Questões Sobre Evolução humana - Biologia - concurso

O conceito do Antropoceno, como discutido por Martini e Ribeiro (2013), traz à tona a profunda influência humana sobre o planeta. A Terra, de fato, possui uma história geológica marcada por transformações intensas, mas a ação antrópica tem se destacado por sua velocidade e escala sem precedentes. A resiliência do planeta, embora notável, não deve ser interpretada como uma garantia automática da sobrevivência da espécie humana.

Ao afirmar que a resiliência da Terra assegura a continuidade da humanidade, ignora-se o fato de que as mudanças provocadas pelo homem podem ultrapassar os limites dos sistemas naturais. A degradação ambiental, as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade são exemplos de como a ação humana pode desestabilizar ecossistemas essenciais para nossa própria existência. Portanto, a afirmação é ERRADA, pois a resiliência do planeta não é sinônimo de segurança para a espécie humana.

A Terra possui uma história geológica marcada por transformações profundas, como evidenciado pelos registros estratigráficos e pelas subdivisões cronológicas que documentam essas mudanças. O conceito de Antropoceno, embora ainda não formalizado na escala geológica oficial, tem ganhado destaque para designar a era em que a atividade humana passou a exercer um impacto significativo no planeta. Esse período é caracterizado por alterações ambientais em escala global, muitas delas irreversíveis, como mudanças climáticas, poluição e a perda acelerada de biodiversidade.

A ação antrópica, especialmente a partir da Revolução Industrial, intensificou processos de degradação ecológica, colocando em risco inúmeras espécies. A atual taxa de extinção é considerada uma das mais altas da história do planeta, comparável aos grandes eventos de extinção em massa do passado, como o que eliminou os dinossauros. Nesse contexto, a afirmação de que a perda de biodiversidade devido à influência humana representa um marco do Antropoceno está correta, pois reflete a magnitude e a singularidade do impacto das atividades humanas nos ecossistemas terrestres.

Portanto, a alternativa C) CERTO é a resposta adequada, já que a crise de biodiversidade atual é um fenômeno diretamente associado ao Antropoceno e à interferência humana no meio ambiente.

A Terra possui uma história geológica marcada por transformações intensas e dinâmicas, com eventos ambientais drásticos que moldaram suas camadas e definiram as subdivisões do tempo geológico. Recentemente, o termo Antropoceno tem sido utilizado para designar uma nova era em que a influência humana se tornou um fator determinante nas mudanças globais. No entanto, a afirmação de que a ação antrópica é capaz de anular a interdependência da vida e seu contexto geológico é equivocada.

Apesar do impacto significativo da humanidade sobre o planeta, a natureza continua sendo um sistema complexo e interdependente, onde os processos geológicos e biológicos estão intrinsecamente conectados. A vida na Terra sempre se adaptou a mudanças ambientais, e mesmo as ações humanas mais drásticas não eliminam essa relação fundamental. Portanto, a resposta correta é E) ERRADO, pois a influência humana, embora relevante, não suprime a dinâmica natural da Terra.

O conceito de Antropoceno tem ganhado destaque nas discussões científicas e culturais como uma possível nova era geológica marcada pelo impacto significativo da humanidade no planeta. Como apontado por Martini e Ribeiro (2013), o termo é utilizado para descrever um período em que a Terra está sob intensa influência das atividades humanas, resultando em transformações profundas no meio ambiente.

Entre os principais argumentos que sustentam a ideia do Antropoceno estão as alterações nos ciclos biogeoquímicos, como o ciclo do carbono e do nitrogênio, causadas pela queima de combustíveis fósseis, desmatamento e práticas agrícolas intensivas. Além disso, o aumento da contaminação radioativa devido a testes nucleares e acidentes em usinas também é citado como um marco dessa era, deixando vestígios duradouros no registro geológico.

Portanto, a afirmação de que essas mudanças justificariam a inclusão do Antropoceno na escala geológica está correta. A ação humana tem provocado efeitos tão profundos e duradouros que muitos pesquisadores defendem a formalização dessa nova época, reconhecendo o papel central da humanidade na transformação do planeta.

Gabarito: C) CERTO

A terra tem uma história longa e dramática. Desde sua origem, a história geológica do planeta sempre foi poderosamente dinâmica. Episódios especiais de drásticas mudanças ambientais deixaram marcas nas camadas de solo [...] e justificaram a nomenclatura das subdivisões geológicas que contam o fluir dessas modificações [...] O termo Antropoceno está sendo ampla, mas informalmente utilizado em artigos científicos, em expressões artísticas e em revistas de grande circulação para designar um tempo em que o planeta se encontra submetido a uma enorme influência humana. (MARTINI; RIBEIRO, 2013, p. 70-71).

Tomando como referência as discussões sobre a ação antrópica e suas repercussões sobre o planeta, pode-se afirmar:

A aceitação do Antropoceno pela comunidade científica implicaria o reconhecimento do final do Holoceno.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é C).

Em 1978, a descoberta de um esqueleto quase completo na Etiópia revolucionou o entendimento sobre a evolução humana. Donald Johanson e sua equipe encontraram os restos fossilizados de uma fêmea com aproximadamente 1,30m de altura, que viveu há cerca de 3,2 milhões de anos. Batizada carinhosamente de "Lucy", essa ancestral tornou-se um dos fósseis mais icônicos da paleoantropologia.

O nome científico correto para Lucy é Australopithecus afarensis (alternativa E). Essa espécie representa um estágio crucial na evolução humana, exibindo características intermediárias entre os primatas não humanos e os primeiros hominídeos. Lucy possuía uma combinação única de traços: uma postura bípede, evidenciada pela estrutura de sua pelve e joelhos, mas ainda mantendo braços relativamente longos, sugerindo uma adaptação parcial à vida arbórea.

A escolha do nome "Lucy" surgiu de forma casual durante as comemorações da descoberta, quando a equipe ouvia a música "Lucy in the Sky with Diamonds" dos Beatles. O apelido pegou e hoje é reconhecido mundialmente, embora sua denominação científica permaneça essencial para o estudo da evolução humana. O Australopithecus afarensis é considerado um ancestral direto do gênero Homo, representando um elo fundamental na complexa cadeia da nossa história evolutiva.

O texto descreve características fundamentais de uma espécie de hominídeo que representa um marco na evolução humana. A espécie em questão é o Homo habilis, considerada a primeira do gênero Homo e uma das mais antigas a demonstrar capacidades cognitivas e tecnológicas avançadas para sua época.

A produção de ferramentas de pedra lascada, mencionada no texto, é um dos traços mais distintivos do Homo habilis. Esses instrumentos rudimentares, conhecidos como Olduvaiense, permitiam que eles aproveitassem recursos alimentares de forma mais eficiente, como retirar pedaços de carne de carcaças abandonadas por predadores. Essa adaptação indica um salto significativo em termos de comportamento e sobrevivência.

Além disso, a descrição dos dentes menores em comparação aos australopitecíneos reforça a ideia de uma dieta mais variada, com maior consumo de carne. Essa mudança alimentar está diretamente relacionada ao aumento do volume cerebral, outra característica marcante do Homo habilis, que possuía um cérebro cerca de 30% maior que o de seus antecessores.

Portanto, a alternativa correta é a B) Homo habilis, pois esse hominídeo reúne todas as características apresentadas no texto: fabricação de ferramentas, dieta carnívora mais acentuada e desenvolvimento cerebral superior aos australopitecíneos, consolidando-se como um elo crucial na cadeia evolutiva humana.

Há cerca de 40.000 anos, duas espécies do gênero Homo coexistiram na região que hoje corresponde à Europa: H. sapiens e H. neanderthalensis. Por volta de 30.000 anos atrás, os neandertais desapareceram, deixando os humanos modernos como a única espécie remanescente do gênero.

Em 2010, pesquisadores alemães anunciaram um avanço significativo: ao sequenciar aproximadamente 60% do genoma neandertal a partir de DNA extraído de fósseis, descobriram que entre 1% e 4% do material genético de europeus e asiáticos modernos é derivado de neandertais. No entanto, esse traço genético está ausente em populações africanas.

Essas descobertas sustentam a hipótese de que os H. sapiens migraram da África para a Europa, onde ocorreu o cruzamento com neandertais. Essa interpretação refuta teorias alternativas, como a migração inversa (da Europa para a África) ou a origem múltipla independente da espécie humana. Portanto, a alternativa correta é a B), que afirma que os humanos modernos saíram da África e, ao chegarem à Europa, hibridizaram-se com os neandertais.

Com relação aos aspectos evolutivos responsáveis pelas mudanças nas características herdáveis de uma população, o desenvolvimento das funções neurais em humanos é um tema complexo e multifatorial. A afirmação de que esse processo se deve, em parte, à não coexistência de diferentes espécies de hominídeos é incorreta.

Na verdade, evidências paleontológicas e genéticas demonstram que diversas espécies de hominídeos coexistiram durante períodos significativos da evolução humana. Por exemplo, Homo sapiens conviveu com neandertais e denisovanos, e há indícios de cruzamentos entre essas espécies, resultando em fluxo gênico que influenciou características herdáveis, incluindo aspectos neurológicos.

Portanto, a afirmação apresentada está errada, pois ignora a complexidade das interações entre espécies hominíneas e seu papel na evolução das capacidades cognitivas humanas. O correto seria considerar que a evolução neural humana foi moldada por uma combinação de fatores, como pressões seletivas ambientais, mutações genéticas e, sim, a interação com outras espécies de hominídeos.

Do ponto de vista metabólico, o cérebro humano é um órgão dispendioso, pois ele é o responsável por 20% do gasto total de energia, embora represente apenas 2% do peso total do corpo. A evolução para cérebros cada vez maiores é uma tendência marcante em toda a ordem dos primatas, o que culminou na espécie humana, cujo cérebro tem um volume desproporcional em relação ao tamanho do corpo.

F.M. Salzano. DNA: e eu com isso?
Oficina de textos, 2005 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos aspectos que ele suscita, julgue os itens que se seguem.

Considerando-se o conceito de ancestralidade comum, que é um pressuposto da teoria darwinista, é correto afirmar que os seres humanos compartilham ancestrais com chimpanzés, gorilas e orangotangos.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é C).