Questões Sobre Classificação biológica - Biologia - concurso

Atualmente, os seres vivos são classificados em três domínios: Bacteria, Archaea e Eukarya. Essa divisão reflete as diferenças fundamentais em sua estrutura celular e organização genética. Enquanto os eucariotos, que possuem células com núcleo definido, estão todos agrupados no domínio Eukarya, os procariotos – organismos sem núcleo celular organizado – são distribuídos entre os domínios Bacteria e Archaea.

Estudos avançados do DNA ribossômico revelaram informações cruciais sobre as relações evolutivas entre esses grupos. Foi descoberto que os procariotos do domínio Archaea compartilham sequências específicas de bases nitrogenadas com os eucariotos, características que estão ausentes nos procariotos do domínio Bacteria. Essa descoberta fornece evidências moleculares importantes para compreender a história evolutiva dos seres vivos.

Esses dados genéticos apoiam a representação das relações evolutivas mostrada na árvore filogenética, onde Archaea e Eukarya aparecem como grupos mais próximos entre si do que com Bacteria. Essa proximidade sugere um ancestral comum mais recente entre Archaea e Eukarya, enquanto Bacteria representa uma linhagem evolutiva mais distante.

Quanto à questão apresentada, é importante destacar que o gabarito correto é a alternativa B, que provavelmente representa corretamente essas relações evolutivas com base nas evidências moleculares discutidas.

Os táxons das coleções biológicas são geralmente organizados com base em categorias lineanas, que seguem uma hierarquia específica. A ordem correta dessas categorias, das superiores para as inferiores, é:

O gabarito correto é a alternativa A) Filo, Classe, Ordem, Gênero, Espécie.

Essa organização reflete a classificação biológica proposta por Carl Linnaeus, onde os táxons são agrupados em níveis hierárquicos, começando pelos grupos mais abrangentes (como Filo) até os mais específicos (como Espécie).

Recentemente, a descrição de uma nova espécie de lagarto nas ilhas de Galápagos sem a coleta de exemplares para coleções científicas gerou debate na comunidade taxonômica. Os autores optaram por não sacrificar ou reter os indivíduos estudados, uma vez que se trata de uma população ameaçada, utilizando apenas observações de campo, medidas e amostras de DNA. Essa abordagem, embora eticamente justificável, levanta questões importantes sobre a prática taxonômica tradicional.

A afirmativa I está correta, pois a ausência de vouchers físicos em coleções dificulta a verificação independente da validade do táxon por outros pesquisadores. Espécimes depositados servem como referência material para comparações morfológicas e revisões futuras.

A afirmativa II é parcialmente verdadeira, mas não totalmente correta. Embora a taxonomia molecular possa avançar sem exemplares físicos, estudos morfológicos e comparações detalhadas ficariam limitados. No entanto, não é correto afirmar que futuros estudos estariam restritos apenas à abordagem molecular.

A afirmativa III está incorreta. A descrição sem holótipo representa sim um problema para a taxonomia tradicional, pois o holótipo serve como elemento fundamental para a diagnose e validação da espécie. A ausência desse material de referência compromete parte do processo científico.

Portanto, apenas a afirmativa I está correta, tornando a alternativa A) a resposta adequada. Este caso ilustra o delicado equilíbrio entre a conservação de espécies ameaçadas e as necessidades da pesquisa taxonômica.

Mudanças taxonômicas são um fenômeno recorrente na biologia, especialmente no campo da sistemática, onde a classificação dos seres vivos está em constante evolução. Essas alterações podem ocorrer por diversos motivos, como novas descobertas científicas, avanços em técnicas moleculares ou reinterpretações de características morfológicas. No contexto apresentado, a alternativa A) Dolichotrigona longitarsis (Ducke, 1916) representa um caso claro de mudança taxonômica, pois a inclusão do autor e da data entre parênteses indica que a espécie foi originalmente descrita em um gênero diferente e posteriormente transferida para o gênero Dolichotrigona.

Esse tipo de nomenclatura é uma convenção importante na taxonomia, pois permite rastrear a história da classificação de uma espécie. Quando um nome científico é acompanhado pelo autor e ano entre parênteses, como em Dolichotrigona longitarsis (Ducke, 1916), significa que a espécie foi inicialmente descrita por Ducke em 1916, mas não no gênero atual. Esse formato é essencial para manter a precisão e a transparência nas revisões taxonômicas.

As outras alternativas não representam mudanças taxonômicas da mesma forma. A alternativa B, por exemplo, utiliza uma subdivisão do gênero (Trigonisca (Dolichotrigona)), o que não indica uma transferência de gênero. Já a alternativa C refere-se a uma espécie nova (sp. nov.), e a D apresenta uma espécie já descrita no gênero atual. A alternativa E, por sua vez, não apresenta nenhum indício de reclassificação. Portanto, a resposta correta é de fato a alternativa A, que exemplifica uma mudança taxonômica bem documentada.

O texto fornecido aborda questões taxonômicas relacionadas a espécimes de abelhas estudados por Schrottky (1910) e Moure (1957), destacando a importância da designação de lectótipos para evitar problemas de identificação. A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra C), que define corretamente o termo "síntipo" como um problema taxonômico especial, onde uma espécie é descrita com base em lotes de múltiplos espécimes sem a designação clara de holótipo e parátipo.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou distorcidas em relação ao texto original. Por exemplo, a alternativa A) sugere que Schrottky e Moure trabalharam com os mesmos espécimes, o que não é afirmado no texto. A alternativa B) menciona uma troca de espécimes entre museus, fato que não é citado. A alternativa D) interpreta erroneamente a expressão "dentro de Anthidium Fabricius, 1804", que se refere ao gênero e não a um trabalho específico. Por fim, a alternativa E) afirma que os mesmos síntipos foram usados por ambos os autores, o que também não é corroborado pelo texto.

Portanto, a alternativa C) é a única que está alinhada com as informações apresentadas e com o conceito taxonômico correto de síntipo.

Sobre seleção de genes para fins de sistemática molecular, assinale a afirmativa correta.

• A) Qualquer gene homólogo pode ser usado.
• B) Apenas genes parálogos devem ser usados.
• C) Tanto genes parálogos como genes ortólogos podem ser usados.
• D) Apenas genes ortólogos devem ser usados.
• E) Apenas genes xenólogos devem ser usados.

O gabarito correto é D).

Ainda sobre o código internacional de nomenclatura zoológica, as alternativas abaixo mostram as circunstâncias em que o princípio da prioridade deve ser violado, assinale a alternativa incorreta.

• A) Alteraçao na escrita errada de um nome.
• B) Fixaçao de nomes aos tipos.
• C) Estabelecimento ou precedência de nomes dos níveis taxonômicos.
• D) Homenagem a um pesquisador renomado na área.
• E) Nas ocasiões em que sua aplicaçao seria destrutiva à estabilidade ou universalidade, ou causaria confusao.

O gabarito correto é D).

O texto apresentado aborda a importância e os princípios que regem o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, destacando sua necessidade de precisão e estabilidade para evitar ambiguidades e conflitos na classificação dos táxons. Conforme citado por J. Chester Bradley, a nomenclatura zoológica deve ser uma ferramenta exata, capaz de transmitir significados claros através das gerações, diferentemente das linguagens comuns, que evoluem de maneira mais livre e espontânea.

Entre as alternativas apresentadas, a que não está alinhada com os princípios do código é a opção A), que afirma que o uso do mesmo nome genérico para táxons distintos só pode ocorrer em grupos animais distantes. Na verdade, o código não permite a utilização do mesmo nome genérico para táxons distintos, independentemente da proximidade ou distância entre os grupos, justamente para evitar ambiguidades e confusões na classificação zoológica.

As demais alternativas estão corretas e refletem os princípios fundamentais do código: a nomenclatura específica não define a inclusão ou exclusão de táxons (B), todo nome abaixo do nível de família está vinculado a um tipo (C), o código estabelece regras para a criação e validação de nomes (D), e as regras buscam equilibrar estabilidade e liberdade taxonômica (E).

Um dos desafios centrais na estimativa filogenética com caracteres moleculares é o fenômeno das substituições múltiplas, que distorce a interpretação das relações evolutivas. Como o DNA possui apenas quatro bases nitrogenadas (A, T, C e G), é possível que duas sequências compartilhem o mesmo nucleotídeo em uma posição específica não por herança ancestral (homologia), mas por eventos independentes de mutação (homoplasia). Esse efeito, decorrente de altas taxas de substituição, mascara o número real de mudanças ocorridas ao longo do tempo, subestimando a distância genética entre os táxons analisados.

Dentre as alternativas apresentadas para corrigir essa distorção, a utilização de modelos de evolução molecular adequados (alternativa C) se destaca como a abordagem mais eficaz. Esses modelos incorporam parâmetros probabilísticos que consideram as diferentes taxas de substituição entre bases, a frequência relativa dos nucleotídeos e a possibilidade de reversões ou convergências. Ao quantificar matematicamente esses processos, eles permitem estimar distâncias genéticas mais precisas, compensando estatisticamente as substituições múltiplas não observadas.

Embora outros métodos tenham suas aplicações – como a parcimônia (A) para dados com pouca homoplasia ou a combinação de abordagens (B) para aumentar o rigor – são os modelos evolutivos que diretamente abordam o cerne do problema das substituições ocultas. Já as alternativas D (valores de suporte) e E (tempos de divergência), apesar de relevantes para análises filogenéticas, não oferecem mecanismos para corrigir especificamente esse viés. Portanto, a seleção de modelos moleculares robustos, calibrados para o conjunto de dados em questão, constitui a ferramenta essencial para superar as limitações impostas pela saturação de mutações.