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Companheira viajante

 

Suavemente revelada? Bem no interior de nossas células, uma clandestina e estranha alma existe. Silenciosamente, ela trama e aparece cumprindo seus afazeres domésticos cotidianos, descobrindo seu nicho especial em nossa fogosa cozinha metabólica, mantendo entropia em apuros, em ciclos variáveis noturnos e diurnos. Contudo, raramente ela nos acende, apesar de sua fornalha consumi-la. Sua origem? Microbiana, supomos. Julga-se adaptada às células eucariontes, considerando-se como escrava — uma serva a serviço de nossa verdadeira evolução.

 

McMURRAY, W. C. The traveler. Trends in Biochemical Sciences, 1994 (adaptado).

 

A organela celular descrita de forma poética no texto é o(a)

Resposta:

A alternativa correta é letra C)  mitocôndria.

Gabarito da banca: Letra "C"

Entendimento: Letra "C"


Acompanhe minha análise:

 

Você só consegue responder essa questão se tem algum conhecimento sobre a Teoria da Endossimbiose Serial, que trata da origem das mitocôndrias e dos cloroplastos.

 

Segundo a teoria evolutiva mais aceita hoje, as mitocôndrias, organelas celulares responsáveis pela produção de ATP em células eucariotas, assim como os cloroplastos, teriam sido originados de procariontes ancestrais (por isso, a questão fala "microbianas, supomos") que foram incorporados por células mais complexas. Anote aí:

Uma gama de evidências apoia a teoria da endossimbiose, que postula que mitocôndrias e os plastídeos (termo geral para cloroplastos e organelas relacionadas) eram pequenos procariotos que começaram a viver dentro de células maiores. O termo endossimbionte se refere a uma célula que vive dentro de outra, chamada de célula hospedeira. Os procariotos ancestrais das mitocôndrias e dos plastídeos provavelmente entraram na célula hospedeira como presa não digerida ou como parasitos internos. Embora esse processo pareça improvável, cientistas observaram diretamente casos em que o endossimbionte que começou como presa ou parasito acabou desenvolvendo uma relação de mútuo benefício com o hospedeiro em cerca de cinco anos. (grifo meu).

Agora que você já sabe o que diz a Teoria da Endossimbiose Serial, veja com atenção as evidências que apoiam essa teoria:

Um grande número de evidências apoia a origem endossimbiótica das mitocôndrias e dos plastídeos:

  1. As membranas internas das duas organelas têm enzimas e sistemas de transporte homólogos àqueles encontrados na membrana plasmática de procariotos atuais.
  2. As mitocôndrias e os plastídeos replicam por um processo de divisão semelhante ao de certos procariotos. Além disso, cada uma dessas organelas possui uma molécula de DNA circular que, a exemplo dos cromossomos de bactéria, não está associada a histonas ou grandes quantidades de outras proteínas.
  3. Como esperado em organelas descendentes de organismos de vida livre, as mitocôndrias e os plastídeos também têm uma maquinaria celular (incluindo ribossomos) necessária para transcrever e traduzir o seu DNA em proteínas.
  4. Por fim, em termos de tamanho, sequências de RNA e sensibilidade a determinados antibióticos, os ribossomos das mitocôndrias e dos plastídeos são mais parecidos com ribossomos procarióticos do que com os ribossomos citoplasmáticos das células eucarióticas. (grifo meu).

Referência: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 528-529.

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