Questões Sobre Análises Clínicas - Farmácia - concurso

O tabagismo é um hábito nocivo à saúde que provoca diversas alterações no organismo, incluindo mudanças significativas no hemograma. Conforme apontado por Henry, o consumo de cigarro pode desencadear uma série de efeitos hematológicos, como o aumento da contagem de leucócitos, que corresponde à alternativa correta (E). Esse fenômeno está relacionado ao processo inflamatório crônico induzido pelas substâncias tóxicas presentes no tabaco, que estimulam a produção de células de defesa.

Embora outras alterações possam ocorrer, como a diminuição da hemoglobina (A) ou variações nos eosinófilos (B) e neutrófilos (C), essas não são as respostas mais consistentes associadas ao tabagismo. A redução do volume corpuscular médio (VCM) das hemácias (D) também não é um achado característico, pois o tabagismo tende a aumentar o VCM devido à deficiência de vitamina B12 e ácido fólico em fumantes. Portanto, o aumento de leucócitos (E) representa a alteração mais relevante e frequentemente observada em exames de sangue de indivíduos tabagistas.

O caso apresentado descreve um coco Gram-positivo com características específicas em testes microbiológicos: catalase negativo, alfa-hemólise em Ágar sangue e sensibilidade à Optoquina. Esses resultados são fundamentais para a identificação correta da bactéria em questão. Vamos analisar cada alternativa à luz desses achados.

A alternativa A) S. aureus pode ser imediatamente descartada, pois Staphylococcus aureus é catalase positivo, ao contrário do resultado observado. Já a opção B) E. faecium também não se encaixa, pois Enterococcus faecium tipicamente apresenta teste de catalase negativo, mas demonstra gamma-hemólise (não hemólise) em Ágar sangue e é resistente à Optoquina.

A alternativa C) Estreptococo grupo Viridans compartilha algumas características com o caso, como ser catalase negativo e apresentar alfa-hemólise. No entanto, os estreptococos do grupo Viridans são resistentes à Optoquina, o que elimina essa possibilidade. Similarmente, a opção E) S. agalactiae (Estreptococo do grupo B) é catalase negativo, mas tipicamente apresenta beta-hemólise e é resistente à Optoquina.

A alternativa correta é D) S. pneumoniae, pois Streptococcus pneumoniae é catalase negativo, apresenta alfa-hemólise (que pode evoluir para beta-hemólise com incubação prolongada) e é sensível à Optoquina - um teste crucial para sua identificação. A sensibilidade à Optoquina é um marcador importante que diferencia S. pneumoniae de outros estreptococos alfa-hemolíticos. Portanto, o gabarito D está correto e representa a identificação precisa da bactéria com base nos resultados laboratoriais fornecidos.

A contagem de leucócitos utilizando a Câmara de Neubauer é um método clássico em análises hematológicas e de fluidos corporais. A solução diluidora de Thoma, composta por ácido acético e violeta de genciana, é amplamente empregada para esse fim, pois permite a lise das hemácias e a coloração dos leucócitos, facilitando sua visualização e contagem. No entanto, há uma exceção importante quanto ao seu uso.

Entre as opções apresentadas – sangue, líquido ascítico, líquido pericárdico, líquido sinovial e líquido peritoneal – a solução de Thoma não é recomendada para o líquido sinovial (alternativa D). Isso ocorre porque o líquido sinovial possui uma viscosidade elevada devido à presença de ácido hialurônico, o que pode interferir na ação da solução diluidora e comprometer a precisão da contagem. Para esse tipo de amostra, geralmente utiliza-se solução salina ou outros diluentes específicos que não alterem sua consistência.

Nos demais casos (sangue e fluidos serosos como ascítico, pericárdico e peritoneal), a solução de Thoma é adequada, pois sua composição permite a lise eficiente das hemácias e a preservação dos leucócitos para análise. Portanto, o gabarito correto é de fato a alternativa D), reforçando a necessidade de atenção às particularidades de cada tipo de amostra no laboratório clínico.

A análise citológica do líquor é um procedimento importante para avaliar a composição celular do líquido cefalorraquidiano. Durante esse exame, é fundamental adotar medidas que preservem a integridade das células para garantir resultados confiáveis. Nesse contexto, a adição de soro à amostra evita deformações celulares, particularmente dos leucócitos, que são células frequentemente analisadas nesse tipo de exame. Além disso, o método de coloração mais adequado para essa análise é o Giemsa, que permite uma visualização clara das estruturas celulares.

Entre as opções apresentadas, a alternativa C é a correta, pois combina os elementos necessários para um exame citológico preciso: o soro para preservação celular, o foco nos leucócitos (células-chave na avaliação de processos inflamatórios ou infecciosos) e a técnica de coloração de Giemsa, amplamente utilizada em análises hematológicas e citológicas. As outras alternativas apresentam combinações incorretas de reagentes, tipos celulares ou métodos de coloração, o que as torna inadequadas para completar a sentença de forma precisa.

A serotonina (5-HT), um importante neurotransmissor, deriva do triptofano, um aminoácido essencial obtido através da dieta. Essa relação bioquímica é fundamental para a compreensão dos processos que regulam o humor, o sono e o apetite, já que a serotonina desempenha um papel central nesses mecanismos.

Entre as opções apresentadas:

• A) Tirosina: Precursora de neurotransmissores como a dopamina e a noradrenalina, mas não da serotonina.
• B) Triptofano: Resposta correta, pois é o precursor direto da serotonina.
• C) Glutamato: Atua como neurotransmissor excitatório, mas não está envolvido na síntese da serotonina.
• D) Histidina: Precursora da histamina, outro neurotransmissor com funções distintas.
• E) Colina: Relacionada à síntese de acetilcolina, sem ligação com a produção de serotonina.

Portanto, a alternativa correta é B) do triptofano, confirmando a via metabólica essencial para a produção desse neurotransmissor.

Analise as afirmativas abaixo e marque a única alternativa correta:

I. A maioria das meningites bacterianas é causada por N. meningitidis, H. influenzae e S. pneumoniae.

II. O líquor de meningites virais geralmente apresenta-se límpido, a taxa de proteína está abaixo de 100mg/dl e a de glicose está normal.

III. O líquor suspeito de meningite tuberculosa apresenta baixo teor protéico (abaixo de 100 mg/dl) e valores aumentados de glicose (acima de 40mg/dl).

• A) Apenas a afirmativa I está correta.
• B) Apenas a afirmativa II está correta.
• C) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
• D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.

O gabarito correto é C).

As doenças autoimunes são condições em que o sistema imunológico ataca erroneamente os próprios tecidos do corpo. No exercício apresentado, é necessário correlacionar cada doença com suas características específicas, identificando a sequência correta.

A Doença de Addison (III) está associada à presença de autoanticorpos antiadrenocorticais, que atacam as glândulas adrenais, levando à insuficiência adrenal. Já a Doença de Graves (I) é caracterizada pelo aumento das concentrações de T₃ e T₄ e na captação de T₃, devido à estimulação excessiva da tireoide por autoanticorpos contra o receptor de TSH. A Miastenia Grave (IV) apresenta autoanticorpos anti-receptor de acetilcolina, que prejudicam a transmissão neuromuscular. Por fim, a Tireoidite de Hashimoto (II) é marcada pela presença de autoanticorpos antitireoglobulina e antiperoxidase, resultando em destruição da glândula tireoide.

Portanto, a sequência correta é (III), (I), (IV), (II), correspondente à alternativa A).

As técnicas de imunoprecipitação são fundamentais para a detecção e quantificação de interações antígeno-anticorpo, sendo amplamente utilizadas em pesquisas biomédicas e diagnósticos clínicos. Essas reações baseiam-se na formação de complexos insolúveis quando antígenos e anticorpos se ligam em proporções adequadas, permitindo sua visualização e análise.

No contexto das reações de imunoprecipitação, é importante compreender os conceitos de pró-zona, zona de equivalência e pós-zona, que descrevem como a proporção entre antígeno e anticorpo influencia a formação do precipitado. A alternativa A) está incorreta porque o fenômeno de pró-zona ocorre devido a um excesso de anticorpos, não de antígeno. Nessa situação, a alta concentração de anticorpos impede a formação de grandes redes de imunocomplexos, resultando em pouca ou nenhuma precipitação.

Por outro lado, a zona de equivalência (alternativa B)) ocorre quando há um equilíbrio ideal entre antígeno e anticorpo, maximizando a formação do precipitado. A curva de precipitação (alternativa C)) de fato apresenta um formato parabólico, com pico na zona de equivalência e declínio nas zonas de excesso de antígeno ou anticorpo. Além disso, a quantidade de precipitado (alternativa D)) é influenciada por fatores como pH, temperatura, força iônica e, principalmente, pelas concentrações relativas dos reagentes.

Portanto, a compreensão desses princípios é essencial para a interpretação correta dos resultados em ensaios de imunoprecipitação, evitando erros técnicos e conclusões equivocadas.

O teste realizado para triagem da Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) é o(a):

• A) Fragilidade Osmótica
• B) HAM (Teste do Soro Acidificado)
• C) Teste da Hemólise com sacarose
• D) Falcização

O gabarito correto é C) Teste da Hemólise com sacarose.

O exame do sedimento urinário é uma ferramenta diagnóstica essencial na avaliação de doenças renais e do trato urinário. Através da análise microscópica da urina, é possível identificar elementos que indicam condições patológicas ou alterações fisiológicas. Entre os componentes analisados, destacam-se os cilindros, cristais e células, cada um com características específicas que auxiliam na interpretação dos resultados.

No caso dos cilindros hialinos, a alternativa A está correta, pois eles são formados predominantemente pela proteína de Tamm-Horsfall, uma glicoproteína secretada pelo rim. Sua presença pode ser aumentada temporariamente em situações como exercício físico intenso, desidratação por exposição ao calor ou estados febris, sem necessariamente indicar patologia renal grave.

As demais alternativas apresentam informações incorretas sobre os cristais urinários:

• Os uratos amorfos (alternativa B) geralmente aparecem em urina ácida, não alcalina, e têm coloração amarelo-acastanhada.
• Os oxalatos de cálcio (alternativa C) de fato são encontrados em urina ácida, mas sua forma característica é de envelopes ou halteres, não grânulos marrons.
• Os fosfatos amorfos (alternativa D) aparecem em urina alcalina, mas sua forma é amorfa (sem estrutura definida), enquanto a descrição do octaedro se aplica aos cristais de fosfato triplo.

Portanto, a compreensão das características microscópicas e do significado clínico dos elementos do sedimento urinário é fundamental para a correta interpretação dos exames e o diagnóstico adequado das condições do paciente.