Questões Sobre Saúde da Mulher - Enfermagem - concurso

Uma mulher colocou o diafragma (método contraceptivo de barreira) às 06 horas e teve relação sexual às 08 horas. O horário mais próximo no qual o diafragma poderá ser retirado é:

• A)10 horas;
• B)12 horas;
• C)14 horas;
• D)16 horas;
• E)18 horas.

O gabarito correto é C).

De acordo com a Constituição Federal de 1988, o planejamento familiar é um direito fundamental, baseado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável. O Estado tem o dever de fornecer recursos educacionais e científicos para que os casais exerçam esse direito de forma livre e consciente, sem qualquer tipo de coerção. Nesse contexto, os profissionais de saúde, especialmente os da enfermagem, desempenham um papel crucial na orientação e educação dos pacientes sobre o tema.

Analisando as afirmativas apresentadas:

1. (V) Verdadeira: O acesso ao planejamento familiar inclui o direito à informação, assistência especializada e recursos que permitam escolhas livres e conscientes sobre ter ou não filhos, o número, o espaçamento entre eles e o método anticoncepcional mais adequado, sem coação. Isso está em conformidade com os princípios constitucionais.

2. (F) Falsa: Os métodos naturais aprovados pelo Ministério da Saúde (MS) incluem o muco e a tabela, mas o espermaticida e o DIU não são considerados métodos naturais. O DIU é um método contraceptivo reversível, enquanto o espermaticida é um método químico.

3. (V) Verdadeira: O diafragma, como método de barreira, possui contraindicações, como mulheres que nunca tiveram relações sexuais (devido à dificuldade de inserção), infecções urinárias de repetição e posição anormal do útero, que podem comprometer sua eficácia.

4. (F) Falsa: As pílulas anticoncepcionais contêm hormônios sintéticos similares aos produzidos pelo corpo da mulher, como estrogênio e progesterona. Sua principal ação é inibir a ovulação, e não impedir a migração do óvulo fecundado.

Portanto, a sequência correta é V, F, V, F, correspondente à alternativa B).

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) representam um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, com impacto significativo na transmissão do HIV e no desenvolvimento de complicações graves quando não tratadas adequadamente. A equipe de enfermagem desempenha um papel fundamental na prevenção, orientação e tratamento dessas doenças, reforçando a importância do conhecimento sobre suas características e formas de transmissão.

Analisando as afirmativas apresentadas:

1. "A sífilis é uma doença infecciosa de transmissão sexual ou materno-fetal. Quando o agente causador da doença está presente na corrente sanguínea da gestante, atravessa a barreira placentária atingindo o feto." Esta afirmação é verdadeira (V), pois a sífilis pode ser transmitida tanto por via sexual quanto verticalmente (da mãe para o feto durante a gestação), causando a sífilis congênita.

2. "As principais formas de transmissão do vírus HIV causador da síndrome da imunodeficiência humana são: sexual, sanguíneo, vertical (materno-fetal) e ocupacional, ocasionada por acidente de trabalho em profissionais de saúde." Esta afirmação também é verdadeira (V), já que o HIV pode ser transmitido por relações sexuais desprotegidas, contato com sangue contaminado, de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação, e por acidentes com material perfurocortante em profissionais de saúde.

3. "A transmissão do vírus da hepatite B (HBV) se faz por duas vias: a via oral e a via sexual e, por causa dessa última forma de transmissão citada, é considerada uma doença sexualmente transmissível." Esta afirmação é falsa (F), pois a hepatite B não é transmitida por via oral, mas sim por contato com sangue ou fluidos corporais infectados, relações sexuais desprotegidas e de mãe para filho durante o parto.

4. "O HPV é responsável pela doença infecciosa, de transmissão frequentemente sexual, também conhecida como verruga genital ou crista de galo." Esta afirmação é verdadeira (V), uma vez que o HPV (Papilomavírus Humano) é uma infecção sexualmente transmissível que pode causar verrugas genitais e está associado a alguns tipos de câncer.

Portanto, a sequência correta é V, V, F, V, correspondente à alternativa D).

Assistir as mulheres no momento do parto e do nascimento com segurança e dignidade é um grande desafio. Em função disso, o Ministério da Saúde publicou o Manual sobre parto, aborto e puerpério, visando a assistência humanizada do binômio mãe e filho.

Tendo em vista o papel da equipe de enfermagem na assistência humanizada à mãe e ao filho no puerpério, a alternativa INCORRETA é a seguinte:

• C) Após iniciada a deambulação, o banho deverá ser feito no chuveiro. No caso de parto cesariana, aconselha-se proteger a cicatriz cirúrgica com curativo oclusivo até 30 dias pós-parto, evitando-se infecções.

Esta afirmação está incorreta porque, embora o banho no chuveiro seja permitido após a deambulação, não é necessário manter um curativo oclusivo na cicatriz da cesariana por 30 dias. Na realidade, a recomendação é que o curativo seja removido em poucos dias (geralmente 24 a 48 horas), mantendo a área limpa e seca para facilitar a cicatrização e evitar infecções. O prolongamento desnecessário do curativo pode, inclusive, aumentar o risco de complicações.

O câncer de mama é uma das doenças que mais impactam a saúde feminina, não apenas por sua alta incidência, mas também pelos profundos efeitos emocionais e psicológicos que acarreta. Diante disso, estratégias de conscientização, prevenção e diagnóstico precoce são fundamentais para reduzir sua mortalidade e melhorar a qualidade de vida das pacientes. A seguir, analisaremos as afirmações apresentadas, destacando a alternativa incorreta.

A alternativa A) está correta, pois fatores como menarca precoce, menopausa tardia e nuliparidade (não ter tido filhos) são reconhecidos como fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, devido à maior exposição aos hormônios estrogênicos ao longo da vida.

A alternativa B) também está correta, já que a história familiar desempenha um papel significativo no risco de câncer de mama, especialmente quando parentes de primeiro grau são diagnosticados antes dos 50 anos, indicando possível predisposição genética.

A alternativa C) é a incorreta, pois o câncer de mama é, na verdade, uma das neoplasias malignas mais frequentes entre as mulheres brasileiras, ocupando o topo das estatísticas. Além disso, a ausência do autoexame das mamas (AEM) não significa que as estratégias de prevenção devam ser negligenciadas, já que o exame clínico e a mamografia são essenciais para o diagnóstico precoce.

A alternativa D) está correta, uma vez que o diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura, permitindo tratamentos menos invasivos e mais eficazes.

Por fim, a alternativa E) está correta, pois mulheres a partir de 35 anos que pertencem a grupos de alto risco devem realizar exames clínicos das mamas e mamografia anualmente, conforme recomendações médicas, para detecção precoce de possíveis alterações.

Portanto, a alternativa C) é a que contém informações equivocadas, destacando a importância de disseminar dados precisos sobre o câncer de mama para garantir uma abordagem adequada na prevenção e no tratamento.

O caso apresentado ilustra uma situação comum na saúde pública, envolvendo uma jovem de 20 anos que, após participar de um grupo educativo, decidiu realizar seu primeiro exame citopatológico. O resultado indicou a presença de NIC I (Neoplasia Intraepitelial Cervical Grau I) ou lesão de baixo grau, o que exige uma conduta adequada para garantir seu acompanhamento e prevenção de complicações.

Diante desse cenário, a resposta correta é a alternativa E) repetição do exame citopatológico com 6 meses na unidade. Essa conduta está alinhada com as diretrizes do Ministério da Saúde para o rastreamento do câncer do colo do útero, que recomenda o seguimento conservador em casos de lesões de baixo grau, devido à alta probabilidade de regressão espontânea. A repetição do exame após seis meses permite monitorar a evolução da lesão sem intervenções desnecessárias.

As outras alternativas não são as mais adequadas neste contexto. Encaminhar para Cirurgia de Alta Frequência (CAF) (A) ou para colposcopia imediata (D) seria precoce, pois lesões de baixo grau geralmente não requerem tratamento imediato. Repetir o exame em outro laboratório (B) não é necessário, a menos que haja dúvida quanto à qualidade da amostra. Embora os grupos educativos (C) sejam importantes para promoção da saúde, eles não substituem o acompanhamento clínico específico neste caso.

Portanto, a conduta mais adequada é o seguimento com repetição do exame em seis meses, conforme preconizado, garantindo uma abordagem segura e baseada em evidências para a paciente.

São doenças que podem ser transmitidas através da relação sexual, EXCETO:

• A) Toxoplasmose.
• B) Hepatite B.
• C) AIDS/HIV.
• D) Sífilis.
• E) HPV.

O gabarito correto é A).

O Diafragma é um método contraceptivo de barreira, que se baseia na obstrução da passagem dos espermatozóides para o interior do útero, impossibilitando, assim, o seu encontro com o óvulo. Sobre esse método, podemos afirmar que:

• A) recobre a parede vaginal e a vulva e, portanto, eleva a proteção contra todas as DST/AIDS.
• B) pode ser colocado minutos ou horas antes da relação sexual e não deve ser retirado de 6 a 8 horas após a última relação sexual.
• C) para aumentar ao máximo sua efetividade, somente deve ser retirado 24h após a última relação sexual.
• D) devido à eficácia desse método ser restrita e dependente da regularidade menstrual, só têm lugar enquanto os ciclos permanecerem regulares.

O gabarito correto é B).

A senhora M.C.D., transplantada de fígado, compareceu ao serviço de Prevenção do Câncer de Colo de Útero (PCCU) de uma Unidade Básica de Saúde para realizar o rastreamento citológico de rotina. O resultado do exame apresentou anormalidade citológica, o que demanda uma conduta específica por parte do profissional de saúde.

De acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, diante de um resultado anormal em pacientes imunossuprimidos, como é o caso de transplantados, a conduta adequada é o encaminhamento imediato para uma Unidade de Referência Secundária, a fim de realizar a colposcopia. Isso se deve ao maior risco de progressão rápida de lesões pré-cancerosas nesse grupo de pacientes.

Portanto, a alternativa correta é:

• B) encaminhar a usuária à Unidade de Referência Secundária, para colposcopia imediata.

As demais opções não são adequadas para este caso específico. O tratamento imediato sem avaliação colposcópica (A) não é recomendado, assim como seguir a rotina de rastreamento (D). O encaminhamento para Alta Complexidade em Oncologia (C) seria prematuro sem a confirmação diagnóstica através da colposcopia.

O caso apresentado descreve uma paciente com queixa de dor pélvica e desconforto, atendida em um serviço especializado em Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Durante a avaliação, o profissional de saúde identificou dor à mobilização do colo uterino e ao toque vaginal, mas não observou sangramento vaginal, atraso menstrual ou sinais de gravidade abdominal. Esses achados clínicos são sugestivos de Doença Inflamatória Pélvica (DIP), uma infecção ascendente que acomete o trato genital superior feminino.

De acordo com as diretrizes do Programa Nacional de DST/AIDS, a conduta mais adequada diante dessa suspeita é iniciar imediatamente o tratamento empírico para DIP, mesmo na ausência de todos os critérios diagnósticos. A DIP requer intervenção precoce para prevenir complicações como infertilidade, dor pélvica crônica e gravidez ectópica. A alternativa correta é a A), que prevê o início do tratamento específico e o agendamento de retorno em 3 dias para reavaliação.

As outras opções apresentam condutas inadequadas para o quadro descrito: a vaginose bacteriana (opção B) e a candidíase (opção D) geralmente não causam dor à mobilização cervical, enquanto a tricomoníase (opção C), embora possa causar cervicite, não justificaria adiar o tratamento para DIP diante dos achados clínicos apresentados. A solicitação de sorologias complementares, como anti-HIV e VDRL, é importante, mas não substitui o tratamento imediato da infecção aguda.