Questões Sobre Geografia Física - Geografia - concurso

Leia e complete o texto abaixo:

O Estado de Santa Catarina, inteiramente localizado ao sul do Trópico de Capricórnio, na zona temperada meridional do planeta, possui clima subtropical. Estas condições variam de acordo com diversos fatores, como por exemplo, o relevo regional.

Assinale a alternativa que preenche correta e sequencialmente as lacunas do texto.

• A) Capricórnio ; temperada (correta)
• B) Capricórnio ; tropical
• C) Câncer ; temperada
• D) Câncer ; tropical
• E) Câncer ; polar

Um dos principais desafios da sustentabilidade é o fato de que o tipo de mundo que criamos, principalmente a partir do século XX, poderá entrar em colapso. Por essa razão, há necessidade de mudanças. Essa constatação apresenta uma dimensão ambiental, em relação à deterioração dos sistemas ecológicos básicos para a manutenção da vida, e dimensões socioeconômicas, relacionadas à marginalização, já que parte crescente da comunidade humana, cerca de um bilhão e meio de pessoas, o equivalente a um quarto da população mundial, vive abaixo de padrões aceitáveis de qualidade de vida. Os modelos de consumo, os estilos de administração e o comportamento político não são adequados para uma comunidade de seis bilhões de pessoas.

Considerando os processos de produção e de ocupação do território brasileiro, bem como problemas relacionados ao meio ambiente, é evidente que a bacia do rio São Francisco enfrenta uma história de degradação. Entre as causas dessa degradação estão a presença de siderúrgicas que consomem carvão mineral, o avanço da fronteira agrícola para o oeste baiano — que provoca a morte de rios tributários do São Francisco — e a pecuária extensiva. Esses fatores contribuem para a deterioração ambiental e reforçam a necessidade de políticas sustentáveis para reverter esse cenário.

Diante disso, a afirmação sobre a degradação da bacia do rio São Francisco está correta, conforme indicado no gabarito (C). A situação exemplifica como modelos insustentáveis de desenvolvimento impactam diretamente os ecossistemas e as comunidades que dependem deles, reforçando a urgência de mudanças estruturais.

Um dos principais desafios da sustentabilidade no mundo contemporâneo é a ameaça de colapso dos sistemas que sustentam a vida, tanto em termos ecológicos quanto socioeconômicos. O modelo de desenvolvimento adotado a partir do século XX, baseado em consumo excessivo e exploração descontrolada dos recursos naturais, demonstra sinais claros de esgotamento. A deterioração dos ecossistemas vitais e a marginalização de cerca de 1,5 bilhão de pessoas – um quarto da população mundial – evidenciam a urgência de transformações profundas nos padrões de produção, consumo e governança.

No contexto brasileiro, a gestão dos recursos hídricos ilustra bem essa problemática. Embora a Política Nacional de Recursos Hídricos tenha estabelecido importantes instrumentos de gestão, a afirmação de que ela resolveu completamente os problemas relacionados às águas subterrâneas é equivocada. Na realidade, persistem desafios significativos:

• A superexploração de aquíferos continua sendo uma ameaça em várias regiões do país
• Casos de contaminação de recursos hídricos ainda são frequentes
• Problemas relacionados à drenagem urbana e comprometimento de bacias hidrográficas permanecem sem solução adequada

Portanto, embora a legislação brasileira sobre recursos hídricos represente um avanço importante, sua implementação efetiva ainda enfrenta obstáculos consideráveis. A afirmação de que todos esses problemas foram resolvidos está incorreta, como corretamente indicado pela alternativa E no gabarito. Isso reflete a complexidade dos desafios ambientais que exigem não apenas boas políticas, mas também aplicação consistente, fiscalização adequada e mudanças culturais profundas.

Acerca dos impactos gerados pela construção de grandes hidrelétricas, é fundamental analisar criticamente a afirmação de que as populações localizadas a jusante dos reservatórios não sofrem impactos com sua construção. Essa visão é equivocada, conforme demonstrado pelo gabarito correto (E) ERRADO, pois diversos efeitos negativos atingem essas comunidades.

A construção de hidrelétricas altera significativamente o regime hídrico dos rios, afetando diretamente as populações a jusante. A redução ou irregularidade no fluxo de água pode comprometer atividades como pesca, agricultura e navegação, essenciais para a subsistência de muitas comunidades. Além disso, mudanças na qualidade da água e no ecossistema aquático impactam a biodiversidade e, consequentemente, os recursos disponíveis para essas populações.

Outro aspecto relevante é a possibilidade de aumento do risco de enchentes ou secas extremas devido à operação das barragens, que controlam artificialmente a vazão do rio. Esses eventos podem destruir moradias, lavouras e infraestruturas locais, gerando prejuízos econômicos e sociais. Portanto, afirmar que não há impactos para essas populações é ignorar uma realidade complexa e multifacetada.

Em síntese, a construção de hidrelétricas traz consequências ambientais, econômicas e sociais para as populações a jusante, tornando a afirmação inicial incorreta. Reconhecer esses impactos é essencial para desenvolver medidas de mitigação e garantir que o desenvolvimento energético não ocorra às custas do bem-estar dessas comunidades.

Acerca dos impactos gerados pela construção de grandes hidrelétricas, julgue o item a seguir.

Os grandes projetos como grandes ferrovias ou grandes barragens, são apresentados como essenciais ao desenvolvimento da nação, beneficiando as regiões receptoras e, consequentemente, amenizando os impactos causados com a implantação desses empreendimentos.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é E).

No que concerne à zoogeografia e à fitogeografia, o estudo da distribuição da vegetação brasileira segundo a classificação de Ab'Saber é fundamental para compreender os padrões espaciais dos ecossistemas no país. A afirmação de que os domínios morfoclimáticos apresentam uma distribuição zonal está correta, conforme o gabarito indica (C) CERTO.

Aziz Ab'Saber, renomado geógrafo brasileiro, propôs uma classificação dos domínios morfoclimáticos que leva em conta não apenas o clima, mas também o relevo, os solos e a vegetação. Essa abordagem integrada permite identificar padrões zonais na distribuição da vegetação, ou seja, áreas com características semelhantes que se repetem em faixas ou zonas específicas do território brasileiro.

Os domínios morfoclimáticos, como a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica, os Pampas e o Pantanal, refletem essa organização zonal. Cada um desses domínios ocupa regiões distintas do país, com condições ambientais particulares que determinam sua flora e fauna. Essa distribuição não é aleatória, mas sim resultado da interação entre fatores climáticos, geomorfológicos e biogeográficos ao longo do tempo.

Portanto, a afirmação está correta ao destacar o caráter zonal da distribuição dos domínios morfoclimáticos brasileiros segundo a classificação de Ab'Saber. Essa perspectiva é essencial para estudos ecológicos, conservacionistas e de planejamento territorial, pois revela a conexão entre os elementos naturais e sua disposição espacial no país.

A respeito dos ecossistemas aquáticos, é importante analisar a afirmação sobre o teor de nutrientes na zona fótica do oceano aberto em comparação com águas costeiras e estuários.

A afirmação sugere que grande parte do oceano aberto possui elevado teor de nutrientes na zona fótica, assim como ocorre em águas costeiras e estuários. No entanto, esta informação está incorreta, conforme indicado pelo gabarito (E) ERRADO.

Os ecossistemas costeiros e estuarinos são, de fato, ricos em nutrientes devido ao aporte continental de matéria orgânica e sedimentos carregados por rios. Já o oceano aberto apresenta características distintas: sua zona fótica geralmente possui baixa concentração de nutrientes, pois esses elementos tendem a se depositar em camadas mais profundas, abaixo da zona de penetração da luz solar.

Portanto, a afirmação está errada ao equiparar a disponibilidade de nutrientes no oceano aberto com a encontrada em áreas costeiras e estuarinas, que são naturalmente mais produtivas e ricas em nutrientes.

A respeito dos ecossistemas aquáticos, o item em questão afirma que "Nos ecossistemas lênticos, a produção primária está inversamente relacionada à profundidade dos mesmos", sendo o gabarito correto C) CERTO.

Os ecossistemas lênticos, como lagos e lagoas, são caracterizados por águas paradas ou de baixa circulação. Nesses ambientes, a produção primária, realizada principalmente por fitoplâncton e plantas aquáticas, depende diretamente da disponibilidade de luz solar para a fotossíntese. Conforme a profundidade aumenta, a penetração da luz diminui, limitando a atividade fotossintética e, consequentemente, a produção primária.

Portanto, a afirmação está correta, pois há uma relação inversa entre profundidade e produção primária em ecossistemas lênticos: quanto maior a profundidade, menor a disponibilidade de luz e, assim, menor a taxa de produção primária.

A respeito dos ecossistemas aquáticos, o item em questão afirma que "As águas subterrâneas constituem um habitat de água doce com importância estratégica para o homem." O gabarito indica que essa afirmação está incorreta (E) ERRADO.

Embora as águas subterrâneas sejam, de fato, uma fonte crucial de água doce para o abastecimento humano, agricultura e indústria, elas não podem ser consideradas um habitat no sentido ecológico tradicional. Um habitat refere-se a um ambiente natural onde espécies vivem e interagem, formando ecossistemas. As águas subterrâneas, por sua vez, são geralmente pobres em biodiversidade devido à ausência de luz e nutrientes, condições essenciais para a maioria das formas de vida aquática.

Portanto, a afirmação está equivocada ao classificar as águas subterrâneas como um habitat, mesmo reconhecendo sua relevância estratégica para a humanidade. O gabarito correto é E) ERRADO.

A respeito dos ecossistemas aquáticos, o item em questão aborda a relação entre as ressurgências marinhas e a formação de desertos costeiros nas áreas terrestres adjacentes. O fenômeno das ressurgências ocorre quando águas profundas, ricas em nutrientes, ascendem à superfície do oceano, impulsionadas por ventos ou correntes marítimas específicas.

O gabarito indica que a afirmação está correta (C), e essa conclusão se sustenta em processos oceanográficos e climáticos bem estabelecidos. Nas regiões de ressurgência, os ventos predominantes, geralmente de direção paralela à costa, empurram as águas superficiais para o oceano aberto, permitindo que as águas frias e profundas subam. Esse movimento não apenas resfria o ar próximo à superfície, mas também inibe a formação de nuvens de chuva, já que o ar frio tem menor capacidade de reter umidade.

Consequentemente, a umidade proveniente do oceano é transportada para longe da costa, criando condições áridas ou semiáridas no litoral. Exemplos clássicos desse fenômeno são os desertos do Atacama, no Chile, e da Namíbia, na África, ambos localizados próximos a zonas de ressurgência intensa. Portanto, a afirmação de que a área terrestre adjacente a uma ressurgência marinha frequentemente se torna um deserto costeiro está correta, corroborada pela dinâmica climática e oceanográfica dessas regiões.