Questões Sobre Sistema Reprodutor Humano - Biologia - concurso

O tema das normas éticas na reprodução humana é complexo e envolve questões médicas, legais e morais. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a letra A, que afirma que o consentimento informado é obrigatório para todos os pacientes submetidos a técnicas de reprodução assistida (RA). Essa exigência está alinhada com princípios éticos fundamentais, como a autonomia do paciente e o direito à informação.

O consentimento informado garante que os indivíduos compreendam os riscos, benefícios e possíveis consequências das técnicas de RA antes de se submeterem a elas. Essa prática é essencial para respeitar a dignidade humana e evitar abusos ou procedimentos realizados sem o pleno conhecimento dos envolvidos.

As outras alternativas apresentam informações incorretas ou incompletas. Por exemplo, a alternativa B ignora que existem, sim, limites de idade recomendados para candidatas a gestação por RA, considerando riscos à saúde da mãe e do bebê. A alternativa C é equivocada, pois a fecundação de oócitos humanos para fins não reprodutivos é proibida em muitos países, incluindo o Brasil, devido a questões éticas.

A alternativa D menciona a redução embrionária, que, embora permitida em certos casos, exige critérios rigorosos e não depende apenas do acordo do parceiro, mas também de avaliação médica e jurídica. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois as técnicas de RA não são indicadas indiscriminadamente – é necessário que haja uma avaliação médica criteriosa sobre as chances de sucesso e os riscos envolvidos.

Portanto, a alternativa A é a única que reflete corretamente uma norma ética amplamente aceita e regulamentada na área de reprodução humana assistida.

O sistema reprodutivo masculino é uma estrutura complexa, composta por órgãos internos e externos que desempenham funções essenciais para a reprodução. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a letra C, que afirma: "O saco escrotal aloja os testículos, que permanecem a uma temperatura de 2 ºC a 3 ºC inferior à temperatura corporal, o que é necessário para que os espermatozoides se formem normalmente." Essa afirmação está cientificamente correta, pois a produção de espermatozoides requer uma temperatura ligeiramente mais baixa do que a do restante do corpo, condição garantida pelo posicionamento dos testículos no saco escrotal.

As demais alternativas contêm incorreções. A letra A está errada ao incluir os testículos como órgãos externos, já que, embora estejam alojados no saco escrotal, são considerados parte do sistema reprodutivo interno. A alternativa B é incorreta porque o sistema de ductos e as glândulas acessórias, como a próstata e as vesículas seminais, são componentes vitais do sistema reprodutivo masculino. A letra D comete um erro ao descrever o pênis, pois ele é formado por três cilindros de tecido erétil: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso, e não apenas dois. Por fim, a alternativa E está equivocada ao afirmar que a glande não possui terminações nervosas, quando, na realidade, ela é altamente sensível devido à sua rica inervação.

Portanto, a resposta correta é a alternativa C, que descreve com precisão a relação entre a temperatura do saco escrotal e a produção de espermatozoides, um fator crucial para a fertilidade masculina.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) é o órgão responsável por estabelecer as diretrizes e normas que regulamentam as técnicas de reprodução assistida no Brasil. Entre as diversas regulamentações, uma das mais importantes diz respeito ao número de embriões que podem ser transferidos para o útero da mulher durante os procedimentos de fertilização in vitro (FIV). Essa medida visa equilibrar as chances de sucesso do tratamento com os riscos associados a gestações múltiplas, como partos prematuros e complicações para a mãe e os bebês.

De acordo com a Resolução CFM nº 2.013/2013, mulheres com até 35 anos de idade devem ter um limite máximo de dois embriões transferidos por ciclo de tratamento. Essa recomendação é baseada em evidências científicas que indicam que a transferência de um número maior de embriões não aumenta significativamente as taxas de gravidez, mas eleva consideravelmente os riscos de gestações gemelares ou múltiplas. Portanto, a alternativa correta para a questão apresentada é a letra D) até dois embriões.

Essa regulamentação reflete o compromisso do CFM em promover práticas médicas seguras e éticas, priorizando a saúde da paciente e dos futuros bebês. Além disso, a resolução também estabelece critérios diferenciados para outras faixas etárias, como mulheres entre 36 e 39 anos (até três embriões) e acima de 40 anos (até quatro embriões), sempre considerando as particularidades de cada caso.

O ciclo menstrual é um processo complexo e regulado por diversos hormônios, sendo dividido em fases distintas, cada uma com características e funções específicas. No contexto da pergunta apresentada, o foco está na fase que ocorre após a ovulação, quando o folículo ovulatório se mantém ativo em caso de implantação embrionária, contribuindo para a manutenção da gestação.

Analisando as alternativas, a Fase lútea é a que corresponde ao período pós-ovulatório. Nessa fase, o folículo rompido se transforma no corpo lúteo, que passa a secretar principalmente progesterona, além de estrógeno em menor quantidade. A progesterona é essencial para preparar o endométrio para a implantação do embrião e para manter a gestação nos estágios iniciais. As células foliculares que restaram após a ovulação sofrem luteinização, tornando-se células luteínicas, daí a denominação "células foliculares luteinizadas".

A alternativa E) é a correta porque descreve precisamente a Fase lútea, destacando a secreção de progesterona como fundamental para o estabelecimento e manutenção da gestação. As demais alternativas apresentam erros conceituais, como confundir as fases do ciclo menstrual ou atribuir funções incorretas aos hormônios envolvidos.

Portanto, o gabarito correto é E) Fase lútea do ciclo menstrual, na qual predomina a secreção de progesterona (pelas células foliculares luteinizadas), que é fundamental para o estabelecimento e a manutenção da gestação.

O controle hormonal da espermatogênese é um processo complexo e essencial para a produção de espermatozoides, envolvendo a ação coordenada de diferentes hormônios e células especializadas. A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra A, que afirma: "A produção de testosterona pelas células de Leydig fornece localmente altas concentrações intratesticulares desse hormônio, o que estimula a espermatogênese."

Essa afirmação está correta porque as células de Leydig, localizadas nos testículos, são responsáveis pela síntese de testosterona, um hormônio fundamental para o desenvolvimento e manutenção da espermatogênese. A testosterona atua em altas concentrações dentro dos testículos, promovendo a diferenciação e maturação das células germinativas em espermatozoides.

As demais alternativas apresentam informações incorretas. A letra B está errada ao afirmar que as células de Sertoli estão no epidídimo, pois elas estão localizadas nos túbulos seminíferos dos testículos, onde desempenham funções como a formação da barreira hematotesticular e o suporte nutricional às células germinativas. A letra C também está incorreta, já que o FSH e a testosterona atuam principalmente nas células de Sertoli, não nas células de Leydig. A letra D é falsa porque a testosterona é indispensável para a espermatogênese, enquanto o FSH tem um papel complementar. Por fim, a letra E está errada, pois o processo completo de espermatogênese leva cerca de 64 a 72 dias em humanos, e não 30 dias.

Portanto, a alternativa A é a única que descreve corretamente o papel da testosterona e das células de Leydig na regulação da espermatogênese.

O tema central deste ensaio é a presença de anticorpos antiespermatozoides em casais inférteis, abordando suas causas, consequências e a incorreção de uma afirmação específica sobre o tratamento por fertilização in vitro.

Os anticorpos antiespermatozoides são um fator relevante na infertilidade, estando presentes em 9% a 13% dos casais que enfrentam dificuldades para conceber. Esses anticorpos podem surgir devido a diversas condições, como infecções do trato genital, traumas, vasectomia ou reparação de hérnia inguinal, conforme mencionado na alternativa A. Além disso, sua formação está diretamente relacionada à ruptura da barreira hematotesticular (alternativa C), uma estrutura crucial que protege os espermatozoides do sistema imunológico.

A barreira hematotesticular, descrita na alternativa D, é composta pelas células de Sertoli, que formam junções ocludentes nas paredes basolaterais. Essa barreira isola os espermatozoides, evitando que sejam reconhecidos como corpos estranhos pelo sistema imunológico. Quando essa proteção é comprometida, os anticorpos antiespermatozoides podem se formar, prejudicando a fertilidade ao afetar a motilidade dos espermatozoides, a penetração no muco cervical e a fusão dos gametas, como destacado na alternativa E.

Contudo, a alternativa B afirma incorretamente que as técnicas de fertilização in vitro não são indicadas para casais com positividade para esses anticorpos. Na realidade, a fertilização in vitro é uma das opções terapêuticas mais eficazes nesses casos, pois permite contornar as barreiras imunológicas que impedem a fertilização natural. Portanto, a afirmação da alternativa B está equivocada, sendo este o gabarito correto da questão.

Em síntese, os anticorpos antiespermatozoides representam um desafio significativo para a fertilidade, mas seu manejo adequado, incluindo o uso de técnicas de reprodução assistida como a fertilização in vitro, pode oferecer soluções eficazes para os casais afetados.

O diagnóstico genético pré-implantacional (PGD) é uma ferramenta essencial na medicina reprodutiva, permitindo a análise de embriões gerados por fertilização in vitro antes da transferência para o útero. Uma das técnicas mais utilizadas para essa avaliação é a hibridização in situ por fluorescência (FISH), que identifica alterações cromossômicas numéricas ou estruturais em blastômeros extraídos do embrião.

Apesar de sua eficácia, a técnica FISH possui limitações importantes. Ela não é capaz de analisar todos os cromossomos de uma vez, sendo direcionada apenas para aqueles mais frequentemente associados a anomalias genéticas, como os cromossomos 13, 18, 21, X e Y. Essa abordagem seletiva justifica a resposta correta ser a alternativa B), pois a FISH não avalia mutações gênicas nem abrange todo o genoma.

Além disso, é importante destacar que a FISH não detecta mutações pontuais ou pequenas deleções e inserções, que exigem técnicas mais avançadas, como o sequenciamento genético. Portanto, seu uso é mais indicado para triagem de aneuploidias comuns, contribuindo para a seleção de embriões cromossomicamente normais e aumentando as chances de uma gravidez saudável.

A preparação do sêmen é uma etapa fundamental nos processos de fertilização in vitro (FIV), especialmente quando se utiliza a técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). O objetivo principal é isolar espermatozoides móveis e morfologicamente normais, eliminando impurezas como debris celulares, células não germinativas e espermatozoides mortos. Dependendo das características da amostra seminal e do método de FIV escolhido, diferentes técnicas de preparo podem ser aplicadas.

No cenário apresentado, em que a amostra possui 50 milhões de espermatozoides por mL e 80% de motilidade progressiva, ambas as técnicas de swim-up e centrifugação por gradiente de densidade descontínuo são viáveis. O swim-up seleciona espermatozoides com melhor motilidade, pois estes nadam ativamente para um meio de cultura sobreposto ao sêmen. Já a centrifugação por gradiente separa os espermatozoides por densidade, resultando em uma fração purificada e livre de contaminantes.

Portanto, a alternativa correta é a E), pois ambas as técnicas são adequadas para a ICSI e FIV clássica, garantindo a recuperação de espermatozoides de qualidade. A escolha entre elas pode variar conforme a avaliação do especialista e as condições específicas da amostra.

O sêmen humano é uma substância complexa, composta por uma fração celular que contém os espermatozoides e uma fração líquida originada principalmente das glândulas acessórias, como a próstata e a vesícula seminal. Conforme o Manual da Organização Mundial da Saúde (OMS) para análise e processamento de sêmen humano (2010), a análise seminal desempenha um papel fundamental na avaliação da saúde reprodutiva masculina.

A alternativa correta, indicada como gabarito, é a letra A, que afirma: "a análise seminal inclui as características macroscópicas e microscópicas do sêmen e reflete tanto a produção de espermatozoides pelos testículos quanto a função do sistema pós-testicular e atividade das glândulas acessórias." Essa afirmação está em conformidade com as diretrizes da OMS, que destacam a importância da análise seminal como um método abrangente para avaliar não apenas a quantidade e qualidade dos espermatozoides, mas também o funcionamento do sistema reprodutor como um todo.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou incompletas. A letra B sugere que a qualidade seminal pode ser avaliada por uma única amostra, o que não é ideal, pois a produção de espermatozoides pode variar ao longo do tempo. A letra C desconsidera a influência do tempo de abstinência sexual, que, segundo a OMS, deve ser de 2 a 7 dias para garantir resultados mais consistentes. A letra D descreve o sêmen como uma mistura homogênea, o que não é preciso, já que sua composição pode variar. Por fim, a letra E menciona a necessidade de inspeção imediata para evitar desidratação, mas a OMS recomenda que a análise seja feita após um período de liquefação, geralmente em até 60 minutos após a coleta.

Portanto, a análise seminal é uma ferramenta essencial para diagnosticar possíveis alterações na fertilidade masculina, e sua correta interpretação requer conhecimento técnico e seguimento rigoroso dos protocolos estabelecidos pela OMS.