Questões Sobre Doenças Hepáticas - Enfermagem - concurso

A vacina contra a hepatite B é uma das principais formas de prevenção dessa doença viral que afeta o fígado. Analisando as afirmativas apresentadas, é possível identificar quais estão corretas de acordo com as recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A afirmativa I está incorreta, pois inverte os locais de aplicação: em crianças com menos de dois anos, a vacina deve ser administrada no vasto lateral da coxa, enquanto para crianças acima de dois anos e adultos, a aplicação é feita no músculo deltóide (braço).

A afirmativa II está correta, pois reflete o esquema vacinal padrão: a primeira dose é administrada ao nascer (preferencialmente nas primeiras 12-24 horas de vida), a segunda dose com 1 mês de idade e a terceira dose aos 6 meses.

A afirmativa III também está correta, já que a vacina contra hepatite B está disponível tanto na forma isolada quanto em combinação com outras vacinas, como a pentavalente ou a hexavalente, que protegem contra múltiplas doenças.

A afirmativa IV está correta para alguns grupos específicos, como profissionais de saúde ou pessoas imunocomprometidas, que podem necessitar de doses de reforço. Para a população geral, o esquema completo de três doses confere proteção duradoura, sem necessidade de reforços rotineiros.

Portanto, as afirmativas corretas são II, III e IV, correspondendo à alternativa B) do questionário.

O texto apresentado descreve um distúrbio hereditário autossômico recessivo que afeta múltiplos sistemas do corpo humano, incluindo o pâncreas, o sistema respiratório, o trato gastrointestinal, as glândulas salivares e o trato reprodutivo. Essa condição é caracterizada por infecções recorrentes, risco de bronquiectasia e fibrose, além de apresentar diagnósticos de enfermagem como Alto Risco de Infecção, Troca Gasosa Comprometida e Limpeza Ineficaz das Vias Aéreas.

Entre as alternativas fornecidas, a única que corresponde corretamente à descrição apresentada é a D) Mucoviscidose, também conhecida como fibrose cística. Essa doença genética é letal e afeta principalmente indivíduos jovens, causando disfunções em diversos órgãos devido à produção de secreções espessas e viscosas, que obstruem vias aéreas e ductos glandulares.

As demais alternativas não se encaixam na descrição fornecida: A) Pneumonia é uma infecção pulmonar, B) Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, C) Síndrome de Lyme é uma infecção bacteriana transmitida por carrapatos, e E) Doença de Hirschsprung é um distúrbio do intestino grosso. Portanto, a resposta correta é, de fato, a alternativa D).

O ensaio a seguir discute a importância das estratégias de assistência emergencial do SUS em casos de insuficiência hepática hiperaguda relacionada à febre amarela (IHHFA), com foco na justificativa de coletar informações sobre a recuperação dos pacientes.

A insuficiência hepática hiperaguda associada à febre amarela é uma condição grave que exige intervenções rápidas e eficazes. O Sistema Único de Saúde (SUS) desenvolveu estratégias específicas para lidar com esses casos, visando não apenas o tratamento imediato, mas também a obtenção de dados que possam melhorar o entendimento da doença e suas possibilidades de recuperação.

A justificativa apresentada no item em questão está correta, pois a coleta de informações sobre a evolução dos pacientes é fundamental para aprimorar os protocolos de atendimento. Compreender os fatores que influenciam a recuperação permite ajustar as terapias, otimizar recursos e, consequentemente, aumentar as chances de sobrevivência e qualidade de vida dos pacientes.

Além disso, a análise desses dados contribui para a pesquisa científica, possibilitando a identificação de padrões e a elaboração de estratégias preventivas. Portanto, a afirmação de que a obtenção de informações sobre a recuperação dos pacientes é uma das justificativas para a instituição da estratégia emergencial está correta, conforme indicado no gabarito (C).

O texto aborda as estratégias de assistência emergencial do SUS em casos de insuficiência hepática hiperaguda relacionada à febre amarela (IHHFA), com foco na realização de transplantes de fígado. Segundo o item analisado, esses transplantes devem ocorrer exclusivamente em hospitais já habilitados para transplantes hepáticos dentro do Sistema Nacional de Transplantes.

Essa afirmação está correta, pois o Sistema Nacional de Transplantes estabelece critérios rigorosos para a habilitação de hospitais que realizam transplantes, garantindo que os procedimentos sejam feitos em instituições com estrutura adequada, equipe especializada e protocolos validados. A centralização em unidades habilitadas assegura maior segurança para os pacientes e maior eficiência no uso de recursos, especialmente em situações críticas como a IHHFA.

Portanto, a afirmação de que os transplantes por IHHFA devem ser realizados apenas em hospitais habilitados no Sistema Nacional de Transplantes está CERTO, conforme indicado pelo gabarito.

A afirmação de que pacientes criticamente enfermos com confirmação de infecção pelo vírus da febre amarela apresentam condição suficiente para serem inscritos em lista de espera por transplante de fígado por insuficiência hepática hiperaguda (IHHFA) está incorreta. O gabarito correto é E) ERRADO, pois a inscrição em lista de espera para transplante hepático exige critérios clínicos e laboratoriais específicos, além da avaliação de viabilidade e prognóstico. A simples confirmação da infecção pelo vírus da febre amarela não é suficiente para determinar a elegibilidade ao transplante, já que outros fatores, como a resposta ao tratamento clínico e a gravidade da lesão hepática, devem ser considerados.

A hepatite é uma condição médica grave que afeta o fígado, podendo ter diversas causas, como infecções virais, consumo excessivo de álcool, uso de medicamentos, doenças autoimunes e outros fatores. O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de sucesso no tratamento. Entre os tipos de hepatite, a alternativa correta é a letra A, que descreve a hepatite isquêmica, uma condição causada pela redução do fluxo sanguíneo para o fígado, frequentemente associada a quadros de choque circulatório ou insuficiência cardiorrespiratória.

As outras alternativas apresentam informações incorretas sobre os tipos de hepatite. A hepatite C (alternativa B) não é transmitida pelo leite materno, mas principalmente por contato com sangue contaminado. A hepatite A (alternativa C) não é chamada de "delta" e não depende do vírus D para infectar uma pessoa. Já a hepatite D (alternativa D) não é conhecida como "hepatite infecciosa" – esse termo se refere à hepatite A. A transmissão da hepatite D ocorre apenas em pessoas já infectadas pelo vírus da hepatite B.

Portanto, a alternativa A é a única correta, pois descreve com precisão a hepatite isquêmica, uma condição relacionada à diminuição da perfusão sanguínea no fígado, geralmente associada a situações clínicas graves, como choque ou insuficiência cardíaca.

A hiperbilirrubinemia neonatal é uma condição comum em recém-nascidos, caracterizada pelo aumento dos níveis de bilirrubina no sangue. Esse quadro clínico ocorre principalmente devido à imaturidade do fígado do neonato, que ainda não consegue processar adequadamente a bilirrubina resultante da quebra natural das hemácias. Nas Unidades de Tratamento Intensivo Neonatais (UTINs), a fototerapia se estabelece como o tratamento padrão para essa condição, utilizando luz azul específica para transformar a bilirrubina em formas mais facilmente excretáveis pelo organismo.

Entre os cuidados essenciais durante a fototerapia, destaca-se a proteção ocular contínua do recém-nascido (alternativa C), que deve ser mantida durante todo o período de exposição à luz. Esse procedimento é crucial para prevenir possíveis danos à retina, já que os olhos do bebê são particularmente sensíveis à intensa luminosidade da fototerapia. As máscaras ou óculos de proteção devem ser ajustados corretamente e verificados regularmente para garantir sua eficácia sem causar desconforto ou lesões na pele delicada do neonato.

Embora os outros itens mencionados sejam igualmente importantes no cuidado neonatal - como a verificação de sinais vitais, controle de peso e monitoramento hídrico - a proteção ocular se configura como medida específica e indispensável durante a fototerapia, justificando sua seleção como resposta correta. Este cuidado exemplifica a atenção especializada requerida na assistência ao recém-nascido, onde cada detalhe pode impactar significativamente nos resultados do tratamento e no bem-estar do paciente.

A destruição das células de Langerhans do pâncreas e sua relação com o diabetes

As células de Langerhans, localizadas no pâncreas, desempenham um papel fundamental na produção de hormônios essenciais para o metabolismo, como a insulina e o glucagon. Quando essas células são destruídas ou sofrem danos significativos, a capacidade do organismo de regular os níveis de glicose no sangue é comprometida, levando ao desenvolvimento de diabetes mellitus.

No caso específico da destruição das células beta das ilhotas de Langerhans, responsáveis pela produção de insulina, o resultado é a incapacidade do corpo de reduzir adequadamente a glicose sanguínea. Essa condição caracteriza o diabetes tipo 1, uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca erroneamente essas células.

As outras opções apresentadas - anemia falciforme, leucemia e anemia - não estão relacionadas com a função das células de Langerhans. Essas condições envolvem alterações nas células sanguíneas ou na medula óssea, demonstrando que a alternativa correta é, de fato, a letra D) Diabetes.

Portanto, compreender a função das células de Langerhans é crucial para identificar as consequências de sua destruição, sendo o diabetes a resposta mais adequada entre as opções apresentadas.

A encefalopatia hepática é uma complicação grave de distúrbios hepáticos, caracterizada por alterações neurológicas e cognitivas progressivas. O enfermeiro desempenha um papel crucial na identificação dos estágios dessa condição, pois cada fase apresenta sinais e sintomas distintos que exigem intervenções específicas. A alternativa correta, neste caso, é a letra C, que descreve com precisão o estágio 3 da encefalopatia hepática.

No estágio 3, o paciente apresenta torpor, um estado de consciência reduzida, confusão acentuada e rigidez dos membros. Esses sintomas refletem o agravamento da disfunção hepática e o acúmulo de substâncias tóxicas no organismo, como a amônia, que afetam o sistema nervoso central. O torpor indica uma diminuição significativa da resposta a estímulos, enquanto a confusão mental demonstra a deterioração das funções cognitivas. A rigidez muscular, por sua vez, é um sinal neurológico que evidencia o comprometimento motor.

As demais alternativas apresentam associações incorretas entre estágios e sintomas. Por exemplo, a alternativa A descreve sinais típicos do estágio 2, como a asterixe (tremor característico) e o hálito hepático, mas os atribui erroneamente ao estágio 1. Já a alternativa B menciona coma, que é uma manifestação do estágio 4, não do estágio 2. A alternativa D mistura sintomas de diferentes fases, como a agitação (mais comum nos estágios iniciais) e a reversão do ciclo sono-vigília (presente em fases mais avançadas). Por fim, a alternativa E inclui a cetoacidose, que não é um sintoma relacionado à encefalopatia hepática.

Portanto, o conhecimento detalhado dos estágios da encefalopatia hepática é essencial para uma assistência de enfermagem qualificada. A identificação correta dos sintomas permite intervenções rápidas e adequadas, melhorando o prognóstico do paciente e evitando complicações mais graves, como o coma hepático.

A cirrose hepática representa uma das condições mais graves e prevalentes entre as doenças hepáticas crônicas, marcada pela transformação progressiva do tecido saudável do fígado em áreas de fibrose e nódulos anômalos. Esse processo compromete severamente a função hepática, levando a complicações potencialmente fatais quando não tratada adequadamente.

Entre as opções apresentadas como possíveis causas da cirrose, o alcoolismo (alternativa E) destaca-se como a principal etiologia. O consumo excessivo e prolongado de álcool provoca danos celulares diretos no fígado, desencadeando uma cascata inflamatória que resulta em fibrose e, posteriormente, na formação dos característicos nódulos cirróticos.

Embora outras condições listadas possam estar associadas a complicações hepáticas, como a obstrução biliar (B) ou o carcinoma hepático (C), nenhuma possui relação tão direta e frequente com o desenvolvimento de cirrose quanto o abuso de bebidas alcoólicas. O diabetes mellitus (A) e o refluxo hepatojugular (D), por sua vez, são condições que, apesar de poderem coexistir com doenças hepáticas, não são consideradas causas primárias de cirrose.

Portanto, a compreensão da cirrose hepática como consequência principalmente do alcoolismo reforça a importância de políticas públicas de prevenção e conscientização sobre os riscos do consumo abusivo de álcool, além da necessidade de diagnóstico precoce e intervenção médica adequada.