Questões Sobre Relações ecológicas - Biologia - concurso

A dinâmica da cobertura arbórea nas savanas é um fenômeno complexo, influenciado por fatores como chuvas, incêndios e a ação de herbívoros. Na África subsaariana, os elefantes desempenham um papel crucial nesse equilíbrio, pois sua alimentação reduz a densidade de árvores, promovendo o crescimento de gramíneas e aumentando a heterogeneidade da paisagem. No entanto, a ausência desses grandes mamíferos pode levar à transformação de savanas em bosques densos, enquanto um aumento excessivo em sua população pode resultar em campos abertos.

Um aspecto fascinante dessa interação ecológica é a relação simbiótica entre formigas e certas espécies de árvores, particularmente as acácias. Essa associação mutualística atua como um mecanismo de defesa para as árvores, já que os elefantes evitam se alimentar de acácias colonizadas por formigas para proteger suas trombas de possíveis ferimentos. Conforme evidenciado pela pesquisa publicada na Current Biology, essa simbiose contribui para a estabilização da cobertura arbórea, favorecendo a formação de bosques nas savanas.

Portanto, a afirmação de que a simbiose entre formigas e acácias auxilia na defesa dessas árvores e promove a formação de bosques está correta, conforme demonstrado pelos estudos citados. Esse exemplo ilustra como relações ecológicas aparentemente pequenas podem ter impactos significativos na estrutura e na dinâmica de um ecossistema.

A respeito das relações ecológicas entre os seres vivos, o mutualismo se destaca como uma interação fundamental para a manutenção de diversos ecossistemas. Essa associação, caracterizada pelo benefício recíproco entre as espécies envolvidas, frequentemente evolui para uma relação de dependência mútua, onde a sobrevivência de um organismo está intrinsecamente ligada à presença do outro.

O exemplo clássico dessa relação simbiótica pode ser observado entre os líquens, onde fungos e algas estabelecem uma parceria essencial: as algas realizam fotossíntese, fornecendo nutrientes orgânicos, enquanto os fungos oferecem proteção e acesso à umidade. Outro caso emblemático ocorre entre certas bactérias fixadoras de nitrogênio e plantas leguminosas, demonstrando como o mutualismo pode ser vital para os ciclos biogeoquímicos.

Portanto, a afirmação apresentada está correta (C) CERTO, pois descreve com precisão a natureza do mutualismo como uma relação ecológica mutualmente vantajosa que frequentemente implica em interdependência entre os organismos associados.

Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais luminosos para se atraírem e garantir o acasalamento. No entanto, a natureza apresenta casos surpreendentes de estratégias de sobrevivência, como o da fêmea do gênero Photuris, que utiliza um artifício enganoso para atrair machos de outra espécie, o Photinus. Ao imitar os sinais luminosos das fêmeas de Photinus, a Photuris consegue atrair os machos desprevenidos, que, ao se aproximarem, são capturados e devorados por ela.

Esse comportamento ilustra uma relação ecológica conhecida como predatismo, em que um organismo (o predador) caça e mata outro (a presa) para se alimentar. No caso descrito, a fêmea Photuris age como predadora, enquanto o macho Photinus é a presa. Essa interação é claramente desigual, beneficiando apenas um dos envolvidos e resultando na morte do outro.

As demais alternativas não se aplicam ao contexto:

• A) Comensalismo: relação em que uma espécie se beneficia sem prejudicar a outra, o que não ocorre aqui, já que o macho Photinus é morto.
• B) Inquilinismo: quando um organismo usa outro como abrigo sem causar dano, o que também não se encaixa no exemplo.
• C) Cooperação: interação benéfica para ambas as espécies, o que claramente não é o caso.
• E) Mutualismo: relação em que ambas as espécies se beneficiam, o que não acontece, pois apenas a fêmea Photuris obtém vantagem.

Portanto, a resposta correta é D) Predatismo, pois descreve com precisão a dinâmica em que a fêmea Photuris caça e devora o macho Photinus como parte de sua estratégia de sobrevivência.

Diferente do que o senso comum acredita, as lagartas de borboletas não possuem voracidade generalizada. Um estudo mostrou que as borboletas de asas transparentes da família Ithomiinae, comuns na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica, consomem, sobretudo, plantas da família Solanaceae, a mesma do tomate. Contudo, os ancestrais dessas borboletas consumiam espécies vegetais da família Apocinaceae, mas a quantidade dessas plantas parece não ter sido suficiente para garantir o suprimento alimentar dessas borboletas. Dessa forma, as solanáceas tornaram-se uma opção de alimento, pois são abundantes na Mata Atlântica e na Floresta Amazônica.

Cores ao vento. Genes e fósseis revelam origem e diversidade de borboletas sul-americanas.

Revista Pesquisa FAPESP. N° 170, 2010 (adaptado).

Nesse texto, a ideia do senso comum é confrontada com os conhecimentos científicos, ao se entender que as larvas das borboletas Ithomiinae encontradas atualmente na Mata Atlântica e na Floresta Amazônica apresentam:

• A) facilidade em digerir todas as plantas desses locais.
• B) interação com as plantas hospedeiras da família Apocinaceae.
• C) adaptação para se alimentar de todas as plantas desses locais.
• D) voracidade indiscriminada por todas as plantas existentes nesses locais.
• E) especificidade pelas plantas da família Solanaceae existentes nesses locais.

O gabarito correto é E).

De acordo com pesquisas recentes, os corais são muito influenciados pelo aumento da temperatura e pela poluição, pois só conseguem sobreviver em águas transparentes. Se a água for quente demais, os corais perdem as algas que vivem dentro dos seus tecidos. Essas algas são responsáveis pela coloração e pelo fornecimento de boa parte do alimento dos corais e recebem em troca sais minerais e gás carbônico.

Sobre a interação entre corais e algas, é correto afirmar que:

• A) trata-se de uma relação harmônica intraespecífica.
• B) as algas em questão são organismos endossimbiontes.
• C) as algas em questão são organismos parasitas.
• D) trata-se de uma relação desarmônica interespecífica.
• E) trata-se de uma interação negativa intraespecífica.

O gabarito correto é B), pois as algas vivem dentro dos tecidos dos corais em uma relação simbiótica mutualística, caracterizando-as como organismos endossimbiontes. Essa interação beneficia ambas as partes: os corais recebem nutrientes e pigmentação, enquanto as algas obtêm proteção e compostos essenciais para sua sobrevivência.

As plantas de maracujá possuem a capacidade de produzir néctar em estruturas localizadas ao longo do caule, pecíolos e folhas. A presença dessas estruturas promove a atração de algumas formigas que se alimentam do néctar. Essas formigas, por sua vez, protegem o maracujazeiro contra herbívoros. Essa interação ecológica interespecífica entre o maracujazeiro e as formigas é um exemplo claro de protocooperação.

A protocooperação é uma relação ecológica em que ambas as espécies envolvidas se beneficiam, mas a interação não é obrigatória para a sobrevivência de nenhuma delas. No caso do maracujazeiro e das formigas, a planta oferece néctar como recurso alimentar, enquanto as formigas atuam como defensoras contra possíveis predadores. Embora essa relação seja vantajosa para ambos, não é essencial, pois o maracujazeiro pode sobreviver sem as formigas e vice-versa.

As outras alternativas apresentadas não se aplicam a esse cenário:

• B) Comensalismo: Não se encaixa, pois ambas as espécies se beneficiam, e não apenas uma sem afetar a outra.
• C) Inquilinismo: Não é o caso, pois não há relação de habitação sem benefício direto.
• D) Mutualismo: Embora seja uma relação benéfica para ambos, o mutualismo geralmente implica uma dependência mais forte, o que não ocorre aqui.
• E) Predação: Não há relação de caça ou consumo de uma espécie pela outra.

Portanto, a resposta correta é A) Protocooperação, pois descreve adequadamente a relação facultativa e benéfica entre o maracujazeiro e as formigas.

As relações ecológicas entre espécies são fundamentais para a manutenção dos ecossistemas, e a simbiose representa uma das interações mais fascinantes. Definida como uma associação física estreita entre organismos de espécies diferentes, a simbiose sugere um mutualismo, onde ambos os envolvidos obtêm benefícios. Entre os exemplos apresentados, a alternativa correta é a E) rizóbios que vivem e fixam nitrogênio nos nódulos das raízes da maioria das leguminosas, pois ilustra perfeitamente essa relação de cooperação.

Os rizóbios são bactérias que estabelecem uma relação simbiótica com plantas leguminosas, como feijão, soja e ervilha. Esses microrganismos infectam as raízes das plantas, formando nódulos onde ocorre a fixação biológica de nitrogênio atmosférico. Em troca, as leguminosas fornecem carboidratos e um ambiente protegido para as bactérias. Esse processo é essencial para a fertilidade do solo, reduzindo a necessidade de fertilizantes nitrogenados sintéticos e beneficiando a agricultura sustentável.

Embora outras alternativas descrevam interações ecológicas importantes, nem todas configuram simbiose no sentido estrito de mutualismo obrigatório. Por exemplo:

• A) Mamíferos que dispersam sementes representam mutualismo facultativo, mas não uma associação física contínua.
• B) A polinização por insetos é uma relação mutualista, mas não necessariamente simbiótica, pois não há dependência física permanente.
• C) Peixes "limpadores" realizam comensalismo ou mutualismo facultativo, sem a interdependência característica da simbiose.
• D) A tênia no intestino humano é um exemplo de parasitismo, onde apenas o parasita se beneficia.

Portanto, a associação entre rizóbios e leguminosas destaca-se como um caso clássico de simbiose mutualística, com impactos ecológicos e econômicos significativos. Essa relação não apenas sustenta a biodiversidade, mas também demonstra a complexidade e a interdependência da vida na Terra.

O fenômeno da competição interespecífica desempenha um papel crucial na dinâmica dos ecossistemas, influenciando não apenas a distribuição e o sucesso das espécies, mas também moldando seus caminhos evolutivos. Um dos conceitos centrais para compreender esse fenômeno é o nicho ecológico, que define as condições necessárias para a sobrevivência e reprodução de uma espécie.

Entre as alternativas apresentadas, a opção B é a que melhor define o nicho fundamental de uma espécie, pois descreve as combinações de condições e recursos que permitem sua existência, crescimento e reprodução na ausência de competição. Essa definição é essencial para diferenciar o nicho fundamental (potencial máximo) do nicho realizado (aquele que de fato ocorre devido à interação com outras espécies).

As demais alternativas apresentam equívocos conceituais:

• A) Confunde nicho fundamental com nicho realizado ao incluir a presença de competidores
• C) e E) Reduzem o nicho a aspectos espaciais ou a apenas fatores abióticos/bióticos
• D) Mistura incorretamente as definições de nicho fundamental e realizado

Portanto, a compreensão precisa do nicho fundamental, como apresentado na alternativa B, é fundamental para estudos ecológicos e evolutivos, servindo como base para analisar como a competição interespecífica molda as comunidades biológicas.

As relações ecológicas entre os seres vivos são fundamentais para a compreensão da dinâmica dos ecossistemas. No caso específico do peixe-palhaço e da anêmona-do-mar, observa-se uma interação que ilustra um dos tipos de relações harmônicas, nas quais nenhum dos envolvidos é prejudicado.

O texto descreve que o peixe-palhaço se beneficia da anêmona-do-mar ao utilizar seus tentáculos venenosos como proteção contra predadores, além de obter alimento ocasionalmente. Por outro lado, a anêmona não é prejudicada por essa associação, e até pode receber algum alimento trazido pelo peixe. Essa relação é classificada como comensalismo, pois apenas uma espécie se beneficia, sem causar danos à outra.

As outras opções apresentadas não se aplicam ao caso: o parasitismo (B) envolve prejuízo para um dos organismos; o mutualismo (C) exigiria benefício mútuo e dependência mais estreita; a protocooperação (D) também requer benefício bilateral; e o amensalismo (E) é uma relação desarmônica onde uma espécie inibe o desenvolvimento da outra. Portanto, a alternativa correta é de fato a A), que descreve adequadamente o comensalismo observado nessa relação ecológica.

A associação entre orquídeas e palmeiras, em que as orquídeas se beneficiam ao utilizar as palmeiras como suporte sem prejudicá-las, é um exemplo clássico de epifitismo. Essa relação ecológica é caracterizada por um organismo que vive sobre outro sem causar danos, apenas utilizando-o como suporte para obter luz e espaço, sem retirar nutrientes diretamente do hospedeiro.

As alternativas apresentadas no questionário descrevem diferentes tipos de interações ecológicas:

• A) Epifitismo: Correta. Relação em que uma espécie (epífita) vive sobre outra sem prejudicá-la, como no caso das orquídeas e palmeiras.
• B) Parasitismo: Incorreta. O parasita se beneficia causando prejuízo ao hospedeiro, o que não ocorre nesse exemplo.
• C) Canibalismo: Incorreta. Relação em que um indivíduo consome outro da mesma espécie, situação totalmente distinta.
• D) Protocooperação: Incorreta. Ambos se beneficiam, mas a relação não é obrigatória, o que não se aplica ao caso.
• E) Mutualismo: Incorreta. Ambos se beneficiam de forma obrigatória, o que não é o caso, já que as palmeiras não são afetadas.

Portanto, a resposta correta é A) Epifitismo, pois define adequadamente a relação em que as orquídeas se beneficiam sem prejudicar as palmeiras.