Questões Sobre Relações ecológicas - Biologia - concurso

Relacione adequadamente os tipos de interações entre duas espécies aos seus respectivos conceitos.

1. Comensalismo.

2. Protocooperação.

3. Amensalismo.

4. Neutralismo.

(2) Interação na qual ambas as populações são beneficiadas pela associação, embora as relações não sejam obrigatórias.

(4) Interação na qual nenhuma das populações é afetada pela associação com a outra.

(1) Interação na qual uma população é beneficiada embora a outra não seja afetada.

(3) Interação na qual uma população é inibida e a outra não é afetada.

A sequência está correta em:

• A) 1, 4, 2, 3.
• B) 2, 3, 1, 4.
• C) 2, 4, 1, 3.
• D) 4, 2, 3, 1.

O gabarito correto é C).

A micorriza representa uma das relações simbióticas mais fascinantes e ecologicamente significativas no reino vegetal. Trata-se da associação mutualística entre as raízes das plantas e certos fungos do solo, onde ambos os organismos obtêm benefícios essenciais para sua sobrevivência e crescimento.

Nessa interação, os fungos micorrízicos auxiliam as plantas na absorção de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio, que são frequentemente limitantes no solo. Em troca, as plantas fornecem aos fungos carboidratos produzidos através da fotossíntese, servindo como fonte de energia para o fungo. Essa relação de troca vantajosa para ambos os parceiros é classificada como mutualismo.

A alternativa correta (E) identifica precisamente os elementos-chave dessa relação: a raiz (parte da planta envolvida), os fungos (parceiro microbiano) e o mutualismo (tipo de interação ecológica). As outras opções apresentam combinações incorretas, seja por associar a micorriza com partes vegetais inadequadas (caule ou folha), parceiros errados (bactérias) ou tipos de relação ecológica inválidos (comensalismo ou parasitismo).

Esta associação é tão fundamental que estima-se que cerca de 90% das espécies vegetais estabeleçam algum tipo de micorriza, demonstrando sua importância evolutiva e ecológica para os ecossistemas terrestres.

A relação entre polinizadores e Angiospermas é um exemplo clássico de mutualismo, uma interação ecológica em que ambas as espécies envolvidas se beneficiam. Nesse caso, os polinizadores, como abelhas, borboletas e pássaros, obtêm alimento na forma de néctar ou pólen, enquanto as plantas garantem a transferência de grãos de pólen entre flores, possibilitando a reprodução e a diversidade genética.

O mutualismo é fundamental para a manutenção dos ecossistemas, pois promove a biodiversidade e a sustentabilidade de diversas formas de vida. No contexto apresentado, essa relação simbiótica destaca-se como um dos pilares da reprodução das Angiospermas, grupo que engloba a maioria das plantas com flores. Portanto, a alternativa correta é a letra A) mutualismo, já que as outras opções não descrevem adequadamente essa interação benéfica para ambos os organismos.

As relações ecológicas interespecíficas são interações que ocorrem entre espécies diferentes dentro de um ecossistema, podendo ser benéficas, neutras ou prejudiciais para os envolvidos. No contexto apresentado, analisaremos as relações em que uma espécie é beneficiada, enquanto a outra não é afetada.

As opções fornecidas são:

• I. Parasitismo: Nessa relação, uma espécie (o parasita) se beneficia às custas da outra (o hospedeiro), que é prejudicada. Portanto, não se encaixa no critério de "não beneficiada nem prejudicada".
• II. Inquilinismo: Aqui, uma espécie utiliza a outra como suporte ou abrigo sem causar dano. A espécie hospedeira não é beneficiada, mas também não é prejudicada, atendendo ao critério.
• III. Mutualismo: Ambas as espécies envolvidas são beneficiadas, o que não corresponde à condição de apenas uma ser beneficiada sem afetar a outra.
• IV. Comensalismo: Nesse caso, uma espécie se beneficia (como ao se alimentar de restos deixados por outra), enquanto a outra não é afetada, positiva ou negativamente.

Assim, as relações que atendem à condição proposta são Inquilinismo (II) e Comensalismo (IV), correspondendo à alternativa C) II e IV.

A Produção de Micotoxinas como Estratégia Evolutiva dos Fungos

O texto apresentado destaca os graves riscos à saúde humana causados pelas aflatoxinas, substâncias tóxicas produzidas por fungos do gênero Aspergillus, especialmente em alimentos como o amendoim. Essas toxinas não apenas comprometem o valor nutricional dos alimentos, mas também representam sérios perigos, como o desenvolvimento de câncer de fígado e a aflatoxicose. Diante desses impactos, surge a questão: por que os fungos produzem essas micotoxinas?

A alternativa correta, indicada como A), aponta que a produção de micotoxinas funciona como um mecanismo de defesa e aumenta a competitividade dos fungos no meio ambiente. Essa explicação está alinhada com os princípios da ecologia microbiana e da evolução. As micotoxinas atuam como armas químicas que inibem o crescimento de microrganismos competidores, garantindo assim maior acesso aos recursos do ambiente para os fungos produtores. Além disso, essas substâncias podem desencorajar a predação por outros organismos, como insetos ou animais que eventualmente consumiriam os fungos ou seus substratos.

As demais alternativas apresentam equívocos conceituais. A opção B) sugere que as micotoxinas aumentam o potencial biótico dos fungos, o que não é correto, pois esse termo refere-se à capacidade reprodutiva da espécie, não sendo diretamente afetada pela produção de toxinas. A alternativa C) afirma que as micotoxinas suprimem interações com outros organismos, o que é parcialmente verdadeiro, mas não representa a principal vantagem evolutiva. Já a opção D) é incorreta, pois a dispersão dos fungos não é limitada pelas toxinas, mas sim por fatores ambientais e reprodutivos. Por fim, a alternativa E) menciona uma alternância de modos de nutrição, o que não se aplica aos fungos produtores de aflatoxinas, que são tipicamente sapróbios ou parasitas obrigatórios.

Portanto, a produção de micotoxinas configura-se como uma adaptação evolutiva que confere vantagens competitivas aos fungos, permitindo-lhes dominar nichos ecológicos e resistir a competidores. Esse mecanismo explica por que algumas espécies de Aspergillus são tão bem-sucedidas em contaminar alimentos e, consequentemente, representam um risco significativo para a saúde humana.

Um dos maiores problemas ambientais da atualidade é o representado pelas espécies exóticas invasoras. Elas são espécies que, quando introduzidas em um habitat fora de sua área natural de distribuição, podem causar impacto negativo no ambiente. Como exemplos de espécies invasoras no Brasil e de alguns dos problemas que elas causam, pode-se citar:

1) o verme âncora (Lernaea sp.), que vive fixado sobre peixes nativos, alimentando-se do sangue deles sem matá-los;

2) o coral-sol (Tubastraea sp.), que disputa espaço para crescer com a espécie nativa Diploria labyrinthiformis (coral-cérebro);

3) o bagre-africano (Clarias gariepinus), que se alimenta de outros peixes e de invertebrados nativos.

As relações ecológicas citadas nos itens são classificadas, respectivamente, como:

• A) inquilinismo, parasitismo e competição.
• B) parasitismo, predação e competição.
• C) competição, predação e inquilinismo.
• D) predação, parasitismo e competição.
• E) parasitismo, competição e predação.

O gabarito correto é E).

O estudo das relações ecológicas é fundamental para compreender as interações entre os seres vivos e seu ambiente. Os exemplos apresentados ilustram situações distintas que podem ser classificadas de acordo com essas relações. A análise de cada caso permite identificar o tipo de interação ecológica envolvida.

No primeiro exemplo (I), as tênias, no estágio adulto, absorvem nutrientes diretamente do hospedeiro através da parede intestinal. Essa relação é claramente caracterizada como parasitismo, pois um organismo (o parasita) se beneficia às custas do outro (o hospedeiro), causando-lhe prejuízos.

O segundo exemplo (II) descreve carrapatos fixados na pele de um cavalo, sugando seu sangue. Essa situação também representa uma relação de parasitismo, já que os carrapatos obtêm nutrientes do cavalo, prejudicando-o no processo.

Já o terceiro caso (III), que menciona afídeos (pulgões) retirando seiva elaborada de plantas, configura igualmente uma relação de parasitismo. Os pulgões se beneficiam da seiva da planta, enquanto esta é prejudicada pela perda de nutrientes.

Diante dessas análises, fica evidente que a alternativa correta é A) Parasitismo, pois todos os exemplos apresentam relações em que um organismo se beneficia em detrimento do outro. As demais opções (Competição, Mutualismo e Sociedade) não se aplicam aos casos descritos, pois não envolvem disputa por recursos, benefício mútuo ou organização social, respectivamente.

Portanto, a compreensão dessas relações ecológicas é essencial para entender a dinâmica dos ecossistemas e as estratégias de sobrevivência dos seres vivos em diferentes contextos ambientais.

Análise das afirmativas sobre adaptações evolutivas:

A questão apresenta três afirmativas relacionadas a mecanismos evolutivos, sendo necessário avaliar cada uma delas para identificar quais estão corretas. A primeira afirmativa afirma que a resistência a antibióticos em bactérias é um exemplo de mutação. De fato, esse fenômeno ocorre devido a alterações genéticas aleatórias que conferem vantagem seletiva a algumas bactérias, permitindo que sobrevivam em ambientes com antibióticos. Portanto, essa afirmativa está correta.

A segunda afirmativa diz que a semelhança do bicho-pau com um graveto é um exemplo de mimetismo. No entanto, essa característica é na verdade um caso de camuflagem, pois o inseto se assemelha a um elemento do ambiente (um graveto) para se confundir com ele, e não imita outra espécie. Logo, essa afirmativa está incorreta.

Por fim, a terceira afirmativa descreve que a mudança de cor do camaleão conforme o ambiente é um exemplo de camuflagem. Essa afirmação está correta, pois a capacidade de alterar a coloração permite que o animal se misture ao entorno, evitando predadores ou facilitando a caça.

Assim, apenas as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras, tornando a alternativa E a correta.

O texto apresentado evoca memórias de um quintal repleto de interações ecológicas, ilustrando diferentes tipos de associações entre seres vivos. A análise dessas relações permite compreender os conceitos biológicos envolvidos e identificar a alternativa correta para preencher as lacunas.

No caso da orquídea fixada ao tronco da goiabeira, temos um exemplo clássico de inquilinismo. Essa relação ecológica ocorre quando um organismo utiliza outro como suporte ou abrigo, sem causar prejuízo ou benefício direto ao hospedeiro. A orquídea se beneficia por ter acesso à luz e ao suporte oferecido pela árvore, enquanto a goiabeira não é afetada significativamente.

Os líquens, mencionados no relato, representam um caso de mutualismo. Essa associação envolve uma alga e um fungo que vivem em estreita relação, beneficiando-se mutuamente. A alga realiza fotossíntese, fornecendo nutrientes orgânicos ao fungo, enquanto este oferece proteção e umidade à alga. Trata-se de uma relação obrigatória e altamente vantajosa para ambos.

Por fim, a colmeia de abelhas descrita no texto exemplifica uma sociedade. Nesse tipo de organização, indivíduos da mesma espécie vivem em conjunto, cooperando de forma organizada e dividindo tarefas. As abelhas apresentam castas distintas (rainha, operárias e zangões) e trabalham coletivamente para o bem-estar da colônia, caracterizando uma estrutura social complexa.

Dessa forma, a sequência correta para preencher as lacunas é: inquilinismo (orquídea e goiabeira), mutualismo (líquens) e sociedade (abelhas), correspondendo à alternativa E.

A Maré Vermelha e o Amensalismo: Um Fenômeno de Impacto Ambiental

O fenômeno das marés vermelhas, como o ocorrido na Baía de Todos os Santos em 2007, representa um grave desequilíbrio ecológico com consequências devastadoras para o meio ambiente e as comunidades costeiras. Esse evento, caracterizado pela proliferação excessiva de algas tóxicas, ilustra claramente uma interação interespecífica conhecida como amensalismo.

No amensalismo, uma espécie é prejudicada enquanto a outra não é afetada significativamente. No caso da maré vermelha, as algas liberam toxinas que causam a morte de peixes, moluscos e outros organismos marinhos, sem que isso beneficie ou prejudique diretamente as próprias algas. Esse processo difere de outras interações, como o parasitismo (onde uma espécie se beneficia às custas da outra) ou o mutualismo (relação benéfica para ambas as espécies).

A ocorrência desses eventos tem sido associada à poluição de ecossistemas aquáticos, que promove o crescimento descontrolado de algas. Além dos danos imediatos à fauna marinha, as marés vermelhas representam um risco à saúde humana, já que as toxinas podem se acumular em frutos do mar consumidos pela população.

Portanto, o estudo das marés vermelhas não apenas exemplifica o amensalismo na natureza, mas também alerta para a necessidade de políticas ambientais eficazes para preservação dos ecossistemas marinhos e proteção das comunidades que dependem deles.