Reação adversa a medicamento (RAM) é qualquer resposta a um fármaco que seja prejudicial, não intencional e que ocorra nas doses normalmente utilizadas em seres humanos para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de doenças, ou para a modificação de uma função fisiológica. Apesar de existirem diversas classificações para as RAMs, segundo alguns autores, a classificação proposta por Rawlins e Thompson, é considerada a mais adequada e tem sido a mais empregada. Segundo esta classificação, as reações adversas produzidas por medicamentos poderiam subdividir-se em dois grandes grupos. Baseado nestas afirmações é correto afirmar que:
- A)as reações do tipo A têm alta incidência e baixa morbidade e mortalidade; e as reações do tipo B têm baixa incidência e alta morbidade e mortalidade.
- B)as reações do tipo A são farmacologicamente imprevisíveis e não dependem da dose; e as reações do tipo B são farmacologicamente previsíveis e geralmente dependem da dose.
- C)as reações do tipo A apresentam efeito farmacológico aumentado, mas que é considerado, qualitativamente como normal; e as reações do tipo B apresentam efeito qualitativamente bizarro quanto aos efeitos farmacológicos.
- D)As reações do tipo A são produzidas por mecanismos de hipersensibilidade, idiossincrasia e intolerância; as reações do tipo B são produzidas por mecanismos de superdosagem relativa e interações medicamentosas.
- E)As reações do tipo B podem estar associadas a alterações na formulação farmacêutica não detectadas no controle de qualidade; o mesmo não se aplica às reações do tipo A.
Resposta:
A alternativa correta é C)
O estudo das reações adversas a medicamentos (RAM) é fundamental para a segurança do paciente e para a prática clínica adequada. A classificação proposta por Rawlins e Thompson divide essas reações em dois grandes grupos: tipo A e tipo B, cada um com características distintas que ajudam a compreender sua natureza e mecanismos.
As reações do tipo A, também conhecidas como reações aumentadas, são farmacologicamente previsíveis e geralmente relacionadas à dose administrada. Elas representam um efeito exacerbado, porém qualitativamente normal, do fármaco. Por exemplo, uma bradicardia excessiva causada por um betabloqueador ou hipoglicemia intensa devido à insulina são reações desse tipo. Embora possam ser graves, sua previsibilidade permite ajustes na dosagem ou monitoramento para minimizar riscos.
Já as reações do tipo B são consideradas bizarras ou idiossincráticas, pois não guardam relação direta com o efeito farmacológico esperado do medicamento. São imprevisíveis e frequentemente independem da dose, como no caso de reações de hipersensibilidade ou alergias medicamentosas. Essas reações costumam ser qualitativamente distintas do efeito terapêutico desejado, como uma erupção cutânea após o uso de um antibiótico.
A alternativa C está correta porque descreve precisamente essa distinção: as reações tipo A apresentam um efeito farmacológico aumentado, mas normal em sua natureza, enquanto as tipo B manifestam efeitos qualitativamente incomuns em relação à ação esperada do fármaco. Essa classificação auxilia profissionais de saúde na identificação e manejo adequado das RAMs, promovendo maior segurança no uso de medicamentos.
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