Questões Sobre Doenças Hematológicas - Enfermagem - concurso

Um indivíduo do grupo A RhD positivo com pesquisa de anticorpos irregulares negativa e prova de compatibilidade positiva com hemácias do grupo A RhD positivo sugere uma análise específica das afirmativas apresentadas. O cenário descrito indica que não há incompatibilidade evidente no sistema ABO ou Rh, nem anticorpos irregulares detectáveis. A prova de compatibilidade positiva reforça que a transfusão é segura sob esses aspectos.

Afirmativa I: A presença de um anticorpo contra antígenos de baixa frequência é improvável, pois a pesquisa de anticorpos irregulares foi negativa. Esses anticorpos, se presentes, geralmente seriam detectados em testes mais sensíveis ou em situações clínicas específicas, o que não é o caso aqui.

Afirmativa II: Um erro na classificação ABO da bolsa é descartado, pois a prova de compatibilidade foi positiva com hemácias do grupo A RhD positivo. Se houvesse erro, a incompatibilidade seria evidente e a prova de compatibilidade resultaria em reação.

Afirmativa III: Um teste da antiglobulina humana direto positivo do doador não se aplica ao contexto, pois a questão trata da compatibilidade do receptor com as hemácias do doador, não de uma reação prévia nas hemácias do doador.

Afirmativa IV: A presença de Anti-A1 no soro do receptor é a explicação mais plausível. Indivíduos do grupo A podem produzir Anti-A1, um anticorpo natural que reage com subgrupos específicos de A (A1). Como a pesquisa de anticorpos irregulares não detecta rotineiramente Anti-A1, e a prova de compatibilidade foi positiva (pois as hemácias do doador podem ser do subgrupo A2, não reagindo com o Anti-A1), essa é a resposta correta.

Conclusão: Apenas a afirmativa IV está correta, tornando a alternativa D) a resposta adequada. As demais afirmativas não se sustentam diante dos dados apresentados ou são irrelevantes para o contexto.

Sobre os sistemas de grupos sanguíneos: A análise das alternativas revela que as afirmações I, II e III estão corretas, enquanto a IV apresenta imprecisões. O sistema Kell (I) possui antígenos bem desenvolvidos no nascimento e resistentes a enzimas proteolíticas. O sistema Duffy (II) está efetivamente associado à resistência à malária, conforme comprovado por estudos epidemiológicos. Já os antígenos MNS (III) são de fato sensíveis à ação enzimática. A afirmação IV, contudo, contém erro ao classificar os antígenos Lewis como glicolipídeos – na realidade, são glicoproteínas, diferentemente das substâncias ABH que sim são glicolipídeos. Portanto, o gabarito correto é a alternativa A) I, II e III apenas, confirmando a importância do conhecimento preciso das características bioquímicas e imunológicas dos sistemas sanguíneos para a prática transfusional e estudos de susceptibilidade a doenças.

Um paciente com poiquilocitose possui uma condição hematológica caracterizada pela presença de hemácias com formas variadas e anormais no sangue periférico. Esse fenômeno é identificado por meio do esfregaço sanguíneo e indica uma desorganização na estrutura normal dos glóbulos vermelhos, que podem apresentar-se como esferócitos, eliptócitos, drepanócitos ou outras formas irregulares.

Entre as alternativas apresentadas, a única correta é a E) uma alteração na forma da hemácia, pois a poiquilocitose refere-se exclusivamente a anormalidades morfológicas das hemácias, sem relação direta com linfócitos, plaquetas ou outros elementos sanguíneos. Essa condição pode estar associada a diversas patologias, como anemias carenciais, doenças hereditárias (como talassemia) ou distúrbios adquiridos, refletindo um comprometimento na produção ou sobrevivência das hemácias.

As demais opções estão incorretas porque: a alternativa A) descreve alteração em linfócitos (não relacionada à poiquilocitose); a B) menciona plaquetas (trombocitose); e as alternativas C) e D) referem-se a alterações quantitativas de eosinófilos e basófilos, respectivamente, que não têm conexão com a definição de poiquilocitose.

O texto apresenta uma lista de critérios que levam à inabilitação permanente de candidatos a doadores de sangue ou hemocomponentes. Entre as opções fornecidas, o gabarito correto indica a alternativa E como a resposta válida.

A alternativa E especifica que candidatos serão inabilitados permanentemente quando tiverem doado a única unidade de sangue transfundida em um paciente que posteriormente apresentou soroconversão para hepatite B ou C, HIV ou HTLV, sem outra causa provável para a infecção. Este critério é particularmente relevante porque estabelece uma relação direta entre a doação e a possível transmissão de doenças infecciosas, justificando a exclusão permanente do doador como medida de segurança.

Embora as demais alternativas (A a D) também representem situações de risco que podem levar à inabilitação temporária ou permanente, a questão específica do gabarito destaca a alternativa E como a correta neste contexto. Esta seleção reflete os rigorosos protocolos de triagem adotados pelos bancos de sangue para garantir a segurança tanto dos receptores quanto dos próprios doadores.

Os critérios de seleção de doadores são fundamentais para manter a qualidade e segurança do estoque de sangue disponível para transfusões, demonstrando como a medicina transfusional prioriza a prevenção de riscos à saúde pública.

O processo de doação de sangue é cercado por medidas de segurança que visam proteger tanto o doador quanto o receptor. Uma dessas medidas é a autoexclusão, um mecanismo essencial para garantir a qualidade e a segurança do sangue coletado. A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra C), que define a autoexclusão como uma ferramenta criada para aumentar a segurança transfusional, permitindo que o doador decida confidencialmente se sua doação é adequada ou não para transfusão.

A autoexclusão é um direito do doador e reflete um princípio ético fundamental: a autonomia. Muitas vezes, o doador pode estar em uma situação de risco para transmissão de doenças, mas não se sente confortável em relatar isso durante a triagem clínica. Nesses casos, a autoexclusão oferece uma alternativa discreta e segura para que a doação seja descartada sem constrangimentos ou investigações desnecessárias, como sugerido erroneamente na alternativa A).

As demais alternativas apresentam equívocos sobre o conceito de autoexclusão. A alternativa B) confunde autoexclusão com a degradação de amostras por fatores externos, como luz e calor, o que não tem relação com o processo. Já a alternativa D) afirma que a informação sobre autoexclusão não é obrigatória, o que é incorreto, pois os serviços de hemoterapia devem informar e orientar os doadores sobre esse direito. Por fim, a alternativa E) sugere que os testes laboratoriais substituem a necessidade de autoexclusão, o que também é falso, já que a autoexclusão complementa os exames, cobrindo situações que podem não ser detectadas imediatamente pelos testes.

Portanto, a autoexclusão é um pilar importante na segurança transfusional, garantindo que o doador tenha voz ativa no processo e que o sangue disponibilizado para transfusão seja o mais seguro possível. A alternativa C) corretamente sintetiza esse propósito, destacando o caráter confidencial e preventivo dessa ferramenta.

O sistema Rh é um dos mais importantes e complexos sistemas de grupos sanguíneos, com grande relevância clínica devido ao seu papel em condições como a doença hemolítica perinatal, reações transfusionais hemolíticas e anemias hemolíticas autoimunes. Sua compreensão é essencial para a segurança em procedimentos médicos, especialmente em transfusões de sangue e no acompanhamento de gestações.

Os antígenos do sistema Rh são determinados por uma série de genes que codificam proteínas na superfície das hemácias. Entre os principais antígenos, destacam-se D, C/c e E/e, que são os mais clinicamente significativos. O antígeno D é o mais imunogênico e sua presença ou ausência define se um indivíduo é Rh positivo (D+) ou Rh negativo (D-). Já os antígenos C/c e E/e também possuem importância, pois podem desencadear respostas imunes em situações específicas.

Analisando as alternativas apresentadas, a opção correta é a C) D, C/c, E/e, pois reflete os principais antígenos do sistema Rh. As outras alternativas incorretas incluem combinações inexatas ou antígenos de outros sistemas sanguíneos, como o sistema ABO (alternativa A, que menciona A e B) ou combinações sem relevância clínica (alternativas B, D e E).

Portanto, o conhecimento preciso desses antígenos é fundamental para evitar complicações em transfusões e gestações, garantindo a compatibilidade sanguínea e a segurança dos pacientes.

A anemia perniciosa é uma condição relacionada à deficiência de uma vitamina específica, essencial para diversas funções metabólicas no organismo. Entre as alternativas apresentadas, a vitamina B₁₂ (alternativa D) é a correta, pois desempenha um papel crucial no tratamento dessa doença e no funcionamento adequado das células, especialmente as do trato gastrintestinal, medula óssea e tecido nervoso.

Além de sua importância fisiológica, a vitamina B₁₂ possui características particulares, como relativa resistência ao calor e sensibilidade à luz, o que exige cuidados no armazenamento e manipulação de alimentos ou suplementos que a contenham. Sua deficiência pode levar não apenas à anemia perniciosa, mas também a distúrbios neurológicos e comprometimento da síntese de DNA.

Portanto, a alternativa D é a única que corresponde à descrição fornecida, reforçando a relevância da vitamina B₁₂ para a saúde humana e seu uso terapêutico em casos específicos, como a anemia perniciosa.

No início do plantão, o enfermeiro foi informado que um determinado paciente estava recebendo transfusão de concentrado de hemácias (CH). Ao se dirigir ao leito, o profissional observou que haviam se passado 5 horas desde a instalação da bolsa. Nesse caso, a conduta recomendada é interromper a transfusão e descartar a bolsa.

A transfusão de concentrado de hemácias é um procedimento que exige atenção rigorosa aos protocolos de segurança e tempo máximo de infusão. De acordo com as diretrizes clínicas, o tempo limite para a administração de uma bolsa de CH é de até 4 horas, devido ao risco de proliferação bacteriana e degradação do produto sanguíneo após esse período. Ultrapassar esse tempo pode comprometer a eficácia da transfusão e colocar o paciente em risco de complicações, como reações hemolíticas ou infecções.

Portanto, a alternativa correta é A) interromper a transfusão e descartar a bolsa, pois seguir com o procedimento após o prazo estabelecido seria uma violação dos protocolos de segurança transfusional. As outras opções apresentadas (B, C, D e E) não são adequadas, já que ignoram o risco associado ao tempo prolongado de infusão ou sugerem medidas ineficazes para contornar o problema.

O sistema Rh é um dos grupos sanguíneos mais importantes na medicina transfusional e na obstetrícia, definido pela presença (Rh+) ou ausência (Rh-) do antígeno D nas hemácias. Esse fator determina não apenas a compatibilidade sanguínea, mas também os riscos de reações imunológicas durante transfusões ou na gravidez.

Quando um indivíduo Rh- recebe sangue Rh+ pela primeira vez, ocorre um fenômeno imunológico crucial: o organismo do receptor, ao detectar o antígeno D estranho, inicia a produção de anticorpos específicos chamados aglutininas anti-Rh. Esse processo de sensibilização, embora não cause reações imediatas graves na primeira exposição, torna o sistema imunológico permanentemente preparado para responder a futuros contatos com o antígeno D.

A alternativa correta (B) reflete exatamente esse mecanismo imunológico primário. As outras opções apresentam equívocos conceituais: a aglutinação imediata (A) não ocorre na primeira exposição; episódios hemorrágicos (C) são incompatíveis com o contexto; a produção de aglutinogênio (D) é função do doador, não do receptor; e a diminuição de anticorpos (E) contradiz o princípio da resposta imune adaptativa.

Esse conhecimento tem implicações práticas significativas, especialmente na prevenção da doença hemolítica do recém-nascido e na seleção criteriosa de doadores para receptores Rh-, destacando a importância do sistema Rh na segurança transfusional e no acompanhamento pré-natal.