Questões Sobre Relações ecológicas - Biologia - concurso

Os corais desempenham um papel crucial como bioindicadores da saúde dos oceanos, refletindo mudanças na temperatura da água por meio de sua coloração. No entanto, o fenômeno do branqueamento dos corais, causado pela perda das zooxantelas – algas simbióticas que vivem em seus tecidos –, revela um grave desequilíbrio nessa relação de mutualismo. Essas microalgas não apenas fornecem pigmentação aos corais, mas também são essenciais para sua sobrevivência, pois realizam fotossíntese e transferem nutrientes orgânicos aos pólipos. Sem elas, os corais perdem sua principal fonte de energia, comprometendo seu crescimento e resistência.

A alternativa correta (E) destaca justamente a dependência dos corais em relação aos nutrientes derivados da fotossíntese realizada pelas zooxantelas. Quando essa relação é rompida, os pólipos enfrentam dificuldades para obter compostos orgânicos essenciais, levando ao branqueamento e, em casos extremos, à morte do coral. Esse processo evidencia a fragilidade dos ecossistemas marinhos diante de alterações ambientais, como o aquecimento global, e reforça a necessidade urgente de conservação desses organismos fundamentais para a biodiversidade oceânica.

O texto aborda o grave problema das superbactérias, que são microrganismos resistentes à maioria dos antibióticos disponíveis. Essas bactérias representam um desafio crescente para a saúde pública global, pois comprometem o tratamento de infecções que antes eram facilmente controláveis. O fenômeno ocorre quando, em uma população bacteriana, algumas células adquirem resistência por mutações ou troca de material genético, sobrevivendo ao tratamento com antibióticos convencionais.

O trecho citado da revista Ciência Hoje destaca que, durante um tratamento com antibióticos, a população de bactérias sensíveis diminui, enquanto as superbactérias resistentes persistem e podem se multiplicar. Essa dinâmica populacional explica por que o gráfico correto que representa esse comportamento é a alternativa B), que mostra o declínio das bactérias sensíveis e a manutenção ou crescimento das resistentes ao longo do tempo.

A resistência bacteriana é um fenômeno complexo que exige atenção tanto no uso racional de antibióticos quanto no desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. O entendimento correto dessa dinâmica populacional, como representado no gráfico B), é fundamental para orientar políticas de saúde e práticas clínicas adequadas.

A interação entre plantas e polinizadores é um exemplo fascinante de coevolução, onde ambas as partes se beneficiam mutuamente. As plantas desenvolveram estratégias específicas para atrair diferentes tipos de polinizadores, garantindo a eficiência da polinização cruzada. No caso das aves, como beija-flores, as plantas adaptaram suas flores para atender às necessidades desses animais. Elas produzem grande quantidade de néctar, uma fonte essencial de energia para as aves, que possuem alto metabolismo. Além disso, muitas dessas flores apresentam coloração vermelha, uma cor que se destaca na visão das aves, enquanto outros polinizadores, como abelhas, não a enxergam com facilidade. Outra característica marcante é a ausência de odor, já que as aves dependem mais da visão do que do olfato para localizar as flores.

As outras alternativas apresentam características que não correspondem aos polinizadores mencionados. Besouros, por exemplo, são atraídos por odores fortes e cores menos vistosas. Mariposas noturnas, por sua vez, preferem flores brancas ou pálidas, com tubos longos da corola e liberam fragrâncias intensas durante a noite. Já os morcegos, polinizadores noturnos, são atraídos por flores que produzem grande quantidade de néctar, têm odor forte e geralmente são de cores claras. Portanto, a alternativa C é a única que descreve corretamente as adaptações das flores polinizadas por aves.

O texto descreve um cenário ecológico em que duas populações herbívoras, X e Z, coexistem em uma floresta antes da fragmentação causada pela ação humana. Inicialmente, a população X era numerosa, enquanto a população Z era pequena, embora ambas compartilhassem hábitos ecológicos semelhantes. A separação física das populações devido à fragmentação levou a um equilíbrio populacional posterior, com a população Z aumentando até atingir números próximos aos da população X.

A pergunta central é identificar a relação ecológica entre as espécies X e Z quando ocupavam o mesmo ambiente. Analisando as opções:

• A) Predação: Não se aplica, pois ambas são herbívoras e não há indicação de que uma se alimentasse da outra.
• B) Parasitismo: Também não se encaixa, pois não há evidências de que uma espécie se beneficiava às custas da outra de forma parasitária.
• C) Competição: Esta é a resposta correta. Como ambas as espécies possuíam hábitos ecológicos semelhantes, é provável que competissem pelos mesmos recursos, como alimento e espaço. A população X, inicialmente maior, pode ter limitado o crescimento da população Z devido a essa competição. Com a separação, a população Z teve acesso a mais recursos, permitindo seu aumento.
• D) Comensalismo: Não há indícios de que uma espécie se beneficiava sem afetar a outra.
• E) Protocooperação: Não há relação de benefício mútuo descrita no texto.

Portanto, a relação ecológica mais plausível entre X e Z no mesmo ambiente era de competição, justificando a alternativa C como correta.

O texto descreve cenas de violência na natureza, como leões caçando antílopes, leopardos atacando zebras e hienas disputando carniça. Essas interações, embora aparentemente brutais, fazem parte de um equilíbrio ecológico essencial para a manutenção dos ecossistemas.

A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra D), que menciona predação e comensalismo. A predação é uma relação ecológica em que um organismo (predador) captura e mata outro (presa) para se alimentar, controlando assim a densidade populacional das espécies envolvidas. Já o comensalismo ocorre quando um ser vivo se beneficia dos restos alimentares de outro sem prejudicá-lo, como no caso dos urubus e ratos que aproveitam a carniça deixada por predadores como as hienas.

As outras alternativas não se aplicam corretamente ao contexto descrito. O carnivorismo (A) é um termo geral, mas não define especificamente as relações ecológicas em questão. A simbiose desarmônica (B) e o amensalismo não se encaixam, pois não há relação direta de prejuízo mútuo ou unilateral. A exclusão competitiva (C) e o mutualismo obrigatório também não correspondem, já que não há competição por recursos idênticos nem benefício recíproco. Por fim, o canibalismo (E) e a simbiose positiva não estão presentes nas interações descritas.

Portanto, a resposta correta é mesmo a alternativa D), que melhor representa as relações ecológicas presentes no texto: predação e comensalismo, ambas fundamentais para a dinâmica dos ecossistemas.

O texto apresentado descreve um claro exemplo de desequilíbrio ecológico causado pela ação humana, especificamente pela pesca excessiva de tubarões no Atlântico Norte. Segundo os dados compilados por Jeremy Jackson, do Instituto Scripps de Oceanografia, a redução de 90% das populações de 11 espécies de tubarões levou a uma explosão populacional de arraias, que são suas presas naturais. Essa situação ilustra perfeitamente as consequências em cadeia que a interferência humana pode causar em ecossistemas marinhos.

A relação entre as três espécies mencionadas (tubarões, arraias e moluscos) forma uma cadeia alimentar clássica, onde os tubarões atuam como predadores de topo, controlando a população de arraias, que por sua vez se alimentam de moluscos. Com a drástica redução dos tubarões, as arraias proliferaram descontroladamente, consumindo quantidades massivas de moluscos - estima-se que 840 mil toneladas por ano. Esse consumo excessivo levou ao colapso da pesca de mariscos na Baía de Chesapeake, demonstrando como o impacto inicial na população de tubarões reverberou por todo o ecossistema.

A representação gráfica correta dessa dinâmica populacional (alternativa C) deve mostrar: inicialmente, uma queda acentuada na população de tubarões a partir do tempo zero (início da pesca); em seguida, um aumento exponencial na população de arraias, que ocorre com certo atraso temporal em relação ao declínio dos tubarões; e finalmente, uma queda significativa na população de moluscos, que acontece após o crescimento descontrolado das arraias. Essa sequência de eventos ilustra claramente as relações tróficas entre as espécies e como a perturbação em um nível afeta todos os outros níveis da cadeia alimentar.

Este caso serve como um alerta sobre a importância da manutenção dos predadores de topo nos ecossistemas e como sua remoção pode desencadear efeitos imprevisíveis e muitas vezes devastadores para o equilíbrio ecológico e até mesmo para atividades econômicas humanas que dependem desses ecossistemas.

O texto apresenta um cenário ecológico complexo, envolvendo diferentes interações entre espécies. A análise cuidadosa das relações descritas permite identificar corretamente os tipos de interação interespecífica envolvidos.

Primeiramente, a relação entre a coruja e o morcego é claramente de predação, pois a coruja caça e captura o morcego como fonte de alimento. Essa é uma relação clássica de predador e presa, onde um organismo se beneficia (predador) em detrimento do outro (presa).

Em segundo lugar, os ácaros e piolhos encontrados sob as penas da coruja representam uma relação de competição. Ambos são parasitas externos que competem pelo mesmo recurso: o hospedeiro (a coruja). Eles não interagem diretamente entre si, mas competem indiretamente pelo mesmo nicho ecológico no corpo da ave.

Por fim, as moscas hematófagas encontradas no morcego caracterizam um caso de parasitismo. Essas moscas se alimentam do sangue do morcego (hematófagas), causando prejuízo ao hospedeiro enquanto obtêm benefício para si mesmas.

Portanto, a sequência correta das interações é: predação (coruja-morcego), competição (ácaros-piolhos) e parasitismo (moscas-morcego), correspondendo à alternativa D) como correta.

As interações entre espécies desempenham um papel fundamental na ecologia, moldando a dinâmica populacional e a estrutura dos ecossistemas. Entre os principais tipos de interações, destacam-se as relações consumidor-recurso, a competição e o mutualismo, cada uma com características distintas, porém com fronteiras por vezes difusas.

No contexto das alternativas apresentadas, a incorreta é a alternativa A. A justificativa para essa escolha baseia-se no fato de que as simbioses não incluem relações amensalistas, como mencionado no item. O amensalismo é uma relação em que uma espécie é prejudicada, enquanto a outra não é afetada, o que não se enquadra no conceito de simbiose. Além disso, a descrição das algas e fungos formando líquens está correta, pois representa um mutualismo, não uma relação consumidor-recurso.

As demais alternativas apresentam informações corretas sobre as interações ecológicas:

• B) Descreve adequadamente o mutualismo, com exemplos claros de relações benéficas para ambas as espécies.
• C) Explica corretamente como as interações consumidor-recurso podem levar à competição quando há compartilhamento de recursos.
• D) Apresenta uma distinção precisa entre herbivoria como predação e parasitismo, dependendo do impacto sobre a planta.
• E) Fornece uma descrição acurada dos parasitas, incluindo suas características e modos de associação com os hospedeiros.

Portanto, a análise das alternativas confirma que a alternativa A é a única que contém informações incorretas sobre as interações entre espécies, tornando-a a resposta errada no contexto da questão.

Para atrair potenciais polinizadores, as plantas comumente armazenam néctar nas suas flores em estruturas específicas chamadas de nectários. Contudo, várias espécies de plantas também podem apresentar nectários longe das flores, os chamados "nectários extraflorais". Essas estruturas podem ser encontradas em vários locais, como folhas e brotos. Durante a sua procura por alimento, formigas se deparam com esses nectários, passam a se alimentar do néctar produzido, a eles retornando repetidamente. Durante essa atividade, as formigas acabam patrulhando essas plantas e defendendo-as contra potenciais herbívoros, como lagartas e percevejos.

Esse tipo de interação entre formigas e plantas com nectários extraflorais pode ser categorizado como:

• A) epifitismo.
• B) mutualismo.
• C) colonialismo.
• D) predação.
• E) parasitismo.

O gabarito correto é B) mutualismo.

O experimento descrito com as espécies Paramecium caudatum e Paramecium aurelia ilustra um princípio fundamental da ecologia, conhecido como Princípio de Gause ou Princípio da Exclusão Competitiva. Esse conceito estabelece que duas espécies com nichos ecológicos idênticos não podem coexistir indefinidamente no mesmo ambiente, pois a competição por recursos limitados levará à exclusão de uma delas.

No experimento, quando cultivadas separadamente, ambas as espécies prosperaram, porém P. aurelia demonstrou um crescimento mais acelerado. Já quando colocadas no mesmo meio, a competição direta resultou na eliminação de P. caudatum, evidenciando a superioridade competitiva de P. aurelia. Isso corrobora a alternativa A) como correta, pois a competição entre espécies com nichos semelhantes frequentemente leva à extinção local de uma delas.

As demais alternativas não se aplicam ao princípio em questão. A coexistência pacífica (B) é incompatível com a competição por recursos idênticos, enquanto o fortalecimento de nichos (C) não ocorre quando há sobreposição completa. A emigração (D) ou extinção mútua (E) também não são consequências esperadas, já que a exclusão competitiva geralmente beneficia a espécie mais eficiente.

Portanto, o experimento com os paramécios serve como demonstração clássica de como a competição interespecífica pode moldar comunidades ecológicas, favorecendo a espécie mais adaptada às condições do ambiente enquanto elimina suas competidoras diretas.