Questões Sobre Relações ecológicas - Biologia - concurso

O poema "Carcará", de José Cândido e João do Vale, retrata a figura impiedosa desse pássaro do Sertão, destacando sua natureza predatória e adaptabilidade. A análise das relações tróficas presentes na canção revela a posição do carcará na cadeia alimentar como um consumidor terciário, ocupando o quarto nível trófico.

A alternativa correta é a E), pois o trecho "Carcará / Come 'inté' cobra queimada" indica que o carcará se alimenta de cobras, que por sua vez são predadoras de outros animais. Isso posiciona o carcará em um nível trófico superior, caracterizando-o como um consumidor terciário. Sua capacidade de caçar borregos e cobras reforça seu papel como predador de topo em seu ecossistema.

As demais alternativas apresentam equívocos: a A) ignora que cobras e borregos podem ocupar níveis tróficos diferentes; a B) confunde a classificação dos mamíferos com sua posição na cadeia alimentar; a C) atribui erroneamente aos carcarás a função de decompositores; e a D) classifica incorretamente os carcarás como consumidores primários, quando na verdade são predadores de níveis superiores.

Assim, a canção "Carcará" não apenas retrata a crueldade e resistência dessa ave, mas também ilustra, poeticamente, sua posição ecológica como um importante predador do bioma sertanejo.

O texto apresentado aborda a relação entre a doença de Lyme, transmitida por carrapatos, e o desequilíbrio ecológico causado pela ação humana. A análise das alternativas permite inferir que a opção correta é a letra D), pois o texto sugere que os carrapatos que parasitam veados também podem parasitar os camundongos-de-patas-brancas, contribuindo para a disseminação da doença.

A alternativa A) está incorreta, pois o texto não menciona que a bactéria Borrelia burgdorferi afeta diretamente as raposas-vermelhas. A alternativa B) também é falsa, já que o texto não afirma que as raposas adquirem a doença ao se alimentar dos camundongos. A alternativa C) está errada porque o texto não indica que a doença acomete raposas ou veados, apenas humanos. Por fim, a alternativa E) é incorreta, pois o aumento da incidência da doença está associado ao declínio das raposas e à proliferação dos camundongos, não diretamente à abundância de veados.

Portanto, a resposta correta é a alternativa D), que está em conformidade com as informações apresentadas no texto.

O nitrogênio é um elemento fundamental para o desenvolvimento das plantas, desempenhando um papel crucial em seu metabolismo e crescimento. Ele pode ser absorvido tanto do solo quanto da atmosfera, mas sua fixação biológica é um processo especialmente interessante, pois envolve uma relação simbiótica entre plantas e bactérias.

No caso descrito no texto, as bactérias do gênero Rhizobium são capazes de captar moléculas de nitrogênio atmosférico (N₂) e convertê-las em compostos nitrogenados, como o amônio (NH₄⁺), que são assimiláveis pelas plantas. Em troca, as bactérias recebem carboidratos e outros nutrientes derivados da fotossíntese realizada pelas plantas. Essa interação beneficia ambos os organismos, caracterizando um tipo de relação ecológica conhecida como mutualismo.

As alternativas apresentadas no exercício exploram diferentes conceitos e gêneros bacterianos, mas apenas a opção A) está correta, pois:

• O mutualismo é a relação em que ambas as espécies envolvidas se beneficiam, o que se aplica ao caso descrito.
• As bactérias mencionadas são do gênero Rhizobium, conhecidas por sua capacidade de fixar nitrogênio e produzir amônio, essencial para a nutrição vegetal.

Já as alternativas que mencionam Nitrosomonas ou comensalismo estão incorretas, pois:

• Nitrosomonas está associada à nitrificação (conversão de amônio em nitrito), não à fixação direta de nitrogênio.
• O comensalismo descreve uma relação em que apenas uma espécie se beneficia, sem prejudicar a outra, o que não se encaixa no cenário apresentado.

Portanto, a resposta correta é A) mutualismo, confirmando a relação benéfica entre plantas e bactérias do gênero Rhizobium.

Um dos maiores problemas ambientais enfrentados na atualidade é a presença de espécies exóticas invasoras. Esses organismos, quando introduzidos em ecossistemas fora de sua distribuição natural, podem desencadear uma série de impactos negativos, afetando a biodiversidade local e os equilíbrios ecológicos preexistentes. No Brasil, exemplos como o verme-âncora, o coral-sol e o bagre-africano ilustram bem os desafios impostos por essas espécies.

O verme-âncora (Lernaea sp.) é um parasita que se fixa em peixes nativos, alimentando-se de seu sangue sem necessariamente levá-los à morte. Essa relação é classificada como parasitismo, uma vez que o verme se beneficia à custa do hospedeiro, causando prejuízos sem eliminá-lo diretamente.

Já o coral-sol (Tubastraea sp.) compete com espécies nativas, como o coral-cérebro (Diploria labyrinthiformis), por espaço e recursos. Essa interação é caracterizada como competição, pois ambas as espécies disputam o mesmo nicho ecológico, podendo levar à exclusão da espécie nativa.

Por fim, o bagre-africano (Clarias gariepinus) atua como um predador, alimentando-se de peixes e invertebrados nativos. Essa dinâmica configura uma relação de predação, na qual o invasor consome diretamente outras espécies, reduzindo suas populações.

Portanto, a sequência correta das relações ecológicas descritas é parasitismo, competição e predação, correspondente à alternativa E). Esses exemplos evidenciam a complexidade dos impactos causados por espécies invasoras e a importância de medidas de prevenção e controle para preservar os ecossistemas nativos.

Bactérias fixadoras do nitrogênio atmosférico, do gênero Rhizobium, vivem em nódulos presentes nas raízes de plantas leguminosas (feijão, soja, ervilha, alfafa, por exemplo). Tais bactérias fornecem às plantas compostos nitrogenados que serão usados pelas plantas na síntese de compostos orgânicos. Em troca, as leguminosas fornecem nutrientes às bactérias.

Essa interação é denominada de bacteriorriza e é um tipo de:

• A) comensalismo.
• B) mutualismo
• C) predatismo.
• D) colônia.
• E) inquilinismo

O gabarito correto é B) mutualismo.

O fenômeno da introdução de espécies exóticas em ecossistemas aos quais não pertencem naturalmente é um tema de grande relevância ecológica. Essas espécies, ao se estabelecerem em novos ambientes, podem desencadear uma série de interações biológicas que afetam profundamente as espécies nativas. Entre essas interações, destacam-se o predatismo e a competição, que frequentemente resultam em impactos negativos para a biodiversidade local.

O predatismo ocorre quando a espécie exótica assume o papel de predador, consumindo as espécies nativas que não possuem defesas adequadas contra esse novo agente de pressão seletiva. Já a competição se estabelece quando a espécie exótica e as nativas passam a disputar os mesmos recursos, como alimento, espaço ou luz solar, no caso de plantas. Esses dois mecanismos são os principais responsáveis pelo declínio e, em casos extremos, pela extinção de espécies nativas.

As outras opções apresentadas - mutualismo, parasitismo, comensalismo e inquilinismo - representam tipos diferentes de interações ecológicas que, embora possam ocorrer, geralmente não são as principais causas de extinção de espécies nativas devido à introdução de exóticas. O mutualismo, por exemplo, seria uma relação benéfica para ambas as espécies, enquanto o comensalismo e o inquilinismo são relações neutras ou pouco impactantes para uma das partes envolvidas.

Portanto, a alternativa correta é realmente a B) predatismo e competição, pois essas são as interações ecológicas que melhor explicam os impactos mais severos das espécies exóticas invasoras sobre as comunidades nativas. Essa compreensão é fundamental para o desenvolvimento de estratégias eficazes de conservação da biodiversidade em face desse importante desafio ecológico.

O texto descreve a interação entre bactérias benéficas e o tomateiro, destacando diversos processos biológicos que promovem o crescimento da planta e inibem patógenos. Entre as relações ecológicas mencionadas, a competição é evidenciada quando as bactérias consomem o ferro disponível no meio, limitando esse recurso essencial para o fungo causador de doenças.

A competição ocorre quando organismos disputam os mesmos recursos em um ecossistema, afetando diretamente o crescimento ou sobrevivência de um dos envolvidos. Nesse caso, as bactérias e o fungo competem pelo ferro, um elemento crucial para ambos. Ao reduzir a disponibilidade desse nutriente para o fungo, as bactérias inibem seu desenvolvimento, caracterizando uma relação de competição interespecífica.

As demais alternativas descrevem processos simbióticos ou antagônicos, mas não competitivos. A fixação de nitrogênio (A), a disponibilização de cálcio (B) e a liberação de auxinas (E) são benefícios diretos ao tomateiro, enquanto a inibição do fungo por substâncias (D) configura antagonismo, não competição por recursos. Portanto, a resposta correta é C) Diminuição da quantidade de ferro disponível para o fungo, por representar claramente uma disputa por um recurso limitante.

Os seres vivos estabelecem diferentes tipos de interações ecológicas, que podem ser classificadas como harmônicas ou desarmônicas, dependendo dos benefícios ou prejuízos envolvidos para as espécies participantes. No caso específico da relação entre o carão (Aramus guarauna) e o aruá (Pomacea sp.), descrita na expressão popular "o carão tá na lagoa beliscando o aruá", evidencia-se uma interação desarmônica, na qual uma espécie se beneficia à custa da outra.

Essa relação é caracterizada como predatismo, pois o carão, uma ave, alimenta-se do aruá, um molusco gastrópode. No predatismo, um organismo (o predador) captura e consome outro (a presa) para sua subsistência. Essa dinâmica é essencial para o equilíbrio ecológico, regulando populações e transferindo energia dentro da cadeia alimentar.

As demais opções apresentadas não se aplicam a esse cenário: parasitismo envolve uma relação prolongada com prejuízo apenas para um dos lados; mutualismo e protocooperação são interações harmônicas com benefícios mútuos; e comensalismo beneficia apenas uma espécie, sem prejudicar a outra. Portanto, a resposta correta é D) Predatismo, conforme indicado no gabarito.

O canibalismo sexual é um fenômeno intrigante observado em diversas espécies de invertebrados, como aranhas, escorpiões e, particularmente, no louva-a-deus (Tenodera arídofolia). Esse comportamento, em que a fêmea devora o macho após a cópula, pode parecer contraditório do ponto de vista evolutivo, uma vez que reduz as chances de sobrevivência do macho. No entanto, a persistência desse traço ao longo da evolução sugere que ele confere vantagens reprodutivas significativas para ambos os sexos, ainda que de formas distintas.

Para as fêmeas, o canibalismo sexual representa uma fonte adicional de nutrientes essenciais para a reprodução. Como mencionado no texto, fêmeas de louva-a-deus que consomem seus parceiros produzem uma maior quantidade de ovos, aumentando assim seu sucesso reprodutivo. Esse benefício direto justifica a manutenção do comportamento, pois garante um investimento energético otimizado na prole.

Por outro lado, para os machos, a aparente desvantagem de ser predado pode ser compensada por um maior sucesso na transmissão de seus genes. Em algumas espécies, o sacrifício do macho durante ou após a cópula pode assegurar que a fêmea utilize seu esperma para fertilizar os ovos, eliminando a competição com outros machos. Dessa forma, mesmo que o indivíduo não sobreviva, seus genes têm maior probabilidade de serem repassados à próxima geração.

A alternativa correta, portanto, é a B), pois o canibalismo sexual, apesar de seu caráter extremo, favorece o sucesso reprodutivo tanto da fêmea (ao garantir recursos para a produção de ovos) quanto do macho (ao aumentar as chances de sua prole ser gerada). Esse equilíbrio entre custo e benefício explica por que esse comportamento persiste em determinados táxons animais, sendo um exemplo fascinante das complexidades da seleção natural.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente brasileiro, as espécies exóticas invasoras representam uma das principais ameaças à biodiversidade e aos ecossistemas naturais, além de causar impactos econômicos e riscos à saúde humana. Essas espécies são consideradas a segunda maior causa de perda de biodiversidade, superadas apenas pelas alterações de hábitats.

No contexto da extinção de espécies nativas por espécies invasoras exóticas, as relações ecológicas envolvidas são fundamentais para entender esse processo. A alternativa correta que descreve os tipos de relações envolvidas nesse cenário é a E) Competição interespecífica, predação e parasitismo.

A competição interespecífica ocorre quando espécies invasoras competem com as nativas por recursos como alimento, espaço ou luz, prejudicando sua sobrevivência. A predação acontece quando as espécies invasoras atuam como predadoras, reduzindo as populações de espécies nativas. Já o parasitismo envolve a relação em que as espécies invasoras parasitam as nativas, causando doenças ou enfraquecendo-as, o que também contribui para seu declínio.

Portanto, a combinação dessas relações ecológicas explica como as espécies invasoras exóticas podem levar à extinção de espécies nativas, reforçando a importância de medidas de controle e prevenção para mitigar esses impactos.