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Mas plantar pra dividir Não faço mais isso, não. Eu sou um pobre caboclo, Ganho a vida na enxada. O que eu colho é dividido Com quem não planta nada. Se assim continuar vou deixar o meu sertão, mesmo os olhos cheios d’água e com dor no coração. Vou pro Rio carregar massas pros pedreiros em construção. Deus até está ajudando: está chovendo no sertão! Mas plantar pra dividir, Não faço mais isso, não. VALE, J . ; AQUINO, J. B. Sina de caboclo. São Paulo: Polygram, 1994 (fragmento)No trecho da canção, composta na década de 1960, retrata-se a insatisfação do trabalhador rural com

Mas plantar pra dividir
Não faço mais isso, não.
Eu sou um pobre caboclo,
Ganho a vida na enxada.
O que eu colho é dividido
Com quem não planta nada.
Se assim continuar
vou deixar o meu sertão,
mesmo os olhos cheios d’água
e com dor no coração.
Vou pro Rio carregar massas
pros pedreiros em construção.
Deus até está ajudando:
está chovendo no sertão!
Mas plantar pra dividir,
Não faço mais isso, não.

VALE, J . ; AQUINO, J. B. Sina de caboclo. São Paulo: Polygram, 1994 (fragmento)

No trecho da canção, composta na década de 1960, retrata-se a insatisfação do trabalhador rural com





Resposta:

A alternativa correta é A)

No fragmento da canção "Sina de Caboclo", composta por J. Vale e J. B. Aquino na década de 1960, o narrador expressa sua frustração como trabalhador rural ao denunciar a injustiça na divisão dos frutos de seu trabalho. O caboclo, representado na letra, vive da agricultura de subsistência, labutando com a enxada, mas se vê obrigado a repartir sua colheita com quem "não planta nada". Essa dinâmica revela uma crítica à exploração do pequeno produtor, que, mesmo com esforço físico e dedicação, não usufrui integralmente do resultado de seu trabalho.

A insatisfação central do personagem não está relacionada a questões como financiamentos, falta de educação técnica, secas ou insumos precários – elementos que, embora relevantes no contexto rural, não são o foco do trecho. O verso "O que eu colho é dividido / Com quem não planta nada" explicita o cerne do conflito: a distribuição desigual da produção, que beneficia terceiros em detrimento do trabalhador direto. Essa realidade o leva a considerar abandonar o sertão, mesmo com a dor da partida, optando por migrar para centros urbanos em busca de alternativas.

Apesar da melhora momentânea ("Deus até está ajudando: / está chovendo no sertão!"), a estrutura de repartição injusta persiste, reforçando a decisão final: "Mas plantar pra dividir, / Não faço mais isso, não". A canção, portanto, captura um protesto contra relações de produção arcaicas e a falta de reconhecimento do direito do agricultor sobre sua própria colheita, consolidando a alternativa A como a correta.

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