Ao falar em China, geralmente pensamos em sua grandeza: a maior população do mundo, o terceiro maior território em área, uma das maiores construções já realizadas pela humanidade – a Grande Muralha da China. Nas últimas três décadas, a China também se notabilizou pelas imponentes taxas de crescimento, acima dos 10% ao ano, o que alavancou o país ao posto de segunda maior economia do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos.
SUZIN, Giovana Moraes. Uma potência em transição. Atualidades. São Paulo: Abril, e. 24, 2º sem, 2016, p. 48-53. Adaptado.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a importância da China no espaço geográfico mundial, pode-se afirmar:
- A) O PIB chinês aumenta ano a ano, indicando desenvolvimento excepcional do país, fato que ameaça a soberania norte-americana.
- B) A população do país, apesar do desenvolvimento econômico registrado, ainda é, predominantemente, rural.
- C) A inexistência de empregos informais indica uma distribuição de renda homogênea, principalmente, nos centros urbanos.
- D) A crise econômica internacional não afetou a China como nos demais países, porque ela passou a priorizar o mercado interno para diminuir a dependência do mercado externo.
- E) O crescimento da China, entre outros fatores, pode ser explicado porque ela é que estabelece os preços das commodities no mercado interno.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) O crescimento da China, entre outros fatores, pode ser explicado porque ela é que estabelece os preços das commodities no mercado interno.
Resolução
GABARITO LETRA E
SUZIN, Giovana Moraes. Uma potência em transição. Atualidades. São Paulo: Abril, e. 24, 2º sem, 2016, p. 48-53. Adaptado.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a importância da China no espaço geográfico mundial, pode-se afirmar:
a) O PIB chinês aumenta ano a ano, indicando desenvolvimento excepcional do país, fato que ameaça a soberania norte-americana.
ERRADA. O PIB chinês tem desacelerado ano a ano. Algumas causas para a queda de ritmo são a crise do setor imobiliário, que vinha sendo responsável por movimentar 30% do PIB. Outros dois fatores que impactaram na desaceleração tem sido a crise de energia enfrentada pelo país (diversos apagões e paradas de produção nas fábricas) e a escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e China. Observe a imagem abaixo.
Desde 2018, China e Estados Unidos estão oficialmente num embate que ocupa diversas esferas. Conceitualmente, os dois países possuem visões de mundo antagônicas. Por um lado, o crescimento político, econômico e militar da China é interpretado como uma ameaça à segurança nacional americana. Já por outro lado, a visão de mundo americana é vista como intrinsecamente anti-chinesa.
b) A população do país, apesar do desenvolvimento econômico registrado, ainda é, predominantemente, rural.
ERRADA. A China, um país predominantemente rural durante seus quatro milênios de história, passou a ser urbano a partir de 2011, ano no qual pela primeira vez o volume de moradores das cidades irá superar o do campo. No fim de 2011, o país mais povoado do mundo tinha 690,79 milhões de pessoas nas cidades, contra 656,56 milhões de pessoas no campo, indicou o Escritório Nacional de Estatísticas (ENE).
A China vive uma aceleração da urbanização e um êxodo rural em massa, induzido pela descoletivização da agricultura, a industrialização do país e a atração das cidades pela mão de obra de baixo custo. Nos últimos 30 anos, cerca de 240 milhões de chineses deixaram o campo para viver nas cidades e muitos não encontraram outra opção do que trabalhar em empregos não especializados e mal remunerados.
c) A inexistência de empregos informais indica uma distribuição de renda homogênea, principalmente, nos centros urbanos.
ERRADA. A China tem apresentado um rápido desenvolvimento urbano associado às reformas pró-mercado, a partir de 1978, e passou a participar, efetivamente, do processo de globalização. Tais reformas retratam mudanças institucionais, reestruturação organizacional de produção, gerando um grupo de trabalhadores que se sujeita a condições precárias de trabalho, a remunerações baixas e à falta de proteção social.
As reformas de abertura comercial ao mercado externo evidenciam o rápido crescimento econômico, com altas taxas de crescimento do PIB e com o aumento de investimentos chineses em países do exterior. Durante a década de 1990, com o processo de urbanização, notou-se uma crescente desigualdade de renda nas áreas urbanas resultado do aumento da informalidade. Esse aumento foi decorrente, principalmente, do movimento migratório rural-urbano, que acompanhou o processo de urbanização chinesa. A relativa perda de participação das empresas estatais, o aumento de empresas privadas e o aumento de autônomos geraram o aumento da informalidade, contribuindo também com o aumento da desigualdade salarial.
d) A crise econômica internacional não afetou a China como nos demais países, porque ela passou a priorizar o mercado interno para diminuir a dependência do mercado externo.
ERRADA. A crise econômica internacional teve efeitos manifestados em economias de diversos pontos do mundo, inclusive, na China. Isso ocorre porque os chineses tem grande dependência da demanda externa. Sendo um dos maiores países em termos de valor das exportações. Como restante da Ásia, o crescimento declinou, em uma base mais rápida. Na contramão desse cenário, ocorreu o incentivo à demanda doméstica, a qual é suportada por uma resposta política e fiscal que visa o auxílio à higidez da economia ao contrabalançar a queda na demanda externa.
e) O crescimento da China, entre outros fatores, pode ser explicado porque ela é que estabelece os preços das commodities no mercado interno.
CORRETA. O ciclo que diferencia o momento atual do agronegócio é que este crescimento da demanda ocorre Ásia, região que, justamente, tem uma grande limitação de aumento da produção de alimentos. A China quer promover o crescimento do seu mercado interno e assim continuar com seu ciclo de aumento da riqueza de sua população. Uma mudança dessa escala teve que ser acompanhada por grandes investimentos em infraestrutura para a expansão urbana e de interligação entre as grandes metrópoles, o que significou volumes gigantescos de investimento em construção civil, transporte, energia, telecomunicações e saneamento. Essas mudanças foram elementos fundamentais para o crescimento da demanda e para a elevação de preços das commodities, ou seja, como ocorreu com aumento significativo da renda per capita, significou também mudanças importantes no padrão de consumo, afetando por este canal as commodities agrícolas e a demanda por alimentos.
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