Questões Sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis - Enfermagem - concurso

As gestantes diabéticas enfrentam uma série de desafios durante a gravidez, e a prática de atividade física pode ser contraindicada em determinadas situações. Entre as opções apresentadas, a alternativa correta é B) retardo de crescimento intrauterino, que representa uma contraindicação absoluta para a realização de exercícios físicos nesse grupo.

O retardo de crescimento intrauterino (RCIU) é uma condição grave em que o feto não se desenvolve adequadamente dentro do útero, podendo levar a complicações como baixo peso ao nascer, hipóxia e até mesmo óbito fetal. Em gestantes diabéticas, o RCIU já indica um comprometimento significativo da saúde fetal, e a prática de atividade física pode agravar ainda mais a situação, reduzindo o fluxo sanguíneo para a placenta e limitando o suprimento de oxigênio e nutrientes para o bebê.

As outras alternativas, apesar de representarem riscos adicionais, não são contraindicações absolutas para a prática de exercícios físicos em gestantes diabéticas:

• A) Anemia ferropriva: Embora a anemia possa causar fadiga e reduzir a capacidade física, ela não impede completamente a realização de atividades moderadas, desde que acompanhada por um médico.
• C) Desnutrição recorrente: A desnutrição exige cuidados nutricionais, mas não necessariamente contraindica a atividade física de forma absoluta.
• D) Gestação gemelar com mais de 28 semanas: Gravidez múltipla exige precauções, mas exercícios leves podem ser permitidos com supervisão médica.
• E) Parto pré-termo em gestação anterior: Histórico de parto prematuro aumenta o risco, mas não proíbe totalmente a atividade física se a gestação atual estiver estável.

Portanto, o retardo de crescimento intrauterino é a condição que, de fato, exige a interrupção imediata de qualquer atividade física em gestantes diabéticas, visando preservar a saúde materno-fetal.

Nas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, são estabelecidas recomendações específicas para a aferição correta da pressão arterial em membros superiores, visando garantir precisão nos resultados e evitar erros de medição. Entre as orientações apresentadas, destaca-se a técnica adequada para a ausculta dos sons de Korotkoff, que é fundamental para determinar os valores pressóricos sistólicos e diastólicos.

Analisando as alternativas fornecidas:

• A) A estimativa da pressão diastólica pela palpação do pulso pedial é incorreta, pois esse método não é recomendado pelas diretrizes para aferição em membros superiores.
• B) O posicionamento do manguito acima da região hipotenar e abaixo da fossa cubital com ausência de folgas é importante, mas não representa o aspecto principal da técnica de ausculta.
• C) A localização da artéria radial na fossa cubital e a compressão com o estetoscópio em cerca de 10 mmHg não corresponde ao procedimento correto descrito nas diretrizes.
• D) [CORRETA] A palpação da artéria braquial na fossa cubital e o posicionamento da campânula ou diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva está de acordo com as recomendações oficiais para a ausculta precisa.
• E) A determinação da pressão diastólica pela compressão da artéria radial é um método inadequado e não consta nas orientações oficiais.

Portanto, a alternativa D é a correta, pois reflete fielmente o procedimento recomendado pelas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão para a verificação da pressão arterial em membros superiores, garantindo medições confiáveis e clinicamente relevantes.

Em visita domiciliar para a realização de curativo do pé em uma senhora de 78 anos, com diagnóstico de diabetes tipo 2, o técnico de enfermagem associou a piora do quadro de retinopatia e neuropatia periférica, respectivamente, com:

• A) hipoacusia e dificuldade de mobilidade.
• B) hipersensibilidade de membros superiores e polaciúria.
• C) hipocinesia e respiração de Kussmaul.
• D) dedos em garras e polidipsia.
• E) diminuição da acuidade visual e parestesia.

O gabarito correto é E, pois a retinopatia diabética está diretamente relacionada à diminuição da acuidade visual, enquanto a neuropatia periférica frequentemente se manifesta como parestesia (formigamento ou dormência) nos membros afetados.

Os critérios de referência e contra-referência para pacientes obesos no Sistema Único de Saúde (SUS) seguem diretrizes baseadas no Índice de Massa Corpórea (IMC) e na presença de comorbidades associadas. O fluxo de atendimento, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde, busca garantir o acompanhamento adequado em diferentes níveis de complexidade, desde a atenção básica até serviços especializados.

Analisando as alternativas apresentadas, a opção C) é a correta, pois descreve de forma precisa a conduta recomendada para casos de obesidade grau II (IMC entre 35,0 e 39,9 kg/m²) com comorbidades presentes. Nesses casos, o paciente deve ser encaminhado para a atenção básica, onde receberá orientações nutricionais e avaliação clínica inicial, conforme a hierarquização do SUS.

As demais alternativas apresentam inconsistências em relação aos protocolos do SUS:

• A) Incorreta - Pacientes com sobrepeso (IMC 25-29,9 kg/m²) sem comorbidades não demandam atendimento em média complexidade para uso de fármacos.
• B) Incorreta - Obesidade grau II sem comorbidades não justifica encaminhamento direto para avaliação de cirurgia bariátrica.
• D) Incorreta - Pacientes com sobrepeso, mesmo com comorbidades, não são candidatos imediatos à cirurgia bariátrica.
• E) Incorreta - Obesidade grau I (IMC 30-34,9 kg/m²) sem comorbidades não requer tratamento farmacológico em média complexidade como primeira abordagem.

Portanto, a alternativa C) representa corretamente o fluxo estabelecido pelo SUS, alinhando o nível de atenção (básica) com a classificação do IMC e a presença de comorbidades, garantindo assim o cuidado adequado e progressivo conforme a necessidade do paciente.

O diabetes é uma condição crônica que pode levar a diversas complicações, especialmente quando não controlado adequadamente. Entre essas complicações, as que afetam os pés são particularmente preocupantes, pois aumentam significativamente o risco de infecções e problemas graves. Analisando as afirmações apresentadas:

I. A neuropatia sensorial leva à perda da sensação de dor e pressão.
Essa afirmação está correta. A neuropatia diabética, especialmente a sensorial, compromete os nervos responsáveis pela percepção de dor, temperatura e pressão. Como resultado, o paciente pode não perceber pequenos ferimentos ou traumas nos pés, o que facilita o surgimento de lesões mais graves.

II. A hipoglicemia prejudica a capacidade dos leucócitos de destruir bactérias.
Essa afirmação está incorreta. A hipoglicemia (níveis baixos de glicose no sangue) não está diretamente relacionada à função dos leucócitos. O que realmente compromete a imunidade e a capacidade de combater infecções é a hiperglicemia (níveis elevados de glicose), que prejudica a função dos glóbulos brancos e a resposta inflamatória.

III. A circulação deficiente nos membros inferiores contribui para a inadequada cicatrização das feridas e para o desenvolvimento de gangrena.
Essa afirmação está correta. A doença vascular periférica, comum em pacientes diabéticos, reduz o fluxo sanguíneo para os membros inferiores. Isso diminui a oxigenação e a nutrição dos tecidos, dificultando a cicatrização de feridas e aumentando o risco de necrose e gangrena.

Portanto, as afirmações corretas são I e III, tornando a alternativa E a resposta adequada. A compreensão desses mecanismos é essencial para a prevenção e o manejo adequado das complicações podológicas no diabetes.

O uso de betabloqueadores no tratamento da hipertensão arterial é comum, porém esses medicamentos podem apresentar diversas reações adversas. Entre as opções listadas, a alternativa correta é a E) broncoespasmo, bradicardia e disfunção sexual, conforme o gabarito fornecido.

Os betabloqueadores atuam inibindo os receptores beta-adrenérgicos, o que explica os efeitos colaterais mencionados:

• Broncoespasmo: O bloqueio dos receptores beta-2 nos brônquios pode levar à constrição das vias aéreas, especialmente em pacientes com predisposição a doenças respiratórias, como asma.
• Bradicardia: A redução da frequência cardíaca ocorre devido ao bloqueio dos receptores beta-1 no coração, diminuindo a estimulação simpática.
• Disfunção sexual: Esse efeito adverso é frequentemente associado a betabloqueadores, podendo incluir diminuição da libido e disfunção erétil, devido à interferência na resposta vascular e hormonal.

As outras alternativas apresentam combinações incorretas ou pouco características dos betabloqueadores. Por exemplo, a hipoglicemia (alternativa A) pode ocorrer em pacientes diabéticos, mas não é uma reação típica em todos os usuários. Já a hipercolesterolemia (alternativa D) pode ser um efeito de longo prazo, mas não está entre as reações mais imediatas.

Portanto, o gabarito E é o que melhor representa as reações adversas comumente associadas aos betabloqueadores em pacientes hipertensos.

De acordo com a Associação Brasileira de Cardiologia, a hipertensão arterial é uma condição que exige cuidados específicos na alimentação para seu controle e tratamento. Entre as recomendações dietéticas, destaca-se a importância do consumo de alimentos fibrosos, como frutas e hortaliças, em quantidades adequadas.

A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra C, que sugere o consumo de aproximadamente oito a dez porções diárias desses alimentos. Essa orientação está alinhada com as diretrizes nutricionais para hipertensos, uma vez que as fibras auxiliam na regulação da pressão arterial, no controle do colesterol e na manutenção da saúde cardiovascular.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou imprecisas. Por exemplo:

• A) O consumo livre de polissacarídeos não é recomendado, pois pode levar ao excesso de carboidratos simples.
• B) Embora oligoelementos e vitaminas sejam importantes, a alternativa não menciona as quantidades ou fontes adequadas.
• D) Os ácidos graxos monoinsaturados, como o oleico, são benéficos e não devem ser excluídos, enquanto a timidina não tem relação comprovada com a hipertensão.
• E) A referência a ácido desoxirribonucléico e aldeído glicérico é cientificamente incoerente no contexto nutricional para hipertensos.

Portanto, a alimentação rica em fibras, com ênfase em frutas e vegetais, constitui uma das principais estratégias dietéticas para o manejo da hipertensão arterial, conforme as evidências científicas atuais.

O quadro clínico apresentado pelo trabalhador inclui sintomas como polidipsia (sede excessiva), poliúria (aumento da produção de urina), vômitos, dor abdominal, pulso fraco e rápido, além de alteração de consciência. Esses sinais são altamente sugestivos de uma complicação relacionada ao diabetes, mais especificamente o pré-coma diabético.

A polidipsia e a poliúria são sintomas clássicos de hiperglicemia, enquanto os vômitos e a dor abdominal podem indicar uma descompensação metabólica, como a cetoacidose diabética. O pulso fraco e rápido, associado à alteração de consciência, reforça a gravidade do quadro, que pode evoluir para um coma diabético se não for tratado imediatamente.

As outras opções apresentadas não se encaixam adequadamente no contexto:

• A) Síncope: Geralmente não está associada a polidipsia, poliúria ou dor abdominal.
• B) Angina de peito: Os sintomas cardíacos não explicam os sinais metabólicos presentes.
• C) Crise convulsiva: Pode causar alteração de consciência, mas não os outros sintomas descritos.
• E) Infarto agudo de miocárdio: Embora possa causar dor e alteração de consciência, não está relacionado aos sinais de hiperglicemia.

Portanto, o gabarito correto é D) pré-coma diabético, uma condição que exige intervenção médica urgente para evitar complicações graves.

Ao verificar a pressão arterial de um trabalhador com queixa de mal-estar súbito pós-prandial, o técnico de enfermagem informou ao médico o valor de 170/80 mmHg, que indica:

• A) Hipertensão sistólica (correto)
• B) Hipertensão arterial
• C) Hipotensão arterial
• D) Pressão diastólica
• E) Pressão convergente

O valor de 170 mmHg na pressão sistólica (o número mais alto) caracteriza hipertensão sistólica isolada, pois está acima do limite normal (≥140 mmHg), enquanto a diastólica (80 mmHg) encontra-se dentro da faixa considerada normal. Portanto, a alternativa correta é a letra A.

A prevenção das doenças crônicas não transmissíveis é um tema de extrema relevância na saúde pública, uma vez que essas condições representam uma grande parcela dos problemas de saúde enfrentados pela população. Entre os principais fatores de risco associados a essas doenças, destacam-se aqueles relacionados ao estilo de vida, como alimentação inadequada, falta de atividade física e hábitos nocivos.

No contexto da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e do Diabetes Mellitus, o sedentarismo é considerado um dos fatores de risco mais significativos. A ausência de atividade física regular contribui para o desenvolvimento de resistência à insulina, aumento do peso corporal e elevação da pressão arterial, fatores diretamente ligados a essas duas condições crônicas.

Embora outros fatores, como obesidade, estresse e tabagismo, também desempenhem papéis importantes no desenvolvimento dessas doenças, o sedentarismo se destaca por ser um comportamento modificável que, quando combatido, pode trazer benefícios significativos para a prevenção e o controle tanto da HAS quanto do Diabetes Mellitus.

Portanto, a resposta correta para a pergunta apresentada é a alternativa E) Sedentarismo, pois ele é amplamente reconhecido como um dos principais fatores de risco para essas condições crônicas.