Um paciente de 42 anos de idade, pequeno produtor rural, deu entrada no pronto‐socorro, queixando‐se de muita dor na perna após ter sido picado por cobra não identificada. Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa incorreta em relação ao atendimento de emergência a ser realizado.
- A)Antes de aplicar o soro antiofídico, deve‐se realizar o teste de sensibilidade cutânea em região do membro superior oposto à perna lesionada pela picada.
- B)Para detectar reações anafiláticas, deve‐se monitorar o paciente durante a infusão e nas primeiras horas após o início da soroterapia.
- C)Para evitar a insuficiência renal aguda, deve‐se instalar a hidratação endovenosa precocemente.
- D)Deve‐se orientar o paciente e sua família sobre a possibilidade de reações tardias, como urticária, febre baixa, artralgia e adenomegalia, surgirem no período de uma a quatro semanas após a soroterapia.
- E)Deve‐se providenciar a notificação compulsória do acidente com animal peçonhento e a investigação do caso por órgãos competentes.
Resposta:
A alternativa correta é A)
O caso apresentado descreve um paciente vítima de acidente ofídico, situação que exige atendimento emergencial específico. Entre as alternativas fornecidas, a incorreta é a letra A, que sugere a realização de teste de sensibilidade cutânea antes da administração do soro antiofídico. Essa prática está ultrapassada, pois não previne reações alérgicas significativas e pode atrasar o tratamento, que deve ser iniciado o mais rápido possível em casos confirmados ou suspeitos de envenenamento.
As demais alternativas estão corretas: a monitorização para reações anafiláticas (B), a hidratação endovenosa precoce (C), a orientação sobre reações tardias (D) e a notificação compulsória (E) são condutas essenciais no manejo de acidentes com animais peçonhentos. O soro antiofídico é o tratamento padrão-ouro, e sua administração não deve ser retardada por testes desnecessários, especialmente em situações de risco vital.
Portanto, o atendimento adequado prioriza a rapidez na soroterapia, o suporte clínico imediato e a vigilância epidemiológica, seguindo os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para acidentes ofídicos no Brasil.
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