Questões Sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis - Enfermagem - concurso

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM) são reconhecidos como os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares na população. No contexto do DM, é fundamental compreender suas características, causas e formas de manifestação para identificar afirmações incorretas sobre a condição.

Analisando as alternativas apresentadas:

• A) A afirmação de que o DM resulta, em geral, de graus variáveis de resistência à insulina e de deficiência relativa de secreção de insulina está correta, pois esses são os mecanismos fisiopatológicos centrais do diabetes tipo 2.
• B) A descrição do DM como uma síndrome de etiologia multifatorial, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, também está correta, pois abrange tanto o diabetes tipo 1 quanto o tipo 2.
• C) Esta alternativa está incorreta, pois o Diabetes Gestacional é caracterizado por intolerância à glicose diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, mas que, na maioria dos casos, não persiste após o parto. A persistência da condição caracterizaria outro tipo de diabetes.
• D) A afirmação de que o diabetes pode ser induzido por drogas ou produtos químicos está correta, pois diversos medicamentos, como corticoides e diuréticos tiazídicos, podem elevar a glicemia e desencadear diabetes em indivíduos predispostos.

Portanto, a alternativa C é a incorreta, já que o Diabetes Gestacional normalmente se resolve após a gestação, não persistindo no pós-parto na maioria dos casos. Essa distinção é crucial para o diagnóstico e manejo adequados da condição.

As dislipidemias representam um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, incluindo a doença arterial coronariana (DAC) e as doenças arteriais cerebrovascular e periférica. Entre os grupos que demandam atenção especial no diagnóstico e tratamento dessas condições estão mulheres, crianças, adolescentes, idosos e portadores de diabetes. A análise cuidadosa das alternativas apresentadas permite identificar a resposta correta como sendo a opção B.

A alternativa B descreve corretamente as alterações no perfil lipídico das mulheres no período pós-menopausa, marcado pelo aumento do LDL-c (colesterol de baixa densidade) e redução do HDL-c (colesterol de alta densidade). Essa mudança configura um padrão pró-aterogênico, aumentando significativamente o risco de DAC. Esse fenômeno está relacionado à diminuição dos níveis de estrogênio, que durante a vida fértil exerce efeito protetor sobre o sistema cardiovascular.

As demais alternativas apresentam imprecisões:

• A alternativa A, embora mencione condições importantes em idosos, não é a mais correta pois o foco principal nessa população deve ser a avaliação global de risco cardiovascular.
• A alternativa C está incorreta, pois a contracepção hormonal em mulheres dislipidêmicas acima de 35 anos geralmente é contraindicada devido ao aumento do risco tromboembólico.
• A alternativa D também é incorreta, pois o controle metabólico adequado do diabetes pode sim melhorar significativamente o perfil lipídico.

Portanto, a alternativa B é a única que apresenta uma afirmação completamente precisa sobre a relação entre dislipidemias e grupos de risco especiais.

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, sendo fundamental o conhecimento adequado para sua prevenção e tratamento. Entre as alternativas apresentadas, a opção INCORRETA é a letra B, que estabelece valores incorretos para o diagnóstico de HAS em consultório.

De acordo com as diretrizes atuais, a hipertensão é definida por valores de pressão arterial sistólica ≥ 140 mmHg e/ou diastólica ≥ 90 mmHg em medidas de consultório, e não 145/90 mmHg como mencionado na alternativa B. Essa discrepância pode levar a subdiagnósticos ou interpretações equivocadas, comprometendo o manejo adequado da condição.

As demais alternativas apresentam informações corretas: a classificação limítrofe (pré-hipertensão) realmente inclui valores entre 130-139/85-89 mmHg (A). O efeito do avental branco (C) é caracterizado pela diferença significativa entre medidas no consultório e fora dele. Já a hipertensão mascarada (D) ocorre quando há normalidade no consultório, mas elevação em monitorização ambulatorial.

Essa análise reforça a importância de atualização constante dos profissionais de saúde sobre os critérios diagnósticos, garantindo condutas precisas na abordagem da hipertensão e reduzindo riscos cardiovasculares na população.

O texto aborda a hipertensão arterial sistólica (HAS), uma condição clínica multifatorial associada a níveis elevados de pressão arterial e riscos cardiovasculares. Dentre as alternativas apresentadas, a incorreta é a opção C), que sugere o tratamento medicamentoso em todas as condições de hipertensão. Essa afirmação está errada porque o tratamento da hipertensão não se limita apenas ao uso de medicamentos, mas também envolve mudanças no estilo de vida, como dieta equilibrada, prática de exercícios físicos e redução do consumo de sal e álcool. O tratamento medicamentoso é indicado principalmente em casos de hipertensão estágio 1 ou 2, ou quando medidas não farmacológicas não são suficientes para controlar a pressão arterial.

As demais alternativas estão corretas: a letra A) destaca a relação linear entre o aumento da pressão arterial e o risco de mortalidade cardiovascular; a letra B) menciona fatores de risco como etnia, gênero e consumo de álcool; e a letra D) reforça que os fatores de risco cardiovascular frequentemente se manifestam de forma combinada, aumentando ainda mais o perfil de risco do paciente.

Portanto, a resposta incorreta é a alternativa C), pois o tratamento da hipertensão deve ser individualizado, considerando não apenas medicamentos, mas também intervenções no estilo de vida.

Em relação ao tratamento medicamentoso da hipertensão arterial, o Manual de Hipertensão e Diabetes Mellitus do Ministério da Saúde menciona três medicamentos principais: hidroclorotiazida, propranolol e captopril. Cada um desses fármacos pertence a uma classe específica de anti-hipertensivos, e a alternativa correta que descreve suas respectivas classes é a opção D.

A hidroclorotiazida é um diurético, atuando principalmente na redução da reabsorção de sódio e água nos rins, diminuindo o volume sanguíneo e, consequentemente, a pressão arterial. O propranolol é um inibidor adrenérgico, mais especificamente um betabloqueador, que reduz a atividade do sistema nervoso simpático, diminuindo a frequência cardíaca e a força de contração do coração. Já o captopril é um inibidor da enzima de conversão de angiotensina (IECA), que bloqueia a produção de angiotensina II, um potente vasoconstritor, promovendo vasodilatação e redução da pressão arterial.

As demais alternativas apresentam classificações incorretas ou imprecisas para esses medicamentos. Portanto, a resposta correta é a alternativa D) diurético, inibidor adrenérgico e inibidor da enzima de conversão de angiotensina, que reflete com exatidão as classes farmacológicas dos fármacos mencionados.

Nas atividades de promoção à saúde, o técnico de enfermagem desempenha um papel fundamental no reconhecimento e manejo de condições clínicas associadas à hipertensão arterial. Entre as alternativas apresentadas, a resposta correta é a doença renal crônica, conforme indicado pelo gabarito.

A hipertensão arterial é um fator de risco significativo para o desenvolvimento e progressão da doença renal crônica. A pressão elevada pode danificar os vasos sanguíneos dos rins, reduzindo sua capacidade de filtrar adequadamente as toxinas do organismo. Essa relação bidirecional exige atenção especial dos profissionais de saúde, pois o controle da pressão arterial é essencial para prevenir complicações renais.

As outras opções listadas não possuem uma associação direta com a hipertensão arterial:

• B) Colecistite aguda: inflamação da vesícula biliar, geralmente relacionada a cálculos biliares.
• C) Hipotireoidismo: disfunção da tireoide que reduz a produção hormonal.
• D) Hemofilia: distúrbio genético da coagulação sanguínea.
• E) Xeroftalmia: condição ocular por deficiência de vitamina A.

Portanto, o conhecimento dessa associação entre hipertensão e doença renal é crucial para o técnico de enfermagem, permitindo uma abordagem preventiva e educativa mais eficaz na promoção da saúde dos pacientes.

De acordo com a definição de Cetoacidose Diabética pela Sociedade Brasileira de Diabetes, este desequilíbrio metabólico grave caracteriza-se por meio de três anormalidades principais:

• A) metabólica com anion gap diminuído, hipoglicemia e cetonúria.
• B) respiratória com ausência de ácido lático, hiperglicemia e anasarca.
• C) respiratória com aumento do pH sanguíneo, hipoglicemia e ausência de glucagon.
• D) metabólica com anion gap elevado, hiperglicemia e cetonemia.
• E) respiratória, distensão da veia jugular por sobrecarga hídrica e hiperglicemia.

O gabarito correto é D), pois a Cetoacidose Diabética é marcada por uma acidose metabólica com anion gap elevado (devido ao acúmulo de corpos cetônicos), hiperglicemia (níveis elevados de glicose no sangue) e cetonemia (presença de cetonas no sangue). As outras alternativas apresentam características que não correspondem ao quadro clínico típico dessa condição.

Uma complicação comum em pacientes com diabetes é a nefropatia diabética, e o melhor marcador disponível para identificar indivíduos em risco de desenvolverem insuficiência renal é a microalbuminúria. De acordo com o Ministério da Saúde (2006), faz-se necessário saber que outras situações podem elevar a excreção urinária de albumina, como:

• A) repouso prolongado, hipotensão arterial severa e hipoglicemia.
• B) piúria, hematúria e aumento da pressão arterial.
• C) hipotermia prolongada, hipoglicemia matinal e infecção.
• D) exercício físico intenso, diminuição severa da pressão arterial e hiperglicemia.
• E) insuficiência cardíaca, piúria e hipotensão arterial.

O gabarito correto é B.

A fim de direcionar as intervenções e avaliar o prognóstico das lesões em pessoas com Diabetes Mellitus, foi estabelecida uma classificação de risco pelo Grupo de Trabalho Internacional sobre Pé Diabético. Essa classificação visa identificar os fatores de risco e a gravidade das complicações, especialmente no que diz respeito à circulação periférica e ao estado neuropático dos pacientes.

Dentre as alternativas apresentadas, a opção correta é a C), que propõe a avaliação dos pulsos periféricos pediosos e tibiais posteriores, além da observação da presença de rubor de declive. Essa abordagem é fundamental para identificar sinais de doença arterial periférica, uma complicação comum em pacientes diabéticos que pode levar a graves consequências, como úlceras e amputações, caso não seja diagnosticada e tratada adequadamente.

As demais alternativas apresentam equívocos ou informações irrelevantes para a avaliação vascular periférica:

• A) Incorreta: A dor e o pulso "martelo d’água" não são critérios válidos para avaliação vascular.
• B) Incorreta: Sinais de cetoacidose são metabólicos e não relacionados à avaliação vascular.
• D) Incorreta: O som timpânico na percussão está associado a condições abdominais, não vasculares.
• E) Incorreta: Sinais de cetonúria e alterações nas unhas ou pelos não são indicadores de circulação periférica.

Portanto, a avaliação correta da circulação periférica em pacientes diabéticos deve incluir a palpação dos pulsos pediosos e tibiais posteriores, além da observação de rubor de declive, que pode indicar isquemia crônica. Essa abordagem é essencial para um diagnóstico preciso e para a implementação de medidas preventivas e terapêuticas adequadas.

No Acidente Vascular Encefálico (AVE), o reconhecimento imediato dos sinais e sintomas é crucial para garantir um atendimento eficaz e minimizar as consequências neurológicas. Entre os sintomas súbitos que demandam atenção, destacam-se aqueles relacionados a alterações motoras e visuais, como a ataxia e a diplopia, que correspondem à alternativa correta (C).

A ataxia, caracterizada pela falta de coordenação dos movimentos voluntários, e a diplopia, que se manifesta como visão dupla, são indicativos clássicos de comprometimento neurológico associado ao AVE. Esses sinais refletem disfunções no cerebelo ou nas vias nervosas responsáveis pelo controle motor e pela integração visual, respectivamente.

Enquanto outras opções apresentam termos que podem confundir ou não estão diretamente relacionados aos sintomas mais comuns do AVE, a combinação de ataxia e diplopia serve como um alerta claro para a necessidade de intervenção médica urgente. O técnico de enfermagem, ao identificar esses sinais, deve agir rapidamente para encaminhar o paciente ao hospital, onde poderá receber o tratamento adequado e ter suas chances de recuperação significativamente aumentadas.