Questões Sobre Protistas e algas - Biologia - concurso

O trecho de Quincas Borba, de Machado de Assis, apresenta um diálogo revelador sobre a doença terminal do personagem Quincas Borba, cujo diagnóstico é ocultado pelo médico para poupar seu sofrimento. Essa passagem remete a um tema relevante no contexto da saúde pública: as doenças causadas por agentes biológicos, em especial os protozoários, que são responsáveis por diversas enfermidades no Brasil.

Entre as opções apresentadas, a alternativa correta é a C), que lista doenças causadas exclusivamente por protozoários: giardíase, doença de Chagas, malária e leishmaniose. Essas enfermidades têm grande impacto social e econômico, principalmente em regiões com condições precárias de saneamento ou onde os vetores (como mosquitos e barbeiros) encontram ambiente propício para proliferação.

A giardíase é uma infecção intestinal transmitida por água ou alimentos contaminados; a doença de Chagas, causada pelo Trypanosoma cruzi, afeta o coração e o sistema digestivo; a malária, transmitida por mosquitos do gênero Anopheles, causa febres altas e complicações sistêmicas; já a leishmaniose, em suas formas cutânea ou visceral, é transmitida por flebotomíneos e pode ser fatal se não tratada.

O texto de Machado de Assis, ao abordar a deterioração física de Quincas Borba, indiretamente nos lembra da importância do diagnóstico preciso e do enfrentamento das doenças — tema que permanece atual diante dos desafios epidemiológicos do país.

Os protozoários sarcodíneos são organismos unicelulares que apresentam características específicas, como a locomoção por meio de pseudópodes, estruturas temporárias formadas pela extensão do citoplasma. Além disso, a reprodução mais comum nesse grupo é a divisão binária, um processo assexuado que garante a multiplicação rápida desses organismos. Algumas espécies podem ainda apresentar estruturas protetoras, como carapaças calcárias ou conchas, que auxiliam na sua sobrevivência em diferentes ambientes.

Entre os gêneros mais conhecidos de sarcodíneos estão a Amoeba e a Entamoeba, este último incluindo espécies parasitas que afetam humanos, como a Entamoeba histolytica, causadora da amebíase. No entanto, os gêneros Paramecium e Vorticella não fazem parte dos sarcodíneos, pois pertencem ao grupo dos ciliados, que se locomovem por meio de cílios. Portanto, a alternativa E está incorreta, pois esses gêneros não são classificados como sarcodíneos.

Assim, a resposta correta para a questão é a letra E, já que os gêneros mencionados não estão incluídos no grupo dos sarcodíneos, mas sim em outro grupo de protozoários com características distintas.

A malária é uma doença parasitária que, só no ano de 2006, foi diagnosticada em mais de meio milhão de pessoas no Brasil. No Brasil, Plasmodium vivax é o agente etiológico mais frequente desta enfermidade. Os vetores da doença são culicídeos, e a afirmação correta sobre eles é a alternativa B).

De acordo com a alternativa B), as espécies vetoras são todas do gênero Anopheles, que são os hospedeiros definitivos da doença. O mosquito torna-se infectivo ao possuir esporozoítos em suas glândulas salivares. Essa descrição está correta, pois os mosquitos do gênero Anopheles são os únicos capazes de transmitir a malária, atuando como hospedeiros definitivos do parasita Plasmodium. O ciclo de transmissão ocorre quando o mosquito ingere gametócitos durante a hematofagia em um hospedeiro humano infectado, desenvolvendo esporozoítos em suas glândulas salivares, que são então transmitidos a um novo hospedeiro durante outra picada.

As demais alternativas apresentam informações incorretas. A alternativa A) está parcialmente correta, mas o mosquito só se torna infectivo quando os esporozoítos migram para as glândulas salivares, não apenas ao ingerir gametócitos. As alternativas C), D) e E) estão erradas, pois os vetores não são dos gêneros Culex ou Aedes, e o Anopheles é o hospedeiro definitivo, não intermediário.

Portanto, a resposta correta é B), que descreve com precisão o papel do Anopheles na transmissão da malária.

A doença de Chagas é uma enfermidade tropical negligenciada, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que possui um ciclo de transmissão complexo envolvendo vetores hematófagos. A questão aborda especificamente a classificação taxonômica correta desses vetores, um aspecto fundamental para o entendimento epidemiológico e controle da doença.

Os insetos vetores pertencem à ordem Hemiptera, subordem Heteroptera, e são popularmente conhecidos como "barbeiros". A alternativa correta (E) indica que:

• Família: Reduviidae - grupo que engloba percevejos predadores, incluindo os triatomíneos
• Subfamília: Triatominae - subgrupo especializado em hábitos hematófagos
• Gêneros médicos relevantes: Triatoma, Rhodnius e Panstrongylus

Esta classificação é corroborada pela literatura científica atual, que reconhece os triatomíneos como uma subfamília dentro dos Reduviidae, e não como família independente (Triatomidae). Os gêneros mencionados representam os principais vetores nas Américas, com particular importância do Triatoma infestans (vetor domiciliar clássico) e Rhodnius prolixus (importante na transmissão silvestre).

A confusão comum com a família Triatomidae (alternativas A e D) deriva de classificações taxonômicas históricas já superadas. Da mesma forma, a inclusão do gênero Reduvius (alternativa B) é incorreta, pois este pertence a outra subfamília de percevejos predadores não relacionados à transmissão da doença.

A amebíase é uma doença parasitária causada pelo protozoário Entamoeba histolytica, cuja transmissão ocorre principalmente por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados com cistos do parasita. Para prevenir sua disseminação, medidas de higiene são essenciais, porém nem todas são igualmente eficazes.

Entre as alternativas apresentadas, a cloração da água potável (opção D) é considerada ineficaz no controle da amebíase. Isso ocorre porque os cistos da Entamoeba histolytica são resistentes aos níveis de cloro normalmente utilizados no tratamento da água. Embora a cloração seja eficiente contra bactérias e vírus, não garante a eliminação desses cistos.

Por outro lado, medidas como lavar as mãos com água e sabão (A), higienizar alimentos crus (B), usar latrinas adequadas (C) e evitar o uso de fezes humanas como adubo (E) são comprovadamente eficientes, pois interrompem o ciclo de contaminação fecal-oral, principal via de transmissão da amebíase.

A Giardia duodenalis é um protozoário flagelado que causa a giardíase, uma infecção intestinal comum em humanos e outros mamíferos. Ao analisar as alternativas apresentadas, a única correta é a letra E, que afirma que sua reprodução é assexuada, por divisão binária longitudinal. Este método de reprodução é característico desse parasita, permitindo sua rápida multiplicação no hospedeiro.

As demais alternativas contêm informações incorretas: a Giardia não é um protozoário ciliado (alternativa A), mas sim flagelado; os trofozoítas habitam o intestino delgado, não o grosso (alternativa B); sua distribuição é mundial, não restrita à América do Sul e África (alternativa C); e os cistos são formas resistentes que sobrevivem por semanas na água, contradizendo a alternativa D.

Portanto, a resposta correta é realmente a alternativa E, que descreve com precisão o mecanismo reprodutivo deste importante parasita intestinal.

A balantidíase é uma doença parasitária causada pelo protozoário ciliado Balantidium coli, que afeta principalmente o intestino grosso, provocando sintomas como diarreia e disenteria. Embora compartilhe características clínicas com a amebíase, sua etiologia e aspectos epidemiológicos são distintos. A seguir, analisamos as afirmações apresentadas, destacando a incorreta, que é a alternativa D.

A primeira afirmação (A) está correta, pois B. coli é, de fato, um protozoário ciliado, sendo o único representante desse grupo conhecido por parasitar humanos. Sua morfologia inclui cílios que facilitam sua locomoção e invasão tecidual.

A segunda afirmação (B) também está correta. A balantidíase possui distribuição cosmopolita, embora seja mais prevalente em regiões com condições sanitárias precárias e onde há criação de suínos, principal reservatório do parasita.

A terceira afirmação (C) é verdadeira, uma vez que a infecção humana está frequentemente associada ao contato com porcos infectados ou com água e alimentos contaminados por seus dejetos. Isso reforça a importância da zoonose na transmissão da doença.

A quarta afirmação (D) é a incorreta, conforme o gabarito. B. coli não é o menor protozoário que parasita o homem; pelo contrário, é considerado um dos maiores, podendo atingir até 200 µm de comprimento, visível até mesmo a microscopia de baixo aumento.

Por fim, a quinta afirmação (E) está correta. Os cistos eliminados nas fezes são a forma infectante do parasita, resistentes ao ambiente e capazes de transmitir a doença quando ingeridos por um novo hospedeiro.

Portanto, a alternativa D é a única incorreta, pois contradiz o tamanho significativo de B. coli em comparação com outros protozoários parasitas humanos.

Isospora belli e Sarcocystis spp. são parasitos de grande relevância tanto para a saúde animal quanto para a humana, pertencentes à subordem Eimeriina. Esses esporozoários são capazes de causar infecções que variam desde quadros assintomáticos até condições graves, especialmente em indivíduos com comprometimento imunológico. Seu ciclo de vida complexo, envolvendo reprodução sexuada e assexuada, assim como suas formas de transmissão, são aspectos fundamentais para compreender seu impacto na saúde.

Entre as alternativas apresentadas, a afirmação incorreta é a letra B), que descreve Sarcocystis spp. como parasitos monóxenos. Na realidade, esses organismos possuem um ciclo heteróxeno, dependendo de dois hospedeiros distintos para completar seu desenvolvimento: um hospedeiro definitivo (geralmente carnívoros) e um intermediário (como herbívoros ou aves). Essa característica é essencial para sua disseminação e patogenicidade.

As demais alternativas estão corretas: Isospora belli é de fato um coccídeo causador da isosporíase (A), ambos os parasitos apresentam ciclos com fases sexuadas e assexuadas (C), a infecção por I. belli ocorre pela ingestão de oocistos eliminados nas fezes (D), e a sarcosporidíase é adquirida pelo consumo de carne contaminada com cistos do parasito (E).

Portanto, o conhecimento detalhado desses parasitos, incluindo suas características biológicas e formas de transmissão, é crucial para o diagnóstico, prevenção e controle das doenças por eles causadas.

A amebíase, uma das principais protozooses humanas em termos de mortalidade, apresenta mecanismos de infecção e desenvolvimento bem estabelecidos. Entre as alternativas apresentadas, a única incorreta é a letra E, que afirma que tanto Entamoeba histolytica quanto Entamoeba dispar são patogênicas. Na realidade, apenas a E. histolytica possui capacidade de invadir tecidos e causar doença, enquanto a E. dispar é considerada não patogênica, embora morfologicamente semelhante.

As demais alternativas descrevem corretamente aspectos da infecção amebiana. A alternativa A destaca a necessidade da ingestão de cistos por um hospedeiro suscetível para o estabelecimento da infecção. A alternativa B ressalta a resistência dos cistos aos sucos digestivos e sua eclosão no intestino grosso. Já a alternativa C descreve o ciclo patogênico, no qual os trofozoítas invadem a parede intestinal, causando necrose e possivelmente disseminando-se para outros órgãos. Por fim, a alternativa D aborda o ciclo não patogênico, em que os cistos são formados e eliminados nas fezes, perpetuando a transmissão.

Portanto, a compreensão das diferenças entre as espécies de Entamoeba e dos ciclos biológicos envolvidos é fundamental para o diagnóstico e tratamento adequados da amebíase, assim como para a implementação de medidas de saúde pública eficazes.

O ciclo de vida dos protozoários é um tema complexo e diversificado, especialmente quando consideramos as diferentes estratégias reprodutivas e adaptações desenvolvidas por esses organismos. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a letra C, que afirma que, em algumas espécies, pode ocorrer alternância entre reprodução sexuada e assexuada durante o ciclo de vida.

Essa característica é particularmente relevante em protozoários parasitas, como os do gênero Plasmodium, causador da malária, que apresenta um ciclo de vida com fases assexuadas (como a esquizogonia no hospedeiro vertebrado) e sexuadas (no mosquito vetor). Essa alternância permite maior variabilidade genética e adaptação a diferentes ambientes.

As demais alternativas estão incorretas por diversos motivos. A alternativa A é falsa, pois a esquizogonia é justamente um tipo de reprodução assexuada comum em protozoários parasitas. A alternativa B também está errada, já que a fissão binária não é a única forma de reprodução assexuada, existindo também a esquizogonia e a esporogonia, por exemplo. A alternativa D é incorreta porque há protozoários com reprodução sexuada, como os ciliados. Por fim, a alternativa E está errada, pois muitos protozoários parasitas formam cistos como forma de resistência, como Entamoeba histolytica e Giardia lamblia.

Portanto, a compreensão do ciclo de vida dos protozoários, incluindo suas estratégias reprodutivas, é essencial tanto para o estudo da biologia desses organismos quanto para o desenvolvimento de medidas de controle de doenças por eles causadas.