Questões Sobre Saúde da Mulher - Enfermagem - concurso

O rastreamento do câncer de colo de útero é uma estratégia fundamental para a detecção precoce e redução da mortalidade por essa doença. De acordo com as recomendações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a abordagem mais adequada para mulheres saudáveis com vida sexual ativa é a seguinte:

A alternativa correta é a E), que indica a realização do exame citopatológico do colo do útero (Papanicolau) com intervalo anual a partir dos 25 anos de idade. Após dois exames consecutivos com resultados negativos, o intervalo pode ser ampliado para três anos, mantendo-se a vigilância até os 64 anos.

Essa recomendação se baseia em evidências científicas que demonstram a eficácia do Papanicolau na identificação de lesões precursoras do câncer cervical, permitindo intervenções precoces. O INCA desaconselha o início do rastreamento antes dos 25 anos, pois nessa faixa etária as lesões costumam ser transitórias e regredirem espontaneamente. Além disso, ultrassons endovaginais e exames semestrais não são indicados como métodos de rastreamento populacional.

Portanto, a estratégia mais eficiente e segura para o rastreamento do câncer de colo de útero no Brasil é a realização periódica do exame citopatológico conforme as diretrizes do INCA, representadas pela opção E.

O papel do agente comunitário de saúde é fundamental no acompanhamento das gestantes, garantindo que possíveis complicações sejam identificadas precocemente. Entre as diversas responsabilidades desse profissional, está a observação de sinais de risco que possam comprometer a saúde da mãe e do bebê. Nesse contexto, é importante destacar que alguns sintomas, embora comuns na gravidez, podem indicar problemas mais sérios quando persistentes ou intensos.

No caso apresentado, a alternativa correta é a A) vômitos frequentes, pois esse sintoma pode levar à desidratação e desnutrição, afetando tanto a gestante quanto o feto. Enquanto dores de cabeça leves e esporádicas (alternativa B) são geralmente inofensivas, a ausência de movimentos fetais por mais de 72 horas no último trimestre (alternativa C) e um aumento excessivo de peso (alternativa D) também são preocupantes, porém o enunciado especifica que a resposta correta é a letra A.

Portanto, o agente comunitário de saúde deve estar atento a esses sinais, orientando as gestantes sobre quando procurar assistência médica e fortalecendo o vínculo com a unidade básica de saúde para um pré-natal seguro e eficaz.

O planejamento familiar no Brasil é um direito garantido pela Lei nº 9.263/1996, que estabelece as diretrizes para a regulação da fecundidade e o acesso a métodos contraceptivos. Entre as opções disponíveis, o método que atua como barreira física cobrindo o colo do útero é o diafragma, alternativa correta indicada pela letra D.

O diafragma é um dispositivo de silicone flexível que, quando inserido corretamente, impede a passagem dos espermatozoides para o útero. Diferentemente de métodos hormonais (como os contraceptivos orais, opção A) ou químicos (como os espermicidas, opção B), ele não altera o ciclo menstrual nem interfere no sistema endócrino. Também se distingue da tabela (opção C), que se baseia no cálculo do período fértil.

A escolha do método contraceptivo deve considerar fatores como eficácia, efeitos colaterais e adequação ao estilo de vida. O diafragma, apesar de menos popular atualmente, representa uma alternativa não hormonal com vantagens para mulheres que buscam controle temporário da fertilidade sem medicamentos.

O crescimento intrauterino do bebê pode ser afetado por diversos fatores de risco, sendo um dos mais relevantes a idade materna. Estudos demonstram que gestantes em extremos da faixa etária reprodutiva apresentam maior probabilidade de terem filhos com baixo peso ao nascer. Isso ocorre porque tanto a imaturidade biológica em adolescentes quanto o declínio fisiológico em mulheres acima de 35 anos podem comprometer o desenvolvimento fetal adequado.

A alternativa correta que identifica os grupos de risco é a A) Menores de 19 anos e maiores de 35 anos. Adolescentes menores de 19 anos frequentemente possuem sistemas reprodutivos ainda em desenvolvimento e podem enfrentar desafios nutricionais. Por outro lado, mulheres acima de 35 anos estão mais suscetíveis a complicações como hipertensão e diabetes gestacional, que interferem na nutrição fetal.

As demais alternativas não correspondem à evidência científica consolidada sobre os períodos de maior risco para restrição de crescimento intrauterino. A faixa etária entre 20 e 30 anos é considerada ideal para a gestação, pois oferece menores riscos obstétricos e melhores condições para o pleno desenvolvimento fetal.

O exame de Papanicolau é um procedimento fundamental para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de colo do útero. Para garantir a eficácia dos resultados, é essencial que as pacientes sigam as orientações prévias adequadas. No caso de D. Maria, a técnica de enfermagem forneceu instruções específicas, sendo a alternativa C) a correta: evitar relações sexuais por dois dias antes do exame e não estar menstruada no momento da coleta.

Essa orientação é crucial porque relações sexuais próximas ao exame podem alterar a flora vaginal e introduzir resíduos que interferem na análise das células coletadas. Além disso, a presença de sangue menstrual pode dificultar a visualização adequada do material, comprometendo a precisão do diagnóstico. Portanto, seguir essas recomendações aumenta a confiabilidade do exame.

As outras alternativas apresentam equívocos. A ingestão de anti-inflamatórios ou antibióticos (A) não costuma ser uma contraindicação direta para o Papanicolau. A abstinência sexual após o exame (B) não é necessária, pois o foco está na preparação prévia. Já o uso de duchas e medicamentos vaginais (D) é desaconselhado, pois pode remover ou mascarar células anormais, prejudicando a detecção de possíveis alterações.

Em resumo, a orientação correta reforça a importância da preparação adequada para exames preventivos, garantindo que os profissionais de saúde tenham condições ideais para identificar possíveis anomalias e, assim, proteger a saúde da mulher.

Paciente, na 32ª semana de gestação, atendida no ambulatório do Tribunal, apresenta mal-estar geral e pressão arterial de 200×100 mmHg. A posição da gestante que não prejudica o fluxo sanguíneo uteroplacentário é:

• A) decúbito lateral direito.
• B) Trendelemburg.
• C) decúbito lateral esquerdo.
• D) posição supina.
• E) posição de litotomia.

O gabarito correto é C) decúbito lateral esquerdo.

O sistema de saúde brasileiro permite a coexistência entre o serviço público e os planos privados, regulamentados pela Lei nº 9.656/1998. Essa legislação estabelece as diretrizes para a atuação das operadoras de saúde suplementar, definindo seus direitos e obrigações em relação aos beneficiários. No entanto, nem todos os procedimentos médicos são cobertos obrigatoriamente pelos planos de saúde, especialmente aqueles considerados eletivos ou não essenciais.

No caso apresentado, o casal que busca tratamento para infertilidade por meio de inseminação artificial não pode exigir que seu plano de saúde custeie o procedimento. A Lei nº 9.656/1998 não inclui obrigatoriedade de cobertura para técnicas de reprodução assistida, deixando a critério de cada operadora decidir se oferece ou não esse serviço. Portanto, a assertiva está correta ao afirmar que a operadora não está obrigada a arcar com tal tratamento.

Essa situação ilustra uma limitação importante dos planos de saúde privados no Brasil. Enquanto o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece alguns tratamentos de reprodução assistida, os planos privados podem optar por não cobrir esses procedimentos, deixando os beneficiários com a responsabilidade financeira integral quando desejam recorrer a esses métodos.

O julgamento do item como CERTO reflete o entendimento correto da legislação vigente sobre saúde suplementar no Brasil. A decisão da operadora em não cobrir o tratamento de inseminação artificial está em conformidade com a lei, já que esta não estabelece a obrigatoriedade de cobertura para esse tipo específico de procedimento médico.

De acordo com o Ministério da Saúde, os exames obrigatórios na primeira consulta do pré-natal são essenciais para garantir a saúde da gestante e do feto. Entre as opções apresentadas, a única que não é obrigatória nessa etapa é a Ultrassonografia obstétrica, tornando a alternativa A) a correta.

Os demais exames listados são fundamentais no acompanhamento inicial:

• B) Sorologia anti-HIV: Identifica a presença do vírus HIV, permitindo intervenções para reduzir o risco de transmissão vertical.
• C) Sorologia para Sífilis: Detecta a infecção por sífilis, que pode causar complicações graves se não tratada.
• D) Dosagem de hemoglobina e hematócrito: Avalia possíveis anemias, comuns na gestação.
• E) Grupo sanguíneo e fator Rh: Identifica incompatibilidades sanguíneas entre mãe e feto.

A ultrassonografia, embora importante, não é obrigatória na primeira consulta, sendo geralmente agendada conforme o protocolo médico ou necessidade específica.

Análise dos Fatores de Risco no Pré-Natal

O acompanhamento pré-natal é fundamental para garantir a saúde da gestante e do bebê, sendo a identificação dos fatores de risco uma etapa crucial desse processo. Conforme as diretrizes do Ministério da Saúde, a avaliação de risco deve ser contínua, realizada em todas as consultas, para que as intervenções necessárias sejam feitas no momento adequado.

Entre os fatores de risco considerados relevantes para a gestação atual, destacam-se:

• Idade materna extrema (menor que 15 anos ou maior que 35 anos), que pode aumentar as chances de complicações como prematuridade e hipertensão.
• Uso de substâncias psicoativas, sejam elas lícitas ou ilícitas, pois podem causar danos ao desenvolvimento fetal e complicações na gravidez.
• Histórico de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia em gestações anteriores, indicando maior predisposição a distúrbios hipertensivos.
• Endocrinopatias, como diabetes e doenças da tireoide, que exigem controle rigoroso para evitar desfechos adversos.

No entanto, a alternativa E) "Gestação anterior a mais de 2 anos e a menos de 5 anos" não é reconhecida como um fator de risco. Esse intervalo entre gestações, embora possa influenciar no planejamento familiar, não está associado a complicações obstétricas comprovadas, diferentemente dos outros itens listados.

Portanto, a identificação correta dos riscos permite ao profissional de saúde direcionar o cuidado de forma personalizada, assegurando um pré-natal eficaz e reduzindo possíveis agravos à saúde materno-infantil.

No que concerne à assistência integral à mulher vítima de violência, a legislação brasileira estabelece diretrizes específicas sobre o direito ao abortamento nos casos de gravidez resultante de violência sexual. De acordo com a lei, não é exigido alvará ou autorização judicial para a realização do procedimento nessa situação, conforme previsto no Código Penal e regulamentado por normas do Ministério da Saúde.

A afirmação de que "A lei penal brasileira exige alvará ou autorização judicial para a realização do abortamento em casos de gravidez decorrente de violência sexual" está incorreta, pois a legislação assegura à mulher o direito de interromper a gravidez nesses casos sem necessidade de trâmite judicial. Portanto, o gabarito correto é E) ERRADO.

Essa garantia legal visa assegurar o acesso rápido e humanizado aos serviços de saúde, respeitando a autonomia da mulher vítima de violência e evitando a revitimização por meio de processos burocráticos desnecessários.