Questões Sobre Problemas ambientais - Biologia - concurso

Sobre o protocolo de Quioto que criou o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) como uma possibilidade de promover o desenvolvimento sustentável foram feitas as afirmações:

I. Pequenos produtores poderão ter benefícios econômicos ao participarem de projetos envolvendo MDL.

II. Projetos que utilizam o MDL garantem maior disponibilidade de recursos naturais para as gerações futuras.

III. A criação do MDL permite que países menos desenvolvidos atinjam o desenvolvimento sustentável independentemente dos países desenvolvidos.

Está correto o que se afirmou em:

• A) I, somente.
• B) II, somente.
• C) I e II, somente.
• D) I e III, somente.
• E) I, II e III.

O gabarito correto é C) I e II, somente.

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) no Brasil classifica as áreas protegidas em dois grandes grupos: as unidades de proteção integral e as unidades de uso sustentável. Essa divisão reflete objetivos distintos, sendo que o primeiro grupo prioriza a preservação da natureza com mínima interferência humana, enquanto o segundo permite atividades econômicas sustentáveis que compatibilizem a conservação com o uso dos recursos naturais.

Analisando as alternativas apresentadas, o gabarito correto é a letra D), que associa corretamente a estação ecológica (unidade de proteção integral) e a área de proteção ambiental (APA) (unidade de uso sustentável). A estação ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas, com acesso restrito ao público. Já a APA é uma categoria mais flexível, que busca conciliar a ocupação humana e atividades produtivas com a conservação dos ecossistemas.

As demais alternativas apresentam combinações incorretas ou invertem a classificação das unidades. Por exemplo, a alternativa A) menciona "parque nacional" como unidade de uso sustentável, quando na verdade pertence ao grupo de proteção integral. A alternativa C) mistura duas unidades de uso sustentável (floresta nacional e reserva extrativista), não atendendo à solicitação do enunciado.

Portanto, a compreensão das categorias do SNUC e seus objetivos específicos é fundamental para identificar corretamente a classificação das unidades de conservação, conforme demonstrado na alternativa D).

O monitoramento de impactos ambientais causados pela implantação de um agroecossistema baseado em monocultura, próximo a uma unidade de conservação, exige uma abordagem criteriosa para avaliar as possíveis alterações nos ecossistemas naturais vizinhos. Entre as opções apresentadas, a alternativa E) diversidade de espécies de insetos e herbáceas é a mais adequada para esse propósito, conforme indicado pelo gabarito.

Insetos e plantas herbáceas são componentes fundamentais dos ecossistemas, atuando como indicadores sensíveis de mudanças ambientais. A diversidade de insetos, por exemplo, reflete a saúde do ecossistema, uma vez que muitos são polinizadores, decompositores ou servem como base da cadeia alimentar. Alterações em sua população podem sinalizar desequilíbrios, como a perda de habitat ou contaminação por agrotóxicos. Da mesma forma, as espécies herbáceas são frequentemente as primeiras a sofrer impactos devido à sua sensibilidade a mudanças no solo e na disponibilidade de recursos.

Embora outras opções também sejam relevantes — como a diversidade de vertebrados (B) ou a produtividade primária líquida (D) —, a escolha por insetos e herbáceas se justifica por sua rápida resposta a perturbações e seu papel ecológico estratégico. A razão entre áreas cultivadas e naturais (A) pode ser útil para análises espaciais, mas não captura diretamente a biodiversidade. Já a diversidade de espécies arbóreas e arbustivas (C), embora importante, tende a responder mais lentamente a mudanças, tornando-as menos eficazes para um monitoramento imediato.

Portanto, a priorização do monitoramento da diversidade de insetos e herbáceas permite uma avaliação mais ágil e precisa dos impactos da monocultura sobre os ecossistemas naturais adjacentes, contribuindo para a tomada de decisões em prol da conservação ambiental.

A United Nations Conference On Trade And Development (UNCTAD) apresentou, em 2000, uma proposta para a elaboração de indicadores de eco-eficiência, denominados Environmental Performance Indicators (EPI), com o objetivo de avaliar o desempenho econômico-financeiro de empresas sob a perspectiva ambiental. Esses indicadores buscam mensurar a eficiência no uso de recursos naturais e o impacto ambiental das atividades produtivas, alinhando crescimento econômico com sustentabilidade.

No contexto da depleção de recursos energéticos não renováveis, um dos principais desafios ambientais da atualidade, o indicador de performance ambiental mais adequado para mensurar esse problema é a relação entre o uso de energia fóssil e o valor adicionado. Essa métrica reflete diretamente a dependência de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural, que são recursos finitos e altamente poluentes, e sua eficiência na geração de valor econômico.

As alternativas apresentadas na questão abordam diferentes aspectos ambientais, como emissões de gases de efeito estufa (A), degradação da camada de ozônio (B), geração de resíduos (C) e consumo de água (E). No entanto, apenas a opção D) (uso de energia fóssil/valor adicionado) está diretamente relacionada à questão da depleção de recursos energéticos não renováveis, sendo, portanto, a resposta correta.

Essa abordagem da UNCTAD reforça a importância de métricas claras e objetivas para avaliar a sustentabilidade corporativa, incentivando práticas que reduzam a dependência de recursos não renováveis e promovam a transição para uma economia de baixo carbono.