Questões Sobre Doenças Infecciosas e parasitárias - Enfermagem - concurso

Na interpretação da prova tuberculínica, também conhecida como teste de Mantoux, a medição da induração (enduração) é crucial para classificar a resposta do indivíduo. Um resultado de 7 mm de induração possui significados diferentes conforme o contexto clínico e o grupo populacional avaliado.

De acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde brasileiro e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a classificação padrão para indivíduos sem fatores de risco conhecidos é a seguinte:

• Induração < 5 mm: Não reator (opção A incorreta)
• Induração entre 5-9 mm: Reator fraco (opção C correta)
• Induração entre 10-14 mm: Reator médio (opções B e D incorretas)
• Induração ≥ 15 mm: Reator forte (opção E incorreta)

Portanto, com 7 mm de enduração, o paciente é classificado como reator fraco, indicando possível infecção latente por Mycobacterium tuberculosis ou resposta cruzada à vacinação prévia com BCG. Esta interpretação pode variar em pacientes imunodeprimidos ou com outros fatores de risco, onde o ponto de corte para positividade pode ser menor (≥5 mm).

O gabarito correto é de fato a alternativa C) reator fraco, conforme a classificação padrão para a população geral sem comorbidades relevantes.

O caso apresentado ilustra uma situação clássica de transmissão de leptospirose, doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira interrogans. A análise da cadeia epidemiológica permite compreender os elementos envolvidos na disseminação da doença, conforme descrito no cenário.

A alternativa correta, A), afirma que o reservatório do agente infeccioso é o rato. Essa informação está alinhada com o conhecimento científico sobre a leptospirose, pois os roedores, especialmente os ratos, são os principais reservatórios naturais da bactéria. Eles eliminam as leptospiras pela urina, contaminando o ambiente, incluindo águas de córregos e lagos.

As demais alternativas apresentam equívocos conceituais:

• B) Incorreta, pois o agente etiológico é uma bactéria espiroqueta, não uma riquetsia.
• C) Incorreta, pois o período mencionado refere-se ao tempo entre a exposição e o diagnóstico, não ao período de transmissibilidade.
• D) Incorreta, pois a água atua como veículo de transmissão, não como hospedeiro intermediário.
• E) Incorreta, pois o diagnóstico definitivo requer exames laboratoriais, não apenas a avaliação clínica da fase prodrômica.

Este caso reforça a importância de medidas preventivas, como evitar o contato com águas potencialmente contaminadas e o controle de roedores, especialmente em áreas endêmicas para leptospirose.

As ações de procura de casos de tuberculose estão voltadas para os grupos de maior probabilidade de apresentar a doença, conforme destacado nas alternativas fornecidas. O gabarito correto é a opção B, que menciona "pessoas com tosse e expectoração por três semanas". Essa escolha se justifica porque a tosse prolongada é um dos sintomas mais característicos da tuberculose pulmonar, sendo um critério clínico amplamente utilizado para suspeita e investigação da doença.

As outras alternativas apresentam situações que, embora relevantes para o contexto da tuberculose, não são tão diretamente associadas à busca ativa de casos quanto a tosse persistente. Por exemplo:

• A) Indivíduos infectados pelo HIV com prova tuberculínica positiva são grupo de risco, mas a prova tuberculínica não é o método mais utilizado para diagnóstico ativo.
• C) Indivíduos com resultado negativo à prova tuberculínica não representam prioridade na busca de casos ativos.
• D) e E) Imunodeprimidos são grupos vulneráveis, mas os critérios específicos mencionados (linfócitos totais ou CD4) são menos práticos para triagem inicial do que o sintoma de tosse prolongada.

Portanto, a alternativa B é a mais adequada, pois reflete o principal sintoma que leva à suspeita de tuberculose na população geral, sendo este o critério mais utilizado nas campanhas de busca ativa de casos.

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, e sua transmissão está diretamente ligada à presença de casos ativos na população. A fonte primária de infecção e a manutenção da cadeia epidemiológica estão associadas a indivíduos que apresentam alta carga bacteriana, ou seja, casos multibacilares (alternativa E).

Esses pacientes, classificados como multibacilares, possuem uma quantidade significativa de bacilos em seus organismos, aumentando o risco de transmissão para outras pessoas, principalmente em situações de contato prolongado e sem tratamento adequado. Em contraste, os casos paucibacilares (alternativa A) apresentam baixa carga bacteriana e, portanto, menor potencial de disseminação da doença.

As demais alternativas não se aplicam ao contexto:

• B) Reatividade positiva: Refere-se a resultados de testes sorológicos, mas não define o potencial transmissor.
• C) Teste de Vidigal: Não é um método diagnóstico reconhecido para hanseníase.
• D) Pluricelulares: Termo biológico sem relação com a classificação da doença.

Portanto, a resposta correta é E) multibacilares, pois são esses casos que sustentam a circulação do bacilo e demandam intervenções prioritárias de saúde pública para interromper a transmissão.

O texto apresenta três modos de transmissão de doenças para o ser humano, sendo eles:

I. Leptospirose: de fato, essa doença é transmitida pelo contato com a urina de ratos infectados, que pode contaminar água, solo ou alimentos. A bactéria Leptospira penetra no organismo através de mucosas ou feridas na pele.

II. Febre tifóide: a informação está correta, pois essa doença é causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados com a bactéria Salmonella typhi, presente nas fezes de pessoas infectadas.

III. Febre amarela: a afirmação está parcialmente correta. Embora o Aedes aegypti possa transmitir a febre amarela urbana, a forma silvestre da doença é transmitida principalmente por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. No contexto urbano, a informação está correta.

Considerando que todas as afirmações estão essencialmente corretas em seus contextos principais, a alternativa que contém todas as afirmações verdadeiras é a C) I, II e III.

As alterações gastrointestinais agudas, como boca seca, dificuldades visuais (visão dupla ou turva), dislalia e o comprometimento de nervos cranianos associado à progressão neurológica dos sintomas são características clínicas típicas de uma condição específica. Entre as opções apresentadas, a resposta correta é:

• E) Botulismo.

O botulismo é uma intoxicação grave causada pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, que afeta o sistema nervoso, levando a paralisia muscular progressiva. Os sintomas descritos no enunciado — como distúrbios gastrointestinais iniciais, disfunção dos nervos cranianos (como visão turva e dislalia) e a evolução neurológica rápida — são marcantes dessa doença. A toxina bloqueia a liberação de acetilcolina nas terminações nervosas, resultando em fraqueza ou paralisia flácida.

As outras alternativas não se encaixam no quadro descrito: a hipertensão intracraniana (A) geralmente causa cefaleia e vômitos; a hepatite C (B) afeta primariamente o fígado; a gastroenterocolite (C) limita-se a sintomas digestivos; e o acidente vascular encefálico (D) tem início abrupto, sem a progressão gradual típica do botulismo.

As condições que favorecem a complicação por influenza pandêmica (H1N1) são um tema relevante para a saúde pública, especialmente devido ao risco elevado que certos grupos populacionais enfrentam. Analisando as alternativas apresentadas, é possível identificar quais delas estão corretas com base nas evidências científicas e nas recomendações de órgãos de saúde.

As afirmações corretas são:

• I. Pessoas com menos de dois anos e maiores de 60 anos: Essas faixas etárias são consideradas de maior vulnerabilidade devido ao sistema imunológico menos desenvolvido ou enfraquecido, respectivamente.
• III. Gestantes: Grávidas apresentam maior risco de complicações devido às alterações fisiológicas e imunológicas durante a gestação.
• IV. Portadores de doenças crônicas: Indivíduos com condições como doenças cardiovasculares, pneumopatias, insuficiência renal crônica, distúrbios hematológicos, imunossupressão, doenças metabólicas (como diabetes), síndromes genéticas e condições neurológicas têm maior propensão a complicações graves.

Por outro lado, a afirmação II. Pessoas com 11 até 16 anos não é considerada um fator de risco específico para complicações pela influenza H1N1, diferentemente de crianças menores de dois anos ou idosos.

Portanto, a alternativa correta é a B) I, III e IV, conforme indicado no gabarito. Essa seleção reflete os grupos prioritários para monitoramento e intervenção em situações de pandemia de influenza.

O Brasil é classificado pela Organização Mundial de Saúde como o país de maior endemicidade para hepatite A, uma doença viral que apresenta altas taxas de transmissão em território nacional. A hepatite A é causada pelo vírus VHA e sua disseminação está diretamente relacionada às condições sanitárias e de higiene de uma região.

A transmissão da hepatite A ocorre principalmente pela via fecal-oral, sendo as formas mais comuns:

• Contato direto entre pessoas (inter-humanos)
• Consumo de água contaminada
• Ingestão de alimentos mal lavados ou preparados em condições inadequadas

Entre as opções apresentadas, a alternativa correta é a C), que menciona precisamente as vias de transmissão características da doença: "via fecal-oral, inter-humanos, por meio de água e alimentos contaminados".

As outras alternativas apresentam informações incorretas sobre a transmissão da hepatite A:

• A) A via parenteral não é forma de transmissão do VHA
• B) e D) As semanas mencionadas não correspondem ao período de transmissão
• E) A via sexual não é relevante para hepatite A, embora alimentos possam ser veículos

O combate à hepatite A no Brasil requer melhorias nas condições de saneamento básico, acesso à água tratada e educação em saúde para promover hábitos de higiene adequados na população.

O potencial de transmissão dos vírus HIV, HBV e HCV está relacionado a diversos fatores, conforme destacado no enunciado. A análise dos critérios apresentados demonstra que todos são relevantes para determinar o risco de infecção.

O item I aborda aspectos fundamentais, como o tipo de exposição (percutânea, mucocutânea, etc.), a quantidade de fluido corporal envolvido e o tipo de tecido afetado. Esses elementos influenciam diretamente a probabilidade de transmissão viral.

O item II trata de um fator crucial: o status sorológico tanto da fonte do material biológico quanto do profissional acidentado. A carga viral da fonte e a presença (ou ausência) de imunidade no acidentado são determinantes no risco de infecção.

Por fim, o item III menciona a suscetibilidade do profissional exposto, que inclui fatores como estado imunológico, presença de feridas ou lesões na área exposta, e até mesmo o uso de profilaxias pré ou pós-exposição.

Portanto, a alternativa correta é realmente a E) I, II e III, pois todos os critérios listados são válidos e complementares na avaliação do potencial de transmissão desses vírus.

A tuberculose permanece um desafio significativo para a saúde pública no Brasil, exigindo estratégias eficazes de prevenção e controle. Compreender os mecanismos de transmissão e os aspectos clínicos da doença é fundamental para reduzir sua incidência.

Entre as alternativas apresentadas, a possibilidade de transmissão plena na forma pulmonar bacilífera (alternativa A) é a correta, pois reflete a realidade epidemiológica da tuberculose. Enquanto o paciente não inicia o tratamento adequado, ele pode continuar transmitindo a bactéria Mycobacterium tuberculosis por meio de gotículas respiratórias, especialmente em sua forma pulmonar ativa.

As demais alternativas contêm informações incorretas ou imprecisas:

• B) Pessoas expostas aos bacilos sem desenvolver a doença (infecção latente) não transmitem tuberculose ativamente.
• C) A reativação da doença ocorre com maior frequência em adultos, não em crianças.
• D) O exame Machado Guerreiro não é utilizado para diagnóstico de tuberculose, sendo específico para doença de Chagas.
• E) A prova tuberculínica (PPD) não é indicada para todos os casos suspeitos, mas sim para investigação de infecção latente.

Portanto, a alternativa A destaca corretamente o período de maior risco de transmissão, reforçando a importância do diagnóstico precoce e início imediato do tratamento para interromper a cadeia de transmissão da tuberculose na comunidade.