Questões Sobre Vertebrados - Biologia - concurso

Os animais ruminantes possuem um sistema digestivo complexo e especializado, adaptado para processar alimentos fibrosos, como gramíneas e folhagens. O estômago desses animais é dividido em quatro compartimentos, cada um com funções específicas no processo de digestão. Esses compartimentos são o rúmen, o retículo, o omaso e o abomaso.

Desses quatro compartimentos, três são considerados aglandulares, ou seja, não possuem glândulas secretoras de enzimas digestivas. Esses compartimentos são o rúmen, o retículo e o omaso. Eles atuam principalmente na fermentação microbiana do alimento, na absorção de nutrientes e no transporte do bolo alimentar. Já o abomaso é a única porção glandular do estômago dos ruminantes, responsável pela secreção de suco gástrico e pela digestão enzimática, semelhante ao estômago de animais não ruminantes.

Portanto, a alternativa correta que indica os compartimentos aglandulares do estômago dos ruminantes é a A) rúmen, retículo e omaso. As outras alternativas estão incorretas porque incluem o abomaso, que é glandular, ou omitem um dos compartimentos aglandulares.

Análise das Características dos Mamíferos Modernos

Os mamíferos representam um grupo de vertebrados que conquistou uma diversidade impressionante após a extinção dos dinossauros não-avianos no limite K-T. Sua evolução permitiu o desenvolvimento de adaptações únicas, distinguindo-os de outros vertebrados. A alternativa correta, B), destaca duas características fundamentais: a presença de diafragma e hemácias anucleadas.

O diafragma é uma estrutura exclusiva dos mamíferos, essencial para a respiração pulmonar eficiente. Já as hemácias anucleadas são uma adaptação que maximiza o transporte de oxigênio, diferentemente de outros vertebrados, como aves e répteis, que possuem hemácias nucleadas. Embora o coração com quatro câmaras (presente nas alternativas C) e E)) seja compartilhado com as aves, não é uma característica exclusiva dos mamíferos.

Outras opções apresentam equívocos: a heterodontia (D) é comum, mas não exclusiva, e a hemoglobina (D) está presente em todos os vertebrados. Portanto, a combinação do diafragma e hemácias anucleadas (B) é a única que reflete traços distintivos dos mamíferos atuais.

O estudo da anatomia comparada dos vertebrados nos permite entender a evolução do coração e sua complexidade ao longo das diferentes espécies. No caso específico descrito, o coração possui dois átrios (direito e esquerdo) e um único ventrículo parcialmente dividido, o que ainda permite a mistura de sangue venoso e arterial. Essa característica é típica de certos répteis, como as tartarugas, que apresentam uma estrutura cardíaca intermediária entre os peixes (coração com duas câmaras) e os mamíferos e aves (coração com quatro câmaras completamente separadas).

Analisando as alternativas:

• A) Tartaruga - Coração com dois átrios e um ventrículo parcialmente dividido, permitindo alguma mistura sanguínea. (Resposta correta)
• B) Jacaré - Possui um coração com quatro câmaras quase completamente separadas, com apenas um pequeno desvio (forame de Panizza) que permite algum fluxo misto em situações específicas.
• C) Tubarão - Coração com apenas duas câmaras (um átrio e um ventrículo), típico de peixes.
• D) Ornitorrinco - Mamífero com coração completamente dividido em quatro câmaras.
• E) Sapo - Anfíbio com coração de três câmaras (dois átrios e um ventrículo não dividido), onde a mistura sanguínea é mais significativa.

Portanto, a alternativa A) Tartaruga é a correta, pois representa um estágio evolutivo em que o coração já possui uma divisão atrial completa, mas ainda mantém um ventrículo parcialmente dividido, característico de alguns répteis.

Durante o desenvolvimento embrionário de vertebrados como répteis, aves e mamíferos, os anexos embrionários desempenham funções vitais para a sobrevivência e proteção do embrião. Essas estruturas, embora derivadas dos folhetos germinativos, não fazem parte do corpo do embrião em si, mas são essenciais para seu desenvolvimento adequado.

Entre os anexos embrionários, o âmnio se destaca por sua função protetora. Ele forma uma bolsa preenchida por líquido amniótico, que envolve o embrião e o protege contra dessecação (perda de água) e choques mecânicos, amortecendo impactos externos. Essa característica é particularmente importante em ambientes terrestres, onde o risco de desidratação e traumas físicos é maior.

As outras alternativas apresentam funções distintas: o cório está relacionado às trocas gasosas, o alantoide atua no armazenamento de excretas e na respiração, a vesícula vitelínica armazena nutrientes, e o pedículo alantoidiano é uma estrutura de suporte. Portanto, a alternativa correta é A) âmnio, pois é o anexo embrionário responsável pela proteção contra dessecação e choques mecânicos.

Os anfíbios representam um grupo fascinante de vertebrados, sendo os pioneiros na transição do ambiente aquático para o terrestre. No entanto, essa conquista evolutiva não os libertou completamente da água, especialmente no que se refere à reprodução, já que a maioria das espécies ainda depende de ambientes úmidos ou aquáticos para a desova e desenvolvimento dos girinos. Entre os anfíbios mais conhecidos estão os sapos, rãs e pererecas, cada um com características distintas que os adaptam a diferentes nichos ecológicos.

A alternativa correta para identificar as diferenças entre esses animais é a letra D: "as rãs apresentam pele mais úmida e lisa e as pererecas têm pernas com ventosas". Essa distinção é fundamental para compreender a diversidade morfológica e comportamental desses grupos. As rãs, por exemplo, possuem uma pele úmida e lisa, adaptada para a rápida absorção de água e trocas gasosas, enquanto as pererecas desenvolveram ventosas nas pontas dos dedos, uma adaptação essencial para sua vida arbórea, permitindo que se agarrem firmemente a folhas e galhos.

Essas diferenças não são meramente acidentais, mas refletem estratégias evolutivas distintas. As rãs, geralmente associadas a ambientes aquáticos ou próximos a corpos d'água, têm uma pele que facilita a respiração cutânea. Já as pererecas, ao ocuparem habitats mais elevados, como árvores e arbustos, desenvolveram estruturas especializadas para escalar superfícies verticais. Os sapos, por sua vez, apresentam características intermediárias, como uma pele mais seca e rugosa, adaptada a ambientes terrestres, mas ainda dependente da umidade para evitar a desidratação.

Portanto, a compreensão dessas diferenças não apenas enriquece nosso conhecimento sobre a biodiversidade, mas também destaca a importância da conservação desses animais, muitos dos quais enfrentam ameaças como a perda de habitat e as mudanças climáticas. Os anfíbios, como bioindicadores, desempenham um papel crucial na manutenção dos ecossistemas, e sua preservação é essencial para o equilíbrio ambiental.

Peixes ciclostomados são um grupo fascinante de vertebrados aquáticos que apresentam características únicas, como a capacidade de sofrer metamorfose ao longo de seu desenvolvimento. Um dos aspectos mais interessantes desse grupo é o estágio larval, que pode durar de 4 a 5 anos, período em que a larva, conhecida como amocetes, se desenvolve antes de atingir a fase adulta.

Esses peixes são representados principalmente pelas lampreias, que pertencem à classe Cyclostomata. As lampreias são conhecidas por seu corpo alongado e ausência de mandíbulas, característica que as diferencia de outros grupos de peixes. Durante sua fase larval, as amocetes vivem enterradas no fundo de rios e lagos, filtrando partículas orgânicas da água para se alimentar.

Entre as opções apresentadas:

• A) Baiacus – não são ciclostomados, mas sim peixes ósseos.
• B) Cavalos-marinhos – também são peixes ósseos, pertencentes à família Syngnathidae.
• C) Lampreias – corretas, pois são os representantes mais conhecidos dos ciclostomados.
• D) Barracudas – peixes predadores da classe Actinopterygii.
• E) Tubarões – pertencentes à classe Chondrichthyes, possuem esqueleto cartilaginoso.

Portanto, a alternativa correta é C) lampreias, que exemplificam as características típicas dos peixes ciclostomados, incluindo seu ciclo de vida com metamorfose e estágio larval prolongado.

Os peixes representam um dos grupos mais diversificados de vertebrados aquáticos, apresentando adaptações fisiológicas notáveis que lhes permitem sobreviver em diferentes ambientes. Entre essas adaptações, destaca-se a capacidade de regular a osmorregulação, ou seja, o equilíbrio de água e sais em seus corpos, de acordo com o ambiente em que vivem.

No caso de peixes de água doce, como rios, lagos e açudes, a principal adaptação é a produção de urina muito diluída. Isso ocorre porque, nesses ambientes, a concentração de sais no corpo do peixe é maior do que na água ao seu redor, fazendo com que a água entre constantemente por osmose. Para compensar esse fluxo, os peixes absorvem ativamente íons pelas brânquias e excretam grandes volumes de urina diluída, eliminando o excesso de água sem perder muitos sais essenciais.

As outras alternativas apresentadas descrevem mecanismos distintos:

• B) Refere-se a peixes marinhos, que precisam lidar com a perda de água para o ambiente salgado e, portanto, bebem água e excretam sais ativamente pelas brânquias.
• C) Descreve um mecanismo inverso ao real: peixes de água doce absorvem íons, mas não secretam sal, pois já estão em um ambiente hipotônico.
• D) Aplica-se a peixes marinhos, que reduzem a filtração glomerular e excretam sais ativamente, o oposto do que ocorre em água doce.

Portanto, a alternativa A) é a correta, pois descreve com precisão a adaptação dos peixes de água doce para lidar com o excesso de água em seu organismo, produzindo urina diluída como forma de equilíbrio osmótico.

O texto descreve uma espécie do gênero Poecilia, encontrada na Lagoa Rodrigo de Freitas, destacando suas características reprodutivas e ecológicas. A espécie em questão apresenta fecundação interna, evidenciada pela presença do gonopódio nos machos, uma estrutura especializada para a transferência de espermatozoides. Além disso, as fêmeas carregam os embriões e/ou jovens dentro de seus corpos durante o desenvolvimento, caracterizando um processo de viviparidade, no qual os embriões recebem nutrição diretamente da mãe.

Essas características eliminam as possibilidades de fecundação externa (opções B, C e E), já que o texto menciona claramente a presença de estruturas adaptadas para a cópula interna. A viviparidade também descarta a oviparidade (opção D), pois os embriões não são liberados em ovos, mas sim retidos e nutridos no interior do corpo da fêmea até o nascimento.

Portanto, a alternativa correta é A) interna e vivípara, pois o texto descreve um sistema reprodutivo com fecundação interna e desenvolvimento embrionário dentro do organismo materno, com suporte nutricional direto.

Num laboratório de criação de animais, observou-se que camundongos desenvolveram anomalias hereditárias relacionadas a mutações que afetavam o desenvolvimento normal do sistema endócrino. Os sintomas incluíam redução no ganho de peso, menor locomoção, temperatura corporal baixa (com alguns indivíduos não resistindo ao frio) e dificuldades reprodutivas. Essas características sugerem uma disfunção em uma estrutura endócrina essencial para o metabolismo, termorregulação e reprodução.

Analisando as opções:

• A) Paratireoides: Responsáveis pelo controle do cálcio no organismo, sua disfunção não explicaria os sintomas observados.
• B) Neuro-hipófise: Armazena e libera hormônios como a vasopressina e a ocitocina, mas não está diretamente ligada ao metabolismo ou termorregulação.
• C) Gonadas: Embora relacionadas à reprodução, sua disfunção isolada não justificaria os outros sintomas metabólicos e térmicos.
• D) Adrenais: Produzem hormônios como cortisol e adrenalina, mas anomalias aqui geralmente causariam sintomas distintos, como alterações na pressão arterial ou resposta ao estresse.
• E) Adeno-hipófise: Produz hormônios tropicos (como TSH, ACTH, FSH e LH) que regulam tireoide, adrenais e gonadas. Uma mutação aqui afetaria múltiplos eixos hormonais, explicando os sintomas metabólicos, térmicos e reprodutivos.

Portanto, a adeno-hipófise (E) é a estrutura cuja função está alterada, já que seus hormônios controlam indiretamente os processos comprometidos nos camundongos.

Baleias, cachalotes, orcas, golfinhos e botos são mamíferos aquáticos que compartilham características fundamentais com os mamíferos terrestres, apesar de seu habitat diferenciado. A principal semelhança entre esses grupos está na respiração pulmonar e na presença de glândulas mamárias, características essenciais que definem a classe Mammalia.

A alternativa correta é a A), pois esses animais, embora adaptados à vida aquática, não desenvolveram respiração branquial como os peixes, mantendo a dependência de pulmões para a troca gasosa. Além disso, assim como todos os mamíferos, eles alimentam seus filhotes através do leite produzido pelas glândulas mamárias.

As demais alternativas apresentam características incompatíveis com a biologia desses animais. Nadadeiras, por exemplo, são adaptações específicas para a natação, não sendo uma característica compartilhada com mamíferos terrestres. Já a respiração branquial (presente nas opções D e E) é exclusiva de peixes e outros animais aquáticos não mamíferos.