Questões Sobre Vertebrados - Biologia - concurso

O texto apresenta um cenário ecológico onde diferentes animais estão sujeitos a uma temperatura ambiente de 50°F (aproximadamente 10°C), questionando como o metabolismo de algumas espécies seria afetado. Analisando as alternativas, a resposta correta é a D), que indica a redução da função respiratória da cobra para diminuir o consumo energético.

Essa resposta está correta porque cobras são animais ectotérmicos, ou seja, dependem da temperatura ambiente para regular seu metabolismo. Em temperaturas mais baixas, seu metabolismo diminui, reduzindo funções como a respiração para conservar energia. As outras alternativas apresentam situações que não condizem com a biologia dos animais mencionados:

• A) Gambás e tatus são endotérmicos e mantêm sua temperatura corporal independentemente do ambiente.
• B) Tartarugas, como répteis ectotérmicos, não mantêm uma temperatura constante em baixas temperaturas.
• C) Corujas e gaviões são aves endotérmicas e não reduzem o voo para conservar energia térmica.
• E) Macacos, como mamíferos, regulam sua temperatura corporal sem depender da dilatação vascular em resposta ao frio.

Portanto, a alternativa D) é a única que descreve corretamente uma resposta metabólica esperada em um animal ectotérmico como a cobra em baixas temperaturas.

O estômago dos ruminantes apresenta uma estrutura complexa e especializada, composta por quatro câmaras distintas, cada uma desempenhando um papel fundamental no processo digestivo. O rúmen, primeira câmara, abriga uma comunidade diversificada de microrganismos capazes de decompor a celulose, um componente vegetal indigesto para a maioria dos animais. Essa relação simbiótica entre os ruminantes e os microrganismos ilustra um exemplo claro de nicho ecológico, onde os microrganismos ocupam um papel específico no ecossistema digestivo, convertendo matéria vegetal em nutrientes aproveitáveis.

Enquanto o rúmen é marcado por uma diversidade microbiana, o abomaso, última câmara, apresenta condições mais ácidas e enzimáticas, semelhantes ao estômago de animais não ruminantes. Nesse ambiente, parasitos adaptados exploram o sangue como fonte de nutrição. No entanto, a afirmação correta refere-se ao nicho ecológico dos microrganismos no rúmen, pois sua função digestiva está intrinsecamente ligada ao ambiente e aos recursos disponíveis, caracterizando seu papel ecológico único.

As demais alternativas, embora contenham informações parcialmente verdadeiras, não capturam a relação essencial entre a digestão da celulose e o conceito de nicho ecológico. A população microbiana do rúmen é de fato diversa, mas isso não define seu nicho. Da mesma forma, o parasitismo no abomaso representa uma interação ecológica, mas não corresponde ao conceito de biótopo ou biocenose de forma tão precisa quanto a relação entre os microrganismos e a digestão da celulose no rúmen.

O tubarão-baleia, o maior peixe dos oceanos, podendo alcançar impressionantes vinte metros de comprimento, é um gigante gentil. Apesar de seu tamanho colossal, que poderia facilmente incutir medo, essa espécie se alimenta principalmente de plâncton, tornando-o inofensivo aos seres humanos. No entanto, outros tubarões de sua superordem já foram responsáveis por incidentes com banhistas, reforçando a ideia de que nem todos os grandes predadores marinhos compartilham a mesma dieta pacífica.

Quando se trata da alimentação do tubarão-baleia, a resposta correta é a alternativa E) microcrustáceos, algas, protozoários e pequenos anelídeos. Essa dieta baseada em organismos microscópicos e pequenas formas de vida marinha destaca o papel ecológico do tubarão-baleia como um filtrador, contribuindo para o equilíbrio dos ecossistemas oceânicos. Sua alimentação difere significativamente de outros grandes predadores, que podem incluir peixes maiores, moluscos ou até mesmo mamíferos marinhos.

Portanto, enquanto o tubarão-baleia navega pelos oceanos filtrando plâncton, sua existência desafia a percepção comum sobre os tubarões como criaturas exclusivamente agressivas. Ele é um exemplo fascinante de como a natureza pode surpreender, combinando tamanho impressionante com hábitos alimentares completamente inofensivos.

A maioria das famílias de peixes não contém espécies herbívoras, porém a herbivoria é comum entre peixes tropicais de água doce. Para a dieta de herbívoros, considere as adaptações a seguir.

I - Intestino curto, de modo a acelerar a passagem do bolo alimentar.

II - Como fonte de proteínas, valem-se de micro-organismos provenientes da ingestão de algas ou plantas.

III - Possuem bocas grandes, com capacidade de protrusão, na maioria dos casos.

É(São) adaptação(ões) comum(ns) utilizada(s) pelos peixes tropicais de água doce herbívoros a(s) apresentada(s) em:

• A) I, apenas.
• B) II, apenas.
• C) III, apenas.
• D) I e III, apenas.
• E) I, II e III.

O gabarito correto é B).

Alguns peixes são bem suscetíveis a variações nos níveis de vitaminas em sua dieta. Os peixes da bacia amazônica são comprovadamente dependentes de grandes doses de vitamina C, em particular. O Astronotus ocellatus, por exemplo, quando cresce com uma dieta pobre em vitamina C, apresenta mandíbula e opérculo deformados, hemorragias nas nadadeiras e nos olhos, além de lordose. Dentre as possíveis fontes de vitamina C, diretas ou indiretas, relacionadas abaixo, qual NÃO faz parte da dieta do Astronotus ocellatus?

• A) Frutas que, na época das chuvas, ficam acessíveis aos peixes.
• B) Síntese por outros peixes condríctios.
• C) Produção por microalgas.
• D) Mamíferos, como morcegos, que produzem ácido ascórbico.
• E) Peixes dipnoicos que são capazes de produzir ascorbato.

O gabarito correto é D).

Entre peixes que habitam regiões entremarés, é comum os machos desenvolverem estratégias para atrair fêmeas até seus ninhos, onde ocorre a desova e a fecundação. O texto apresenta quatro possíveis estratégias utilizadas por esses peixes:

I - Movimentar-se de forma estereotipada, numa coreografia: Muitas espécies de peixes realizam danças ou rituais de corte para chamar a atenção das fêmeas, demonstrando vigor e saúde.

II - Apresentar coloração chamativa: A coloração vibrante é uma estratégia comum em diversas espécies, pois indica qualidade genética e capacidade de sobrevivência, tornando o macho mais atraente.

III - Liberar feromônios na água: Os feromônios são substâncias químicas que influenciam o comportamento reprodutivo, podendo sinalizar disponibilidade sexual e facilitar o encontro entre parceiros.

IV - Oferecer presentes, como um pedaço de alimento: Embora presente em algumas espécies, essa estratégia não é tão comum entre peixes entremarés quanto as demais.

Analisando as alternativas, as estratégias corretas são I, II e III, pois são amplamente documentadas em peixes dessas regiões. A alternativa E é, portanto, a correta.

O estudo da plasticidade sexual em peixes hermafroditas revela mecanismos fascinantes de adaptação e sobrevivência, especialmente em espécies que habitam recifes de coral. O texto citado destaca como mudanças morfológicas em neurônios específicos, associados a hormônios como o GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) e a arginina vasotocina, desempenham um papel crucial na transição sexual e no comportamento reprodutivo desses animais. Essas alterações ocorrem não apenas durante a mudança de sexo, mas também na passagem de machos não territorialistas para machos territorialistas ativos, evidenciando a complexidade da regulação fisiológica nesses organismos.

No contexto da questão apresentada, a espécie descrita possui uma população juvenil composta por fêmeas jovens que podem ou não se transformar em machos, além de machos terminais. Essa característica é típica de um sistema diândrico protogínico, onde existem duas formas de machos (os que se originam de fêmeas e os machos terminais) e a mudança de sexo ocorre da fêmea para o macho (protoginia). A opção correta, portanto, é a B) diândrica protogínica, pois reflete essa dinâmica populacional e reprodutiva.

Esses fenômenos ilustram como a evolução moldou estratégias reprodutivas sofisticadas em peixes tropicais, garantindo sua perpetuação em ambientes competitivos e dinâmicos como os recifes de coral. A plasticidade sexual, mediada por mecanismos neuroendócrinos, é um exemplo notável da interação entre genética, ambiente e comportamento na biologia dessas espécies.

Alguns peixes ósseos, como os do gênero Poecilia, apresentam uma forma de reprodução conhecida como viviparidade. Nesse processo, a fecundação ocorre internamente, e o embrião se desenvolve dentro do corpo da fêmea, recebendo nutrientes diretamente dela, sem a dependência de um ovo com casca.

Entre as opções apresentadas, a cavidade ovariana (D) é a estrutura correta onde o embrião se desenvolve nesses peixes vivíparos. Diferente de mamíferos, que utilizam o duto uterino ou a placenta, os peixes do gênero Poecilia retêm os embriões nos folículos ovarianos, que são modificados para fornecer os nutrientes necessários durante o desenvolvimento.

Portanto, a resposta correta é D) cavidade ovariana, pois é nesse local que ocorre a gestação nesses peixes vivíparos, garantindo a sobrevivência dos embriões até o nascimento.