Questões Sobre Farmácia Hospitalar e Comunitária - Farmácia - concurso

A farmácia hospitalar desempenha um papel fundamental na assistência ao paciente, exigindo não apenas a execução de atividades clínicas e logísticas, mas também um planejamento estratégico que esteja alinhado com as necessidades e complexidade do hospital. Entre as opções apresentadas, a ação que melhor representa o planejamento é o diagnóstico situacional, pois essa etapa é essencial para identificar as demandas, recursos e desafios existentes, servindo como base para a definição de metas e estratégias futuras.

Enquanto outras alternativas, como a distribuição de medicamentos por dose unitária ou a dispensação de medicamentos para pacientes em alta, são ações operacionais, o diagnóstico situacional é uma ferramenta de gestão que antecede a implementação de qualquer processo. Ele permite uma visão abrangente do cenário atual, facilitando decisões mais assertivas e eficientes. Portanto, a alternativa A) é a correta, pois reflete uma etapa primordial do planejamento em uma farmácia hospitalar.

A organização de uma Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) demanda cuidados específicos devido à natureza sensível dos medicamentos e materiais médico-hospitalares. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a D), que indica o sistema de ordenação por forma farmacêutica e sequência alfabética do fármaco como o mais recomendado. Esse método facilita a rápida localização dos produtos e reduz erros de identificação, critérios essenciais para uma gestão eficiente de insumos farmacêuticos.

As demais alternativas apresentam incorreções: o sistema de estocagem fixo (A) não é o mais adequado para medicamentos de grande volume, as armações de aço (B) geralmente são mais duráveis e resistentes que as de madeira, o armazenamento próximo a equipamentos de refrigeração (C) pode comprometer a estabilidade dos medicamentos, e o contato direto com o solo (E) é inaceitável mesmo em pisos limpos, devido ao risco de contaminação.

Portanto, a organização por forma farmacêutica e ordem alfabética se mostra como a abordagem mais eficiente para garantir a rastreabilidade, segurança e acesso rápido aos medicamentos em uma CAF, alinhando-se às boas práticas de gestão farmacêutica.

O sistema de distribuição de medicamentos é um aspecto fundamental para garantir a segurança e eficácia do tratamento farmacológico em instituições de saúde. Entre as opções apresentadas, a alternativa A) é a correta, pois descreve com precisão o sistema de dose unitária. Nesse modelo, os medicamentos são distribuídos prontos para uso, eliminando a necessidade de manipulação ou cálculos pela equipe de enfermagem, o que reduz erros e aumenta a segurança do paciente.

As demais alternativas apresentam incorreções ou informações equivocadas sobre os sistemas de distribuição. A alternativa B) menciona uma suposta facilidade de devolução como desvantagem do sistema individualizado, o que não é um critério relevante para avaliação. Já a alternativa C) atribui como vantagem a necessidade de transcrição de prescrições, o que na realidade é um ponto negativo, pois aumenta o risco de erros. A alternativa D) confunde características do sistema individualizado direto, e a alternativa E) apresenta como vantagem a necessidade de cálculos pela enfermagem, o que na prática é uma desvantagem, pois eleva a chance de erros na administração.

Portanto, o sistema de dose unitária (alternativa A) se destaca por sua eficiência e segurança, sendo o modelo mais adequado para garantir a administração correta de medicamentos, com menor margem para falhas humanas.

A Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) desempenha um papel fundamental dentro da estrutura hospitalar, sendo responsável por assegurar a qualidade e eficácia dos processos relacionados aos medicamentos. Entre suas diversas atribuições, o principal objetivo dessa comissão é garantir o uso racional do fármaco em todas as etapas, desde a seleção até a distribuição e administração, conforme indicado na alternativa C.

Essa abordagem racional visa não apenas otimizar os recursos financeiros e materiais do hospital, mas também promover a segurança do paciente. Ao estabelecer protocolos baseados em evidências científicas, a CFT assegura que os medicamentos selecionados sejam os mais adequados para cada situação clínica, evitando desperdícios e reduzindo riscos de interações medicamentosas ou efeitos adversos.

Embora outras atividades mencionadas nas alternativas (como seleção de produtos, produção de medicamentos ou desenvolvimento de insumos) possam fazer parte das funções de alguns setores farmacêuticos hospitalares, elas não representam o objetivo central da Comissão de Farmácia e Terapêutica. O foco principal permanece na gestão racional dos medicamentos para garantir a melhor terapêutica aos pacientes.

Portanto, a alternativa C é a que melhor define a finalidade essencial desta comissão, destacando seu papel estratégico na promoção do uso adequado de medicamentos dentro do ambiente hospitalar.

Análise da Lei nº 5991/1973 sobre a Direção Técnica de Farmácias

A Lei nº 5991/1973 estabelece normas específicas para o exercício da profissão farmacêutica, incluindo limites para a direção técnica de estabelecimentos. Conforme o texto apresentado, a alternativa correta é a B), que permite ao farmacêutico exercer a direção técnica de duas farmácias, desde que uma seja comercial e outra hospitalar.

Essa regulamentação visa garantir que o profissional tenha condições de cumprir suas responsabilidades técnicas e éticas sem comprometer a qualidade do serviço prestado. A restrição de tipos distintos de farmácias (comercial e hospitalar) sugere que a legislação considera as diferenças operacionais e demandas específicas de cada modalidade, evitando sobrecarga ou conflitos de gestão.

As demais alternativas apresentam situações não previstas na lei:

• A) Limita excessivamente o profissional a uma única farmácia;
• C) e D) Ignoram a exigência de modalidades distintas;
• E) Flexibiliza indevidamente a carga horária sem considerar outros aspectos regulatórios.

Portanto, a interpretação correta da legislação farmacêutica brasileira reforça a importância do equilíbrio entre a atuação profissional e a garantia da qualidade nos serviços de saúde.

Para resolver o problema, é necessário calcular os volumes X e Y das soluções de NaNO₂ que, quando misturados, resultam em 1000 mL de uma solução 0,05 M. Vamos seguir os passos abaixo:

1. Definir as variáveis e equações:

Seja X o volume da solução 0,1 M e Y o volume da solução 0,02 M. Sabemos que:

• X + Y = 1000 mL (volume total da solução final).
• A quantidade de mols de NaNO₂ na solução final deve ser igual à soma dos mols das soluções iniciais.

2. Calcular os mols em cada solução:

• Mols da solução 0,1 M: 0,1 mol/L × X L = 0,1X mmol (pois X está em mL).
• Mols da solução 0,02 M: 0,02 mol/L × Y L = 0,02Y mmol.
• Mols na solução final: 0,05 mol/L × 1 L = 50 mmol.

3. Montar a equação de conservação dos mols:

0,1X + 0,02Y = 50

4. Substituir Y = 1000 - X na equação:

0,1X + 0,02(1000 - X) = 50

0,1X + 20 - 0,02X = 50

0,08X = 30

X = 375 mL

5. Encontrar Y:

Y = 1000 - 375 = 625 mL

Conclusão: Os volumes X e Y são, respectivamente, 375 mL e 625 mL, o que corresponde à alternativa C).

Análise sobre interações medicamentosas e incompatibilidade farmacêutica

O texto apresentado aborda um aspecto importante da farmacologia clínica: as interações medicamentosas, especificamente as interações farmacêuticas ou incompatibilidades medicamentosas. Estas ocorrem in vitro, ou seja, fora do organismo, durante o preparo ou manipulação dos medicamentos antes de sua administração ao paciente.

O exemplo citado da anfotericina B lipossomal em solução glicosada merece atenção especial. Contrariando a afirmação do texto, esta combinação não constitui uma incompatibilidade medicamentosa. A formulação lipossomal da anfotericina B foi desenvolvida justamente para superar os problemas de estabilidade da forma convencional em soluções glicosadas. Portanto, a afirmação contém um erro farmacológico relevante.

Esta distinção é crucial para a prática clínica, pois:

• Evita erros na preparação de medicamentos
• Garante a estabilidade dos fármacos
• Assegura a eficácia terapêutica
• Previne possíveis reações adversas

Portanto, o gabarito E) ERRADO está correto, pois a afirmação sobre a anfotericina B lipossomal em solução glicosada constituir uma incompatibilidade medicamentosa é farmacologicamente incorreta.

Para resolver o problema, é necessário calcular a quantidade de Cefepime, em miligramas, que o paciente receberá por minuto com base nas informações fornecidas.

Dados:

• Dose total de Cefepime: 4g (4000mg)
• Volume de diluição: 500ml de Ringer-Lactato
• Velocidade de infusão: 75ml/h

Passo 1: Calcular a concentração de Cefepime na solução.

Concentração = Dose total / Volume total = 4000mg / 500ml = 8mg/ml

Passo 2: Determinar a quantidade de solução infundida por minuto.

Velocidade de infusão por minuto = 75ml/h ÷ 60 minutos = 1,25ml/min

Passo 3: Calcular a quantidade de Cefepime administrada por minuto.

Quantidade por minuto = Concentração × Velocidade por minuto = 8mg/ml × 1,25ml/min = 10mg/min

Portanto, a resposta correta é:

• A) 10.

Para calcular a quantidade de gotas por minuto que o paciente deve receber da solução de Citarabina, seguimos os seguintes passos:

1. Determinar a dose total por hora:
   O paciente possui uma área de superfície corporal de 2,0 m² e a prescrição é de 7,5 mg/m²/h.
   Cálculo: 7,5 mg/m²/h × 2,0 m² = 15 mg/h.
2. Calcular o volume da solução necessário por hora:
   A solução possui uma concentração de 100 mg/l (ou 0,1 mg/ml).
   Cálculo: 15 mg/h ÷ 0,1 mg/ml = 150 ml/h.
3. Converter o volume para gotas por minuto:
   O dispositivo de infusão fornece 20 gotas/ml.
   Cálculo: (150 ml/h × 20 gotas/ml) ÷ 60 minutos = 50 gotas/min.

Portanto, a quantidade correta de gotas por minuto é 50, correspondente à alternativa D).

Para calcular a velocidade de infusão em ml/minuto, seguimos os seguintes passos:

1. Dose total de KCl: A criança pesa 15 kg e deve receber 1 mEq/kg, então a dose total é 15 mEq.
2. Volume de KCl necessário: A ampola tem 2 mEq/ml, então 15 mEq correspondem a 7,5 ml (15 mEq ÷ 2 mEq/ml).
3. Volume total da infusão: A concentração final deve ser 20 mEq/litro. Como são 15 mEq, o volume total da solução será 0,75 litros (15 mEq ÷ 20 mEq/litro), ou 750 ml.
4. Tempo de infusão: 6 horas equivalem a 360 minutos.
5. Velocidade de infusão: Dividimos o volume total (750 ml) pelo tempo (360 minutos), resultando em aproximadamente 2,08 ml/minuto, que arredondamos para 2 ml/minuto.

Portanto, a alternativa correta é A) 2.