Questões Sobre Classificação biológica - Biologia - concurso

A coleção taxonômica desempenha um papel fundamental na organização e preservação de espécimes biológicos, além de produtos derivados de suas atividades, como ninhos, excrementos e rastros. Essas coleções são essenciais para estudos científicos, didáticos e de identificação, servindo como base para pesquisas e ensino. Neste ensaio, exploraremos os diferentes tipos de coleções taxonômicas e suas respectivas funções, com base na correspondência apresentada no exercício.

As coleções de identificação (V) são voltadas para auxiliar na rotina de identificação de material zoológico, atendendo a demandas diversas. Geralmente, estão vinculadas a instituições que prestam serviços especializados, como órgãos ambientais ou laboratórios de análise. Já as coleções especiais (IV) concentram materiais relacionados a estudos específicos, como levantamentos faunísticos ou pesquisas de interesse econômico, reunindo exemplares que sustentam investigações pontuais.

As coleções de pesquisa, ou grandes coleções gerais (II), abrigam espécimes de múltiplos grupos taxonômicos, muitas vezes provenientes de diversas regiões do mundo. Essas coleções são fundamentais para estudos comparativos e abrangentes, mantendo séries representativas da biodiversidade. Por outro lado, as coleções didáticas (I) são destinadas ao ensino e treinamento, sendo comuns em instituições educacionais que ministram disciplinas relacionadas à Zoologia. Seu objetivo é facilitar a demonstração de conceitos e estruturas biológicas.

Por fim, as coleções regionais (III) reúnem espécies de uma localidade ou área geográfica específica, sendo valiosas para estudos ecológicos e biogeográficos. Essas coleções permitem análises detalhadas da fauna de determinadas regiões, contribuindo para a compreensão de padrões de distribuição e diversidade local.

Portanto, a sequência correta que relaciona os tipos de coleções com suas descrições é V – IV – II – I – III, conforme indicado na alternativa D. Essa correspondência destaca a importância de cada tipo de coleção no contexto científico e educacional, reforçando seu papel na preservação e estudo da biodiversidade.

O anúncio do fóssil do Arqueopterix em 1861 marcou um ponto crucial no entendimento da evolução das aves. Essa descoberta revelou um dinossauro com características intermediárias, como a presença de penas, estabelecendo uma ligação direta entre répteis pré-históricos e as aves modernas.

A partir dessa evidência, a árvore filogenética foi reavaliada, confirmando que as aves não surgiram de grupos como peixes ósseos, mamíferos ou anfíbios, mas sim de um ramo específico dos répteis. Essa conclusão reforça a ideia de que características como penas e adaptações para o voo evoluíram dentro de linhagens de dinossauros terópodes, consolidando a resposta correta como B) Répteis.

O texto apresenta um cenário intrigante envolvendo três espécies do gênero Canis – Canis lycaon, Canis latrans (coiote) e Canis lupus (lobo cinzento) – que estão se intercruzando e produzindo descendentes férteis. Essa situação desafia a classificação tradicional desses animais como espécies distintas, especialmente quando analisada sob o conceito biológico de espécie proposto por Ernst Mayr em 1942.

Segundo o conceito biológico de espécie, organismos pertencem à mesma espécie se forem capazes de cruzar naturalmente e produzir descendentes férteis. O fato de C. lycaon estar cruzando tanto com coiotes quanto com lobos cinzentos, gerando prole fértil, indica que há fluxo gênico entre essas populações. Esse fluxo gênico contínuo é a evidência mais forte de que, biologicamente, esses animais não estão completamente isolados reprodutivamente e, portanto, não se enquadram perfeitamente na definição de espécies distintas.

As outras alternativas apresentam características que, embora possam ser compartilhadas por essas espécies, não são determinantes para o conceito biológico de espécie. A similaridade morfológica (A), nichos ecológicos parecidos (C), ancestral comum (D) ou mesmo pertencer ao mesmo gênero (E) não invalidam o status de espécies distintas se o isolamento reprodutivo for mantido. Como o fluxo gênico está ocorrendo (alternativa B), o critério fundamental do conceito biológico não é atendido, justificando a resposta correta.

A teoria da recapitulação, proposta por Ernst Haeckel, é uma das ideias mais audaciosas e influentes no campo da biologia evolutiva. Ela estabelece uma relação direta entre o desenvolvimento individual de um organismo (ontogenia) e a história evolutiva de sua espécie (filogenia). Essa teoria sugere que, durante seu desenvolvimento embrionário, um ser vivo passa por estágios que refletem as formas ancestrais de sua linhagem evolutiva.

Um dos exemplos mais marcantes dessa teoria é a presença transitória de estruturas semelhantes a fendas branquiais em embriões de mamíferos, incluindo humanos. Essas estruturas, que não se desenvolvem em órgãos funcionais, são interpretadas como uma "lembrança" do estágio evolutivo em que os ancestrais dos mamíferos eram organismos aquáticos com brânquias.

A expressão que melhor resume essa teoria é a alternativa A) "A ontogenia recapitula a filogenia", pois captura com precisão a essência da proposta de Haeckel. Essa frase sintetiza a ideia de que o desenvolvimento embrionário de um organismo (ontogenia) repassa, de forma abreviada, os principais estágios evolutivos de sua espécie (filogenia).

Embora a teoria da recapitulação tenha sido posteriormente refinada e alguns de seus aspectos questionados, ela permanece como um conceito fundamental para compreendermos as relações entre desenvolvimento embrionário e evolução das espécies.

Na sistemática biológica, a filogenia desempenha um papel fundamental na classificação dos organismos, estabelecendo critérios claros para a definição de táxons. Um táxon, para ser considerado válido sob a perspectiva filogenética, deve necessariamente representar um grupo monofilético. Isso significa que ele deve incluir todos os descendentes de um ancestral comum exclusivo, formando assim uma unidade evolutiva coesa e natural.

A alternativa correta, portanto, é a A) Monofilético, pois apenas grupos monofiléticos refletem adequadamente as relações evolutivas entre os organismos. Grupos parafiléticos (alternativa B) excluem alguns descendentes do ancestral comum, enquanto grupos polifiléticos (alternativa D) agrupam organismos com ancestrais distintos, não representando uma linhagem evolutiva única. Já a alternativa C) Afilático não possui significado biológico no contexto da sistemática filogenética.

A adoção do critério de monofilia garante que a classificação biológica esteja alinhada com o processo evolutivo, proporcionando um sistema de organização que reflete a história da vida na Terra. Este princípio tem sido amplamente adotado pela comunidade científica como base para a construção de classificações que sejam ao mesmo tempo informativas e filogeneticamente consistentes.

A nomenclatura científica Pinus nigra caramanica segue o padrão binomial amplamente utilizado na taxonomia, porém com um elemento adicional que indica sua classificação hierárquica mais específica. Neste caso, o termo "caramanica" representa uma subdivisão da espécie Pinus nigra, caracterizando uma variação geográfica ou morfológica dentro da mesma espécie. Portanto, essa denominação corresponde ao nível taxonômico de subespécie, conforme estabelecido pelo Código Internacional de Nomenclatura Botânica (ICBN).

A alternativa correta é a A) Subespécie, pois o terceiro termo na nomenclatura trinomial (caramanica) identifica precisamente essa categoria sistemática. Vale ressaltar que a estrutura da denominação científica segue uma lógica precisa: o primeiro termo (Pinus) designa o gênero, o segundo (nigra) a espécie, e o terceiro, quando presente, a subespécie – nunca subgênero ou outras categorias superiores.

Dadas as afirmativas sobre a classificação dos seres vivos, podemos analisar cada uma delas para identificar quais estão corretas.

Afirmativa I: "O reino Monera é formado por organismos unicelulares eucariontes, com estrutura celular muito complexa." Esta afirmação está incorreta, pois os organismos do reino Monera são procariontes, não eucariontes, e sua estrutura celular é relativamente simples.

Afirmativa II: "Os protistas são seres unicelulares procariontes, com estrutura celular muito simples." Esta afirmação também está incorreta, pois os protistas são eucariontes, embora possam ser unicelulares ou pluricelulares, mas não procariontes.

Afirmativa III: "O reino Animália reúne seres eucariontes pluricelulares e autótrofos." Esta afirmação está incorreta, pois os animais são heterótrofos, ou seja, não produzem seu próprio alimento, diferentemente dos autótrofos.

Afirmativa IV: "O reino Plantae é constituído por seres eucariontes, pluricelulares e autótrofos." Esta afirmação está correta, pois as plantas são organismos eucariontes, pluricelulares e capazes de realizar fotossíntese, sendo, portanto, autótrofas.

Diante da análise, apenas a afirmativa IV está correta, o que corresponde à alternativa A) IV, apenas.

A classificação dos seres vivos passou por transformações significativas ao longo da história, especialmente com o desenvolvimento da sistemática filogenética e os avanços na biologia molecular. Tradicionalmente, os organismos eram agrupados em cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, Animalia e Plantae. No entanto, essa visão foi questionada e reformulada à luz de novas evidências genéticas e evolutivas.

Entre as alternativas apresentadas, a correta é a C), que afirma que o reino Protista não é monofilético. Isso significa que os organismos classificados como protistas não compartilham um ancestral comum exclusivo, formando, na verdade, diversas linhagens independentes. Essa constatação reflete a complexidade e a diversidade desses organismos, que incluem desde algas unicelulares até protozoários, sem constituírem um grupo natural único.

As outras alternativas apresentam equívocos. Por exemplo, os fungos não são grupo irmão das plantas (alternativa A)), mas compartilham um ancestral mais próximo com os animais. Da mesma forma, nem todas as algas estão no clado Archaeplastida (alternativa B)), pois algumas pertencem a outros grupos, como os Chromalveolata. A divisão em três grandes domínios (Bactérias, Archaea e Eukarya) substituiu a antiga classificação em reinos (alternativa D)), e os animais não fazem parte do clado Excavata (alternativa E)), que inclui certos protistas.

Portanto, a resposta correta reforça a importância da filogenia para entender as relações evolutivas entre os seres vivos, demonstrando que a classificação biológica é dinâmica e está em constante revisão.

A taxonomia, como campo fundamental das ciências biológicas, tem como principal objetivo a classificação e nomeação dos táxons, seguindo regras estabelecidas pelos códigos internacionais de nomenclatura. Entre as alternativas apresentadas, a incorreta é a letra E, que afirma ser obrigatória a citação do autor da combinação quando um binômio específico é transferido para outro gênero. Na realidade, essa citação não é obrigatória, embora possa ser utilizada para fins de precisão histórica ou referência.

As demais alternativas estão corretas: a letra A reforça a necessidade de tipos nomenclaturais para táxons em nível de gênero ou abaixo; a letra B destaca o princípio da prioridade na nomenclatura; a letra C indica que plantas e animais podem compartilhar o mesmo binômio, pois os códigos de nomenclatura são independentes; e a letra D estabelece que cada espécie deve ter apenas um nome correto, com eventuais sinônimos sendo registrados em listas específicas.

Portanto, a resposta correta é E, pois a citação do autor da combinação não é uma exigência dos códigos de nomenclatura vigentes, diferentemente do que a alternativa sugere.

O trabalho de Lineu, publicado em 1735 com o título Systema naturae, representou um marco fundamental para a biologia ao estabelecer um sistema de classificação dos seres vivos baseado em categorias hierárquicas. Sua proposta, que organizava os organismos em táxons, ainda serve como base para a taxonomia moderna, embora tenha sofrido adaptações ao longo do tempo. Entre as afirmativas apresentadas, a incorreta é a letra A, que descreve a sequência de categorias taxonômicas de forma incompleta, omitindo categorias como domínio e outras subdivisões utilizadas atualmente.

Lineu fundamentou sua classificação principalmente na semelhança anatômica entre os organismos, como mencionado na alternativa B, uma vez que, na época, não havia o conhecimento sobre evolução biológica. Hoje, conforme a alternativa C, a taxonomia incorpora critérios mais abrangentes, como características fisiológicas, genéticas e ecológicas, permitindo uma análise mais precisa das relações evolutivas entre as espécies.

As abreviaturas "sp." e "spp.", citadas na alternativa D, são de fato utilizadas para indicar, respectivamente, uma espécie não especificada ou múltiplas espécies dentro de um gênero. Já a alternativa E está correta ao descrever a nomenclatura binomial, que segue regras específicas, como o uso do latim, itálico ou grifo, e a combinação de gênero (com inicial maiúscula) e epíteto específico (com inicial minúscula).

Portanto, a resposta correta é a alternativa A, pois a sequência completa das categorias taxonômicas atuais inclui mais níveis hierárquicos do que os mencionados, refletindo os avanços no entendimento da diversidade biológica.