Questões Sobre Farmácia Oncológica - Farmácia - concurso

Acerca dos mecanismos moleculares envolvidos na carcinogênese e na progressão tumoral, o item em análise aborda a perda de heterozigosidade (LOH) de genes como os da família Ras ou c-myc como um evento potencialmente relacionado ao desenvolvimento de câncer. Contudo, conforme indicado pelo gabarito, a afirmação está incorreta (E).

A perda de heterozigosidade (LOH) refere-se à perda de uma cópia funcional de um gene em um locus específico, geralmente associada a genes supressores de tumor, como TP53 ou RB1, e não a oncogenes como Ras ou c-myc. Enquanto mutações ativadoras em oncogenes podem promover a carcinogênese, a LOH está mais comumente ligada à inativação de genes supressores tumorais, que normalmente atuam como freios ao crescimento celular descontrolado.

Portanto, embora alterações em Ras e c-myc possam contribuir para a transformação maligna, a LOH não é o mecanismo típico associado a esses genes. A afirmação original confunde os papéis distintos de oncogenes e genes supressores tumorais na carcinogênese, justificando a resposta E) ERRADO.

Acerca dos mecanismos moleculares envolvidos na carcinogênese e na progressão tumoral, o item em análise afirma que a ativação de um proto-oncogene em sua forma agressiva, denominada oncogene, pode ocorrer por meio de diferentes mecanismos genéticos, como deleções, mutações pontuais nos éxons, amplificações e translocações cromossômicas.

Essa afirmação está correta, pois a transformação de um proto-oncogene em um oncogene é um processo fundamental na carcinogênese. Proto-oncogenes são genes normais que regulam processos celulares essenciais, como proliferação e diferenciação. No entanto, quando sofrem alterações genéticas, como mutações pontuais, deleções, amplificações ou translocações, podem se tornar oncogenes, adquirindo a capacidade de promover o crescimento descontrolado das células e contribuir para o desenvolvimento do câncer.

Portanto, o gabarito C) CERTO é o correto, uma vez que as alterações mencionadas no item são mecanismos bem estabelecidos na literatura científica para a ativação de oncogenes e a consequente promoção da tumorigênese.

O preparo de medicamentos antineoplásicos exige conhecimento técnico e atenção rigorosa às características físico-químicas dos fármacos, bem como aos protocolos estabelecidos para sua manipulação. No caso específico do taxol, é fundamental evitar o uso de embalagens de PVC devido à possibilidade de interação entre o princípio ativo e o material do recipiente.

O taxol, um agente antineoplásico amplamente utilizado no tratamento de diversos tipos de câncer, apresenta sensibilidade a determinados materiais, como o policloreto de vinila (PVC). Estudos demonstram que o PVC pode adsorver o princípio ativo do taxol, reduzindo sua concentração e, consequentemente, comprometendo a eficácia terapêutica. Além disso, a interação entre o fármaco e o material pode levar à formação de subprodutos indesejáveis, colocando em risco a segurança do paciente.

Portanto, a afirmação de que não se devem utilizar embalagens de PVC no preparo do taxol está correta. A escolha de materiais alternativos, como polipropileno ou vidro, é essencial para garantir a estabilidade do medicamento e assegurar que o tratamento alcance os resultados esperados. Essa precaução está alinhada com as boas práticas de manipulação de antineoplásicos, que priorizam a segurança do paciente e a qualidade do preparo.

Diante do exposto, conclui-se que o gabarito correto para a questão apresentada é C) CERTO, uma vez que o uso de embalagens de PVC no preparo do taxol é, de fato, contraindicado devido às interações físico-químicas envolvidas.

O preparo de medicamentos antineoplásicos exige conhecimento técnico e rigoroso controle das condições de manipulação e armazenamento. Entre os cuidados necessários, está o acondicionamento adequado desses fármacos após o término do processo de preparo. O item em questão afirma que todos os citostáticos devem ser armazenados sob refrigeração e protegidos da luz devido à fotossensibilidade. No entanto, essa afirmação está incorreta.

Embora muitos medicamentos antineoplásicos sejam fotossensíveis e, portanto, devam ser protegidos da luz, nem todos exigem refrigeração. As condições de armazenamento variam conforme as características físico-químicas de cada fármaco. Alguns podem ser mantidos em temperatura ambiente, enquanto outros necessitam de refrigeração ou até mesmo congelamento. Dessa forma, generalizar que todos os citostáticos devem ser refrigerados é um erro, pois essa condição depende das especificações do fabricante e das propriedades do medicamento.

Portanto, a resposta correta para o item é E) ERRADO, já que a afirmação contém uma generalização inadequada sobre o armazenamento desses medicamentos.

O preparo de medicamentos antineoplásicos exige conhecimento técnico e atenção rigorosa aos detalhes, especialmente quando se trata de citostáticos, devido à sua alta toxicidade e potencial risco ocupacional. Um dos aspectos fundamentais nesse processo é a seleção adequada do tipo e volume de diluentes, conforme as características físico-químicas de cada fármaco.

Os diluentes desempenham um papel crucial na estabilidade, solubilidade e eficácia terapêutica dos citostáticos. Utilizar um diluente inadequado ou em volume incorreto pode comprometer a ação do medicamento, causar precipitação ou mesmo degradação do princípio ativo, colocando em risco a segurança do paciente. Além disso, protocolos específicos devem ser seguidos para garantir a segurança do profissional durante o manuseio, como o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e cabines de segurança biológica.

Portanto, a afirmação de que é necessário estar atento ao tipo e volume adequado dos diluentes para a manipulação de citostáticos está correta (C), pois reflete uma prática essencial no preparo seguro e eficaz desses medicamentos, alinhada às diretrizes técnicas e de biossegurança.

O preparo de medicamentos antineoplásicos exige conhecimento detalhado sobre suas características físico-químicas, protocolos específicos e a capacidade de interpretar prescrições médicas com precisão. No caso da camustina, um agente alquilante amplamente utilizado no tratamento de neoplasias malignas, sua reconstituição demanda atenção especial devido às suas propriedades particulares.

A afirmação de que a camustina deve ser reconstituída em suspensão hidroalcoólica está correta, pois esse antineoplásico apresenta baixa solubilidade em água, necessitando de um veículo que combine álcool e solução aquosa para garantir sua estabilidade e eficácia terapêutica. Essa característica é fundamental para assegurar a segurança no manuseio e a correta administração ao paciente.

Portanto, o item está CERTO (C), uma vez que a reconstituição em suspensão hidroalcoólica está de acordo com as propriedades físico-químicas da camustina e com os protocolos estabelecidos para seu preparo seguro.

O preparo de medicamentos antineoplásicos exige conhecimento técnico e atenção às particularidades de cada substância, especialmente no que diz respeito à sua estabilidade. No caso do etoposide, um agente antineoplásico amplamente utilizado em protocolos de quimioterapia, sua instabilidade em formulações mais concentradas representa um desafio significativo para a manipulação segura e eficaz.

Estudos farmacêuticos demonstram que o etoposide possui uma relação inversa entre concentração e estabilidade. Quanto maior a concentração da solução, menor será sua estabilidade, o que pode comprometer a eficácia terapêutica e a segurança do paciente. Esse comportamento é atribuído às características físico-químicas da molécula, que a tornam suscetível a degradação em condições específicas.

Portanto, ao julgar a afirmação apresentada, conclui-se que a alternativa correta é C) CERTO, pois está em conformidade com as evidências científicas sobre o comportamento do etoposide em diferentes concentrações. Esse conhecimento é fundamental para os profissionais envolvidos no preparo de antineoplásicos, garantindo a qualidade e a segurança do tratamento oferecido aos pacientes.

Atualmente, a produção de preparações farmacêuticas em hospitais passou por uma significativa redução em comparação ao que era comum há dez anos. As preparações que ainda são realizadas estão direcionadas principalmente para terapias de nutrição parenteral, pacientes com necessidades específicas (como fórmulas pediátricas), reembalagem de doses unitárias sólidas, preparações assépticas (como soluções e diluições de desinfetantes) e preparações estéreis ou citotóxicas individualizadas.

No contexto das preparações estéreis que contêm citostáticos, a legislação vigente estabelece normas rigorosas para garantir a segurança dos manipuladores e a qualidade do produto final. Contudo, a afirmação de que é obrigatório trocar as luvas a cada trinta minutos durante a manipulação dessas substâncias está incorreta. A legislação não especifica um intervalo fixo de tempo para a troca de luvas, mas sim que o manipulador deve utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados e seguir protocolos de segurança para evitar contaminação e exposição a agentes perigosos.

Portanto, o gabarito correto para o item apresentado é E) ERRADO, pois não há uma exigência legal que determine a troca de luvas a cada trinta minutos em preparações estéreis contendo citostáticos.

Atualmente, a produção de preparações farmacêuticas em hospitais é bastante específica, concentrando-se em áreas como nutrição parenteral, fórmulas pediátricas, reembalagem de doses unitárias e preparações estéreis ou citotóxicas. Diante disso, é essencial seguir rigorosos padrões de controle e fabricação para garantir a segurança e eficácia desses produtos.

No caso específico da nutrição parenteral, as boas práticas de fabricação exigem que sua manipulação seja realizada em áreas classificadas com grau A ou B (classe 100), circundadas por áreas de grau B ou C (classe 10.000). Além disso, o manipulador deve utilizar paramentação adequada, incluindo avental cirúrgico e luva estéril, para evitar contaminação e assegurar a qualidade do produto final.

Portanto, a afirmação apresentada está correta, uma vez que está em conformidade com as normas e diretrizes estabelecidas para a manipulação segura de nutrição parenteral em ambientes hospitalares.

O texto fornecido aborda as práticas atuais de preparações farmacêuticas em hospitais, destacando uma mudança significativa em relação ao passado. Enquanto há uma década essas instituições produziam uma variedade maior de medicamentos, hoje as preparações são mais específicas e limitadas a casos particulares, como nutrição parenteral, fórmulas pediátricas, reembalagem de doses unitárias e preparações assépticas ou estéreis.

O item em questão afirma que o "procedimento de desinfecção" tem como finalidade preparar injetáveis e colírios com garantia de esterilidade. No entanto, essa definição está incorreta, pois o texto deixa claro que as preparações assépticas referem-se a soluções e diluições de desinfetantes, não necessariamente a injetáveis ou colírios. Além disso, a esterilidade está mais relacionada a processos específicos, como as preparações estéreis ou citotóxicas individualizadas, e não ao procedimento de desinfecção em si.

Portanto, a afirmação apresentada no item está errada, conforme indicado pelo gabarito correto (E). A desinfecção não garante esterilidade, que é um requisito essencial para injetáveis e colírios, e sim reduz a carga microbiana em superfícies ou soluções. A esterilização, por outro lado, é um processo distinto e mais rigoroso, aplicado a medicamentos que exigem ausência total de microrganismos viáveis.