Questões Sobre Protistas e algas - Biologia - concurso

A Maré Vermelha e os Dinoflagelados

O fenômeno conhecido como maré vermelha é um evento natural marcado pela proliferação excessiva de micro-organismos planctônicos, que alteram a coloração da água devido à concentração de pigmentos em suas células. Embora o nome sugira apenas tons avermelhados, essa manifestação pode apresentar diversas cores, como amarelo, laranja ou marrom, dependendo dos pigmentos predominantes nos organismos envolvidos.

Entre os grupos de algas mencionados nas alternativas, os principais responsáveis pelas marés vermelhas são os dinoflagelados (Dinophyta). Esses micro-organismos unicelulares possuem pigmentos como clorofila-a, clorofila-c e carotenoides, incluindo o beta-caroteno e xantofilas, que conferem as tonalidades características ao fenômeno. Além disso, muitas espécies de dinoflagelados são capazes de produzir toxinas, o que pode tornar as marés vermelhas um risco para a vida marinha e até para a saúde humana.

Embora outros grupos de algas, como as diatomáceas (Bacillariophyta) ou as algas vermelhas (Rhodophyta), também possam causar descolorações na água, são os dinoflagelados os mais frequentemente associados a esse fenômeno em ambientes marinhos. Sua capacidade de se reproduzir rapidamente sob condições favoráveis, como aumento de nutrientes na água e temperaturas adequadas, os torna os principais agentes das marés vermelhas.

Portanto, a alternativa correta é a C) dinophyta ou dinoflagelados, pois são os organismos mais diretamente ligados a esse intrigante e, por vezes, perigoso fenômeno oceânico.

As algas mixotróficas representam um grupo fascinante de microrganismos que combinam características autotróficas e heterotróficas, permitindo-lhes explorar diferentes fontes de nutrientes. Essa versatilidade metabólica é o principal fator por trás do aumento de até 30% no crescimento observado em cultivos comerciais, conforme mencionado no texto. A capacidade de utilizar tanto compostos orgânicos quanto inorgânicos (alternativa C) confere a essas algas uma vantagem competitiva significativa em ambientes com flutuações na disponibilidade de recursos.

Ao contrário das algas estritamente fotossintéticas, que dependem exclusivamente da luz e do CO₂ (alternativa A incorreta), as mixotróficas podem suplementar sua nutrição através da absorção de matéria orgânica dissolvida. Isso lhes permite manter taxas de crescimento estáveis mesmo em condições de baixa luminosidade, sem necessidade de reduzir o ponto de compensação fótico (alternativa B incorreta). Embora seu metabolismo seja eficiente, não há evidências de que ocorra uma aceleração generalizada dos mecanismos metabólicos (alternativa D incorreta), mas sim uma otimização no aproveitamento energético.

Essa estratégia dual torna as algas mixotróficas particularmente valiosas para a biotecnologia, onde a produtividade e a resiliência do cultivo são fatores críticos. A compreensão desse mecanismo abre perspectivas para aplicações em biocombustíveis, sequestro de carbono e nutrição animal, demonstrando como a natureza inspira soluções sustentáveis para desafios industriais.

A afirmação de que "as algas têm origem ancestral recente na história evolutiva da Terra, tendo evoluído de vegetais vasculares" está incorreta, conforme o gabarito indica (E) ERRADO. As algas são organismos fotossintetizantes que possuem uma origem evolutiva muito antiga, remontando a bilhões de anos, muito antes do surgimento dos vegetais vasculares. Na verdade, as algas são consideradas ancestrais diretos das plantas terrestres, incluindo os vegetais vasculares, e não o contrário. Portanto, a afirmação apresentada inverte a relação evolutiva correta entre esses grupos.

A Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, criada em 1997, é uma unidade de conservação da natureza (UC) que abriga uma rica biodiversidade marinha, incluindo recifes de corais, mangues e diversas espécies ameaçadas de extinção. Entre os organismos presentes nesse ecossistema, destacam-se algas, corais, peixes, crustáceos, moluscos e mamíferos aquáticos, como o peixe-boi-marinho, tartarugas e baleias.

Em relação à estrutura celular desses organismos, é correto afirmar que todos possuem membrana plasmática, uma característica fundamental das células. No caso específico das algas, além da membrana plasmática, há também a presença de uma parede celular, que fornece proteção e sustentação adicional à célula. Portanto, a afirmação de que as células dos organismos marinhos mencionados possuem membrana plasmática e que as algas apresentam parede celular é correta.

O gabarito correto para o item em questão é C) CERTO, pois a informação está de acordo com os conhecimentos básicos de biologia celular aplicados aos organismos marinhos descritos no texto.

As leishmanioses representam um grupo de doenças parasitárias causadas por protozoários do gênero Leishmania, que afetam tanto humanos quanto animais. No contexto brasileiro, essa enfermidade configura-se como um grave problema de saúde pública, agravado pela urbanização desordenada, a reemergência de focos endêmicos e a associação com a infecção por HIV, que amplifica sua complexidade epidemiológica.

Entre as alternativas apresentadas sobre a leishmaniose, a incorreta é a letra E, que erroneamente atribui a transmissão da leishmaniose visceral ao mosquito Culex fatigans. Na realidade, os vetores pertencem à família Psychodidae, subfamília Phlebotominae, com destaque para os gêneros Lutzomyia nas Américas e Phlebotomus em outras regiões do mundo. Essa distinção é crucial, pois o Culex está associado à transmissão de outras arboviroses, como a filariose e a febre do Nilo Ocidental.

As demais alternativas apresentam informações corretas sobre a doença: a detecção do parasito (A), as medidas preventivas (B), os métodos diagnósticos sorológicos e moleculares (C) e a classificação das formas clínicas (D). Ressalta-se que o combate à leishmaniose exige abordagem multidisciplinar, integrando vigilância epidemiológica, controle vetorial, diagnóstico precoce e tratamento adequado, especialmente em áreas endêmicas onde condições socioambientais favorecem a proliferação do vetor.

Os dinoflagelados representam um grupo fundamental de microalgas planctônicas marinhas, conhecidas por sua capacidade de formar florações massivas, também chamadas de blooms ou marés vermelhas, quando atingem densidades superiores a 1 milhão de células por litro. Esses fenômenos podem ter impactos significativos, desde a mortalidade de peixes até prejuízos econômicos e riscos à saúde pública, devido à produção de toxinas por algumas espécies.

Analisando as opções apresentadas, a alternativa correta é a D, que indica as principais variáveis ambientais responsáveis pela floração, os gêneros mais representativos e as toxinas associadas. As condições que favorecem a proliferação desses microrganismos incluem chuvas, altas temperaturas e poluição orgânica, fatores que aumentam a disponibilidade de nutrientes na água. Entre os gêneros mais relevantes estão Gymnodinium, Prorocentrum e Gonyaulax, conhecidos por sua participação em eventos tóxicos. Além disso, as toxinas produzidas por esses organismos, como a toxina paralisante de moluscos (Saxitoxinas), representam um grave risco para a vida marinha e para os seres humanos que consomem frutos do mar contaminados.

As demais alternativas apresentam combinações incorretas entre causas, gêneros e toxinas, destacando a importância de compreender a relação entre esses elementos para mitigar os efeitos das marés vermelhas. Portanto, a resposta D é a que melhor sintetiza as informações corretas sobre o tema.

O estudo do plâncton marinho por meio de métodos acústicos é uma ferramenta valiosa para a classificação desses organismos com base em suas propriedades físicas e químicas. A resposta correta para a questão apresentada é a alternativa B), que destaca os parâmetros mais relevantes para a interação com ondas acústicas e as categorias decorrentes.

Os principais parâmetros que influenciam a capacidade de um organismo planctônico de atenuar ou refletir ondas acústicas são:

• Tamanho e forma do corpo: determinam como o organismo dispersa ou absorve a energia acústica.
• Composição química predominante: materiais diferentes possuem propriedades acústicas distintas.
• Presença de estruturas gasosas ou oleosas: essas estruturas causam forte contraste acústico com a água do mar.

Com base nessas características, os organismos são classificados em três categorias principais:

1. Fluid-like (semelhantes a fluidos): organismos cujas propriedades acústicas são semelhantes às da água.
2. Elastic-shelled (com conchas elásticas): organismos com estruturas rígidas que refletem eficientemente o som.
3. Gas-inclusion (com intrusões gasosas): organismos que contêm bolsas de gás, causando forte reflexão acústica.

Esta classificação é particularmente útil para estudos ecológicos e de biomassa, permitindo a diferenciação de grupos funcionais do plâncton através de métodos não-invasivos. A acústica submarina oferece assim uma ferramenta poderosa para o monitoramento em larga escala dos ecossistemas marinhos.

As microalgas marinhas representam um grupo diversificado de organismos fotossintetizantes, tanto procariotos quanto eucariotos, que habitam os oceanos. Entre suas características notáveis está a produção de compostos bioativos com aplicações biotecnológicas, como polissacarídeos e ácidos graxos. O texto destaca um grupo específico de procariotos que possuem clorofila a, xantofilas glicosiladas e ficobiliproteínas organizadas em ficobilissomos, estruturas especializadas que auxiliam na captação de luz. Esses organismos são conhecidos por sua capacidade de sintetizar substâncias com propriedades farmacológicas, incluindo inibidores enzimáticos, agentes antimalária e imunossupressores.

O grupo taxonômico descrito corresponde às Cyanophyceae (cianobactérias), únicas entre os procariontes por realizarem fotossíntese oxigênica e apresentarem ficobiliproteínas como pigmentos acessórios. Esses microrganismos desempenham um papel crucial nos ecossistemas aquáticos e são amplamente estudados na biotecnologia devido ao seu potencial na produção de compostos de interesse médico e industrial. Portanto, a alternativa correta é D) Cyanophyceae.

O texto apresenta as características de dois grupos distintos de macroalgas, destacando seus pigmentos, substâncias de reserva, composição da parede celular e outras particularidades celulares. A análise desses elementos permite identificar corretamente os grupos em questão.

O grupo I apresenta clorofilas a e c, fucoxantina (um carotenóide típico), armazena laminarina e possui ácido algínico em sua parede celular - características marcantes das algas pardas (Ochrophyta, antigamente chamadas Phaeophyta). A presença de centríolos em todas as células corrobora essa classificação.

Já o grupo II mostra clorofilas a e b junto com ficobilinas, armazena amido e possui parede celular com galactose e outros polissacarídeos. A ausência de centríolos e células flageladas são traços distintivos das algas vermelhas (Rhodophyta).

Entre as alternativas apresentadas, a única que combina corretamente as algas pardas (Ochrophyta/Phaeophyta) como grupo I e as algas vermelhas (Rhodophyta) como grupo II é a alternativa E). As demais opções ou invertem essa relação ou incluem grupos taxonômicos inadequados (como Chlorophyta ou Miozoa) que não correspondem às características descritas.

Portanto, a resposta correta é de fato a alternativa E), como indicado no gabarito. Essa distinção entre os principais grupos de macroalgas é fundamental para a compreensão da biodiversidade marinha e da ecologia dos ecossistemas aquáticos.

O estudo das microalgas clorofíceas (Chlorophyta) tem ganhado destaque devido ao seu vasto potencial de aplicação na indústria, seja na produção de biocombustíveis, suplementos alimentares ou até mesmo na área farmacêutica. Dentre as opções apresentadas, a alternativa correta é a C) Tetraselmis e Dunaliella, pois ambas são gêneros de microalgas verdes amplamente pesquisados e utilizados comercialmente.

Tetraselmis é conhecida por seu alto valor nutricional, sendo empregada na aquicultura como alimento para organismos marinhos, enquanto Dunaliella salina é reconhecida pela produção de beta-caroteno, um pigmento antioxidante com aplicações na indústria alimentícia e cosmética. Em contraste, as outras opções apresentam gêneros que não pertencem às clorofíceas ou não possuem o mesmo destaque industrial.

Portanto, a escolha correta é a letra C, que identifica dois representantes da divisão Chlorophyta com relevância comprovada em pesquisas e aplicações tecnológicas.