Questões Sobre Relações ecológicas - Biologia - concurso

No decorrer da história da humanidade, as batalhas, por diversos motivos, foram bastante frequentes. Na natureza, elas também são comuns, tanto em animais como em plantas. Sobre esse assunto, considere as espécies I e II que se alimentam de III. Quando a população de I aumenta, as de II e III diminuem. As prováveis relações existentes entre I e II e entre II e III são, respectivamente:

• A) competição e predação.
• B) competição e comensalismo.
• C) predação e competição.
• D) predação e comensalismo.
• E) comensalismo e amensalismo.

O gabarito correto é A) competição e predação.

A cripsia é uma estratégia de defesa ou camuflagem utilizada por diversos animais para se confundirem com o ambiente, tornando-se menos visíveis aos predadores. Entre as opções apresentadas, a alternativa correta é a A) Animais planctônicos transparentes, pois a transparência é uma forma clássica de cripsia, permitindo que esses organismos se misturem à água e evitem a detecção.

As outras alternativas representam estratégias diferentes: a borboleta monarca utiliza coloração de advertência (aposematismo), a falsa coral emprega mimetismo para se assemelhar a espécies venenosas, e os anfíbios com cores vibrantes também usam aposematismo para sinalizar toxicidade. Portanto, a cripsia está diretamente associada à transparência dos organismos planctônicos.

O mutualismo na relação parasita-hospedeiro é um exemplo claro de simbiose que beneficia ambos os organismos envolvidos. No caso específico da Escherichia coli, uma bactéria comumente encontrada no intestino humano, essa relação é extremamente vantajosa. Enquanto a bactéria se beneficia de um ambiente rico em nutrientes e condições ideais para sua proliferação, o hospedeiro humano usufrui de vantagens como a síntese de vitaminas (especialmente a vitamina K e algumas do complexo B), auxílio na digestão de certos compostos e até mesmo na proteção contra patógenos invasores.

Esse equilíbrio simbiótico demonstra a complexidade e a importância dos microrganismos para a saúde humana, indo além da visão simplista de que bactérias são apenas agentes causadores de doenças. A microbiota intestinal, por exemplo, desempenha um papel fundamental na manutenção da homeostase do organismo, influenciando desde o sistema imunológico até processos metabólicos essenciais.

Portanto, a afirmação de que o mutualismo entre a Escherichia coli e o ser humano é um exemplo de simbiose benéfica para ambos está correta, reforçando a ideia de que a coexistência com microrganismos é um aspecto vital para a saúde e o bem-estar humano.

A interação entre ruminantes e os microrganismos que produzem celulase em seus estômagos é um exemplo clássico de mutualismo, uma relação ecológica em que ambas as espécies envolvidas se beneficiam. Os ruminantes, como bois e ovelhas, não possuem enzimas capazes de digerir a celulose presente nas plantas que consomem. No entanto, os microrganismos presentes em seu sistema digestivo, especialmente no rúmen, produzem celulase, que quebra a celulose em moléculas menores e assimiláveis. Em troca, esses microrganismos encontram um ambiente rico em nutrientes e protegido para se desenvolverem.

Essa relação é fundamental para a sobrevivência dos ruminantes, pois sem os microrganismos, eles não conseguiriam extrair energia suficiente de sua dieta herbívora. Por outro lado, os microrganismos obtêm um habitat estável e fonte constante de alimento. Portanto, essa simbiose é claramente mutualística, diferindo de outras relações ecológicas como comensalismo, parasitismo ou inquilinismo, onde apenas uma das partes se beneficia ou a interação é neutra para uma delas.

Assim, a alternativa correta é a letra D) mutualismo, pois descreve com precisão a natureza benéfica e recíproca dessa relação ecológica essencial para ambos os organismos envolvidos.

As relações ecológicas são interações fundamentais que moldam os ecossistemas, influenciando a sobrevivência e a evolução das espécies. Entre essas relações, destaca-se a protocooperação, um tipo de interação harmônica em que ambas as espécies envolvidas se beneficiam, mas sem que essa associação seja obrigatória para sua sobrevivência. Diferentemente do mutualismo, onde a relação é essencial, na protocooperação as espécies podem viver independentemente, embora obtenham vantagens quando interagem.

No contexto da questão apresentada, a alternativa correta é a letra D) protocooperação, pois essa relação se encaixa perfeitamente na descrição fornecida: uma interação benéfica para ambas as partes, porém não obrigatória. As outras opções não correspondem ao cenário descrito. O parasitismo (A) envolve uma relação desarmônica, onde uma espécie se beneficia em detrimento da outra. O predatismo (B) também é desarmônico, caracterizado pela caça e consumo de uma espécie por outra. O comensalismo (C) é uma relação harmônica em que apenas uma espécie se beneficia, sem prejudicar a outra. Já o inquilinismo (E) ocorre quando uma espécie utiliza a outra como suporte ou abrigo, sem causar danos significativos.

Portanto, a protocooperação é um exemplo fascinante de como as espécies podem evoluir para cooperar de maneira flexível, reforçando a complexidade e a interdependência dos sistemas ecológicos.

O experimento descrito demonstra uma clara relação ecológica entre as duas espécies de moluscos bivalves filtradores, A e B. Quando criadas separadamente, ambas as espécies apresentam populações numerosas, indicando condições favoráveis para seu desenvolvimento individual. No entanto, quando colocadas juntas no mesmo aquário, a espécie A se torna mais numerosa que a espécie B, sugerindo uma interação que prejudica a espécie B.

Essa dinâmica é característica da competição, onde organismos de espécies diferentes disputam pelos mesmos recursos limitados, como alimento, espaço ou luz. Nesse caso, como ambas são filtradoras, provavelmente competem pelas mesmas partículas alimentares na água. A espécie A demonstra maior eficiência na competição, reduzindo a disponibilidade de recursos para a espécie B, o que explica sua dominância populacional no ambiente compartilhado.

As outras opções não se adequam ao cenário descrito. O parasitismo (A) envolve uma espécie se beneficiando à custa da outra, mas sem necessariamente competir por recursos. A predação (B) implicaria que uma espécie consumisse a outra, o que não ocorre aqui. O comensalismo (D) e o inquilinismo (E) descrevem relações em que uma espécie se beneficia sem prejudicar a outra, o que também não se aplica, já que a espécie B é claramente afetada negativamente.

Portanto, a resposta correta é C) competição, pois a interação entre as espécies A e B resulta na disputa por recursos, favorecendo uma em detrimento da outra.

A interação entre duas espécies, em que ambas se beneficiam mutuamente, é um dos fenômenos mais fascinantes da ecologia. Esse tipo de relação, conhecido como mutualismo, desempenha um papel fundamental na manutenção dos ecossistemas e na evolução das espécies envolvidas.

No mutualismo, as espécies estabelecem uma parceria que pode ser obrigatória ou facultativa. Um exemplo clássico é a relação entre as abelhas e as flores: enquanto as abelhas obtêm néctar como alimento, as flores têm seus grãos de pólen transportados, garantindo a polinização. Outro caso notável é a simbiose entre certos fungos e raízes de plantas, formando as micorrizas, que melhoram a absorção de nutrientes.

É importante diferenciar o mutualismo de outras interações ecológicas:

• Comensalismo (A): apenas uma espécie se beneficia, sem prejudicar a outra
• Predação (B): uma espécie caça e mata outra para se alimentar
• Parasitismo (C): uma espécie se beneficia às custas da outra, causando prejuízos

O mutualismo representa uma das estratégias mais sofisticadas da natureza, onde a cooperação entre espécies diferentes gera vantagens adaptativas para ambas. Essa relação harmoniosa contrasta com visões simplistas da natureza como apenas "luta pela sobrevivência", mostrando que a colaboração também é um motor importante da evolução.

A camuflagem é uma das estratégias mais eficazes no reino animal para evitar predadores, permitindo que espécies se misturem ao ambiente e escapem da detecção. No caso apresentado, a alternativa correta é B) Animais planctônicos transparentes, pois sua transparência os torna quase invisíveis na água, funcionando como uma camuflagem perfeita em seu habitat.

Vamos analisar as outras opções para entender por que não se encaixam:

• A) Borboleta monarca: Utiliza coloração apossemática (cores vibrantes) para sinalizar toxicidade, não camuflagem.
• C) A falsa coral: Imita a cobra coral verdadeira (mimetismo), mas não se camufla no ambiente.
• D) Anfíbios com cores vibrantes: Assim como a borboleta monarca, usam cores de alerta, não camuflagem.

Portanto, apenas os animais planctônicos transparentes exemplificam a estratégia de camuflagem, tornando-se indistintos no meio aquático para sobreviver.

O bicudo (Sphenophorus levis) é uma praga significativa para a cultura da cana-de-açúcar, uma vez que suas larvas se desenvolvem no interior do rizoma da planta, alimentando-se de seus tecidos e podendo levá-la à morte. Essa relação ecológica entre o inseto e a cana-de-açúcar é um exemplo claro de parasitismo, pois o bicudo se beneficia à custa do vegetal, causando-lhe danos.

No entanto, uma solução promissora para o controle biológico dessa praga tem sido o uso do nematoide Steinernema brazilense. Esse verme microscópico possui uma relação simbiótica com bactérias do gênero Xenorhabdus, que vivem em seu intestino. Quando o nematoide penetra na larva do bicudo, ele libera essas bactérias, que decompõem os tecidos da larva, servindo como alimento para o verme. Essa interação entre o nematoide e as bactérias é classificada como mutualismo, pois ambos os organismos se beneficiam: o nematoide obtém nutrientes, enquanto as bactérias ganham um ambiente protegido para se multiplicar.

Portanto, as relações ecológicas descritas no texto são, respectivamente, parasitismo (entre o bicudo e a cana-de-açúcar) e mutualismo (entre o nematoide e as bactérias). A alternativa correta é a letra A, que representa essa combinação de interações biológicas.

As interações interespecíficas são fundamentais para compreender a dinâmica dos ecossistemas, sendo classificadas por meio de uma notação que utiliza os sinais (+), (–) e (0) para representar os efeitos dessas relações sobre as espécies envolvidas. O sinal (+) indica um benefício, como no caso do mutualismo, onde ambas as espécies se beneficiam. O sinal (–) representa um prejuízo, observado em relações como o parasitismo, em que uma espécie se beneficia à custa da outra. Por fim, o sinal (0) denota indiferença, como na neutralismo, onde não há impacto significativo entre as espécies.

A alternativa correta para a questão apresentada é a E), que relaciona adequadamente cada relação ecológica com seus respectivos efeitos. Essa classificação é essencial para estudos ecológicos, pois permite uma análise clara das consequências das interações entre diferentes organismos, contribuindo para o entendimento da estrutura e funcionamento dos ecossistemas.