Tanto a conservação de materiais biológicos como o resfriamento de certos fotodetectores exigem baixas temperaturas que não são facilmente atingidas por refrigeradores. Uma prática comum para atingi-las é o uso de nitrogênio líquido, obtido pela expansão adiabática do gás N2, contido em um recipiente acoplado a um êmbolo, que resulta no resfriamento em temperaturas que chegam até seu ponto de liquefação em −196 °C. A figura exibe o esboço de curvas de pressão em função do volume ocupado por uma quantidade de gás para os processos isotérmico e adiabático. As diferenças entre esses processos podem ser identificadas com base na primeira lei da termodinâmica, que associa a variação de energia interna à diferença entre o calor trocado com o meio exterior e o trabalho realizado no processo.
A expansão adiabática viabiliza o resfriamento do N2 porque
- A) a entrada de calor que ocorre na expansão por causa do trabalho contribui para a diminuição da temperatura.
- B) a saída de calor que ocorre na expansão por causa do trabalho contribui para a diminuição da temperatura.
- C) a variação da energia interna é nula e o trabalho é associado diretamente ao fluxo de calor, que diminui a temperatura do sistema.
- D) a variação da energia interna é nula e o trabalho é associado diretamente à entrada de frio, que diminui a temperatura do sistema.
- E) o trabalho é associado diretamente à variação de energia interna e não há troca de calor entre o gás e o ambiente.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) o trabalho é associado diretamente à variação de energia interna e não há troca de calor entre o gás e o ambiente.
O comando da questão menciona uma informação importantíssima para nossa resolução: o processo é adiabático.
O que vem a ser isso? No processo adiabático não ocorre troca de calor com o meio externo
Assim, pela primeira lei da termodinâmica (princípio da conservação da energia para os sistemas termodinâmicos), temos que:
ΔU = Q - τ
Em que:
ΔU – variação de energia interna (cal ou J)
Q – calor (cal ou J)
τ – trabalho (cal ou J)
Podemos também expressar da seguinte forma:
Q = ΔU + τ
Sabemos que não ocorre troca de calor, logo, Q = 0.
Daí podemos pensar em:
ΔU = - τ
Vamos analisar as alternativas apresentadas.
a) a entrada de calor que ocorre na expansão por causa do trabalho contribui para a diminuição da temperatura.
ERRADO. Por ser adiabática não temos entrada de calor (Q=0)
b) a saída de calor que ocorre na expansão por causa do trabalho contribui para a diminuição da temperatura.
ERRADO. Por ser adiabática não temos entrada nem saída de calor (Q=0)
c) a variação da energia interna é nula e o trabalho é associado diretamente ao fluxo de calor, que diminui a temperatura do sistema.
ERRADO. Por ser adiabática não temos fluxo de calor.
d) a variação da energia interna é nula e o trabalho é associado diretamente à entrada de frio, que diminui a temperatura do sistema.
ERRADO. A variação de energia não é nula. Apenas a troca de calor. Vimos acima que ΔU = - τ. Logo, a variação de energia interna não é nula.
e) o trabalho é associado diretamente à variação de energia interna e não há troca de calor entre o gás e o ambiente.
CERTO. Vimos isso no item acima (ΔU = - τ). Estes são diretamente proporcionais.
Se ocorrer o aumento o ΔU teremos o aumento o trabalho (τ)
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