Questões Sobre Relações ecológicas - Biologia - concurso

As interações ecológicas entre espécies são fundamentais para compreender a dinâmica dos ecossistemas. Analisando as assertivas apresentadas, é possível identificar quais estão corretas com base nos conceitos ecológicos.

A afirmativa I está incorreta, pois o amensalismo é uma relação em que uma espécie é inibida, enquanto a outra não é afetada, e não beneficiada. Já a afirmativa II está correta, uma vez que a competição por interferência direta ocorre quando duas populações competem ativamente por recursos, inibindo-se mutuamente.

A afirmativa III também está correta, pois a protocooperação é uma relação mutualista não obrigatória, em que ambas as espécies se beneficiam, mas podem viver independentemente. Por fim, a afirmativa IV está errada, já que o comensalismo beneficia apenas uma das espécies, sem prejuízo ou obrigatoriedade para a outra.

Portanto, as afirmativas corretas são II e III, correspondendo à alternativa C).

O Aedes aegypti é um mosquito com diferenças comportamentais marcantes entre machos e fêmeas, especialmente durante o período reprodutivo. Enquanto os machos se alimentam exclusivamente de substâncias açucaradas, como néctar de plantas (sendo, portanto, consumidores primários), as fêmeas exigem sangue para o desenvolvimento dos ovos, atuando como consumidoras secundárias ou de ordem superior ao se alimentarem de vertebrados.

Essa distinção alimentar demonstra que machos e fêmeas ocupam nichos tróficos diferentes. No entanto, compartilham o mesmo ambiente de repouso (nichos espaciais idênticos), como criadouros artificiais próximos a residências. Essa coexistência em um mesmo habitat, porém com hábitos alimentares distintos, é um exemplo claro de como organismos da mesma espécie podem explorar recursos de maneiras complementares.

A alternativa correta (D) destaca precisamente essa dualidade: a divergência no nicho alimentar combinada com a sobreposição espacial. As outras opções incorrem em erros conceituais, seja ao generalizar o nível trófico (A e C), ignorar as diferenças alimentares (B) ou confundir nicho ecológico com habitat (E).

O estudo da entomofauna cadavérica é fundamental para a análise forense, pois os insetos associados à decomposição de corpos fornecem informações valiosas sobre o intervalo pós-morte. Entre esses insetos, destacam-se os parasitas e predadores, que desempenham papéis distintos no ecossistema da decomposição. A alternativa INCORRETA sobre parasitismo e predação é a letra A, que afirma que os efeitos negativos da predação são pequenos devido à capacidade de consumo do predador ser maior que a taxa de reposição da presa. Essa afirmação é equivocada, pois, na natureza, a predação geralmente regula as populações de presas de forma equilibrada, sem causar extinções locais, já que os predadores dependem da disponibilidade contínua de presas para sobreviver.

As outras alternativas apresentam informações corretas sobre o tema. A alternativa B descreve adequadamente o parasitismo, em que o parasita se beneficia do hospedeiro sem necessariamente matá-lo. Já a alternativa C define corretamente os insetos predadores, que matam suas presas e consomem múltiplos indivíduos para completar seu ciclo de vida. A alternativa D alerta para um fenômeno importante na entomologia forense: a ação de predadores eficientes pode distorcer a composição da entomofauna, levando a interpretações errôneas sobre o tempo de colonização. Por fim, a alternativa E diferencia corretamente ectoparasitas (que vivem externamente) e endoparasitas (que se instalam no interior do corpo do hospedeiro).

Portanto, compreender a dinâmica entre parasitismo e predação na entomologia forense é essencial para evitar equívocos na análise criminal. A predação, diferentemente do que sugere a alternativa incorreta, é um fator regulador crucial nas populações de insetos cadavéricos, e sua influência deve ser cuidadosamente considerada nos estudos periciais.

O texto descreve uma relação ecológica típica entre bromélias e orquídeas com as árvores que as sustentam, caracterizada pelo epifitismo. Essa interação ocorre quando plantas crescem sobre outras sem causar danos, utilizando-as apenas como suporte para obter melhor acesso à luz e nutrientes. Diferente do parasitismo, que prejudica o hospedeiro, ou do mutualismo e protocooperação, que envolvem benefícios mútuos, o epifitismo é uma relação harmônica e unilateral. Portanto, a alternativa correta é A) Epifitismo.

O mutualismo é uma relação ecológica fundamental para a sobrevivência de diversas espécies, caracterizada pela cooperação mútua entre organismos diferentes. Nessa interação, ambos os envolvidos se beneficiam, estabelecendo uma dependência tão profunda que, em muitos casos, a separação tornaria sua existência inviável. Essa simbiose pode ocorrer em diferentes níveis, desde auxílio na obtenção de nutrientes até proteção contra predadores ou condições ambientais adversas.

No contexto apresentado, três das opções exemplificam claramente relações mutualísticas:

• A) Cupins e protozoários: Os protozoários ajudam os cupins a digerir a celulose da madeira, enquanto recebem abrigo e alimento.
• B) Fungos e algas nos líquens: Os fungos fornecem estrutura e umidade, enquanto as algas realizam fotossíntese, compartilhando nutrientes.
• C) Fungos e raízes de plantas (micorrizas): Os fungos ampliam a absorção de nutrientes do solo, e as plantas fornecem açúcares produzidos na fotossíntese.

Já a alternativa D) Samambaias e troncos de árvores não representa mutualismo, mas sim uma relação de epifitismo. As samambaias utilizam os troncos apenas como suporte, sem causar prejuízo ou benefício direto à árvore, caracterizando uma interação neutra ou comensalismo. Portanto, a resposta correta é D), pois é a única que não se enquadra no conceito de mutualismo.

O texto aborda a situação das capivaras na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, e as medidas tomadas pelo Ibama e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente para controlar a população desses animais após um caso fatal de febre maculosa, doença transmitida pelo carrapato-estrela. A questão central refere-se à relação ecológica entre o carrapato-estrela e o homem, cuja definição correta está na alternativa B: uma associação em que apenas uma espécie se beneficia (o carrapato, ao se alimentar do sangue humano), enquanto a outra é prejudicada (o homem, que pode contrair doenças como a febre maculosa).

Essa relação é conhecida como parasitismo, um tipo de interação ecológica interespecífica desarmônica, em que o parasita (carrapato) obtém benefícios às custas do hospedeiro (homem), causando-lhe danos. O caso ilustra como o desequilíbrio ambiental e a proximidade entre animais silvestres e humanos podem aumentar os riscos de transmissão de doenças, exigindo ações de manejo e controle para preservar a saúde pública.

As interações ecológicas entre os seres vivos são fundamentais para a dinâmica dos ecossistemas, influenciando desde a distribuição das espécies até o fluxo de energia e matéria. Analisando as alternativas apresentadas, a única correta é a D), que afirma que a predação envolve tanto gasto como ganho de energia para os indivíduos da espécie predadora. Essa afirmação está correta porque, durante a predação, o predador despende energia na caça e captura da presa, mas obtém um ganho energético significativo ao consumi-la, garantindo sua sobrevivência e reprodução.

As demais alternativas apresentam incorreções: A) O comensalismo não está necessariamente ligado ao sucesso reprodutivo, mas sim a uma relação em que uma espécie se beneficia sem prejudicar a outra. B) A competição não ocorre apenas pela utilização do mesmo recurso, mas também quando há interferência direta ou indireta entre espécies. C) O mutualismo pode envolver custos para as espécies envolvidas, apesar do benefício mútuo. E) O parasitismo frequentemente causa maior mortalidade nos hospedeiros, especialmente em casos de infecções severas ou desequilíbrios ecológicos.

Portanto, a predação é uma interação ecológica complexa que equilibra perdas e ganhos energéticos, desempenhando um papel crucial na regulação das populações e na manutenção da biodiversidade.

O controle biológico de pragas e vetores é uma estratégia sustentável e eficiente que busca reduzir populações de organismos nocivos por meio da introdução ou estímulo de seus inimigos naturais. Para que essa abordagem seja bem-sucedida, é fundamental compreender as relações ecológicas interespecíficas entre a praga-alvo e o agente de controle biológico.

Um estudo detalhado dessas interações é essencial, pois garante que o organismo utilizado como controle não cause desequilíbrios no ecossistema ou afete espécies não-alvo. Além disso, entender a dinâmica populacional, os hábitos e a eficácia do agente biológico permite uma aplicação mais precisa e segura, aumentando as chances de sucesso no manejo integrado de pragas.

Portanto, a afirmação de que o controle biológico de pragas requer um estudo detalhado das relações ecológicas interespecíficas está correta, uma vez que essa análise é a base para um controle eficaz e ecologicamente responsável.

O controle biológico de pragas e vetores envolve a utilização de organismos vivos, como predadores, parasitoides ou patógenos, para reduzir a população de espécies indesejáveis de forma natural. No entanto, o uso de telas em janelas de repartições de saúde não se enquadra nessa categoria, pois consiste em uma medida física de barreira, e não biológica.

As telas atuam impedindo o acesso de vetores aéreos, como mosquitos, ao ambiente interno, mas não interferem diretamente no comportamento ou deslocamento desses insetos por meio de mecanismos biológicos. Dessa forma, a afirmação apresentada está incorreta, já que o método descrito é um controle mecânico ou físico, e não biológico.

Portanto, o gabarito correto é E) ERRADO, uma vez que a medida citada não representa uma estratégia de controle biológico de vetores.

Os liquens, como bioindicadores da qualidade do ar, desempenham um papel fundamental no monitoramento ambiental, especialmente em áreas urbanas onde a poluição atmosférica é uma preocupação constante. A técnica de utilizar gaiolas contendo liquens para concentrar poluentes e posterior análise é uma abordagem eficiente e ecológica para avaliar os impactos das emissões industriais.

O posicionamento estratégico dessas gaiolas é crucial para obter dados representativos sobre a dispersão dos poluentes. A alternativa correta (B) sugere a distribuição das gaiolas tanto próximas quanto distantes das indústrias. Essa abordagem permite uma análise comparativa entre os poluentes emitidos diretamente nas fontes e aqueles transportados pelos ventos para outras áreas, oferecendo um panorama mais completo da contaminação atmosférica.

As outras opções apresentam limitações significativas. Posicionar as gaiolas apenas dentro das indústrias (A) ou próximas a elas sem considerar a direção dos ventos (D) não avalia a dispersão real dos poluentes. Colocá-las dentro de residências (C) é inviável e pouco representativo, enquanto instalá-las diretamente nas chaminés (E) impediria a análise da dispersão atmosférica, foco principal do monitoramento.

Portanto, a distribuição equilibrada proposta na alternativa B é a mais adequada, pois considera tanto a fonte emissora quanto os efeitos da dispersão atmosférica, proporcionando dados mais precisos para ações de controle da poluição do ar.