Questões Sobre Urgência e Emergência - Enfermagem - concurso

O caso apresentado descreve um paciente prostático com retenção urinária aguda admitido no Pronto Socorro. Essa condição requer intervenção imediata para aliviar o desconforto do paciente e prevenir complicações. Entre as opções fornecidas, a alternativa correta é a E) realizar o esvaziamento vesical por meio da passagem da sonda de Foley 14 ou 16, conforme indicado pelo gabarito.

A seguir, uma análise das demais alternativas e o porquê de serem incorretas:

• A) Evitar a lubrificação da uretra antes da sondagem vesical: Incorreto, pois a lubrificação é essencial para reduzir o trauma uretral durante a passagem da sonda.
• B) Proceder a lavagem vesical com solução antibiótica após o esvaziamento vesical: Incorreto, pois não há indicação rotineira de lavagem vesical com antibióticos nessa situação.
• C) Realizar a sondagem vesical com o paciente na posição de Trendelemburg: Incorreto, pois essa posição não é necessária para a sondagem vesical em pacientes prostáticos.
• D) Realizar a sondagem vesical com sondas de calibre 24 ou 26: Incorreto, pois sondas de calibre muito grande podem causar lesões uretrais em pacientes com hiperplasia prostática.

A escolha da sonda de Foley 14 ou 16 (alternativa E) é a mais adequada, pois permite o esvaziamento vesical de forma segura e com menor risco de trauma uretral em pacientes com obstrução prostática. Além disso, esse calibre é suficiente para aliviar a retenção sem causar danos desnecessários.

Em situações de emergência envolvendo lesões traumáticas, como a queda de uma escada que resulta em dor no calcâneo, a conduta imediata da equipe de enfermagem é fundamental para minimizar complicações e aliviar os sintomas do paciente. Neste caso específico, a resposta correta é a alternativa B) colocar bolsa de gelo ou compressas frias na região do calcâneo esquerdo, e a seguir, explico o porquê.

O uso de compressas frias ou gelo é uma medida padrão no atendimento inicial de traumas musculoesqueléticos, pois ajuda a reduzir o edema, o sangramento interno (se houver) e a dor, devido ao efeito vasoconstritor e anestésico local do frio. Essa conduta é especialmente importante antes da avaliação médica, pois evita a piora do quadro e não interfere no diagnóstico posterior.

As outras alternativas apresentam erros que as tornam inadequadas:

• A) Manter o membro inferior esquerdo em nível mais baixo em relação ao corpo: Elevar o membro é o recomendado para reduzir o edema, não mantê-lo abaixo do corpo.
• C) Apoiar a perna em uma almofada e fazer movimentos rotatórios com o calcanhar: Movimentar a área lesionada pode agravar a lesão.
• D) Imobilizar a região após recolocar o calcâneo na posição anterior ao acidente: A manipulação da fratura ou luxação sem avaliação médica é contraindicada.
• E) Massagear e movimentar a região do calcâneo esquerdo: Assim como na alternativa C, isso pode piorar a lesão.

Portanto, a aplicação de gelo é a medida mais segura e eficaz para o manejo inicial dessa queixa, alinhada às boas práticas de enfermagem em emergências.

De acordo com a referência Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado/NAEMT, a Síndrome da Radiação Aguda (SRA) é uma condição grave que ocorre após a exposição a altas doses de radiação ionizante. No atendimento em primeiros socorros à vítima de queimadura por radiação, o enfermeiro deve estar atento aos sinais característicos dessa síndrome, que afeta principalmente células de rápida divisão, como as da pele, trato gastrintestinal e medula óssea.

A alternativa correta para identificar a SRA é a C), que descreve sintomas como náuseas, vômitos e dores abdominais em cólicas. Esses sinais estão diretamente relacionados ao dano celular causado pela radiação, especialmente no sistema digestivo, onde as células se renovam rapidamente. A destruição dessas células leva a distúrbios gastrointestinais, um dos primeiros indicadores da síndrome.

As demais alternativas descrevem condições não relacionadas à SRA:

• A) Refere-se a rabdomiólise, associada a trauma muscular severo.
• B) Descreve sintomas de intoxicação por mercúrio (acrodinia) ou queimaduras químicas.
• D) Caracteriza o tetano ou convulsões tônicas.
• E) Relaciona-se a queimaduras por agentes químicos penetrantes.

Portanto, o reconhecimento precoce dos sintomas da SRA é crucial para o manejo adequado do paciente, sendo os distúrbios gastrointestinais um marcador importante dessa condição.

A intermação é um distúrbio grave relacionado ao calor, caracterizado por um conjunto de sintomas que demandam atenção imediata. No contexto dos primeiros socorros, é essencial que os profissionais de saúde, como enfermeiros, estejam aptos a reconhecer os sinais clínicos associados a essa condição para agir de forma eficaz.

Analisando as descrições apresentadas:

I. Refere-se às manifestações fisiológicas da intermação, como temperaturas centrais elevadas, danos celulares, disfunção multissistêmica e comprometimento neurológico devido à falha do centro termorregulador. Esses são sintomas clássicos e diretamente relacionados ao quadro.

II. Descreve alterações neurológicas decorrentes da intermação, incluindo confusão mental, comportamento anormal, perda de consciência, convulsões e coma. Tais sinais reforçam a gravidade do distúrbio e sua urgência clínica.

III. Aborda a ceratite solar, uma condição causada pela exposição intensa à radiação ultravioleta, comum em ambientes de alta altitude. Embora relevante em situações de exposição solar, não está diretamente ligada à intermação.

Portanto, a resposta correta é D) I e II, apenas, pois esses itens representam os sinais e sintomas específicos da intermação, enquanto o item III descreve uma condição distinta.

O choque distributivo é uma condição crítica que ocorre devido a uma má distribuição do fluxo sanguíneo no organismo, resultando em perfusão inadequada dos tecidos. Entre as alternativas apresentadas, a opção A é a correta, pois descreve um cenário em que há um aumento do espaço vascular sem um aumento proporcional do volume de líquido circulante, levando à queda do débito cardíaco.

Esse fenômeno pode ser explicado pela dilatação anormal dos vasos sanguíneos, que reduz a resistência vascular sistêmica sem que haja reposição volêmica adequada. Como consequência, o coração não consegue manter um débito cardíaco suficiente para suprir as demandas metabólicas dos tecidos, caracterizando o estado de choque.

As outras alternativas apresentam mecanismos distintos:

• B) Refere-se a uma disfunção autonômica, mas não define o choque distributivo.
• C) Descreve um mecanismo de choque séptico por extravasamento capilar, mas não é a definição primária do choque distributivo.
• D) Relaciona-se a alterações pulmonares, não ao choque distributivo sistêmico.
• E) Trata de sintomas de hiperventilação, sem relação direta com o tema.

Portanto, a resposta correta é A, pois sintetiza o mecanismo fisiopatológico central do choque distributivo: a desproporção entre a capacidade vascular e o volume sanguíneo circulante.

De acordo com as diretrizes atualizadas da American Heart Association (AHA), o atendimento a um indivíduo em parada cardiorrespiratória deve seguir protocolos específicos para maximizar as chances de sobrevivência e minimizar sequelas. Entre as alternativas apresentadas, a resposta correta é a letra E), que recomenda realizar compressões torácicas externas, permitindo que o tórax retorne completamente à posição normal após cada compressão.

Essa técnica é fundamental porque garante um preenchimento adequado do coração com sangue (pré-carga), otimizando a eficácia das compressões subsequentes. A AHA enfatiza a importância de compressões profundas (pelo menos 5 cm em adultos) e rápidas (100 a 120 por minuto), intercaladas com ventilações de resgate em um ritmo adequado, mas sem comprometer o retorno completo do tórax.

As outras alternativas apresentam erros críticos:

• A) Compressões superficiais são ineficazes, pois não geram fluxo sanguíneo adequado.
• B) Hiperventilar é prejudicial, pois aumenta a pressão intratorácica e reduz o retorno venoso.
• C) Embora compressões profundas sejam necessárias, a justificativa está incorreta, pois o objetivo é justamente evitar hipóxia.
• D) Ventilações prolongadas interrompem as compressões e prejudicam a perfusão.

Portanto, a técnica correta, conforme a AHA, prioriza compressões torácicas de qualidade, com descompressão completa, aliadas a ventilações breves e sincronizadas, garantindo a oxigenação e circulação adequadas durante a reanimação cardiopulmonar (RCP).

Durante um atendimento de primeiros socorros, o uso da cânula orofaríngea (COF) pode ser necessário em situações específicas. A COF é um dispositivo médico utilizado para auxiliar na manutenção da via aérea em pacientes não responsivos que não estejam intubados, garantindo que as vias respiratórias permaneçam desobstruídas.

Entre as alternativas apresentadas, a correta é a letra A, pois a COF de fato auxilia na manutenção da via aérea em indivíduos inconscientes, evitando que a língua obstrua a passagem de ar. As outras opções contêm informações incorretas ou imprecisas sobre o uso adequado da cânula orofaríngea:

• B) A COF não deve ser posicionada de modo a empurrar a língua para trás de forma agressiva, mas sim de maneira a mantê-la em uma posição que evite o bloqueio da via aérea.
• C) A COF não protege contra broncoaspiração, pois não impede o vômito. Seu propósito é apenas manter a via aérea pérvia.
• D) A COF não deve ser utilizada em pacientes responsivos, pois pode desencadear engasgos ou vômitos.
• E) O posicionamento da COF não deve pressionar a epiglote contra a laringe, pois isso poderia causar obstrução ou lesão.

Portanto, o conhecimento correto sobre o uso da cânula orofaríngea é essencial para enfermeiros e profissionais de saúde, garantindo uma assistência segura e eficaz em situações de emergência.

O DEA (Desfibrilador Externo Automático) é um dispositivo essencial em situações de emergência cardíaca, pois auxilia o socorrista a identificar e tratar arritmias potencialmente fatais. Sua função principal é analisar o ritmo cardíaco da vítima e, se necessário, orientar a aplicação de um choque elétrico para restaurar um batimento cardíaco eficaz. No entanto, o DEA só recomendará o choque se detectar um ritmo considerado "passível de choque".

Entre as opções apresentadas, o gabarito correto é a alternativa C) fibrilação ventricular e a taquicardia ventricular sem pulso. Esses dois ritmos são os únicos tratáveis com desfibrilação, pois representam uma atividade elétrica caótica ou acelerada do coração, mas sem eficácia mecânica (ou seja, sem gerar pulso). O DEA é programado para reconhecer esses padrões e liberar o choque quando necessário.

As outras alternativas incluem combinações incorretas, como assistolia (parada cardíaca sem atividade elétrica) e atividade elétrica sem pulso (AESP), que não respondem à desfibrilação. Nessas situações, o DEA não recomendará o choque, e o tratamento deve se concentrar em reanimação cardiopulmonar (RCP) e medicamentos específicos.

Portanto, entender os ritmos cardíacos passíveis de choque é fundamental para o uso adequado do DEA e para aumentar as chances de sobrevivência em casos de parada cardiorrespiratória.

Os protocolos gerais para o manejo do paciente envenenado estão descritos no ACLS (Advanced Cardiac Life Support). De acordo com essa referência, os quatro sinais tardios característicos de overdose por antidepressivos tricíclicos são:

• A) aneurisma dissecante de aorta, tamponamento cardíaco, cefaleia e agitação.
• B) pericardite, sialorreia intensa, hiperglicemia e poliúria.
• C) icterícia, fraqueza unilateral e bilateral de extremidades, atelectasia e zumbido.
• D) coma, convulsões, defeitos na condução elétrica e contratilidade miocárdica diminuída.
• E) ptose unilateral, miocardite, hipertermia persistente e contratilidade miocárdica aumentada.

O gabarito correto é D).

A síndrome compartimental aguda é uma condição grave que exige intervenção médica imediata para evitar sequelas irreversíveis. Ela ocorre quando há um aumento da pressão dentro de um compartimento muscular fechado, comprometendo a circulação sanguínea e a oxigenação dos tecidos.

Entre as alternativas apresentadas, a opção C é a correta, pois descreve com precisão as características dessa síndrome:

• Comprometimento da perfusão de órgãos devido ao aumento da pressão intracompartimental, que supera a pressão capilar.
• Dor intensa, pulsátil e progressiva, um dos principais sintomas que indicam a necessidade de tratamento urgente.

As outras alternativas não correspondem à síndrome compartimental aguda:

• A) Anasarca e angústia respiratória estão mais associadas a condições cardiopulmonares, enquanto a esclerose lateral amiotrófica é uma doença neurodegenerativa.
• B) A diminuição do volume muscular e a inflamação da fáscia são mais características de processos crônicos, não agudos.
• D) A anóxia por diminuição da pressão intracompartimental é incorreta, pois o problema é justamente o aumento da pressão.
• E) Hemorragias generalizadas não são um sintoma típico dessa síndrome.

Portanto, o reconhecimento rápido dos sintomas e a descompressão cirúrgica são essenciais para evitar danos permanentes aos músculos e nervos afetados.