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      No quarto final do século XX, a estrutura social do mundo contemporâneo sofreu alterações profundas. Em 1991, desmoronaram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e o sistema socialista construído em torno delas. As nações que continuaram adotando o comunismo como objetivo promoveram grandes mudanças: a China, por exemplo, a partir de 1978, desmantelou o sistema de comunas, no qual se organizava a maior parte de sua imensa população. Do lado capitalista, a produção e a distribuição de bens se reorganizaram: os países centrais do sistema deslocaram, para além de seus territórios, especialmente para a Ásia, um gigantesco aparato produtivo e, graças ao avanço das  comunicações, uma grande quantidade de serviços.       Enquanto isso, no Brasil, o desenvolvimento industrial foi mínimo nas últimas décadas, salvo uma ou outra indústria, nenhuma delas muito sofisticada tecnologicamente. O único setor que se destacou foi o do agronegócio. Mudanças que já se desenvolviam em períodos anteriores consolidaram a extensão do capitalismo ao campo, o assalariamento rural, a incorporação de uma forma subordinada da pequena propriedade familiar a cadeias produtivas comandadas por grandes empresas. Foi como se o país tivesse cumprido um outro ciclo de produção de matérias-primas, depois dos ciclos do ouro, do açúcar e do café, em mais uma etapa de sua inserção subordinada no sistema capitalista mundial, do qual é morador periférico desde os tempos coloniais.Retrato do Brasil. São Paulo: Editora Manifesto, n.º 4, nov./dez./2005, p. 133 (com adaptações).Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes. A expansão das áreas destinadas ao aproveitamento agrícola e os resultados positivos obtidos nesse setor confirmam a vocação agrícola do Brasil e o caracterizam como país de economia rural.

      No quarto final do século XX, a estrutura social do mundo contemporâneo sofreu alterações profundas. Em 1991, desmoronaram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e o sistema socialista construído em torno delas. As nações que continuaram adotando o comunismo como objetivo promoveram grandes mudanças: a China, por exemplo, a partir de 1978, desmantelou o sistema de comunas, no qual se organizava a maior parte de sua imensa população. Do lado capitalista, a produção e a distribuição de bens se reorganizaram: os países centrais do sistema deslocaram, para além de seus territórios, especialmente para a Ásia, um gigantesco aparato produtivo e, graças ao avanço das  comunicações, uma grande quantidade de serviços.
       Enquanto isso, no Brasil, o desenvolvimento industrial foi mínimo nas últimas décadas, salvo uma ou outra indústria, nenhuma delas muito sofisticada tecnologicamente. O único setor que se destacou foi o do agronegócio. Mudanças que já se desenvolviam em períodos anteriores consolidaram a extensão do capitalismo ao campo, o assalariamento rural, a incorporação de uma forma subordinada da pequena propriedade familiar a cadeias produtivas comandadas por grandes empresas. Foi como se o país tivesse cumprido um outro ciclo de produção de matérias-primas, depois dos ciclos do ouro, do açúcar e do café, em mais uma etapa de sua inserção subordinada no sistema capitalista mundial, do qual é morador periférico desde os tempos coloniais.

Retrato do Brasil. São Paulo: Editora Manifesto, n.º 4, nov./dez./2005, p. 133 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes.

A expansão das áreas destinadas ao aproveitamento agrícola e os resultados positivos obtidos nesse setor confirmam a vocação agrícola do Brasil e o caracterizam como país de economia rural.

Resposta:

A alternativa correta é E)

O texto apresentado oferece uma análise crítica sobre a posição do Brasil no cenário econômico global, especialmente no contexto das transformações ocorridas no final do século XX. Apesar de destacar o agronegócio como o único setor que se sobressaiu no país, a abordagem não reforça a ideia de uma "vocação agrícola" como característica definitiva da economia brasileira, mas sim como parte de uma inserção subordinada no capitalismo mundial.

O argumento central do texto é que o Brasil, ao priorizar o agronegócio, repetiu um padrão histórico de dependência da produção de matérias-primas, sem avançar significativamente em industrialização ou em setores tecnologicamente sofisticados. Essa dinâmica reforça a condição periférica do país no sistema capitalista, herdada desde o período colonial. Portanto, afirmar que o Brasil é um país de "economia rural" simplifica uma realidade complexa e ignora as nuances dessa inserção econômica.

Além disso, o texto sugere que o sucesso do agronegócio não é sinônimo de desenvolvimento econômico autônomo ou equilibrado, mas sim resultado de uma adaptação às demandas do mercado global, controlado por grandes empresas. Dessa forma, a afirmação de que o Brasil tem uma "vocação agrícola" é reducionista e desconsidera os desafios estruturais que limitam a diversificação da economia nacional.

Em síntese, a resposta correta é E) ERRADO, pois o texto não confirma uma vocação agrícola como traço definitivo da economia brasileira, mas sim a apresenta como parte de um contexto histórico de dependência e subordinação no capitalismo global.

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