Questões Sobre Doenças Infecciosas e parasitárias - Enfermagem - concurso

Com relação ao tratamento da dengue, é importante destacar que não existe um medicamento específico para combater o vírus diretamente. No entanto, o Ministério da Saúde recomenda o uso de certos fármacos para aliviar os sintomas mais comuns da doença, como dor, náuseas e coceira.

Analisando as opções apresentadas:

• A) Acetato de dexametasona, hidroxizina e cetirizina - incorreto, pois inclui um corticosteroide (dexametasona) que não é recomendado para dengue.
• B) Dimenidrinato, tenoxicam e hidrocortisona - incorreto, contém anti-inflamatório (tenoxicam) e corticoide (hidrocortisona), ambos contraindicados.
• C) Paracetamol, metoclopramida e loratadina - correto, pois apresenta analgésico/antipirético (paracetamol), antiemético (metoclopramida) e anti-histamínico (loratadina).
• D) Cloridrato de ticlopidina, bromoprida e cetirizina - incorreto, pois inclui um antiagregante plaquetário (ticlopidina) não indicado.
• E) Varfarina, alisaprida e tenoxicam - incorreto, contém anticoagulante (varfarina) e anti-inflamatório (tenoxicam), ambos inadequados.

Portanto, a alternativa C é a correta, pois contém os medicamentos adequados para tratar, respectivamente, os sintomas dolorosos (paracetamol), náuseas (metoclopramida) e coceira (loratadina), conforme as diretrizes do Ministério da Saúde para o manejo da dengue.

Para controle da tuberculose, uma das estratégias adotadas pelo Ministério da Saúde é a Directly Observed Treatment Short-course (DOTS). Essa abordagem inclui três componentes principais:

I. O tratamento com fornecimento regular de medicamentos padronizados, acompanhado de observação e monitoramento constante.

II. Um sistema de registro e informação que garanta a avaliação adequada do tratamento.

III. O compromisso do governo em priorizar o controle da tuberculose nas políticas de saúde, por dois anos após a implantação da estratégia.

Analisando as alternativas:

• A) I, apenas - Incorreto, pois a estratégia DOTS inclui mais elementos.
• B) II, apenas - Incorreto, pois o tratamento supervisionado (I) também faz parte.
• C) I e II, apenas - Correto, pois estes são os componentes essenciais da estratégia DOTS.
• D) II e III, apenas - Incorreto, pois o item I é fundamental.
• E) I, II e III - Incorreto, pois o compromisso governamental (III) não é um requisito formal da estratégia DOTS.

Portanto, a alternativa correta é C) I e II, apenas, que contempla os elementos essenciais da estratégia DOTS para o controle eficaz da tuberculose.

Ao atender uma paciente portadora de hanseníase, o enfermeiro desempenha um papel fundamental não apenas no tratamento, mas também na prevenção da disseminação da doença. Uma das etapas essenciais desse processo é investigar os contatos próximos da paciente, especialmente familiares, já que a hanseníase é transmitida por meio de contato prolongado e frequente com secreções respiratórias de indivíduos infectados.

Além disso, é crucial orientar tanto a paciente quanto seus familiares sobre o modo de transmissão e o período de incubação da doença, que pode variar de meses a anos, com uma média de 2 a 5 anos. Essa informação ajuda a desmistificar conceitos equivocados e reforça a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.

No contexto da questão apresentada, embora a alternativa E) tenha sido marcada, o gabarito correto é A). Isso reforça a necessidade de atenção aos detalhes e ao conhecimento técnico preciso, especialmente em situações que envolvem saúde pública e doenças infectocontagiosas como a hanseníase.

Na profilaxia da infecção vertical do vírus HIV em gestantes, a abordagem mais eficaz e recomendada é a terapia antirretroviral combinada, aplicada tanto à gestante quanto ao recém-nascido, associada a medidas que evitem a transmissão pelo leite materno. A alternativa correta é a B), que descreve o protocolo adequado:

• Administração de terapia antirretroviral à gestante antes e durante o parto, reduzindo a carga viral e minimizando o risco de transmissão durante o trabalho de parto.
• Tratamento do recém-nascido nas primeiras seis semanas de vida, assegurando proteção contra possíveis exposições ao vírus durante o parto.
• Enfaixamento das mamas após o parto para impedir a amamentação, já que o leite materno pode conter o vírus e transmiti-lo ao bebê.

As outras alternativas apresentam falhas significativas. A opção A) não cobre o período pré-parto, essencial para controle viral, e permite a amamentação, o que é contraindicado. A C) sugere o uso de antibióticos, ineficazes contra o HIV. A D) propõe terapia antifúngica, irrelevante para a prevenção da transmissão vertical do HIV. Já a E) limita a terapia antirretroviral a um período curto antes do parto e não menciona o tratamento do bebê, comprometendo a eficácia da profilaxia.

Portanto, a estratégia descrita na alternativa B) é a mais completa e alinhada com as diretrizes atuais para prevenir a infecção vertical do HIV.

A malária é uma doença infecciosa grave que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. Considerada um problema de saúde pública global, essa enfermidade é transmitida pela picada de fêmeas infectadas do mosquito Anopheles, que inoculam o agente causador da doença na corrente sanguínea humana.

O quadro clínico da malária caracteriza-se por febre alta, calafrios, sudorese, dor de cabeça e fadiga intensa, podendo evoluir para complicações graves em casos não tratados adequadamente. O agente etiológico responsável por essa patologia pertence ao grupo dos protozoários do gênero Plasmodium, sendo as espécies P. falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale as mais comuns em humanos.

A alternativa correta para a questão apresentada é a D) protozoários, pois esses microrganismos unicelulares são os verdadeiros causadores da malária. É importante destacar que vírus, bactérias e fungos, mencionados nas outras opções, não estão envolvidos na etiologia desta doença específica. O tratamento eficaz da malária depende do diagnóstico precoce e do uso de medicamentos antimaláricos adequados para cada espécie de Plasmodium envolvida.

Em 2011, Belém registrou aproximadamente 30 casos de doença de Chagas e 10 óbitos relacionados à infecção pelo protozoário Trypanosoma cruzi, conforme reportagem do jornal "O Diário do Pará" (20/10/2011). Essa enfermidade, transmitida pelo vetor conhecido como "barbeiro", apresenta características específicas em relação ao seu comportamento e ciclo de transmissão.

Analisando as alternativas sobre o vetor da doença de Chagas:

• A) Incorreta: O barbeiro não transmite um vírus, mas sim um protozoário, e o período de incubação extrínseca não se aplica da forma descrita.
• B) Correta: O barbeiro possui hábitos noturnos e, durante o dia, esconde-se em frestas e paredes de barro, característica típica dessa espécie.
• C) Incorreta: O barbeiro não é um mosquito, mas sim um inseto da família Reduviidae, e seu hábito é predominantemente noturno.
• D) Incorreta: Embora algumas espécies de insetos necessitem de sangue para maturação dos ovos, essa não é uma característica determinante do barbeiro.

Portanto, a alternativa B é a correta, pois descreve com precisão o comportamento do vetor da doença de Chagas, o barbeiro, que se esconde em frestas durante o dia e sai para se alimentar à noite.

A malária é uma doença infecciosa febril aguda, que apresenta sintomas como febre alta, calafrios, sudorese e cefaléia, sendo especialmente prevalente no Estado do Pará. O diagnóstico preciso dessa enfermidade é fundamental para o tratamento adequado e o controle epidemiológico.

Entre as opções apresentadas para o diagnóstico da malária, a alternativa correta é a A), que afirma que o método da gota espessa continua sendo simples, eficaz, de baixo custo e de fácil realização. Esse método é amplamente utilizado por sua capacidade de concentrar os parasitas em uma pequena área, facilitando a visualização microscópica e aumentando a sensibilidade do teste.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou imprecisas:

• B) O esfregaço delgado, apesar de ser útil para a identificação da espécie do parasita, não é o método oficial no Brasil devido à sua menor sensibilidade em comparação à gota espessa.
• C) A baciloscopia da linfa não é um método utilizado para o diagnóstico da malária, sendo mais associada a outras doenças, como a tuberculose.
• D) Embora os testes rápidos sejam uma ferramenta importante em algumas regiões, eles não são os mais utilizados no Brasil devido a fatores como custo, necessidade de conservação e disponibilidade em áreas remotas.

Portanto, o método da gota espessa permanece como uma das principais técnicas para o diagnóstico da malária, especialmente em regiões endêmicas como o Pará, onde a simplicidade e a eficácia são essenciais para o controle da doença.

O controle da tuberculose é uma das prioridades no âmbito do Programa Saúde da Família (PSF) e da rede básica de saúde, sendo uma atribuição fundamental do Agente Comunitário de Saúde (ACS). Entre as ações desempenhadas por esses profissionais, destaca-se a identificação e o acompanhamento de sintomáticos respiratórios, que são indivíduos com tosse persistente por mais de três semanas, um dos principais sinais da tuberculose.

Analisando as alternativas apresentadas, a opção D) é a correta, pois orientar a coleta e o encaminhamento do escarro dos sintomáticos respiratórios é uma medida essencial para o diagnóstico precoce da tuberculose. O exame de escarro (baciloscopia) é o método mais eficaz para confirmar a doença, permitindo o início rápido do tratamento e a quebra da cadeia de transmissão.

As demais alternativas apresentam equívocos: a alternativa A) menciona a triagem sob supervisão médica, mas essa ação pode ser realizada pelo ACS sem necessidade de supervisão direta; a alternativa B) está incorreta porque a vacina BCG não é utilizada como tratamento para casos suspeitos, sendo administrada apenas uma vez, preferencialmente em recém-nascidos; e a alternativa C) descreve uma ação que, embora importante, não é exclusiva das consultas na UBS, pois o ACS também identifica sintomáticos durante visitas domiciliares.

Portanto, a resposta correta reforça o papel do ACS na educação em saúde, no apoio ao diagnóstico e no vínculo entre a comunidade e os serviços de saúde, elementos cruciais para o controle da tuberculose.

A tuberculose permanece como um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, exigindo diagnóstico preciso e medidas de controle eficazes. Entre os métodos utilizados para a definição de casos, a baciloscopia do escarro desempenha um papel fundamental, sendo um exame acessível e de grande importância na detecção da doença.

A coleta adequada de amostras de escarro é essencial para garantir a confiabilidade dos resultados. Conforme indicado no gabarito correto (alternativa C), a primeira amostra deve ser coletada no momento em que o sintomático respiratório procura atendimento na unidade de saúde. Esse procedimento é crucial porque permite a identificação precoce de casos e o início imediato do tratamento, reduzindo a transmissão da doença.

As outras alternativas apresentam equívocos em relação ao protocolo correto de coleta. A coleta domiciliar (alternativa D) não é recomendada como primeira opção, pois pode comprometer a qualidade da amostra. Já as alternativas A e B demonstram desconhecimento do fluxo ideal, que prevê a coleta de duas amostras sequenciais, independentemente do resultado da primeira ou da realização de cultura.

Portanto, o manejo adequado dos sintomáticos respiratórios e a correta coleta de amostras são passos fundamentais no combate à tuberculose, reforçando a importância do seguimento rigoroso dos protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

A hanseníase, doença infectocontagiosa que afeta nervos, pele e mucosas, representa um desafio significativo para a saúde pública no estado do Pará, onde é endêmica. O combate a essa enfermidade exige estratégias eficazes de diagnóstico precoce e tratamento imediato, visando reduzir sua incidência na região. Entre os principais sinais e sintomas da doença, destacam-se as manchas dormentes na pele, câimbras e fraqueza nas mãos e pés, conforme indicado na alternativa D, que corresponde ao gabarito correto.

A identificação desses sintomas é crucial para o controle da hanseníase, pois permite a intervenção médica antes que ocorram danos irreversíveis aos nervos periféricos. As manchas cutâneas com perda de sensibilidade, associadas a manifestações neurológicas como fraqueza muscular, são características marcantes da doença e diferenciam a resposta correta das demais opções apresentadas.

O enfrentamento da hanseníase no Pará demanda não apenas conhecimento técnico sobre sua apresentação clínica, mas também ações integradas entre profissionais de saúde e comunidade. A educação em saúde assume papel fundamental nesse processo, capacitando a população para reconhecer os sintomas e buscar atendimento especializado, contribuindo assim para a quebra da cadeia de transmissão e redução dos casos da doença.