Questões Sobre Problemas ambientais - Biologia - concurso

O texto apresentado aborda os principais insumos utilizados na produção de bioenergia no Brasil, destacando a cana-de-açúcar e o óleo de soja como matérias-primas fundamentais. Esses cultivos são caracterizados por sistemas produtivos intensivos em capital e no uso de agroquímicos, especialmente no caso do biodiesel. Diante desse contexto, a questão da irrigação e seus impactos ambientais torna-se relevante, principalmente no que diz respeito à contaminação do solo e dos recursos hídricos.

A alternativa correta, conforme indicado pelo gabarito, é a letra D: "tanto o escoamento superficial quanto a percolação profunda da água são potencialmente nocivas à qualidade do ambiente". Essa resposta está em consonância com os riscos ambientais associados ao uso intensivo de agroquímicos em sistemas de produção agrícola. O escoamento superficial pode carrear resíduos de pesticidas e fertilizantes para corpos d'água superficiais, enquanto a percolação profunda pode contaminar os lençóis freáticos, afetando a qualidade das águas subterrâneas.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou parciais sobre os efeitos da irrigação nesse contexto. A alternativa A ignora a possibilidade de contaminação por escoamento, a B reduz o risco apenas à propagação pelo vento, a C desconsidera a poluição de aquíferos, e a E subestima os impactos ambientais da contaminação superficial. Portanto, a resposta D é a que melhor reflete os potenciais impactos negativos da irrigação em sistemas produtivos intensivos em agroquímicos.

O texto apresentado aborda os impactos ambientais decorrentes da expansão da produção de biocombustíveis no Brasil, destacando os riscos para o Cerrado e a Amazônia caso essa expansão não seja realizada de forma cuidadosa. Além da questão da fronteira agrícola, o trecho também menciona outra ameaça significativa à biodiversidade causada pelo aumento da agricultura: a tendência à monocultura.

A monocultura, representada pela alternativa B), é um sistema de produção agrícola que prioriza o cultivo de uma única espécie em grandes extensões de terra. Esse modelo, frequentemente associado à produção de biocombustíveis como a cana-de-açúcar ou a soja, pode levar à perda de biodiversidade, à degradação do solo e ao aumento da dependência de agroquímicos. Ao contrário do que sugere a alternativa C), a monocultura geralmente está ligada ao maior uso desses produtos, não à sua diminuição.

As demais alternativas não se relacionam diretamente com a ameaça à biodiversidade mencionada no texto. O aumento das populações ribeirinhas (A), a realocação de comunidades tradicionais (D) e a expansão do mercado interno (E) são questões sociais ou econômicas que, embora possam ser influenciadas pela expansão agrícola, não representam impactos diretos sobre a diversidade biológica como a monocultura.

Portanto, a resposta correta é de fato a alternativa B), que identifica a tendência à monocultura como uma das principais ameaças à biodiversidade decorrentes do aumento da produção agrícola para biocombustíveis.

O processo de recuperação ou restauração de áreas degradadas é fundamental para a manutenção dos ecossistemas e a conservação da biodiversidade. Para avaliar o sucesso dessas iniciativas, é necessário considerar indicadores que reflitam a saúde e a resiliência do ambiente. Entre as opções apresentadas, a alternativa D) se destaca como a mais abrangente e relevante, pois engloba aspectos essenciais para a recuperação ecológica.

A qualidade do solo é um dos pilares da restauração, já que um solo saudável é a base para o desenvolvimento da vegetação e a manutenção dos ciclos biogeoquímicos. Sem um solo com boas características físicas, químicas e biológicas, a revegetação e o restabelecimento da vida no ecossistema ficam comprometidos.

Além disso, a estrutura e diversidade das comunidades vegetais são indicadores diretos do sucesso da recuperação. Uma comunidade vegetal diversificada e estruturada em diferentes estratos (herbáceo, arbustivo e arbóreo) promove a criação de habitats para fauna, melhora a ciclagem de nutrientes e aumenta a resistência do ecossistema a perturbações.

Embora outros fatores, como cobertura vegetal nativa (A) ou conectividade de teias alimentares (C), também sejam relevantes, a alternativa D) aborda de forma mais direta e integrada os elementos fundamentais para a restauração ecológica. Portanto, é correta a indicação do gabarito que aponta a opção D) como a resposta mais adequada.

Caso seja viável economicamente, a plantação para geração do biodiesel em áreas degradadas é vantajosa, diminuindo o avanço da fronteira agrícola.

PORQUE

O avanço da fronteira agrícola ameaça os biomas circundantes, além de contribuir para o aquecimento global.

Analisando as afirmações acima, conclui-se que

• A) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
• B) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
• C) a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.
• D) a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira.
• E) as duas afirmações são falsas.

O gabarito correto é A).

O texto apresentado aborda a questão do controle de emissão de poluentes por veículos automotores no Brasil, conforme as diretrizes do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). Apesar dos esforços para reduzir as emissões, o trecho destaca que mesmo com o cumprimento das metas pelas montadoras, a qualidade do ar nos centros urbanos pode não melhorar significativamente. Entre as alternativas apresentadas, a razão mais plausível para essa situação é a B) alterações constantes nas especificações dos combustíveis.

Essa opção é a correta porque mudanças frequentes nas formulações dos combustíveis podem afetar diretamente a eficiência dos sistemas de controle de emissões dos veículos. Quando as propriedades dos combustíveis são alteradas sem um planejamento adequado, os motores e catalisadores podem não operar de forma otimizada, resultando em emissões maiores do que o esperado. Além disso, a falta de padronização dificulta a implementação de tecnologias mais limpas e a adaptação das frotas existentes.

As demais alternativas, embora relacionadas a questões ambientais, não explicam diretamente a persistência da má qualidade do ar nos centros urbanos mesmo com a redução das emissões dos veículos novos. A chuva ácida (A) e o aquecimento global (E) são consequências de longo prazo da poluição, mas não impedem necessariamente a melhoria local da qualidade do ar. Já o aumento de postos de abastecimento (C) e a oferta de biocombustíveis (D) não têm relação direta com o aumento das emissões, podendo até contribuir para a redução em alguns casos.

Analise o texto a seguir.

“A Essência mesma do ser humano é a transformação da natureza mediante o trabalho. Essa relação física e social da espécie humana com seu entorno foi sempre dialética.”

FALADORI, G. Limites do desenvolvimento sustentável. São Paulo: Unicamp, 2001, p.107

Nesse contexto, considere as afirmações abaixo.

I - A dialética da relação citada se fundamenta na modificação que a sociedade impunha ao seu meio ambiente e no dever de adequar-se a um entorno permanentemente modificado.

II - Sociedades de caçadores e coletores não exploram a natureza, pois possuem uma relação de trabalho diferente da sociedade urbana.

III - A relação do homem com o meio ambiente não pode ser idealizada, já que a dialética referida no texto é necessária à manutenção do modelo socioeconômico atual.

Está correto o que se afirma em

• A) I, apenas.
• B) II, apenas.
• C) I e III, apenas.
• D) II e III, apenas.
• E) I, II e III.

O gabarito correto é C).

A sobrepesca é um problema ambiental grave que ocorre quando a atividade pesqueira ultrapassa os limites de sustentabilidade de uma espécie ou ecossistema. O conceito está diretamente relacionado ao equilíbrio ecológico e à capacidade de reposição natural dos estoques pesqueiros.

Analisando as alternativas:

• A) CORRETA: A definição mais precisa de sobrepesca refere-se justamente à situação em que a pesca deixa de ser sustentável, impedindo a recuperação das populações de peixes e ameaçando o equilíbrio do ecossistema.
• B) Embora o uso de equipamentos proibidos possa agravar o problema, isso caracteriza pesca ilegal, não necessariamente sobrepesca.
• C) A pesca durante o período de defeso é uma infração ambiental, mas não define o conceito de sobrepesca.
• D) A pesca de espécies ameaçadas é proibida, mas a sobrepesca pode ocorrer mesmo com espécies ainda abundantes.
• E) Os limites legais muitas vezes não refletem os limites biológicos reais, portanto a sobrepesca pode ocorrer mesmo dentro da legalidade.

Portanto, a alternativa A é a que melhor define a sobrepesca como um desequilíbrio entre a capacidade reprodutiva das espécies e a intensidade da atividade pesqueira, comprometendo a sustentabilidade dos ecossistemas aquáticos.

Na Bacia Amazônica, a ictiofauna enfrenta múltiplas pressões que ameaçam a sustentabilidade dos estoques pesqueiros. Entre as opções apresentadas, a alternativa C) Garimpagem e desmatamento representa a maior ameaça, conforme indicado pelo gabarito correto.

A garimpagem, principalmente a atividade ilegal de extração de ouro, libera mercúrio nos rios, contaminando a água e os peixes, além de causar assoreamento e destruição de habitats aquáticos. O desmatamento, por sua vez, remove a vegetação ripária, essencial para a manutenção dos ecossistemas fluviais, afetando diretamente a reprodução e alimentação das espécies de peixes.

Embora outras atividades, como a pesca comercial e de subsistência (A), a pesca ornamental (B), os efeitos climáticos (D) e a construção de infraestrutura (E) também impactem a ictiofauna, a combinação da garimpagem e do desmatamento tem efeitos mais imediatos e devastadores, comprometendo não apenas os estoques pesqueiros, mas também a saúde dos rios e das comunidades que dependem deles.

O impacto ambiental de atividades humanas sobre ecossistemas aquáticos é um tema de grande relevância, especialmente quando se trata de hidrelétricas e hidrovias fluviais. Ambas dependem do represamento de cursos d’água, mas seus efeitos sobre as comunidades de peixes diferem significativamente.

As hidrelétricas, por sua natureza, exigem a formação de grandes reservatórios, que alteram profundamente o ambiente aquático. Essas barragens fragmentam habitats, impedem a migração de espécies e modificam o fluxo natural dos rios, impactando diretamente a biodiversidade. Além disso, a estagnação da água em grandes reservatórios pode levar à redução de oxigênio e à alteração da temperatura, afetando a sobrevivência de diversas espécies.

Já as hidrovias, embora também dependam de represamentos, geralmente operam em reservatórios menores e com menor interferência no fluxo natural da água. Isso resulta em um impacto ambiental menos severo quando comparado às hidrelétricas, conforme indicado pela alternativa C). A navegação em hidrovias pode, sim, causar perturbações, como poluição sonora e alterações nas margens, mas esses efeitos tendem a ser localizados e menos abrangentes do que os causados pelas grandes barragens.

Portanto, ao analisar os impactos sobre as comunidades de peixes, conclui-se que as hidrovias têm um efeito menor do que as hidrelétricas, principalmente devido à escala reduzida de seus reservatórios. Essa diferença é crucial para o planejamento de projetos de infraestrutura que visam equilibrar desenvolvimento e conservação ambiental.

A construção de usinas hidrelétricas no Brasil é um tema que gera debates significativos, especialmente em relação aos impactos ambientais causados nos ecossistemas aquáticos. Entre as principais consequências está a alteração na composição das comunidades de peixes, que pode ser drasticamente modificada devido à introdução de espécies exóticas no reservatório formado pela barragem.

O gabarito correto para a questão apresentada é a alternativa E), que aborda o aparecimento de espécies exóticas no reservatório, competindo e predando as espécies nativas. Esse fenômeno ocorre porque o novo ambiente criado pela represa muitas vezes favorece a proliferação de peixes não nativos, que podem ser mais adaptáveis às condições alteradas do que as espécies locais.

Essas espécies invasoras podem desequilibrar o ecossistema, levando ao declínio ou até mesmo à extinção de populações nativas. Além disso, a competição por recursos e a predação direta são fatores que agravam ainda mais a situação, tornando a alternativa E) a mais adequada para explicar as profundas alterações na composição das comunidades de peixes.

Embora outras alternativas também apresentem impactos relevantes, como mudanças físico-químicas da água ou flutuações no nível do reservatório, o efeito mais direto e frequentemente observado é a introdução de espécies exóticas, que alteram a dinâmica ecológica de forma irreversível em muitos casos.