Questões Sobre Poderes e Deveres da Administração - Direito Administrativo - concurso
111) O poder de polícia traduz-se em atividade da Administração Pública que promove a limitação de direitos individuais em prol do interesse público. Nesse sentido, consiste em atividade
- A) discricionária da Administração, limitada pelos critérios de conveniência e oportunidade, e caracterizada pela imposição de restrições temporárias.
- B) sujeita a limites e, portanto, vinculada aos estritos termos do Decreto que a autoriza.
- C) sujeita a limites, ainda que o ato normativo que a autorize conceda certa margem de discricionariedade à Administração Pública.
- D) que, mesmo prescindindo de previsão normativa, sujeita-se a limites estabelecidos pela Administração Pública.
- E) autorizada apenas em casos de urgência e necessidade, cabendo à Administração Pública, assim que cessadas as causas que ensejaram a conduta, restabelecer integralmente os direitos individuais limitados.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) sujeita a limites, ainda que o ato normativo que a autorize conceda certa margem de discricionariedade à Administração Pública.
Explicação: O poder de polícia é uma atividade da Administração Pública que tem por finalidade promover a limitação de direitos individuais em benefício do interesse público. No exercício desse poder, a Administração pode impor restrições temporárias aos direitos dos indivíduos.
Entretanto, é importante destacar que o poder de polícia não é absoluto e encontra limites. Mesmo que o ato normativo que autorize o exercício desse poder conceda certa margem de discricionariedade à Administração Pública, essa discricionariedade está sujeita a limites estabelecidos pela própria Administração ou por leis e regulamentos.
Portanto, a alternativa C é a correta.
112) Quanto aos agentes públicos e aos poderes da administração, assinale a opção correta.
- A) O poder da própria administração de rever o seu ato, por parte de seu superior hierárquico, encontra-se restringido pela decadência de 5 anos, nos termos da Lei n.º 9.784/1999.
- B) É inconstitucional, conforme entendimento do STF, toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual seja anteriormente investido.
- C) São atributos específicos do poder de polícia a presunção de legitimidade e veracidade, a auto-executoriedade e a imperatividade.
- D) O servidor público estatutário em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou tiver a sua aposentadoria cassada, terá o prazo de 30 dias para quitar o débito, sob pena de imediata execução, sendo desnecessária a prévia inscrição em dívida ativa.
A alternativa correta é letra B) É inconstitucional, conforme entendimento do STF, toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual seja anteriormente investido.
Gabarito: LETRA B.
A questão versa acerca de aspectos gerais da Administração Pública. Nesse contexto, vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta.
a) O poder da própria administração de rever o seu ato, por parte de seu superior hierárquico, encontra-se restringido pela decadência de 5 anos, nos termos da Lei n.º 9.784/1999.
Incorreto. Somente se dos atos administrativos ilegais decorrerem efeitos favoráveis para os destinatários, este poder-dever de auto tutela (anulação) DECAI em 5 anos; nos demais, é possível a revisão a qualquer tempo, conforme o art. 54, caput, da Lei Processual:
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
No entanto, se comprovada a má-fé não há que se falar em decadência do direito de anular. Assim, de fato, o exercício da autotutela, para fins de anular a aposentadoria de Túlio, não está fulminado pela decadência.
Detalhe: Prescrição x Decadência (fonte: aqui):
- A prescrição é a perda do direito de ação (perda da possibilidade de reivindicar um direito por meio da ação judicial cabível).
- A decadência é a perda do direito em si, por não ter sido exercido num período de tempo razoável.
b) É inconstitucional, conforme entendimento do STF, toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual seja anteriormente investido.
Correto. De fato, o acesso e a transferência (formas de investidura sem concurso público) não são forma de provimento, porquanto o atual ordenamento jurídico vigente, segundo o STF, não admite a figura do acesso ou da transferência como forma de provimento, uma vez que se trata de forma de provimento sem aprovação prévia em concurso público. Vejamos:
Súmula Vinculante 43
É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido
c) São atributos específicos do poder de polícia a presunção de legitimidade e veracidade, a auto-executoriedade e a imperatividade.
Incorreto. Na verdade, estes são atributos dos atos em geral. Por sua vez, aponta-se, como atributos do Poder de Polícia, a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade. Vejamos nas lições de Maria Sylvia Zanella di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 126):
Costuma-se apontar como atributos do poder de polícia a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade, além do fato de corresponder a uma atividade negativa. Pode-se atualmente acrescentar outra característica, que é a indelegabilidade do poder polícia a pessoas jurídicas de direito privado.
Diga-se, por oportuno, que o poder de polícia é discricionário, pois a Administração terá que decidir qual o melhor momento de agir, qual o meio de ação mais adequado, qual a sanção cabível diante das previstas na norma legal, conforme leciona Maria Sylvia Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 126):
[...] em grande parte dos casos concretos, a Administração terá que decidir qual o melhor momento de agir, qual o meio de ação mais adequado, qual a sanção cabível diante das previstas na norma legal. Em tais circunstâncias, o poder de polícia será discricionário.
Observe, ainda, que não há necessidade de autorização do Poder Judiciário para atuação do representante da Administração na limitação de interesse ou liberdade de particulares, uma vez que os atos administrativos de polícia são dotados de autoexecutoriedade, o qual autoriza a atuação da Administração sem o controle prévio judicial. Vejamos nas lições de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 276):
É atributo típico do poder de polícia, presente, sobretudo, nos atos repressivos de polícia. A administração pública precisa ter a prerrogativa de impor diretamente, sem necessidade de prévia autorização judicial, as medidas ou sanções de polícia administrativa necessárias à repressão de atividades lesivas à coletividade, ou que coloquem em risco a incolumidade pública.
A obtenção de prévia autorização judicial para a prática de determinados atos de polícia é uma faculdade da administração pública. Ela costuma recorrer previamente ao Judiciário quando tenciona praticar atos em que seja previsível forte resistência dos particulares envolvidos, como na demolição de edificações irregulares, embora, como dito, seja facultativa a obtenção de tal autorização.
Por fim, um dos atributos da polícia administrativa é coercibilidade, pela qual se admite a conduta coativa da Administração Pública. Vejamos com Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 278):
O último atributo do poder de polícia, a coercibilidade, traduz-se na possibilidade de as medidas adotadas pela administração pública serem impostas coativamente ao administrado, inclusive mediante o emprego da força. Caso o particular resista ao ato de policia, a administração poderá valer-se da força pública para garantir o seu cumprimento.
d) O servidor público estatutário em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou tiver a sua aposentadoria cassada, terá o prazo de 30 dias para quitar o débito, sob pena de imediata execução, sendo desnecessária a prévia inscrição em dívida ativa.
Incorreto. Na verdade, o prazo para quitar o débito é de 60 dias, conforme o art. 47, caput, da Lei nº 8.112/90:
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito.
Portanto, gabarito LETRA B.
113) Em relação aos poderes da administração, julgue o item a seguir.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra A) Certo
A questão versa acerca do Poder de Polícia. Nesse contexto, a assertiva está CORRETA, pois, em sentido amplo, é juridicamente correto afirmar que o exercício do poder de polícia está associado à atividade do Poder Legislativo e do Poder Executivo, pois este sentido engloba tanto as restrições legislativas quanto as administrativas, conforme nos ensina Alexandre Mazza (Manual de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 431-432):
a) poder de polícia em sentido amplo: inclui qualquer limitação estatal à liberdade e propriedade privadas, englobando restrições legislativas e limitações administrativas. Assim, por exemplo, as disposições do Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/2001), que condicionam o uso regular da propriedade urbana ao cumprimento da sua função social, constituem poder de polícia em sentido amplo. Porém, a excessiva amplitude desse conceito reduz sua utilidade prática, não havendo registro de sua utilização em concursos públicos;
Detalhe: o Poder de Polícia em sentido estrito envolve apenas atos que impliquem em limitações administrativas de Fiscalização e Condicionamento, não englobando medidas legislativas. Este sentido, na verdade, é o mais adotado pela doutrina e, no caso, pela questão, conforme ensina Alexandre Mazza (Manual de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 432):
b) poder de polícia em sentido estrito: mais usado pela doutrina, o conceito de poder de polícia em sentido estrito inclui somente as limitações administrativas à liberdade e propriedade privadas, deixando de fora as restrições impostas por dispositivos legais. Exemplos: vigilância sanitária e polícia de trânsito. Basicamente, a noção estrita de poder de polícia envolve atividades administrativas de FISCALIZAÇÃO e CONDICIONAMENTO da esfera privada de interesse, em favor da coletividade.
Portanto, assertiva CORRETA.
114) Sobre o poder de polícia, analise as afirmativas a seguir:
- A) I e II;
- B) I e III;
- C) II e III;
- D) I, II e III;
- E) nenhuma.
A alternativa correta é letra D) I, II e III;
Gabarito: LETRA D.
A questão aborda o tema Poderes da Administração Pública, mais precisamente acerca do poder de polícia. Nesse contexto, vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta, conforme exige a questão.
I. O poder de polícia não se confunde com a polícia judiciária. A polícia administrativa tem finalidade preventiva e a policia judiciária atua de forma repressiva.
Correto. Com efeito, o Poder de Polícia Administrativa, via de regra, incide sobre as condutas ou situações particulares que possam afetar os interesses da coletividade, uma vez que é aquela em que a administração pública faz incidir sobre os bens, direitos e atividades, diversamente da polícia judiciária e da polícia de manutenção da ordem pública, que atinge pessoas. Não obstante, a polícia administrativa ser, sim, inerente e se difundir por toda a Administração Pública, conforme leciona Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 153):
Desde já convém distinguir a polícia administrativa, que nos interessa neste estudo, da polícia judiciária e da polícia de manutenção da ordem pública, estranhas às nossas cogitações. Advirta-se, porém, que a polícia administrativa incide sobre os bens, direitos e atividades, ao passo que as outras atuam sobre as pessoas, individualmente ou indiscriminadamente.
II. Todos os entes estatais são competentes para exercer o poder de polícia sobre as atividades submetidas ao seu controle.
Correto. De fato, o poder de polícia ADMINISTRATIVA é inerente e se difunde por toda a administração, mesmo aqueles que não possuam, como função típica, a função administrativa (Poder Legislativo), desde que na função administrativa, conforme nos ensina Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 153):
A polícia administrativa é inerente e se difunde por toda a Administração Pública, enquanto as demais são específicas e privativas de determinados órgãos (Polícias Civis) ou corporações (Polícias Militares e Guardas Municipais).
III. A licença é exemplo de ato administrativo que pode refletir o exercício do poder de polícia.
Correto. De fato, a licença é, antes de tudo, um ato administrativo vinculado, ou seja, a lei estabelece as condições e os parâmetros para a sua concessão, não conferindo ao Administrador a liberalidade de decidir sobre a oportunidade e conveniência da licença, o que o torna um ato não precário. Vejamos (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 538):
Licença é ato administrativo vinculado e definitivo, editado com fundamento no poder de polícia administrativa, nas situações em que o ordenamento jurídico exige a obtenção de anuência prévia da administração pública como condição para o exercício, pelo particular, de um direito subjetivo de que ele seja titular.
Portanto, como todos os itens estão corretos, gabarito LETRA D.
115) A intervenção administrativa da autoridade pública no exercício das atividades individuais suscetíveis de fazer perigar interesses gerais, tendo por objeto evitar que se produzam, ampliem ou generalizem os danos sociais que as leis procuram prevenir, denomina-se:
- A) Polícia judiciária.
- B) Polícia de costumes.
- C) Polícia especial, em sentido estrito.
- D) Polícia administrativa.
A alternativa correta é letra D) Polícia administrativa.
Gabarito: letra D.
Falou bonito, mas a banca apenas conceituou o poder de polícia. Outro conceito clássico para o referido poder é o que se encontra presente no art. 78 do Código Tributário Nacional.
"Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder."
A dúvida mais comum nesses assuntos é entre a polícia administrativa e a polícia judiciária. As diferenças fundamentais entre as duas se dão no âmbito da sua incidência, da sua função primordial, o fato gerador e o sujeito da ação.
Espero ter ajudado.
116) O ato de polícia administrativa tem como característica, dentre outras,
- A) ser editado pela Administração Pública ou por quem lhe faça as vezes.
- B) submeter-se apenas ao controle judicial por ser sempre vinculado.
- C) incidir nas pessoas, indistintamente, e em todos os setores, desde que municipais.
- D) ser essencialmente repressivo, não cabendo em caráter preventivo.
- E) comportar sanções desde que estejam previstas em decretos.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) ser editado pela Administração Pública ou por quem lhe faça as vezes.
Explicação: O ato de polícia administrativa é um poder da administração pública que tem como objetivo garantir a ordem pública e proteger o interesse coletivo. É um ato discricionário da administração, que pode ser exercido por meio de uma portaria, um decreto, uma resolução, entre outros.
Assim, a característica do ato de polícia administrativa é ser editado pela Administração Pública ou por quem lhe faça as vezes, ou seja, por aqueles que possuem competência legal para tanto. Dessa forma, não se trata de um ato vinculado, podendo ser objeto de controle judicial quanto à sua legalidade e razoabilidade.
Portanto, a alternativa A é a correta.
117) No que concerne aos poderes administrativos e ao ato administrativo, julgue o item a seguir.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra A) Certo
Eis a proposição a ser comentada:
Não obstante a previsão constitucional dos direitos fundamentais, a administração, no exercício de seus poderes, tem o poder-dever de limitar a fruição de alguns daqueles direitos, mesmo que, para tanto, não disponha de ordem judicial.
Realmente, dentre os poderes administrativos, sobressai o poder de polícia, por meio do qual a Administração tem a prerrogativa de restringir, limitar ou condicionar o exercício de direitos e liberdades, em prol da satisfação de interesses públicos.
Por exemplo, dentre os direitos fundamentais, catalogadas na Constituição, encontra-se o direito de propriedade, versado no art. 5º, XXII, da CRFB, que abaixo transcrevo:
"Art. 5º (...)
XXII - é garantido o direito de propriedade;"
Nada obstante, a Administração tem a possibilidade de intervir na propriedade privada, por meio, por exemplo, das limitações administrativas, que têm suporte direto no poder de polícia, em ordem a adequar o exercício do direito de propriedade à sua função social, inibindo abusos que possam se mostrar perniciosos ao convívio social.
Adicione-se que uma das características marcantes do poder de polícia consiste em sua autoexecutoriedade, de modo que também é verdadeiro aduzir que a Administração, como regra, não precisa dispor de ordem judicial a fim de que possa praticar atos fundados no poder de polícia.
Do exposto, sem reparos à assertiva lançada pela Banca.
Gabarito: CERTO
118) A administração pública, por meio de órgão competente, proibiu, mediante a edição de uma portaria, que farmácias de manipulação preparassem formulações que incluíssem determinada substância, quando a finalidade fosse destiná-la ao uso oral. Essa medida foi tomada com base em estudos que indicavam a existência de risco à saúde humana em decorrência da ingestão dessa substância. As farmácias atingidas pela atuação administrativa recorreram ao Poder Judiciário contra o ato, alegando abuso de poder.
- A) O ato administrativo praticado com fundamento na competência discricionária da administração pública está sujeito ao controle jurisdicional quanto aos aspectos da razoabilidade e da legalidade.
- B) A proibição de manipulação pelas farmácias de substâncias nocivas à saúde humana insere-se no poder de polícia da administração, no âmbito da política sanitária.
- C) A atuação da administração, no caso descrito, não caracteriza abuso de poder, porquanto as farmácias não têm autorização legal para manipular, indistintamente, substâncias nocivas à saúde e destiná-las ao consumo humano, sem um prévio controle do Estado.
- D) No caso considerado, na medida em que a população consumiria produtos sem a oferta de segurança que deles legitimamente se espera, a atuação da administração tem respaldo na supremacia do interesse público sobre o interesse particular das farmácias de manipulação.
- E) A administração pública, no caso concreto, só poderia determinar uma proibição desse tipo após a manifestação do Poder Judiciário a respeito de sua legalidade.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) A administração pública, no caso concreto, só poderia determinar uma proibição desse tipo após a manifestação do Poder Judiciário a respeito de sua legalidade.
Explicação: No caso apresentado, a administração pública emitiu uma portaria proibindo as farmácias de manipulação de prepararem formulações que incluíssem determinada substância para uso oral, devido ao risco à saúde humana. As farmácias recorreram ao Poder Judiciário alegando abuso de poder.
De acordo com o princípio da legalidade, a administração pública deve pautar suas ações dentro dos limites estabelecidos pela lei. Nesse sentido, a proibição imposta pela administração só seria válida após a manifestação do Poder Judiciário, que tem a competência para analisar a legalidade do ato administrativo.
Portanto, a administração pública não pode unilateralmente impor essa proibição sem a análise prévia do Poder Judiciário quanto à sua legalidade.
119) A respeito do poder de polícia administrativa, julgue o item a seguir.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra A) Certo
A questão aborda o tema Poderes da Administração Pública. Nesse contexto, a assertiva está CORRETA, pois, derivando do conceito legal de Poder de Polícia, temos que o Poder de Polícia é amplo e incide sobre a segurança, a higiene, a ordem, os costumes, a disciplina da produção e do mercado, o exercício de atividades econômicas, a tranqüilidade pública e o respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos, conforme expressão do art. 78, caput, do Código Tributário Nacional:
Art. 78. Considera-se PODER DE POLÍCIA atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Portanto, assertiva CORRETA.
120) Não constituem atributos do Poder de Polícia:
- A) Coercibilidade.
- B) Delegabilidade.
- C) Discricionariedade.
- D) Auto-executoriedade.
A alternativa correta é letra B) Delegabilidade.
Gabarito: letra B.
b) Delegabilidade. – não é um atributo do poder de polícia.
Inicialmente, salienta-se que o enunciado da questão solicita que seja assinalada a alternativa que não traz um atributo do poder de polícia.
Vejamos a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“A doutrina dominante aponta alguns atributos peculiares ao poder de polícia, quais sejam: a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade. No entanto, vale ressaltar que nem todas essas características estão presentes simultaneamente em todos os atos de polícia, como será visto a seguir.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015. E-book. P. 239)
Ao analisar a lição colacionada, nota-se que a alternativa de letra B não trouxe um atributo do poder de polícia.
Logo, é a alternativa a ser assinalada.