.
• C) da água - Incorreto, a água não é fixada por bactérias nesse processo.
• D) do fósforo - Incorreto, embora importante, o fósforo não é fixado por essas bactérias.
• E) do oxigênio - Incorreto, o oxigênio não é o elemento principal nessa relação simbiótica.

Essa técnica demonstra como o entendimento dos ciclos biogeoquímicos, especialmente o ciclo do nitrogênio, pode ser aplicado para melhorar práticas agrícolas de forma sustentável.

A calagem é uma prática essencial na agricultura brasileira, principalmente devido à acidez predominante nos solos do país. Esse fenômeno ocorre por fatores naturais e químicos, sendo fundamental compreender suas causas para aplicar corretamente os procedimentos de correção.

Entre as alternativas apresentadas, a opção A) é a correta, pois destaca a intensa lixiviação dos solos como principal fator da acidez. A lixiviação remove nutrientes como cálcio, magnésio e potássio, deixando no solo íons de hidrogênio (H+) e alumínio (Al3+), que são responsáveis pela elevação da acidez.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou enganosas:

• B) Fertilizantes alcalinos e a presença de cálcio, na verdade, ajudam a neutralizar a acidez, não a causá-la.
• C) A presença de nutrientes não leva necessariamente à acidificação por acúmulo de ânions.
• D) A falta de água não está diretamente relacionada ao aumento de íons H+ ou disponibilidade de fosfato.
• E) A mineralização da matéria orgânica pode até liberar nutrientes, mas não é a principal causa da acidez, e fertilizantes alcalinos são usados justamente para corrigi-la.

Portanto, a calagem é necessária para neutralizar os efeitos da lixiviação e melhorar a fertilidade do solo, garantindo melhores condições para o desenvolvimento das culturas agrícolas.

As árvores desempenham um papel fundamental no ambiente urbano, oferecendo benefícios que ultrapassam a simples estética ou o conforto térmico. Sua presença nas cidades é essencial para a qualidade de vida da população e para o equilíbrio ecológico, como demonstram os itens apresentados.

O item I destaca a capacidade das árvores de aumentar a infiltração e a condução da água no solo. Isso ocorre porque suas raízes ajudam a evitar a compactação do solo, permitindo que a água da chuva seja absorvida mais facilmente, reduzindo enchentes e recarregando os lençóis freáticos.

O item II menciona a redução da temperatura ambiental, um efeito direto da sombra e da transpiração das folhas, que liberam umidade no ar. Esse processo, conhecido como evapotranspiração, contribui para amenizar o calor nas cidades, combatendo as ilhas de calor urbanas.

Já o item III aborda a função vital das árvores na troca gasosa: elas absorvem gás carbônico (CO₂) e liberam oxigênio (O₂) durante a fotossíntese, melhorando a qualidade do ar e mitigando os efeitos da poluição atmosférica.

Por fim, o item IV ressalta a importância das árvores como habitat para diversas espécies, como aves, insetos e morcegos. Esses seres vivos encontram abrigo, alimento e local para reprodução, contribuindo para a biodiversidade mesmo em áreas urbanizadas.

Diante dessas informações, fica claro que todos os itens (I, II, III e IV) são verdadeiros, confirmando a alternativa D como correta. As árvores são, portanto, elementos indispensáveis para cidades mais saudáveis, sustentáveis e harmoniosas com o meio ambiente.

Um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais revela uma estratégia eficaz para diminuir significativamente os arrotos do rebanho brasileiro, composto por 211 milhões de cabeças de gado. A pesquisa indica que a melhoria na qualidade do pasto e a suplementação alimentar adequada podem acelerar o ganho de peso dos animais, reduzindo o tempo que eles passam arrotando. Essa abordagem não só beneficia a produtividade pecuária, mas também tem implicações positivas para o meio ambiente.

A redução dos arrotos do gado é relevante no combate ao aquecimento global porque diminui a emissão de metano (CH₄), um gás de efeito estufa com potencial de aquecimento significativamente maior que o dióxido de carbono (CO₂). O metano é produzido durante o processo de digestão dos ruminantes e liberado principalmente por meio de eructações (arrotos). Portanto, a alternativa correta é a letra B) metano (CH₄), conforme destacado no gabarito.

Fonte: Folha de S. Paulo, 29 de agosto de 2015.