Questões Sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis - Enfermagem - concurso

A prática regular de atividade física é essencial para pacientes com diabetes, porém requer orientações específicas para garantir segurança e eficácia. Analisando as afirmações apresentadas:

I. Correta. O uso de calçados confortáveis é fundamental para prevenir lesões nos pés, como bolhas e calosidades, especialmente em diabéticos, que podem ter redução da sensibilidade e risco aumentado de complicações.

II. Incorreta. Caminhadas em esteira não são recomendadas para pacientes com perda significativa de sensibilidade nos pés, pois mesmo com menor impacto, o atrito repetitivo pode causar feridas. Atividades de baixo impacto como natação ou ciclismo são mais indicadas.

III. Incorreta. Exercícios que aumentam a pressão intra-abdominal são contraindicados para pacientes com retinopatia proliferativa recente, pois podem agravar hemorragias. Deve-se priorizar atividades moderadas e de baixo risco.

IV. Correta. O início gradual da atividade física, como caminhadas curtas em terreno plano, é essencial para adaptação do organismo e prevenção de complicações cardiovasculares ou lesões.

Portanto, apenas as afirmações I e IV estão corretas, correspondendo à alternativa B).

A insuficiência renal crônica (IRC) é uma condição de saúde grave, caracterizada pela perda progressiva e irreversível da função renal. Para retardar sua progressão, é fundamental adotar medidas que reduzam a sobrecarga nos rins e evitem fatores de risco associados ao agravamento da doença.

Entre as estratégias recomendadas, a alternativa A destaca-se como a correta, pois engloba ações comprovadamente eficazes no manejo da IRC:

• Controle dos níveis séricos de ácido úrico: O excesso de ácido úrico pode contribuir para a lesão renal e acelerar a progressão da doença.
• Evitar anti-inflamatórios não hormonais (AINH): Esses medicamentos podem reduzir o fluxo sanguíneo renal, agravando a função dos rins já comprometidos.
• Dieta hipoproteica: A redução da ingestão de proteínas diminui a carga de trabalho dos rins, retardando a deterioração da função renal.

As demais alternativas apresentam recomendações inadequadas ou contraditórias, como o uso exclusivo de AINH (alternativa B), a restrição de inibidores da ECA (alternativa C) - que são, na verdade, protetores renais -, a dieta hiperproteica (alternativa D), que sobrecarrega os rins, ou a proibição injustificada de estatinas (alternativa E), que auxiliam no controle de dislipidemia em pacientes renais.

Portanto, a abordagem multidisciplinar focada no controle metabólico, na proteção renal e na adaptação dietética representa a estratégia mais adequada para o manejo da IRC.

Segundo a "V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial", a hipertensão arterial secundária apresenta características específicas que a diferenciam da hipertensão primária. Dentre os indícios listados, a alternativa correta é a B), que menciona:

• Assimetria de pulsos femorais
• Sintomas de apneia durante o sono
• Início da hipertensão antes dos 30 anos ou após os 50 anos de idade

Esses sinais são típicos de causas secundárias, como doenças renovasculares, distúrbios endócrinos ou síndromes obstrutivas do sono. As outras alternativas apresentam combinações incorretas ou sinais não relacionados diretamente à hipertensão secundária, como alterações pupilares ou cianose, que não fazem parte do quadro clínico esperado.

A prestação de primeiros socorros em casos de suspeita de Acidente Vascular Encefálico (AVE) é um procedimento crítico que pode salvar vidas e reduzir sequelas. No ambiente de um ambulatório institucional, a avaliação inicial frequentemente recorre à Escala de Cincinnati, um protocolo rápido e eficaz para identificar sinais sugestivos de AVE.

A Escala de Cincinnati avalia três parâmetros principais:

• Assimetria facial - pede-se para a pessoa sorrir para verificar se há paralisia em um dos lados da face
• Força muscular - avalia se há fraqueza ou paralisia em um dos braços quando estendidos
• Fala - verifica se a fala está arrastada, incompreensível ou ausente

É importante destacar que a alternativa E mencionada no enunciado não corresponde aos critérios válidos da Escala de Cincinnati, sendo o gabarito correto de fato a alternativa A, que contempla os parâmetros oficiais desta importante ferramenta de triagem.

O uso adequado desta escala por profissionais treinados permite uma rápida intervenção, aumentando significativamente as chances de um desfecho positivo para o paciente com suspeita de AVE.

Os fatores predisponentes do diabetes tipo 2 são complexos e multifatoriais, envolvendo aspectos genéticos, comportamentais e fisiológicos. Como educador em saúde, o enfermeiro desempenha um papel fundamental na prevenção primária, identificando e intervindo nos principais fatores de risco para reduzir a incidência da doença. Entre as opções apresentadas, a alternativa correta é a C), que destaca a influência do fator genético associado à etnia.

A justificativa para essa escolha baseia-se em evidências epidemiológicas que demonstram uma maior prevalência de diabetes tipo 2 em determinados grupos étnicos, como afro-americanos, hispano-americanos, americanos nativos, americanos asiáticos e islandeses do Pacífico. Essas populações apresentam uma predisposição genética que, combinada com fatores ambientais, aumenta significativamente o risco de desenvolver a doença.

Embora o estilo de vida (como obesidade central e sedentarismo) e o envelhecimento também sejam fatores relevantes, a alternativa C) é a que melhor representa um eixo etiológico inerente à predisposição genética, sem confundir-se com condições secundárias ou mecanismos fisiopatológicos menos diretos. Portanto, ao avaliar o cliente, o enfermeiro deve considerar a etnia como um marcador importante de risco genético para o diabetes tipo 2, além de orientar sobre hábitos saudáveis e acompanhamento preventivo.

A hipertensão arterial sistêmica é uma condição médica cuja prevalência aumenta significativamente com o avanço da idade. No entanto, é importante diferenciar a hipertensão verdadeira da chamada pseudo-hipertensão, um fenômeno que pode levar a diagnósticos equivocados se não for identificado corretamente.

Entre as alternativas apresentadas, a única correta é a C) detectada por meio da manobra de Osler. Essa manobra é um teste clínico utilizado para identificar casos de pseudo-hipertensão, que ocorre quando há um enrijecimento das paredes arteriais, dificultando a compressão adequada pelo manguito do esfigmomanômetro e resultando em leituras falsamente elevadas da pressão arterial.

As demais alternativas estão incorretas porque:

• A) A pseudo-hipertensão não está relacionada ao afrouxamento das paredes arteriais, mas sim ao seu endurecimento.
• B) Embora a osteoporose e a hipertensão possam coexistir em idosos, não há relação causal direta entre elas.
• D) A perda de peso geralmente melhora o controle da pressão arterial, não a agrava.
• E) Medicamentos hipotensores, por definição, reduzem a pressão arterial e não causam pseudo-hipertensão.

Portanto, o reconhecimento da pseudo-hipertensão por meio da manobra de Osler é essencial para evitar tratamentos desnecessários e garantir o manejo adequado da pressão arterial em pacientes idosos.

O quadro clínico apresentado pela paciente de 65 anos, com sonolência, desidratação, emagrecimento, hálito cetônico e glicemia capilar "HI" (indicando hiperglicemia extrema), aponta para uma emergência médica relacionada a um estado hiperglicêmico grave, possivelmente uma Cetoacidose Diabética (CAD) ou Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar (EHH).

A pressão arterial baixa (90×60 mmHg), pulso reduzido (60 bpm) e escala de Glasgow alterada (11) demonstram comprometimento sistêmico, exigindo intervenção imediata. O hálito cetônico é um marcador clássico de CAD, enquanto a glicemia extremamente elevada ("HI") confirma a hiperglicemia crítica.

Entre as alternativas apresentadas:

• A) Convulsão: Inadequada, pois não há relato de atividade convulsiva.
• B) AVC Hemorrágico: Não há sinais neurológicos focais ou hipertensão arterial.
• C) AVC Isquêmico: Trendelemburg é contraindicado e não há sintomas de AVC.
• D) Hiperglicemia: Correta. A conduta prioritária é acionar o serviço de emergência para reposição volêmica, insulina e correção de distúrbios metabólicos.
• E) Hipoglicemia: Inversão do quadro, pois a glicemia está elevadíssima.

Portanto, a resposta D) é a única que corresponde à conduta emergencial adequada para o quadro descrito, exigindo suporte avançado para controle metabólico e hidratação vigorosa.

O diagnóstico de doenças relacionadas ao trabalho é um tema complexo que envolve aspectos médicos, legais e previdenciários. Quando um médico do trabalho identifica uma condição como decorrente da atividade laboral, isso acarreta uma série de obrigações e responsabilidades tanto para o profissional quanto para a empresa. No caso específico da hipertensão arterial sistêmica secundária, há um debate importante sobre sua classificação como doença ocupacional.

O texto apresentado afirma que a hipertensão arterial sistêmica secundária não é considerada doença ocupacional por estar relacionada a fatores genéticos individuais. No entanto, o gabarito indica que essa afirmação está errada (E). Isso porque, embora a hipertensão tenha componentes genéticos, ela pode sim ser agravada ou desencadeada por condições de trabalho estressantes, exposição a substâncias químicas ou outros fatores ocupacionais.

Doenças profissionais são aquelas diretamente causadas pelo exercício do trabalho, enquanto as doenças relacionadas ao trabalho podem ter múltiplos fatores causais, incluindo o ambiente laboral. A legislação previdenciária brasileira reconhece que mesmo condições com predisposição individual podem ser consideradas relacionadas ao trabalho quando há comprovação de que as condições laborais contribuíram significativamente para seu desenvolvimento ou agravamento.

Portanto, é incorreto afirmar categoricamente que a hipertensão arterial sistêmica secundária nunca pode ser considerada doença ocupacional. Cada caso deve ser avaliado individualmente, considerando a história ocupacional do paciente, as condições de trabalho e a relação temporal entre a exposição e o aparecimento dos sintomas. O médico do trabalho deve estar atento a essas nuances ao realizar seus diagnósticos e laudos.

A equipe de enfermagem desempenha um papel fundamental no preparo do paciente para exames e na prestação de cuidados que contribuem diretamente para o seu tratamento. Entre as diversas condições que exigem atenção especial, a hipertensão arterial se destaca como um problema de saúde pública, demandando abordagens terapêuticas específicas e baseadas em evidências científicas.

No contexto do tratamento da hipertensão arterial, é importante esclarecer que corticoides e hormônios não são utilizados como parte da terapia padrão. A hipertensão é comumente controlada por meio de medicamentos como diuréticos, betabloqueadores, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), bloqueadores dos canais de cálcio e antagonistas dos receptores da angiotensina II (ARA II). O uso de corticoides e hormônios, por outro lado, pode até mesmo elevar a pressão arterial, sendo contraindicado na maioria dos casos de hipertensão essencial.

Portanto, a afirmação de que "No tratamento da hipertensão arterial, utilizam-se corticoides e hormônios" está incorreta, conforme indicado pelo gabarito E) ERRADO. A equipe de enfermagem, ao estar ciente desses aspectos, pode orientar adequadamente os pacientes e garantir que o tratamento seja conduzido da forma mais eficaz e segura possível.

Ácaros, alguns alimentos e pêlos de animais são reconhecidos como alérgenos comuns, capazes de desencadear reações alérgicas no organismo humano. Entre as principais condições associadas a esses agentes, destaca-se a asma, uma doença inflamatória crônica das vias aéreas.

A asma é caracterizada por episódios recorrentes de chiado no peito, falta de ar, aperto torácico e tosse, especialmente à noite ou pela manhã ao despertar. Esses sintomas são resultado da hipersensibilidade do sistema imunológico a substâncias inofensivas para a maioria das pessoas, como os alérgenos mencionados.

As outras opções apresentadas - empiema pleural, pneumotórax, sarcoidose e pneumonia de Korrigan - são condições pulmonares distintas que não estão diretamente relacionadas a processos alérgicos desencadeados por ácaros, alimentos ou pêlos de animais. Portanto, a alternativa correta é de fato a letra A) asma, que representa a manifestação clínica mais comum associada a esses alérgenos.

É importante ressaltar que a exposição contínua a esses alérgenos pode agravar os sintomas em indivíduos predispostos, tornando fundamental o controle ambiental e, em alguns casos, o tratamento medicamentoso para o manejo adequado da asma alérgica.