Questões Sobre Acidentes com Animais Peçonhentos - Enfermagem - concurso

A picada da aranha Loxosceles, conhecida popularmente como aranha-marrom, pode causar uma série de sinais clínicos característicos. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a A), que descreve os sintomas típicos do envenenamento por essa espécie: a lesão é inicialmente pouco dolorida, mas evolui para um endurecimento e escurecimento da pele, podendo progredir para necrose em casos mais graves. Esse quadro é conhecido como loxoscelismo cutâneo e ocorre devido à ação do veneno, que possui propriedades necrosantes e inflamatórias.

As outras alternativas não correspondem ao padrão clínico da picada da Loxosceles. A alternativa B) descreve sintomas mais associados a picadas de outros animais, como escorpiões, que causam dor intensa e espasmos musculares. A alternativa C) menciona alterações sistêmicas imediatas, como escurecimento da urina e hipotensão, que são raras e geralmente aparecem em casos de loxoscelismo visceral, uma forma mais grave e menos comum. Já as alternativas D) e E) descrevem sinais que não são típicos desse tipo de envenenamento, como agitação, vômitos, bradicardia ou lesões maculo-papulares com conteúdo seroso.

Portanto, o reconhecimento correto dos sintomas é fundamental para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado, que pode incluir desde medidas locais até o uso de soro antiloxoscélico em situações mais graves.

O caso de J. C., um jovem jardineiro que sofreu uma possível picada de escorpião durante o trabalho, exige uma abordagem cuidadosa e fundamentada nos protocolos de atendimento a acidentes com animais peçonhentos. A conduta correta, conforme o gabarito indicado, é a alternativa B, que consiste em lavar a lesão com água e sabão, aplicar compressas mornas para alívio da dor e controlar os sinais vitais. Essa medida é prioritária porque visa à descontaminação local e ao manejo inicial dos sintomas, evitando complicações imediatas.

A administração imediata de soro antiescorpionismo (alternativa A) não é recomendada sem confirmação diagnóstica ou avaliação médica prévia, devido ao risco de reações alérgicas graves. A alternativa C, que sugere o preenchimento da CAT e encaminhamento a um centro de referência em saúde do trabalhador, embora importante em casos de acidente laboral, não é a prioridade no atendimento inicial de um possível envenenamento. Já a transferência urgente para um serviço especializado (alternativa D) pode ser necessária em casos graves, mas antes disso, medidas locais e estabilização são essenciais. Por fim, a alternativa E, que propõe um curativo compressivo e posicionamento inadequado do membro, é contraindicada, pois pode agravar a disseminação do veneno.

Portanto, a conduta mais adequada é a descrita na alternativa B, alinhada às diretrizes de primeiros socorros para acidentes escorpiônicos, que priorizam a limpeza da ferida, o controle da dor e a monitorização do paciente até a avaliação médica especializada.

O caso clínico apresentado descreve um paciente vítima de acidente ofídico, com evolução de sintomas característicos de envenenamento por serpente do gênero Crotalus, popularmente conhecida como cascavel. A análise dos achados permite identificar a correlação entre o quadro sintomatológico e o padrão crotálico de envenenamento.

Inicialmente, a ausência de alterações locais significativas no local da picada já sugere afastar os acidentes botrópicos (alternativa E), que tipicamente apresentam edema, equimose e necrose. Os sintomas neurológicos progressivos - fácies miastênica, oftalmoplegia e dificuldade de movimentação ocular - são marcadores clássicos da ação neurotóxica do veneno crotálico, que contém crotoxina, uma potente neurotoxina pré-sináptica.

A tríade composta por mialgia, urina escura (mioglobinúria) e insuficiência renal aguda configura a síndrome característica do envenenamento crotálico, decorrente da ação miotóxica direta do veneno. Estes elementos permitem descartar as alternativas A (laquético, inexistente na classificação ofídica), B (errada grafia de elapídico) e D (colubrídeo, grupo de serpentes não-peçonhentas).

O manejo adequado neste caso exigiria a administração imediata de soro anticrotálico, além de medidas de suporte para controle das complicações sistêmicas. O reconhecimento precoce do padrão clínico pelo enfermeiro foi crucial, demonstrando a importância do treinamento na identificação dos diferentes síndromes ofídicos para conduta terapêutica específica.

No Brasil, os acidentes por serpentes representam um importante problema de saúde pública, sendo classificados em quatro tipos principais: botrópico, crotálico, laquético e elapídico. Esses acidentes são considerados graves devido aos efeitos do veneno, que podem levar a complicações severas e até mesmo à morte. Por outro lado, acidentes causados por serpentes não peçonhentas, embora relativamente frequentes, não apresentam o mesmo nível de perigo e, portanto, são considerados de menor importância médica.

Analisando as afirmativas apresentadas:

I. Jararaca: A afirmativa descreve corretamente os efeitos do veneno da jararaca, que incluem hemorragia, necrose, inchaço, dor, alterações na coagulação e sangramentos em diversas partes do corpo. Além disso, destaca a necessidade de administração rápida do antiveneno e o risco de amputação do membro afetado. Essas informações estão alinhadas com o conhecimento científico sobre o tema.

II. Cascavel: A descrição dos sintomas causados pelo veneno da cascavel, como paralisia, dores musculares, dificuldade respiratória, insuficiência renal e problemas visuais, está correta. O veneno da cascavel age principalmente no sistema nervoso central, podendo levar à morte em poucas horas se não tratado adequadamente.

III. Surucucu: Embora a afirmativa mencione corretamente alguns sintomas, como dores musculares, visão dupla e problemas respiratórios, a surucucu (Lachesis muta) é uma serpente que causa acidentes do tipo botrópico, semelhantes aos da jararaca, e não do tipo elapídico, como sugerido. Portanto, a descrição apresentada não está totalmente correta.

IV. Jiboia: A afirmativa descreve com precisão o método de caça da jiboia, que mata suas presas por constrição, ou seja, enrolando-se em torno da vítima e causando morte por sufocamento. No entanto, é importante ressaltar que a jiboia não é uma serpente peçonhenta e, portanto, não está entre os tipos de acidentes de interesse em saúde pública mencionados no texto inicial.

Conclui-se que as afirmativas corretas são I, II e IV, correspondendo à alternativa C).

O caso apresentado descreve um paciente vítima de acidente ofídico, situação que exige atendimento emergencial específico. Entre as alternativas fornecidas, a incorreta é a letra A, que sugere a realização de teste de sensibilidade cutânea antes da administração do soro antiofídico. Essa prática está ultrapassada, pois não previne reações alérgicas significativas e pode atrasar o tratamento, que deve ser iniciado o mais rápido possível em casos confirmados ou suspeitos de envenenamento.

As demais alternativas estão corretas: a monitorização para reações anafiláticas (B), a hidratação endovenosa precoce (C), a orientação sobre reações tardias (D) e a notificação compulsória (E) são condutas essenciais no manejo de acidentes com animais peçonhentos. O soro antiofídico é o tratamento padrão-ouro, e sua administração não deve ser retardada por testes desnecessários, especialmente em situações de risco vital.

Portanto, o atendimento adequado prioriza a rapidez na soroterapia, o suporte clínico imediato e a vigilância epidemiológica, seguindo os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para acidentes ofídicos no Brasil.

A assistência de enfermagem a pacientes vítimas de mordeduras por serpentes do gênero Bothrops exige conhecimento específico sobre as complicações e procedimentos adequados para garantir um tratamento eficaz. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a letra E), que destaca a importância de verificar a vacinação antitetânica devido ao risco de infecção.

O ferimento causado pelas presas dessas serpentes é profundo e pode predispor ao tétano, uma infecção grave. Portanto, a avaliação do histórico vacinal do paciente e a administração da vacina, se necessário, são medidas essenciais na abordagem inicial. Essa precaução é fundamental, mesmo que outras complicações, como alterações locais ou coagulopatias, também demandem atenção.

Embora as outras alternativas apresentem informações relevantes sobre os acidentes ofídicos, como a frequência dos casos por Bothrops (A), as manifestações locais (B), a possibilidade de desbridamento (C) ou as alterações na coagulação (D), a prioridade imediata na assistência de enfermagem deve ser a prevenção do tétano, conforme indicado no gabarito.

Sobre os acidentes envolvendo picadas de animais peçonhentos, a alternativa correta é:

• C) Pessoas com extremos de idade (crianças e idosos) devem receber atenção especial quando sofrem acidentes com animais peçonhentos, porque são mais susceptíveis a complicações decorrentes do veneno inoculado.

Esta afirmação está correta, pois crianças e idosos possuem sistemas imunológicos mais frágeis ou menos desenvolvidos, tornando-os mais vulneráveis aos efeitos do veneno. Além disso, suas respostas fisiológicas podem ser mais intensas ou desreguladas, aumentando o risco de complicações graves.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou imprecisas:

• A) A captura do animal não é responsabilidade do socorrista e pode aumentar o risco de novos acidentes.
• B) Acidentes graves com escorpiões geralmente apresentam manifestações sistêmicas, não apenas locais.
• D) A sensibilidade da vítima e o número de ferroadas são fatores determinantes na gravidade do quadro.
• E) Algumas espécies de formigas podem causar reações alérgicas graves, necessitando de atendimento urgente.

Os cuidados imediatos para uma vítima de picada de cobra na panturrilha são fundamentais para evitar complicações e reduzir a disseminação do veneno pelo organismo. Entre as opções apresentadas, a alternativa correta é A) manter a vítima em repouso absoluto, pois o movimento pode acelerar a circulação sanguínea e, consequentemente, espalhar o veneno mais rapidamente.

As outras alternativas apresentam medidas inadequadas ou até perigosas:

• B) e C) Aplicar um torniquete: Essa prática é desaconselhada, pois pode causar necrose do tecido e não impede a circulação do veneno.
• D) Realizar a expressão do ferimento: Esfregar ou pressionar o local da picada pode piorar a absorção do veneno.
• E) Aplicar gelo ou compressas frias: O frio pode agravar a lesão local e não tem eficácia comprovada contra o veneno.

Além do repouso, é essencial manter a região afetada em posição neutra, hidratar a vítima e buscar atendimento médico imediato para a administração do soro antiofídico adequado.

O caso de T. S., um jardineiro de 26 anos que sofreu uma picada de escorpião no dedo polegar direito durante o trabalho, ilustra uma situação comum em áreas rurais e urbanas do Brasil, onde acidentes com animais peçonhentos são frequentes. Diante desse cenário, é fundamental adotar medidas imediatas e adequadas para minimizar os efeitos do veneno e garantir a segurança do paciente.

Entre as opções apresentadas, a aplicação de compressa morna no local (alternativa A) é a conduta mais indicada, conforme o gabarito. Esse procedimento ajuda a aliviar a dor, um dos sintomas mais relatados em picadas de escorpião, sem agravar a lesão. As demais alternativas apresentam riscos ou são contraindicadas: o uso de álcool isopropílico (B) pode irritar a pele, o torniquete (C) pode causar isquemia, o repouso absoluto (D) não é necessário em casos leves, e a expressão do local (E) pode espalhar o veneno.

Este caso reforça a importância do conhecimento sobre primeiros socorros em acidentes com animais peçonhentos, destacando que medidas simples, como a compressa morna, podem fazer diferença no atendimento inicial enquanto se aguarda a avaliação médica especializada.

O caso apresentado descreve uma situação em que uma criança de um ano foi mordida por um rato durante a noite. Diante desse cenário, a conduta adequada do enfermeiro em relação à profilaxia da raiva é um tema relevante para a prática clínica. A raiva é uma doença viral grave, transmitida principalmente pela mordida de animais infectados, como cães, gatos, morcegos e outros mamíferos. No entanto, roedores, como ratos, são considerados de baixo risco para a transmissão do vírus da raiva, conforme orientações técnicas e protocolos de saúde pública.

No contexto descrito, a alternativa correta é a E), que considera desnecessária a profilaxia antirrábica, uma vez que acidentes causados por roedores não exigem esse tipo de intervenção. Essa decisão está alinhada com as diretrizes epidemiológicas, que indicam que roedores urbanos, como ratos, não são reservatórios significativos do vírus da raiva. Portanto, o enfermeiro agiu corretamente ao não iniciar um esquema vacinal ou administrar soro antirrábico, priorizando apenas os cuidados locais no ferimento.

É fundamental que os profissionais de saúde estejam atualizados sobre os protocolos de profilaxia da raiva para evitar condutas desnecessárias ou inadequadas. A educação em saúde também desempenha um papel importante, pois orienta os cuidadores sobre os riscos reais e medidas preventivas em casos de acidentes com animais. Nesse caso, a mãe da criança deve ser informada sobre a baixa probabilidade de transmissão da raiva por roedores, mas também sobre a importância de manter o ambiente livre de pragas e observar possíveis sinais de infecção no local da mordida.