Questões Sobre Indústria brasileira - Geografia - concurso

Neste início do século XXI, a China consolida-se como uma potência industrial em ascensão, apresentando um crescimento econômico que supera grande parte das nações desenvolvidas. Entretanto, esse desenvolvimento não ocorre de forma homogênea em seu vasto território, criando disparidades regionais significativas.

As regiões mais industrializadas da China concentram-se principalmente nas áreas costeiras, onde a infraestrutura, os investimentos estrangeiros e as políticas governamentais favoreceram o estabelecimento de polos industriais dinâmicos. Essas áreas correspondem ao:

• Litoral Nordeste: importante base industrial tradicional
• Litoral Leste: abrigando grandes centros financeiros e tecnológicos
• Litoral Sudeste: região de manufaturas e exportações

Esta distribuição geográfica explica porque a alternativa C) é a correta, representando os principais eixos do desenvolvimento industrial chinês contemporâneo. As demais regiões do país, embora venham recebendo investimentos para redução das desigualdades regionais, ainda apresentam um desenvolvimento industrial menos expressivo.

Antes da indústria moderna, o mundo era dominado pelo artesanato e pela manufatura, sistemas de produção limitados em escala e eficiência. A Revolução Industrial marcou um ponto de virada na história, introduzindo a mecanização e a produção em massa, transformando radicalmente a economia e a sociedade. Esse processo teve início no século XVIII, na Inglaterra, que se tornou o centro hegemônico dessa primeira fase de industrialização.

Entre as características fundamentais da Primeira Revolução Industrial, destacam-se o uso do carvão mineral como principal fonte de energia, a predominância da indústria têxtil e o surgimento de fábricas que substituíram os antigos métodos artesanais. No entanto, a afirmação de que houve um uso significativo de mão-de-obra técnica e especializada nesse período é incorreta. Na verdade, a primeira fase da industrialização foi marcada pelo trabalho não qualificado, incluindo mulheres e crianças, em condições muitas vezes precárias.

Portanto, a alternativa INCORRETA é a letra A), pois a especialização da mão-de-obra só se tornaria uma realidade em fases posteriores da industrialização, com o avanço tecnológico e a necessidade de operários mais capacitados.

Nas últimas décadas, o Brasil consolidou-se como uma das principais economias emergentes, graças ao desenvolvimento de um parque industrial robusto e diversificado. Esse avanço permitiu ao país ocupar uma posição de destaque no cenário global, especialmente na América Latina. No entanto, ao analisar seu posicionamento no mercado mundial, é possível identificar afirmações que não correspondem à realidade.

A alternativa INCORRETA é a C), que afirma que os principais produtos importados pelo Brasil são gêneros agrícolas e metais ferrosos. Essa informação está equivocada, pois o país é um grande exportador de commodities agrícolas e minerais, sendo que suas importações concentram-se mais em bens de capital, produtos químicos, eletrônicos e combustíveis. O Brasil tem uma balança comercial historicamente beneficiada por suas exportações de produtos primários, como soja, minério de ferro e petróleo, enquanto importa principalmente insumos industriais e tecnologia.

As demais alternativas apresentam dados coerentes com a realidade econômica brasileira. A alternativa A) destaca a mudança na pauta de exportações a partir dos anos 1980, com maior participação de manufaturados. A B) menciona um fato relevante: o crescimento das exportações de produtos industriais, como armamentos, superando até mesmo o café em certos períodos. Já as alternativas D) e E) abordam estratégias governamentais para fortalecer a balança comercial e a importância dos superávits para a confiança dos investidores e valorização da moeda nacional.

Portanto, a análise correta do posicionamento do Brasil no mercado mundial deve considerar sua dependência de importações tecnológicas e industriais, e não de produtos agrícolas ou metálicos, como erroneamente sugerido na alternativa C).

O processo de desconcentração industrial no Brasil é um fenômeno que vem ganhando força nas últimas décadas, seguindo uma tendência observada em países desenvolvidos. Esse movimento ocorre devido a diversos fatores, sendo um dos principais a busca por vantagens competitivas por parte das empresas. Entre as alternativas apresentadas, a opção C) é a que melhor explica esse fenômeno, pois destaca elementos-chave que impulsionam a migração industrial para outras regiões do país.

A concessão de incentivos fiscais, como isenção de impostos e juros subsidiados, oferecidos por governos estaduais, torna outras regiões mais atrativas para a instalação de indústrias. Além disso, a mão-de-obra com salários mais baixos em comparação com os do Sudeste reduz os custos de produção, aumentando a competitividade das empresas. Esses fatores combinados criam um ambiente favorável para a desconcentração industrial, redistribuindo as atividades produtivas pelo território nacional.

As demais alternativas apresentam argumentos que não refletem adequadamente a realidade do processo de desconcentração industrial. Por exemplo, a qualificação da mão-de-obra (A) ainda é desigual no Brasil, e a globalização (D) não necessariamente favorece a reprodução igualitária das forças produtivas. Da mesma forma, políticas de desenvolvimento regional (E) ainda não conseguiram eliminar os desequilíbrios salariais entre as regiões. Portanto, a alternativa C) é a que melhor explica o fenômeno em questão.

A industrialização moderna do Nordeste brasileiro está profundamente ligada ao modelo de substituição de importações, que foi impulsionado por políticas estatais de desenvolvimento regional. Como destacam Magnoli e Araújo (2001), esse processo ocorreu em um contexto em que o Estado desempenhou um papel central na promoção do crescimento industrial, especialmente em regiões menos desenvolvidas, como o Nordeste.

Analisando as alternativas apresentadas, a afirmação correta é a letra A), que indica que as políticas de desenvolvimento industrial no Brasil promoveram tanto a descentralização em escala nacional quanto a concentração em escala regional. Isso se deve ao fato de que, enquanto algumas indústrias se espalharam pelo país para reduzir as desigualdades regionais, outras se concentraram em polos específicos dentro de cada região, como ocorreu no Nordeste com a Zona Franca de Manaus e os polos industriais de Recife e Salvador.

As demais alternativas apresentam equívocos ou generalizações incorretas. A opção B) é falsa porque a indústria nordestina não se limita ao mercado regional, mas também atua em escala nacional e internacional. A alternativa C) é enganosa, pois o tecnopolo nordestino não foi suficiente para reverter totalmente os fluxos migratórios. A opção D) é incorreta, já que o Nordeste não pode ser considerado uma região pós-industrial, e sua concentração tecnológica não se restringe apenas à Bahia e Sergipe. Por fim, a alternativa E) está errada porque a industrialização brasileira não foi exclusivamente clássica nem dependeu apenas do capital privado nacional, tendo sido fortemente influenciada pelo Estado e por investimentos estrangeiros.

Portanto, a resposta correta é a letra A), que reflete de maneira mais precisa a dinâmica da industrialização brasileira e nordestina, marcada por políticas estatais que buscaram equilibrar descentralização nacional e concentração regional.

O texto apresentado aborda a centralidade dos combustíveis fósseis na matriz energética global, destacando a transição histórica do carvão para o petróleo como principal fonte de energia. A análise das dinâmicas de produção, consumo e reservas petrolíferas revela um cenário geopolítico complexo, no qual a alternativa B) corretamente identifica a bifurcação entre países exportadores (como Arábia Saudita e Rússia) e importadores (como EUA e China) no grupo dos maiores produtores.

Essa divisão reflete contradições estruturais: enquanto potências tradicionais como os EUA mantêm elevada demanda externa mesmo com produção doméstica, economias emergentes como China dependem crescentemente de importações para sustentar seu desenvolvimento. O caso dos EUA é particularmente emblemático – apesar de figurarem entre as maiores reservas mundiais (item D) incorreto), sua condição de maior consumidor global os torna importadores líquidos.

Os demais itens apresentam imprecisões: a China possui produção relevante (contra-argumentando A)), o Canadá detém vastas reservas (invalidando C)), e o Japão tem produção insignificante (refutando E)). A resposta B) sintetiza com precisão a assimetria fundamental no mercado petrolífero contemporâneo, onde capacidade produtiva não se traduz necessariamente em autonomia energética.

A partir do final do século XIX, a invenção do pneu e a popularização do automóvel transformaram a borracha em um produto de alto valor comercial, impulsionando sua demanda global. Nesse contexto, a Amazônia emergiu como uma das principais fontes de látex, atendendo a metade do consumo mundial no início do século XX. Esse cenário econômico teve impactos significativos na organização do espaço regional.

O extrativismo do látex não apenas dinamizou a economia local, mas também promoveu mudanças estruturais na região. Entre as alternativas apresentadas, a construção dos portos de Belém e Manaus (alternativa C) foi a resposta mais diretamente ligada ao ciclo da borracha. Esses portos foram fundamentais para escoar a produção e conectar a Amazônia aos mercados internacionais, consolidando a infraestrutura necessária para o comércio do produto.

Embora outras alternativas mencionem desenvolvimentos relevantes, como rodovias, usinas hidrelétricas ou a expansão territorial, nenhuma delas está tão intimamente associada ao auge da borracha quanto a construção dos portos. Estes foram elementos-chave para viabilizar a exportação em larga escala, tornando-se símbolos do período de prosperidade e, posteriormente, do declínio da economia gomífera na região.

A respeito da geografia humana e econômica brasileira entre o século XX e a primeira década do século XXI, é importante analisar a afirmação sobre a desconcentração da indústria paulista e sua relação com a difusão equânime de setores ligados às telecomunicações e à informática no território brasileiro.

Embora a desconcentração industrial de São Paulo tenha ocorrido, especialmente a partir da década de 1970, com a transferência de fábricas para outras regiões do país, isso não se traduziu em uma distribuição equilibrada dos setores de telecomunicações e informática. Esses setores, marcados por alta tecnologia e demanda por infraestrutura especializada, continuaram concentrados em polos urbanos desenvolvidos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e algumas capitais do Sul e Nordeste.

A difusão dessas atividades não foi equânime, pois permaneceram desigualdades regionais significativas. Enquanto algumas áreas receberam investimentos em tecnologia, outras ficaram à margem desse processo, reforçando disparidades econômicas e sociais. Portanto, a afirmação está incorreta, e o gabarito correto é E) ERRADO.

O texto apresenta quatro afirmações sobre a indústria extrativista mineral, energia e indústria de transformação no Brasil, solicitando a análise de sua veracidade. O gabarito correto indica que apenas as afirmações II e IV estão corretas, correspondendo à alternativa C).

Análise das afirmações:

I. As principais jazidas de alumínio...
Esta afirmação contém imprecisões. Embora o Quadrilátero Ferrífero (MG), Serra dos Carajás (PA) e Vale do Rio Trombetas (PA) sejam regiões minerais importantes, as principais jazidas de bauxita (minério de alumínio) concentram-se no Pará, especialmente em Paragominas e Oriximiná, e não no Morro do Urucum (MS) ou Serra do Navio (AP), que são mais associadas a outros minérios. Além disso, parte significativa da produção é de fato exportada, mas o atendimento ao mercado interno também é relevante.

II. O carvão começou a ser explorado no Brasil na década de 1940...
Esta afirmação está correta. A exploração de carvão mineral no Brasil ganhou impulso durante a Segunda Guerra Mundial, com destaque para as reservas de Santa Catarina, especialmente na região de Criciúma e arredores. O Rio Grande do Sul também possui jazidas importantes, como mencionado.

III. A década de 1990 é marcada pelas privatizações...
Embora a década de 1990 tenha sido de fato marcada por privatizações e maior abertura ao capital estrangeiro, o termo "centralização industrial" não é adequado, pois o período foi caracterizado por descentralização produtiva. Além disso, o desenvolvimento de centros de alta tecnologia associados a universidades foi um processo mais gradual e não exclusivo dessa década.

IV. A indústria alimentícia é um dos setores mais antigos no Brasil...
Esta afirmação está correta. A indústria alimentícia brasileira remonta ao período colonial, com atividades como o engenho de açúcar, mas seu desenvolvimento em escala industrial de fato se intensificou com o processo de urbanização a partir da década de 1940, acompanhando o crescimento das cidades e a demanda por alimentos processados.

Portanto, apenas as afirmações II e IV estão plenamente corretas, justificando a alternativa C) como resposta correta.

Ao longo do século XX, o paradigma fordista-taylorista dominou a organização industrial, baseando-se na produção em série, divisão técnica do trabalho e especialização operária. Esse modelo consolidou grandes complexos industriais próximos a vias de transporte, como ferrovias e portos. No entanto, nas últimas décadas do século, a revolução tecnocientífica impulsionou a transição para um novo padrão produtivo.

A produção flexível substituiu a rigidez fordista, adaptando-se a demandas específicas de mercado e exigindo trabalhadores polivalentes. A automação e a alta tecnologia redefiniram os espaços produtivos, criando o chamado meio técnico-científico e informacional. Nesse contexto, três características centrais emergiram:

• Redes globais integradas por tecnologias de informação conectando produção, circulação e consumo (alternativa A)
• Arranjos produtivos descentralizados com centros de pesquisa, plantas industriais estratégicas e cadeias de fornecedores (alternativa B)
• Inclusão desigual de territórios e populações nos circuitos globais, refletindo assimetrias técnicas e econômicas (alternativa D)

A exceção (alternativa C) remete ao modelo fordista ultrapassado, com produção concentrada em grandes unidades industriais - justamente o oposto da flexibilidade espacial característica do novo paradigma. A atual dinâmica privilegia a fragmentação produtiva em múltiplas localizações, permitindo às corporações otimizar custos e logística sem depender de extensos terrenos industriais.