Questões Sobre Doenças Infecciosas e parasitárias - Enfermagem - concurso

A Hanseníase ainda constitui um relevante problema de saúde pública. Nesse sentido, as ações preventivas, promocionais e curativas que vêm sendo realizadas pelas equipes de saúde da família já evidenciam um forte comprometimento com os profissionais de toda a equipe. É correto afirmar, EXCETO:

• A) Apresenta acometimento de nervo(s) com espessamento neural.
• B) Apresenta lesão(ões) de pele com alteração da sensibilidade.
• C) O diagnóstico precoce e o seu tratamento adequado não evitam a evolução da doença.
• D) O diagnóstico é realizado através do exame clínico, quando se buscam sinais dermatoneurológicos da doença.
• E) As lesões neurais aparecem nas diversas formas da doença, sendo frequentes nos estados reacionais.

O gabarito correto é C), pois o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para interromper a evolução da hanseníase, evitando complicações e sequelas. As demais alternativas descrevem características corretas da doença, como o espessamento neural, as lesões cutâneas com alteração de sensibilidade, a importância do exame clínico e a presença de lesões neurais em diferentes formas da doença.

O caso apresentado descreve a identificação de um jovem de 25 anos com tuberculose pulmonar, confirmada através de exame de escarro. De acordo com o novo manual de tuberculose, o esquema de tratamento recomendado para casos como esse é o seguinte:

O paciente deve receber 2 meses de Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol (fase intensiva), seguidos por 4 meses de Rifampicina e Isoniazida (fase de manutenção). Esse esquema corresponde à alternativa B) e é o tratamento padrão para tuberculose pulmonar em pacientes adultos sem comorbidades ou resistência medicamentosa conhecida.

A inclusão do Etambutol na fase inicial visa cobrir possíveis resistências à Isoniazida, enquanto a fase de manutenção com dois medicamentos é suficiente para garantir a cura na maioria dos casos. O esquema B) está em conformidade com as diretrizes atuais do Ministério da Saúde para o tratamento da tuberculose no Brasil.

Em 2009, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose, juntamente com o seu Comitê Técnico Assessor, revisou o sistema de tratamento da TB no Brasil e incorporou mudanças significativas no esquema terapêutico. Entre as alterações introduzidas no Esquema Básico para adultos e adolescentes, destaca-se a reformulação das fases de tratamento, visando maior eficácia e adesão ao tratamento.

A alternativa correta é a C), que afirma: "A Fase Intensiva é constituída de comprimidos de doses fixas combinadas dos quatro medicamentos (RHZE)". Essa fase utiliza uma combinação fixa de rifampicina (R), isoniazida (H), pirazinamida (Z) e etambutol (E), garantindo uma abordagem mais robusta no início do tratamento para eliminar a maior quantidade possível de bacilos.

As demais alternativas apresentam informações incorretas:

• A) Errada: A Fase Intensiva não utiliza doses variadas nem se limita a três medicamentos.
• B) Errada: A Fase de Manutenção não inclui pirazinamida (Z) e utiliza apenas rifampicina e isoniazida (RH).
• D) Errada: Não existe combinação de medicamentos com a sigla "RHZS" no esquema básico.

Essa revisão do esquema terapêutico em 2009 teve como objetivo padronizar e otimizar o tratamento da tuberculose no Brasil, alinhando-se às recomendações internacionais para aumentar as taxas de cura e reduzir a resistência aos medicamentos.

Durante uma consulta de enfermagem em uma unidade básica de saúde, um paciente portador de hanseníase multibacilar, em tratamento regular há três meses com poliquimioterapia (PQT), apresentou queixas de rubor facial e no pescoço, prurido e rush cutâneo generalizado. Esses sintomas, de acordo com o Programa de Controle da Hanseníase, são característicos de possíveis efeitos colaterais relacionados à medicação utilizada no esquema terapêutico.

Entre as opções fornecidas:

• A) Talidomida – Embora a talidomida possa causar efeitos adversos, como sonolência e neuropatia periférica, não está comumente associada a reações cutâneas generalizadas.
• B) Dapsona – A dapsona pode provocar reações como anemia hemolítica e metemoglobinemia, mas o rubor facial e o rush cutâneo não são seus efeitos típicos.
• C) Clofazimina – A clofazimina tem como efeito colateral mais conhecido a hiperpigmentação da pele, e não os sintomas descritos.
• D) Rifampicina – A rifampicina é a responsável pelos sintomas mencionados, pois pode desencadear reações de hipersensibilidade, incluindo rubor, prurido e erupções cutâneas generalizadas.

Portanto, o gabarito correto é D) Rifampicina, devido à sua associação com reações de hipersensibilidade que correspondem ao quadro clínico apresentado pelo paciente.

O controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis é um tema de grande relevância para a saúde pública no Brasil. A afirmação de que as doenças transmissíveis emergentes e reemergentes no país se restringem apenas à dengue e às hantaviroses está incorreta, conforme indicado pelo gabarito E) ERRADO.

O Brasil enfrenta um cenário epidemiológico complexo, marcado pela presença de diversas doenças transmissíveis que podem ser classificadas como emergentes ou reemergentes. Além da dengue e das hantaviroses, outras enfermidades como a febre amarela, a zika, a chikungunya e a própria COVID-19 demonstram a diversidade de desafios enfrentados pelo sistema de saúde brasileiro.

Essa variedade de doenças reflete fatores como mudanças ambientais, urbanização desordenada, mobilidade humana e adaptação de vetores, entre outros. Portanto, reduzir o espectro das doenças transmissíveis emergentes e reemergentes apenas à dengue e hantaviroses é uma simplificação inadequada da realidade epidemiológica nacional.

O controle eficaz dessas doenças requer vigilância constante, investimento em pesquisa e políticas públicas integradas que considerem a complexidade do cenário sanitário brasileiro.

Julgue os itens subsecutivos, referentes ao controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis.
A rubéola é uma doença transmissível com tendência descendente, de notificação compulsória. O grupo vulnerável à exposição ao vírus da rubéola são todos os suscetíveis não vacinados; entre eles, merecem atenção prioritária mulheres em idade fértil não vacinadas, particularmente as grávidas, devido ao risco da síndrome da rubéola congênita.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é C).

Nas ações educativas em saúde sobre a prevenção da hepatite B, recomenda-se:

• A) alimentação balanceada e higienização dos alimentos com água potável.
• B) higienização dos alimentos e uso de hipoclorito de sódio 0,1% para imersão de frutas e legumes.
• C) manipulação cuidadosa de secreções, sangue e utilização de preservativo.
• D) restrição de bebida alcoólica e dieta balanceada.
• E) atividade física regular e utilização de diafragma nas relações sexuais.

O gabarito correto é C).

Dentre as orientações ao portador assintomático do vírus da AIDS, inclui-se:

• A) o uso de preservativo, ainda que o parceiro também seja portador do vírus.
• B) a repetição do teste de Elisa e sorologia para HBs a cada 6 meses.
• C) abstinência sexual durante a janela imunológica para detecção de anticorpos.
• D) a providência da documentação para afastamento imediato do trabalho, devido a elevação dos linfócitos T CD4+.
• E) a necessidade da separação de objetos pessoais como copo, prato e talheres.

O gabarito correto é A).

Nas orientações ao cliente com hanseníase, o enfermeiro desempenha um papel fundamental no processo de cuidado e educação em saúde. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a A), que destaca a importância de orientar o paciente, no momento da cura, sobre a possibilidade do surgimento de episódios reacionais. Essa abordagem é essencial para promover o autocuidado e evitar complicações futuras.

As demais alternativas apresentam condutas inadequadas ou limitantes no cuidado ao paciente:

• B) Restringir as respostas e delegar questionamentos a outros profissionais é uma postura que fragiliza a relação enfermeiro-paciente e desconsidera a integralidade do cuidado.
• C) Limitar explicações apenas a casos de risco de vida é negligenciar o direito do paciente à informação clara e transparente sobre sua condição.
• D) Fornecer informações falsas para tranquilizar o paciente viola os princípios éticos da profissão e prejudica a confiança na equipe de saúde.
• E) Omitir o diagnóstico e prognóstico devido ao estigma reforça o preconceito e priva o paciente de compreender sua condição e participar ativamente do tratamento.

Portanto, a abordagem correta é a A), que valoriza a educação em saúde, o diálogo aberto e o empoderamento do paciente, elementos essenciais para um tratamento eficaz e humanizado da hanseníase.

O diagnóstico da tuberculose é um processo fundamental para o controle da doença, e a coleta adequada de escarro para baciloscopia é uma etapa crucial nesse processo. A enfermagem desempenha um papel essencial na orientação do paciente, garantindo que a amostra seja coletada corretamente para aumentar a precisão do exame.

Dentre as opções apresentadas, a alternativa B) coletar um volume de escarro compreendido entre 5 a 10 ml é a correta. Essa orientação é importante porque:

• Um volume adequado de escarro aumenta a chance de detectar a presença do Mycobacterium tuberculosis.
• Quantidades menores podem não conter material suficiente para análise, prejudicando o resultado.
• O escarro deve ser proveniente das vias respiratórias inferiores, e não apenas saliva ou secreções nasais.

As demais alternativas estão incorretas porque:

• A) A coleta deve ser feita preferencialmente pela manhã, ao despertar, pois o acúmulo noturno de secreções aumenta a chance de uma amostra representativa.
• C) O escarro deve vir dos pulmões, e não da faringe ou secreções nasais, que podem não conter o bacilo.
• D) A saliva não é adequada para o exame, pois não reflete necessariamente a infecção pulmonar.
• E) A exposição à luz solar pode degradar a amostra; o frasco deve ser mantido em local fresco e entregue o mais rápido possível.

Portanto, a orientação correta é garantir que o paciente colete uma quantidade suficiente de escarro (5 a 10 ml) diretamente da tosse profunda, assegurando a qualidade da amostra para um diagnóstico preciso.