Questões Sobre História da Enfermagem - Enfermagem - concurso

O processo de urbanização no Brasil, marcado pela ocupação desordenada e pela ausência de planejamento adequado, tem gerado consequências graves para a saúde pública, especialmente nas comunidades periféricas. A afirmação de que a arquitetura das cozinhas em barracos, com pouca ventilação, contribui para a concentração de gases tóxicos e o aumento de doenças respiratórias está correta, conforme indicado pelo gabarito (C).

Essa realidade evidencia a relação direta entre as condições precárias de moradia e os problemas de saúde enfrentados por populações vulneráveis. A falta de ventilação adequada em ambientes fechados, como cozinhas, potencializa a exposição a poluentes derivados da queima de combustíveis (como gás de cozinha ou lenha), agravando quadros de asma, bronquite e outras doenças respiratórias.

Além disso, esse cenário reforça a necessidade urgente de políticas públicas que priorizem a melhoria das condições habitacionais e o acesso a infraestrutura básica. Intervenções urbanísticas que garantam ventilação natural, saneamento e segurança nas moradias são essenciais para reduzir os impactos negativos da urbanização desorganizada na saúde das comunidades periféricas.

Portanto, a afirmação está correta, pois reflete um problema real e documentado em diversas regiões do país, onde a precariedade das moradias intensifica riscos à saúde, exigindo ações integradas entre urbanismo, saúde pública e desenvolvimento social.

A urbanização desordenada no Brasil gera inúmeros desafios sociais e ambientais, afetando diretamente a qualidade de vida das populações mais vulneráveis, especialmente nas periferias e áreas de risco. Um dos reflexos dessa realidade é a dificuldade enfrentada por mães que residem nessas regiões, muitas vezes obrigadas a trabalhar longe de suas comunidades, o que impacta negativamente práticas essenciais como o aleitamento materno.

A ausência prolongada dessas mães, devido à necessidade de deslocamento para empregos distantes, reduz a frequência e a duração da amamentação, contribuindo para índices mais baixos de aleitamento materno. Essa situação, por sua vez, está diretamente ligada a casos de subnutrição infantil, já que o leite materno é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças nos primeiros anos de vida.

Portanto, a afirmação de que o trabalho fora da comunidade das mães residentes em periferias contribui para o baixo índice de aleitamento materno e a subnutrição infantil é correta. Esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas que aproximem as oportunidades de trabalho das moradias, além de promover ações de apoio à amamentação e à saúde infantil nas regiões mais carentes.

A incorporação de novas tecnologias na área da saúde é um tema complexo que envolve tanto benefícios quanto desafios. Embora o avanço tecnológico tenha possibilitado tratamentos mais eficazes e diagnósticos mais precisos, a afirmação de que ele reduz custos e amplia o acesso à população não é totalmente verdadeira.

Em muitos casos, as novas tecnologias médicas possuem um alto custo de desenvolvimento e implementação, o que pode elevar os preços dos tratamentos. Além disso, a necessidade de treinamento especializado para profissionais e a infraestrutura necessária para utilizar essas inovações podem limitar sua disponibilidade, especialmente em regiões com menos recursos.

Portanto, embora a tecnologia traga avanços significativos para a medicina, sua incorporação nem sempre resulta em redução de custos ou maior acessibilidade. O gabarito correto, nesse caso, é E) ERRADO, pois a afirmação não considera as barreiras econômicas e estruturais que podem impedir a democratização desses recursos.

A afirmação de que a tecnologia pode ser aplicada na área de saúde para desenvolver bancos de dados contendo informações sobre os pacientes, permitindo o gerenciamento integrado dos processos hospitalares, está correta. A revolução tecnológica trouxe avanços significativos para a saúde, incluindo a digitalização de registros médicos e a implementação de sistemas de informação hospitalar.

Esses bancos de dados facilitam o acesso rápido e seguro às informações dos pacientes, melhorando a eficiência dos atendimentos, reduzindo erros médicos e permitindo uma comunicação mais ágil entre diferentes setores do hospital. Além disso, a integração de dados possibilita análises mais precisas para diagnósticos, tratamentos personalizados e gestão de recursos.

Portanto, a tecnologia não apenas viabiliza a criação desses sistemas, como também transforma a maneira como os profissionais de saúde trabalham, otimizando processos e elevando a qualidade do cuidado oferecido aos pacientes.

A revolução tecnológica das últimas décadas transformou profundamente a área da saúde, introduzindo avanços significativos no diagnóstico, tratamento e gestão de pacientes. No entanto, junto com esses benefícios, surgiram desafios éticos e profissionais, especialmente no que diz respeito ao uso das redes sociais por parte dos trabalhadores da saúde.

O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), reconhecendo a necessidade de regulamentar a conduta dos profissionais diante desse novo cenário, estabeleceu diretrizes específicas para orientar enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem no uso responsável das redes sociais. Essas normas visam proteger a privacidade dos pacientes, evitar a divulgação de informações sensíveis e manter a integridade profissional, assegurando que a tecnologia seja utilizada de maneira ética e segura.

Portanto, a afirmação de que o COFEN regulamentou o uso das redes sociais por profissionais de enfermagem está correta. Essa medida reflete a adaptação necessária da área da saúde às mudanças trazidas pela era digital, equilibrando inovação e responsabilidade.

A revolução tecnológica das últimas décadas transformou profundamente a sociedade, impactando especialmente a área da saúde. O avanço tecnológico não só possibilitou tratamentos mais eficazes para diversas doenças, mas também introduziu novos desafios para os profissionais da saúde, que precisam se adaptar constantemente às inovações e aos seus efeitos colaterais.

Um dos aspectos mais relevantes desse impacto é o papel das redes sociais na saúde mental. Essas plataformas oferecem um espaço para que pessoas com depressão compartilhem suas experiências, promovendo a conscientização e reduzindo o estigma associado à doença. No entanto, também há evidências de que o uso excessivo ou inadequado das redes sociais pode contribuir para o desenvolvimento de transtornos como depressão e ansiedade, além de problemas comportamentais.

Diante disso, é correto afirmar que as redes sociais têm um duplo efeito na saúde mental: enquanto facilitam a troca de experiências e o apoio emocional, também podem ser prejudiciais quando mal utilizadas. Portanto, a afirmação apresentada está correta, pois reflete a complexidade e os contrastes desse fenômeno.

A revolução tecnológica das últimas décadas transformou profundamente a área da saúde, introduzindo avanços significativos em diagnósticos, tratamentos e procedimentos médicos. Entre essas inovações, a robótica cirúrgica se destaca por oferecer maior precisão, minimizar invasões e melhorar a recuperação dos pacientes. No entanto, afirmar que essa tecnologia não altera o tempo despendido em procedimentos cirúrgicos é um equívoco.

A robótica aplicada à cirurgia, de fato, proporciona benefícios como movimentos mais precisos e acesso a áreas de difícil alcance, o que pode reduzir erros humanos e complicações pós-operatórias. Contudo, o tempo cirúrgico não permanece inalterado. Em muitos casos, a preparação do equipamento robótico, o posicionamento do paciente e a curva de aprendizado dos cirurgiões podem, inicialmente, aumentar a duração do procedimento. Com a experiência, esse tempo tende a diminuir, mas dificilmente será idêntico ao de técnicas tradicionais.

Portanto, a afirmação de que a robótica não altera o tempo cirúrgico está incorreta. A tecnologia modifica diversos aspectos do processo, incluindo sua duração, e seu impacto deve ser analisado de forma abrangente, considerando tanto as vantagens quanto os ajustes necessários em sua implementação.

A 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), realizada em 1986, foi um marco histórico para a saúde pública no Brasil, pois consolidou as bases da Reforma Sanitária que culminou na criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os princípios defendidos no relatório da conferência, muitos foram incorporados à Constituição Federal de 1988, garantindo direitos fundamentais e redefinindo o papel do Estado na saúde.

A alternativa B) está correta, pois reflete um dos princípios centrais da 8ª CNS que foi constitucionalizado: o dever do Estado em garantir a saúde como um direito de todos e um dever do poder público, conforme o Artigo 196 da Constituição. Isso inclui ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, consolidando a saúde como um direito social universal.

As demais alternativas apresentam distorções ou incorreções em relação ao texto constitucional e ao relatório da 8ª CNS. A universalização do acesso à saúde, a descentralização do SUS e a concepção ampliada de saúde (não apenas como ausência de doença, mas como bem-estar físico, mental e social) foram temas centrais, mas nem todas as opções refletem fielmente o que foi assegurado na Constituição.

No Brasil, o Processo de Enfermagem foi introduzido na década de 1970 pela professora Wanda de Aguiar Horta, uma figura pioneira na área da enfermagem. Ela definiu esse processo como uma abordagem sistemática e organizada para a prestação de cuidados, visando à assistência integral ao ser humano.

Entre as alternativas apresentadas, a opção B) é a que melhor representa a definição proposta por Horta: "a dinâmica das ações sistematizadas e interrelacionadas, visando à assistência ao ser humano". Essa descrição reflete a essência do Processo de Enfermagem, que busca integrar etapas como coleta de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação de forma contínua e interligada.

As demais alternativas, embora apresentem conceitos relevantes para a prática da enfermagem, não capturam plenamente a natureza abrangente e dinâmica do Processo de Enfermagem tal como foi concebido por Horta. A opção A) limita-se à identificação de problemas, enquanto C), D) e E) focam em aspectos específicos como habilidades cognitivas ou pensamento crítico, sem abranger a totalidade do processo.

Portanto, a alternativa correta é de fato a B), que sintetiza de maneira mais fiel a visão holística e sistematizada proposta por Wanda Horta para o Processo de Enfermagem no Brasil.

O conceito de saúde proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) representa uma evolução significativa na compreensão do que significa estar saudável. Ao definir saúde como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social", a OMS vai além da simples ausência de doenças, estabelecendo uma visão mais abrangente e integrada do ser humano.

Essa abordagem holística, indicada como correta na alternativa A, considera o indivíduo em sua totalidade, reconhecendo que a saúde não se limita ao funcionamento adequado do corpo, mas envolve também aspectos psicológicos e relações sociais. Essa perspectiva reflete uma mudança paradigmática em relação a concepções mais antigas e reducionistas de saúde.

Ao contrário de uma abordagem negativa (alternativa B), que define saúde apenas pela ausência de doença, ou de características puramente biológicas (alternativa C), o conceito da OMS enfatiza a multidimensionalidade da saúde. Também não se trata principalmente de princípios jurídicos (alternativa D) ou de evidências científicas medievais (alternativa E), mas sim de uma compreensão contemporânea que integra diferentes dimensões do bem-estar humano.

Essa visão holística tem importantes implicações para as políticas públicas de saúde, sugerindo a necessidade de intervenções que vão além do tratamento de doenças, incluindo promoção da qualidade de vida, atenção à saúde mental e fortalecimento dos vínculos sociais.