Couto de Magalhães foi etnólogo, escritor e folclorista brasileiro, entre outros atributos. Recolheu de populações indígenas brasileiras canções à Lua Nova, que eles chamavam de Catiti. Um fragmento de canção indígena diz assim: “Catiti, ó minha mãe, fazei chegar esta noite ao coração dele a lembrança de mim.” A Astronomia nos mostra que na fase de Lua Nova:

Essa fase da Lua Nova é muito interessante, pois é quando a face não iluminada do satélite está voltada para a Terra, tornando-a invisível do nosso planeta. É como se a Lua estivesse "escondida" do nosso olhar. Por isso, não é possível vê-la no céu noturno durante essa fase.

Voltando às canções indígenas, é fascinante notar como os povos originários brasileiros tinham uma conexão tão profunda com a natureza e os fenômenos naturais. Eles tinham uma compreensão intuitiva dos ciclos da Lua e do Sol, e isso se refletia em suas crenças, mitos e rituais.

A canção indígena que mencionamos anteriormente, "Catiti, ó minha mãe, fazei chegar esta noite ao coração dele a lembrança de mim", é um exemplo disso. É uma oração para que a Lua Nova leve ao coração de alguém a lembrança do eu. É uma forma de se conectar com o outro, mesmo que esteja distante, e de pedir proteção e guia.

É impressionante como a astronomia e a etnologia se cruzam nesse ponto. Enquanto a astronomia nos mostra os fenômenos naturais que ocorrem no céu, a etnologia nos revela como os povos originários brasileiros interpretavam e se relacionavam com esses fenômenos. É uma riqueza cultural imensa que precisamos valorizar e preservar.

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