Questões Sobre Análises Clínicas - Farmácia - concurso

Sobre os anticoagulantes, a alternativa correta é:

• D) São utilizados em distúrbios cardiovasculares, embolia pulmonar e trombose venosa.

Justificativa:

Os anticoagulantes são medicamentos essenciais no tratamento e prevenção de condições trombóticas, como trombose venosa profunda, embolia pulmonar e outras complicações cardiovasculares relacionadas à formação de coágulos. A heparina, um dos principais representantes dessa classe, não está restrita à versão porcina (alternativa B incorreta) e pode ser administrada por vias subcutânea ou intravenosa (alternativa C incorreta). Já a epoetina, mencionada na alternativa A, não é um anticoagulante, mas sim um agente estimulante da eritropoese, utilizado no tratamento da anemia. Portanto, a resposta correta é a D), que descreve com precisão as principais indicações terapêuticas dos anticoagulantes.

Qual das seguintes vitaminas é teratogênica em doses elevadas?

• A) Vitamina A.
• B) Vitamina B12.
• C) Vitamina E.
• D) Vitamina C.

O gabarito correto é A) Vitamina A.

O fenômeno de "zona" na técnica de hemoaglutinação para diagnóstico da Doença de Chagas é um desafio interpretativo, pois interrompe a progressão esperada de resultados positivos e negativos. No caso descrito, onde o terceiro tubo não apresentou aglutinação, mas o quinto e subsequentes também não aglutinaram, a interpretação correta do título final deve considerar a diluição máxima que ainda demonstra aglutinação após a ocorrência desse fenômeno.

A alternativa correta (A) indica que o título final corresponde à maior diluição positiva após a "zona", pois reflete a verdadeira capacidade de aglutinação do soro testado, superando eventuais interferências técnicas. Essa abordagem é consistente com os princípios sorológicos, onde o último tubo com reação visível antes da zona de equivalência representa o ponto final válido. As demais alternativas incorrem em erros conceituais: a opção B sugere uma leitura imediatista, a C ignora resultados pós-zona, a D fixa um valor arbitrário, e a E contraria o princípio de considerar a última diluição reagente.

Portanto, a interpretação laboratorial adequada requer atenção à sequência completa de diluições, priorizando a última diluição positiva após qualquer fenômeno atípico, conforme estabelecido no gabarito oficial.

A despirogenização é um processo crítico na indústria farmacêutica e em áreas que exigem esterilização rigorosa, visando eliminar ou inativar endotoxinas bacterianas, como o lipopolissacarídeo (LPS). Segundo Pinto et al., esse processo pode ocorrer por meio de dois mecanismos principais: inativação ou remoção das endotoxinas. No contexto da despirogenização por inativação, a alternativa correta é a letra B, que afirma que o antibiótico catiônico polimixina B pode anular a atividade biológica do LPS.

A polimixina B atua neutralizando a carga negativa do LPS, especificamente no domínio do lipídeo A, que é responsável pela toxicidade das endotoxinas. Essa interação eletrostática impede a ligação do LPS a receptores celulares, bloqueando assim sua atividade biológica e efeitos pirogênicos. Esse método é amplamente estudado e aplicado em situações onde a remoção física do pirogênio não é viável.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou imprecisas. Por exemplo, o carvão sinterizado (alternativa A) não aumenta a adsorção de endotoxinas, mas sim auxilia em sua remoção física. A radiação ionizante do Co60 (alternativa C) depende da dose aplicada para sua eficácia, e o peróxido de hidrogênio (alternativa D), apesar de inativar pirogênios, exige etapas adicionais para remoção de resíduos. Já a alternativa E, sobre agentes alquilantes, descreve um mecanismo que não é o principal para a inativação do LPS.

Portanto, a inativação por polimixina B representa uma estratégia eficaz e específica para neutralizar a atividade biológica das endotoxinas, confirmando a alternativa B como a correta.

O ensaio de agregação plaquetária é um método laboratorial essencial para avaliar a função das plaquetas no processo de coagulação sanguínea. No método macroscópico, utiliza-se plasma rico em plaquetas (PRP) do paciente, coletado com citrato de sódio como anticoagulante. Para induzir a agregação plaquetária in vitro, o composto mais frequentemente utilizado é o difosfato de adenosina (ADP), que corresponde à alternativa B.

O ADP é um potente agonista plaquetário que se liga a receptores específicos na membrana das plaquetas, desencadeando uma cascata de sinalização intracelular. Essa ativação leva à modificação conformacional da glicoproteína IIb/IIIa, permitindo a ligação do fibrinogênio e consequente agregação entre as plaquetas. Esse fenômeno pode ser observado macroscopicamente pela formação de agregados visíveis ou por meio de técnicas de turbidimetria.

As outras alternativas apresentam compostos que, embora relacionados à função plaquetária, não são utilizados rotineiramente neste teste específico. A tromboxana A2 (alternativa C) é um mediador produzido após a ativação plaquetária, mas sua instabilidade torna inviável seu uso direto. A tromboplastina (D) é um reagente utilizado em testes de coagulação como o TP, enquanto a cumarina (E) é um anticoagulante oral e a noradrenalina (A) não tem aplicação direta neste contexto.

O método de esterilização que utiliza autoclave é o calor úmido, conforme indicado na alternativa E. A autoclave é um equipamento amplamente empregado em laboratórios, hospitais e indústrias para a esterilização de materiais, pois combina pressão elevada com vapor de água em alta temperatura, garantindo a eliminação de microrganismos, incluindo esporos bacterianos.

As demais alternativas apresentam outros métodos de esterilização, mas não são realizados em autoclave. O calor seco (A) é aplicado em estufas, o óxido de etileno (B) é um gás utilizado em processos químicos, enquanto as radiações ionizantes (C) e não ionizantes (D) envolvem técnicas como raios gama ou ultravioleta, respectivamente. Portanto, a resposta correta é, de fato, a opção E.

O hemograma é um exame fundamental para avaliação hematológica, e a análise automatizada pode apresentar interferências que demandam atenção do profissional. No caso descrito, a presença de uma aglutinina a frio no soro do paciente pode levar a resultados falsamente elevados de hemoglobina corpuscular média (HCM) devido à agregação de hemácias, que interfere na contagem celular e na medição de parâmetros relacionados.

A conduta correta, conforme indicado pelo gabarito (alternativa C), consiste em diluir uma alíquota da amostra em EDTA com o diluente do analisador previamente aquecido a 37°C. Esse procedimento visa neutralizar o efeito da aglutinina a frio, que atua em temperaturas mais baixas, evitando assim a agregação das hemácias. Após a diluição, os valores de hematócrito, hemoglobina e contagem de hemácias devem ser corrigidos multiplicando-os pelo fator de diluição utilizado.

As demais alternativas apresentam falhas ou inadequações: a opção A sugere a coleta em citrato, o que não resolve o problema da aglutinina a frio; a alternativa B propõe diluição com solução salina a 3%, o que pode não dissolver os aglutinados; a opção D menciona um processo de tindalização, que não é aplicável neste contexto; e a alternativa E recomenda incubação a 56°C, temperatura excessiva que pode causar hemólise e prejudicar a análise.

Portanto, a técnica de diluição com aquecimento a 37°C é a mais adequada para garantir a precisão dos resultados em pacientes com aglutininas a frio, assegurando uma avaliação hematológica confiável.

Segundo Henry, a dosagem bioquímica de alguns analitos pode sofrer variação diurna, um fenômeno conhecido como ritmo circadiano. Entre os elementos listados, o ferro se destaca como o analito que apresenta essa característica de forma mais significativa. Essa variação ocorre devido a fatores como absorção intestinal, metabolismo hepático e processos inflamatórios, que seguem ciclos circadianos.

O ferro sérico apresenta flutuações ao longo do dia, com níveis mais elevados pela manhã e redução progressiva durante a tarde. Esse padrão é particularmente relevante para a interpretação de exames laboratoriais, pois valores obtidos em diferentes horários podem levar a conclusões distintas sobre o estado nutricional ou presença de patologias como anemia ou hemocromatose.

Os demais íons listados - sódio, cálcio, fósforo e potássio - mantêm níveis séricos relativamente estáveis ao longo do dia, sendo menos suscetíveis a variações circadianas significativas. Portanto, entre as alternativas apresentadas, o ferro (alternativa A) é corretamente identificado como o íon cuja dosagem bioquímica apresenta variação diurna relevante, conforme descrito por Henry.

De acordo com as informações fornecidas, o gabarito correto para a questão sobre os efeitos do exercício a longo prazo nos valores plasmáticos de analitos é a alternativa E) Hormônio luteinizante. Esta resposta está fundamentada na referência a Henry, que aponta essa alteração específica como consequência da prática prolongada de atividade física.

As demais opções apresentadas - T4 livre, hormônio somatotrófico, T3 total e fosfatase alcalina - não correspondem ao analito que sofre modificação conforme a questão proposta. É importante destacar que o hormônio luteinizante, produzido pela hipófise anterior, desempenha funções cruciais no sistema reprodutivo e pode ter seus níveis influenciados por diversos fatores, incluindo a prática regular de exercícios físicos.

Esta questão ilustra como a atividade física pode impactar diversos sistemas fisiológicos, incluindo o sistema endócrino. O conhecimento dessas alterações é fundamental para profissionais da saúde que trabalham com avaliação e prescrição de exercícios, permitindo uma compreensão mais abrangente das respostas adaptativas do organismo ao treinamento físico prolongado.

A técnica de semeadura de uma ponta de cateter por rolamento, conforme descrita por Maki, é um método amplamente utilizado para avaliar a colonização microbiana em cateteres intravasculares. Segundo os critérios estabelecidos, considera-se uma cultura positiva quando a contagem de unidades formadoras de colônias (UFC) é superior a 15 UFC. Esse valor é considerado o ponto de corte para diferenciar entre uma possível contaminação acidental e uma colonização significativa que pode estar associada a infecções relacionadas ao cateter.

Entre as opções apresentadas (A) 5 UFC, B) 12 UFC, C) 15 UFC, D) 52 UFC e E) 100 UFC), a alternativa correta é a C) 15 UFC, pois reflete o consenso estabelecido na literatura médica para definir uma cultura positiva nesse contexto. Valores inferiores a 15 UFC geralmente não são considerados clinicamente relevantes, enquanto contagens mais altas podem indicar uma maior probabilidade de infecção.